O futuro incerto do F-35
O F-35, caça de 5ª geração que está sendo financiado e desenvolvido pelos EUA e mais oito países, foi projetado para ser produzido em 3 versões e substituir os jatos F-16 Falcon, A-10 Thunderbolt II, AV-8B Harrier II e os F/A-18 Hornet.
O plano original era adquirir um total de 2.443 caças F-35, ao custo de cerca de um trilhão de dólares. Mas o mundo mundou, veio a crise financeira que abalou os EUA e que vai produzir cortes sensíveis no orçamento militar americano.
O desenvolvimento do F-35, por sua vez, está mergulhado em centenas de problemas que estão sendo descobertos com a campanha de ensaios em voo.
Parte de um relatório disponível na Internet em novembro de 2011 mostra que tinham sido encontrados até aquele momento 725 defeitos no avião, dos quais 577 deles ainda não tinham sido sanados.
Entre as questões mais críticas, destaque para as inesperadas vibrações graves em manobras de alta velocidade, problemas com a representação de dados no sistema de visão noturna embutida no capacete e falhas freqüentes num componente elétrico que pode derrubar o sistema principal e afetar também os sistemas de pressurização e suprimento de oxigênio para o piloto.
O relatório também expressa a preocupação da equipe de desenvolvimento sobre o ritmo lento em desenvolver e testar a capacidade de combate da aeronave, especialmente em “certas áreas classificadas” que afetam as suas capacidades de defesa aérea.
Foi dito que os ensaios de lançamento de armamento vão exigir mais mudanças no avião e que o projeto ainda vai demorar para atingir a maturidade necessária para o início de produção em série.
VEJA TAMBÉM:
Se os EUA q detem a mais avançada tecnologia, detem os mais experientes técnicos da área, possem mais dinheiro, etc etc… estão tendo problemas e perigam desistir do F35, imagina o PAK-FA e o Ching-Ling ??
Não seriam caças de 4º geração com roupinha de 5º ?
Será que os americanos desaprenderam como se faz um caça?
Ôh gestação difícil essa. Já vai nascer (se nascer) obsoleto.
Amigos, bom dia. Nenhum caça chega ao estado operacional no “estado da arte”. Entre a concepção das novas soluções e sua efetiva implementação nas aeronaves em serviço há muitos anos de intervalo. Isso não quer dizer que terá sido atingida a obsolescência. Creio que algo estará obsoleto quando não puder mais contribuir para o cumprimento da missão (obsolescência operacional) ou quando não puder mais ser mantido em condições de uso (obsolescência logística). Outro ponto que deve ser considerado é que a gestação de sistemas complexos é também mais lenta. É bem provável que o F-35 alcance o status operacional após… Read more »
Caro Justin, O Tampax é inevitável..relaxa .. No mais concordo que o F-35 é um caça extremamente complexo e totalmente novo, mas ao mesmo tempo, temos de reconhecer que “enfiar” 3 requisições(USAF, NAVY e MARINES) em um único projeto pode não ter sido a melhor idéia. Lendo um fórum estrangeiro, um comentarista racionalizou corretamente. As vezes fazer tudo, não quer dizer que vá fazer tudo da melhor forma. Existirá sempre a solução de compromisso. O F-35 é famoso pato. Mas um pato superequipado 🙂 Se o objetivo era reduzir custos, porque não fazer 3 caças mais simples(furtivos é claro) compartilhando… Read more »
“joseboscojr disse: 7 de janeiro de 2012 às 0:00 Será que os americanos desaprenderam como se faz um caça? Ôh gestação difícil essa. Já vai nascer (se nascer) obsoleto.” Os gringos estão colhendo os frutos de políticas populistas, sim, até eles conseguiram tal façanha…isso era inevitável que fosse acontecer…desde o meio da década de 80, os investimentos em engenharia diminuem num ritmo constante…deu-se o fechamento e absorção de várias fábricas militares, e estas, por excelência, eram pólos de tecnologia. A pesquisa espacial também sofreu cortes e mais cortes, culminando com a retirada dos Space Shuttles, sem ao menos uma nave… Read more »
Os maiores problemas do F-35 estão relacionados com a versão dos Marines, que acabou por afetar as outras duas. Eu lembro que a alguns anos atrás, houve um grande esforço para redução do peso da aeronave, porque a versão B não conseguiria operar satisfatoriamente com o peso que ele chegaria na versão de série. Imagine que reprojetar a estrutura e diversos componentes para redução de peso significa mudar maquinário, reprojetar componentes e refazer testes no que foi mudado e no que foi afetado pela mudança em outros componentes. E isso necessita de dinheiro. Aí esse reprojeto foi mal feito, e… Read more »
Mas será que a fonte do problema é porque tentou-se uma aeronave única para 3 funções, STOVL inclusive? Será que não existem equipes individuais desenvolvendo as 3 versões? Por que a versão “A”, teoricamente a mais simples de todas, teria que atrasar devido a problemas na gestação da “B”? Já é comum caças com duas versões, terrestre e naval, e isso já há um bom tempo, haja vista o F-4, o Rafale, etc. Infelizmente aquela bela frase “não podemos voltar e mudar o começo,mas se a gente quiser vai dar pra mudar o final” não se aplica nesse caso. Ao… Read more »
Claro que a alusão dos engenheiros da LM/RR ao V-22 foi puramente provocativa já que é impossível um sistema que usa jatos substituir um que usa rotores em todas as funções deste último.
O maior defeito do programa JSF- Joint Strike Fighter está no vergonhoso tipo de contrato que foi assinado pelo poder público americano e o consórcio liderado pela Lockheed/Martin. O contrato tipo ‘COST PLUS’ permite aos executivos das empresas contratadas inflarem indefinidamente os custos do projeto, sem nenhuma punição pela incompetência ou má fé deste ou daquele projetista (ou equipe). Pelo contrário, a correção dos “erros” é paga pelo contratante. Caso houvesse cláusulas punitivas por atrasos e/ou erros dos fabricantes, que refletissem nos bolsos dos executivos, engenheiros e técnicos, tenho certeza que haveria menos “problemas”. Quando parece que é uma emboscada,… Read more »
“Clésio Luiz disse: 8 de janeiro de 2012 às 11:27 Os maiores problemas do F-35 estão relacionados com a versão dos Marines, que acabou por afetar as outras duas.” Acho que o amigo se equivocou nessa. Fosse assim o F-35A e B não estariam sofrendo. O -B nunca devia ter sido produzido, no sentido financeiro, pois era muito mais negócio ter continuado os investimentos no motor Pegasus e desenvolvido um Harrier II. A McAir tinha um projeto de um Harrier dotado de asas em delta e canard´s, um projeto pra lá de viável. Outra coisa, o X-32, na minha opinião(minha,… Read more »
Uma das melhores jogadas do marketing aeronáutico dos últimos tempos foi vender a idéia do multirole… omnirole… multi tudo… air bombril… ou mesmo bombril d’lair… whatever!!! Efetivamente com os altos custos das aeronaves modernas impõe que estas seja capazes de efetuar várias missões, entretanto é um disparate acreditar que apenas uma aeronave multirole pode realizar TODAS as missões de combate aéreo com o a mesma efetivadidade E/OU o mesmo custo/benefício de outra especialista. Entretanto os projetistas e fabricantes usam o argumento do multitudo que vai fazer ‘de um tudo’ na guerra aérea para justificar custos astronômicos em seus projetos. Lockheed… Read more »
Problemas existem, mas o F-35 segue em frente. Quanto a cancelá-lo: “nuts”! 🙂 Pessoal, acordem: o F-35 gera emprego em quase todos os estados da união. Pode quebrar a USAF e falir a US Navy, mas o F-35 não será cancelado. Aliás, ainda ontem estava vendo uma reportagem sobre o “cinturão da ferrugem”, e como Obama está querendo revitalizar os empregos dessas cidades, tremendamente afetados pela quebra da indústria automobilística. Vocês acham mesmo que ele irá deixar perder os preciosos empregos da indústria aeronáutica? O F-35 paga o preço da inovação e de ser o “low” da equação (com o… Read more »
MiLord Vader, O F-35 Lightning II será uma excelente aeronave multirole, mas não será ‘multitudo’ (como nenhuma outra é ou será) e terá limitações comparativas frente a outras aeronaves especialistas. Vai lhe faltar qualidade cinemática para superioridade aérea frente ao seu irmão maior F-22 (MLU?) Raptor, ou a blindagem para missões muito próxima ao inimigo do A-10 ‘Warthog’, ou ainda baixo custo operacional dos caças leves pelo mundo. Se nos EUA será a parte Low da equação, afinal eles são ricos, no Brasil poderia ser a parte High do Mix. Tenho certeza que o JSF – Joint Strike Fighter vai… Read more »
Amigos, bom dia. Na teoria, o contrato COST PLUS foi idealizado para reduzir os custos de um projeto complexo e de longo prazo. Devido aos grandes riscos inerentes ao desenvolvimento e à primeira tentativa operacional de novas tecnologias, o preço de um contrato tradicional, de preço fechado, poderia ser impraticável, inviável. As empresas teriam que estabelecer um preço que cobrisse todos os riscos técnicos, de cumprimento de prazos, de ocorrência de problemas inesperados e improváveis. Além disso, o preço deveria manter uma margem de lucro que justificasse a participação no projeto. Quando o Governo aceita um contrato COST PLUS ele… Read more »
Justin,
Perfeito esclarecimento do que seria COST PLUS “na teoria”.
Entretanto, “na teoria”, o laissez-faire funciona e os mercados se regulam naturalmente, o comunismo seria totalmente igualitário e o Corinthians seria campeão todo ano…
O que acaba com a “teoria” é a prática humana.
Sds,
Ivan.
Senador John McCain, de como o Congresso foi “capturado” pelo complexo militar: “In fact, the military-industrial complex has become much worse than President Eisenhower originally envisioned: it’s evolved to capture Congress. So, the phenomenon should now rightly be called, the ‘military-industrial-congressional’ complex” http://mccain.senate.gov/public/index.cfm?FuseAction=PressOffice.FloorStatements&ContentRecord_id=42987243-f045-7da7-6952-e32c98949a64 Se vcs quiserem assitir o video google “Senator McCain Warns BEWARE Of The Military Industrial CONGRESSIONAL Complex pt.2” onde ele fala do F-35, por exemplo: “The main problem with the program has been this: before the Pentagon went ‘all in’ on the F-35 program, it never really understood the risks associated with developing and integrating the F-35’s… Read more »
Prezado Justin, Infelizmente tentar justificar o Cost-Plus como uma “protecao” ao contratante aos imprevistos do desenvolvimento eh para lah de razoavel, sendo comedido nas palavras. Existem outros instrumentos contratuais, que poderiam ser inseridos desde o inicio, para lidar com os custos de desenvolvimento muito melhores do que incentivar, contratualmente, que a empresa contratada, no caso LM, tenha interesse em inflar os custos, pois maiores os custos, maior a margem de lucro da mesma que, por sinal, teve lucros fantasticos no ano fiscal passado. Mas segue aqui a palavra de um outro senador e do novo secretario da defesa, Panetta, sobre… Read more »
Cuidado, o facão que mtos querem descer no F-35B, pode acertar o F-35C:
(http://snafu-solomon.blogspot.com/2012/01/f-35c-scratched-wouldnt-that-be-ironic.html)
F-35C não consegue fazer pouso enganchado:
http://www.naval.com.br/blog/2012/01/09/f-35c-nao-e-capaz-de-fazer-pouso-enganchado/
“Foi EXATAMENTE assim com o F-16, em sua época. Falavam que era caríssimo frente aos F-14/F-15…” Pra mim isso é novidade, a questão do custo alto. “The YF-16 was to be powered by a single Pratt & Whitney F100 turbofan, whereas the YF-17 was to be powered by a pair of General Electric YJ101 engines. The “cost plus fixed fee” contracts covered the design, construction, and testing of two prototypes, plus a year of flight testing. At the time, the Air Force was still very much committed to the F-15 fighter, and visualized the LWF program as more of a… Read more »
Amigos,
Um projeto que enfrente problemas técnicos acima da expectativa sempre vai ser mais caro e mais demorado do que a previsão inicial, independentemente da modalidade contratual.
Pelo menos pudemos discutir aqui as vantagens e desvantagens do sistema “cost plus”, muito pouco usado aqui no Brasil, e aprender um pouco.
É muito fácil propor “como deveria ter sido feito”, depois que o problema já está instalado. A ARTE é antecipar “como fazer se” durante a concepção do projeto.
Abraços,
Justin
Ivan disse: 9 de janeiro de 2012 às 7:25 Mestre Ivan, o terrível: 🙂 Nenhuma das Forças Aéreas participantes do JSF irão jamais ter que se preocupar com o F-22. E se um dia, numa hipótese absurda de guerra dentro da OTAN e aliados, o F-35 tiver que enfrentar o F-22, é porque a vaca já foi pro brejo há muito tempo, e aí será mais inteligente as nações começarem a se preocupar com os ICBMs umas das outras… 🙂 A única aeronave que eu realmente tenho dúvidas quanto à substituição pelo F-35 é o A-10. Mas temos aí de… Read more »
Só sei de uma coisa:
A Boeing está numa torcida e reza brava…. hehehehe 🙂
[]’s
Ivan, do Recife e Lord Vader, de uma galáxia muito, muito distante, O conceito do A-10 está ultrapassado dentro das forças armadas americanas e com certeza está na alça de mira do F-35. Em guerras de baixa intensidade (operações assimétricas) o bom senso manda usar aeronaves como o Super Tucano ou os UAVs. Já em apoio aproximado, incluindo operações antitanques, numa guerra de alta intensidade, o uso hoje de um avião como o A-10 seria suicídio sob qualquer ponto de vista. Tendo isso em mente, o F-35 e mesmo outras aeronaves deverão substituí-lo (se é que já não o foi… Read more »
Talvez vc tenha razão, Mestre Bosco. Mas acho (e apenas acho) que se eu fosse o Tio Sam e seu trilhão de dólares pra defesa, não abriria mão tão cedo de uma arma que já se provou eficaz no apoio à tropa.
By the way: iria mais tranquilo pro campo de batalha sabendo que os A-10 e seu canhão estão por perto.
Abraço.
Nas forças armadas americanas já vai longe o dia em que as tropas amigas ouviam o ronco dos motores do caça salvador e não raro podia acenar agradecendo a intervenção oportuna do garboso piloto.
Hoje o que se ouve é apenas o som das bombas detonando nos pontos designados e não se tem a mínima ideia de onde elas partiram e de quem as laçou.
Ai! Minha veia poética hoje está supitando.
rsrsss
laçou = lançou
Bosco, sugiro para leitura. É uma aula sobre o F-35, na visão do DoD:
http://s3.documentcloud.org/documents/274217/dod-quick-look-ahern-report.pdf