Com Dilma no poder, Saab confia na venda de caças em 2012
DIOGO ALCÂNTARA
Direto de Brasília
A substituição de Luiz Inácio Lula da Silva por Dilma Rousseff na Presidência do Brasil animou a sueca Saab na concorrência para vender ao Brasil inicialmente 36 aviões de caça. A empresa é a fabricante do Gripen NG, um dos finalistas do negócio estratégico que pode trazer uma nova tecnologia de produção ao Brasil e custar cerca de R$ 10 bilhões, segundo estimativas. O modelo sueco concorre com o americano F-18 Super Hornet (Boeing) e o francês Rafale (Dassault), preferido do ex-presidente Lula.
Hoje, as negociações estão suspensas por causa do corte orçamentário de R$ 50 bilhões do governo brasileiro, anunciado no início do ano. A expectativa da Saab, no entanto, é que o projeto de reequipamento da aeronáutica brasileira seja retomado já no ano que vem. O fato de o Brasil ser comandando agora por Dilma Rousseff dá novo fôlego para os concorrentes do Rafale.
“Há pessoas diferentes fazendo as coisas de maneira diferente, então sim, acho que pode haver critérios diferentes (na escolha)”, limitou-se a dizer o diretor para a campanha do Gripen NG no Brasil, Andrew Wilkinson, referindo-se à troca no Planalto e no comando do Ministério da Defesa. O ex-presidente Lula chegou a dizer em reuniões que havia “uma preferência política” pelos caças franceses.
Com a mudança de poder no Brasil, o trunfo dos suecos é a melhor oferta de transferência de tecnologia a um custo mais baixo. Sem poder revelar valores, que são confidenciais, Wilkinson garante que o Gripen NG deverá sair pela metade do custo dos seus concorrentes. O primeiro modelo do Gripen já tem seis países como clientes, três deles parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): República Tcheca, Hungria e Reino Unido.
A versão NG ainda é um protótipo, mas para a Saab isso não é uma desvantagem. Pelo contrário, o Brasil poderia participar da finalização de um modelo em estágio já avançado, tendo assim acesso ao código-fonte da aeronave e total autonomia para exportá-lo. “O Gripen ainda está sendo desenhado e desenvolvido e o Brasil pode se envolver de perto com essa produção”, diz o diretor para a campanha do Gripen NG no Brasil. “Eu acho que essa é uma ambição brasileira: tornar-se independente na produção. E a única forma de fazer é aprender construindo”, acrescentou.
Os franceses estão tendo dificuldades para exportar o Rafale. Até agora, nenhuma unidade foi vendida para outros países. Devido à baixa procura, o ministro da Defesa da França, Gerard Longuet, chegou a ameaçar uma suspensão a “médio prazo” do caça. O F-18 Super Hornet também tem a desvantagem de não conseguir garantir a total transferência de tecnologia, além de restringir a exportação de aeronaves para países não aliados dos Estados Unidos.
A possibilidade de construção conjunta de um caça, mesmo que não seja o mais sofisticado do ponto de vista bélico, é uma vantagem significativa na opinião do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero. “O Brasil não está sofrendo a eminência de um ataque, é o momento de se preparar. Essa é a grande oportunidade para nossa engenharia entrar de cabeça nesse projeto”, disse, referindo-se ao desenvolvimento do Gripen NG.
Para o brigadeiro, se o Brasil fosse considerar apenas o melhor produto do ponto de vista do desempenho, compraria o modelo russo Sukhoi, eliminado em etapas anteriores no projeto de compra do Brasil pela difícil transferência de tecnologia e pelo alto consumo de combustível.
Simulador
Como estratégia de marketing para atrair a atenção do grande público, a Saab está com um stand montado no autódromo de Brasília e um simulador de voo do Gripen. Um piloto sueco especializado em simuladores orienta os curiosos a operar comandos básicos da aeronave. O modelo apresenta recursos avançados de ataque e simula atingir velocidades de um caça supersônico. A velocidade máxima atingida pelo Gripen é confidencial, mas em simulação feita pelo Terra ultrapassou 1.200 km/h.
Em agosto, a Boeing adotou estratégia parecida e instalou um simulador no Congresso Nacional, pouco antes de parlamentares da Comissão de Relações Exteriores ouvirem representantes da empresa americana.
CORREÇÃO: Diferentemente do que foi publicado pelo Terra no título da notícia Com Dilma no poder, Saab confia na venda de caças ao Brasil, no dia 17 de dezembro de 2011, às 17h56, não há a confirmação de que o programa de aquisição de 36 caças para a Forças Aérea Brasileira (FAB) seja retomado em 2012. Atualmente, o programa está suspenso, sem data para ser reaberto. A informação foi corrigida no dia 18 de dezembro de 2011, às 11h16.
FONTE: Terra
Amigos, Para aumentar suas chances de sucesso, principalmente em países que demoram a se decidir, as empresas deveriam estar focadas no que o seu cliente precisa. Ficar tentando identificar as vontades das autoridades é complicado, principalmente porque nunca se sabe exatamente quem vai estar na posição de decisor final, com a caneta na mão. Quanto ao posicionamento do Brigadeiro, fico feliz e surpreso em ver que ele está com uma visão de horizonte mais largo e que passou até a dar importância a assuntos tecnológicos. Quando estava na ativa, tinha a fama de ser ferrenho defensor de sistemas rústicos e… Read more »
Alguns colegas temiam que ruim com o Lobim, pior seria sem ele.
Sinceramente, alguem sente falta do mesmo? Nao sei o que acontece nos bastidores hoje, mas com o NJ era o monte de manipulacao/bullying nos bastidores e mais um monte de declaracoes totalmente infelizes no palco (literalmente).
E se o CA algum dia aceitou algum jantar escondido na casa de algum potencial fornecedor de bilhoes (o que nao acredito), pelo menos escondeu bem da imprensa.
[]s!
Justin Case disse:
17 de dezembro de 2011 às 18:25
Justin, desculpe-me, mas não acho que eles estão focados nisso não. O repórter perguntou, e o cabra respondeu. Só isso.
Quanto ao Brigadeiro, vamos atacar o argumento, não o homem. Até porque, se fôssemos falar de idéia estúpida de brigadeiro, tem um tal de Venâncio por aí que só por D´us… 🙂
“Para o brigadeiro, se o Brasil fosse considerar apenas o melhor produto do ponto de vista do desempenho, compraria o modelo russo Sukhoi, eliminado em etapas anteriores no projeto de compra do Brasil pela difícil transferência de tecnologia e pelo alto consumo de combustível. Caras, tem rafalete na FAB? Tem. Tem gripeiro na FAB? Sim, a maioria. Tem horneteiro na FAB? Tem, um monte. Tem caboclo que acha que o Brasil pode desenvolver um caça? Tem também. Da mesma forma, tem nego que acha que caça bom é o russo. E o tal Su-35 seria o caça perfeito pra FAB.… Read more »
Engraçado com o Lula quem confiava em vender era a Dassault e não vendeu, agora a Saab aparece com essa vão se catar.
“Para o brigadeiro, se o Brasil fosse considerar apenas o melhor produto do ponto de vista do desempenho, compraria o modelo russo Sukhoi, eliminado em etapas anteriores no projeto de compra do Brasil pela difícil transferência de tecnologia e pelo alto consumo de combustível.
Combustível tem de sobra a FAB até leva um bando de padres pra passear de avião, essa historia e pra Boi dormir alias já dormiu e virou churrasco.
“…Para o brigadeiro, se o Brasil fosse considerar apenas o melhor produto do ponto de vista do desempenho, compraria o modelo russo Sukhoi…”
Ao russófilo sr. John do Facebook, o complemento da frase, talvez não tenha lido:
“… eliminado em etapas anteriores no projeto de compra do Brasil pela difícil transferência de tecnologia e pelo alto consumo de combustível …”
É que nem casar com uma mulher apenas por que é linda quando o que precisa ser levado em conta é o “conjunto da obra” …….
Aliás a FAB transporta um monte de burocratas e corruptos “ex-persguidos políticos”, muito mais do que padres.
E de fato há muito combustível, todo que o acharque, a tunga que se tornou o pagamento de impostos no Brasil mas para o GTE pois para os “demais” pilotos, haverá corte de 25 mil horas de voô para economizar ….
http://www.aereo.jor.br/2011/11/22/fab-tem-de-cortar-25-mil-horas-de-voo-dos-pilotos/
Vejam o monte de problemas que os hinús têm c/ essa coisa, do know how de produção, passando pelo fluxo inconstante de peças de reposição e agora o fly-by-wire e a mecânica da turbina.
Correção: “…E de fato há muito combustível, todo que o acharque, a tunga que se tornou o pagamento de impostos no Brasil pode comprar …”
desculpem
Sei que as coisas não são óbvias assim mas não há nada que os comandantes possam fazer??? Há um corte excessivo no orçamento das forças armadas pelo governo e eles tem que ficar olhando?
Será que não podem tentar fazer pressão no governo, algo assim?
Daglian disse:
18 de dezembro de 2011 às 9:26
Caro Daglian, o/a presidente da república é o comandante das forças armadas, algo feito que possa ser classificado como insubordinação é muito grave e passivo de punição.
Veja o exemplo da Suiça, e verá como se deve comportar uma classe política.
abçs
Bem lembrado Antonio M e isso mesmo não falta gente prós aviões e combustível da FAB carregar seja Padre, politico ladrão, lobista.
Daglian disse:
18 de dezembro de 2011 às 9:26
Tem os militares darem outro golpe militar só assim e e arriscado nem mesmo os militares investirem neles mesmos.
“Justin Case disse:
17 de dezembro de 2011 às 18:25
…Brigadeiro, fico feliz e surpreso em ver que ele está com uma visão de horizonte mais largo e que passou até a dar importância a assuntos tecnológicos. Quando estava na ativa, tinha a fama de ser ferrenho defensor de sistemas rústicos e de compras de prateleira, chegando a se opor ao andamento de projetos como o desenvolvimento do ALX (A-29) e da modernização dos F-5.”
É meu amigo, definitivamente o $$$$ é o deus maior…o deus maior…
Amigos Antonio M e Uitinã,
Obrigado pelo esclarecimento. A conclusão que posso tirar disso é que… estamos ferrados.
A deadline para o Fx-2 é 31/03/2012. Se não acontecer nada até lá, veremos os tampões chegando por aqui em 2014. Aliás os tampões talvez sejam necessários mesmo com o anúncio do FX-2.
O que pode dar uma pista de qual caça será escolhido. :
T: Gripen C FX-2 :Gripen NG(E/F)
T:M-2k-5 FX-2 : Rafale
T:F-18 C(ou até mesmo E da US Navy) FX-2 : F-18 E SH
[]’s
O DrCockroach tambem tem insider information, assim ele chamou sua fonte (Google 8) ), e achou a seguinte declaracao do Brigadeioa quase dois anos atras: ““Do ponto de vista puramente técnico o avião sueco seria o melhor já que ele ainda está em fase de desenvolvimento. A Embraer é o que é hoje graças a acordos de transferência de tecnologia semelhantes feitos com a Itália há alguns anos”, diz Pereira. “Quanto ao preço final, esta é uma questão de gestão. Se você não sai do desenho básico é possível controlar o preço. Eu acredito até que o preço pode ser… Read more »
Nick, tu acha mesmo que eles mesmo decidindo o FX 2 vai comprar tampão, já existe contigencia aqui e agora se pagando teoricamente 1 bilhão a mais por causa de caças tampões?
Sinceramente eu acho que ainda vai dar SH, o gripen é timido demais ao meu ver.
Mas…quem espera muito aqui no Brasil ver pouco e quem espera pouco as vezes ver muito ne?Depois dá alguma coisa ai e minha visão muda eauhaeu, só não quero a jaca francesa!
Caro Diegolatm,
Só acredito que não virão tampax se o Fx-2 for decidido ainda no 1º trimestre de 2012. Se 2012, passar em branco, ou vem tampax, ou os F-5EM começarão a cair, ou mesmo nem sair do hangar. Pensando bem, talvez nem tenhamos aviação de Caça, somente aviões de ataque em 2016.
[]’s
Quero só ver esse ano fiscal o que a presidente vai fazer, ano passado cortaram 14 bilhões na defesa, proximo ano já comentaram que vão priorizar o crescimento, ou seja, vão liberar grana e espero que essa grana seja para melhorar a defesa do país.
A exemplo, os sabres que estão na russia já foram todos montados e só esperando o dinheiro do GF para enviarem para cá.
Pedro Bogaz
“O primeiro modelo do Gripen já tem seis países como clientes, três deles parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): República Tcheca, Hungria e Reino Unido.”
Reino Unido????
Pedro Bogaz (do Facebook):
O Reino Unido o utiliza como principal aeronave para formar seus pilotos de teste, que voam o Gripen na Suécia. Já os outros países citados utilizam a aeronave em esquadrões de caça.
Salam Aleikum
É uma questão de negócio ligada a uma matriz política, e a decisão de qual aeronave será escolhida e decidida nos bastidores, e quanto ao povo, basta continuar votando para legitimar esta concepção vigente.