O Mirage suíço, o rancho, o roqueiro e o aniversariante
Há vinte anos, um jovem saxofonista e estudante de comunicação social seguia, pela rodovia Anhanguera, com os outros músicos de uma banda de rock paulistana para um show em Pirassununga (SP), na semana de seu aniversário de vinte e um anos de idade.
Numa parada em Leme, no Rancho Empyreo (ainda existente, famoso por sua cozinha suíça), percebeu vários quadros velhos e já meio desbotados, com fotos da Suíça, pendurados nas paredes do restaurante. Entre eles, destacava-se o quadro de um belo e prateado Mirage III suíço, voando em meio aos Alpes.
O jovem músico, que na adolescência gostava muito de aeronaves e até montava maquetes, achou curiosa a foto, com o caça levando sob a fuselagem um míssil que ele não se lembrava de ter visto em Mirages. Mas a fase de colecionar maquetes e informações de aviões tinha dado lugar àquele trio de atividades que termina com Rock and Roll, e a imagem do caça suíço ficou apenas na memória. Uma memória revisitada de vez em quando, naqueles anos repletos de shows em Pirassununga e outras cidades do circuito universitário do interior paulista, onde aquele rancho da rodovia Anhanguera era um dos frequentes pontos de parada do caminho.
O tempo passou, as “turnês” deram lugar a outras visitas, quem diria, à mesma Pirassununga, mas por motivos pessoais. E a foto do Mirage suíço continuava lá no caminho, como que dizendo “decifra-me ou te devoro”, embora gostoso mesmo fosse devorar as tortas de maçã do rancho. Anos mais tarde, até por necessidade dos donos redecorarem o local, os velhos quadros desbotados sumiram. Ao mesmo tempo, aquela curiosidade sobre aeronaves e coisas afins voltava.
As visitas a Pirassununga também passaram a ter como alvo a Academia da Força Aérea da FAB, e um dia aquele roqueiro, já quarentão, encontrou na internet exatamente a foto daquele Mirage do quadro desbotado. Decifrou o “mistério” daquela versão suíça, que adotava sistemas de armas de origem norte-americana ao invés dos armamentos franceses, com o míssil Falcon sob a fuselagem e dois Sidewinders sob as asas.
E resolveu então compartilhar aquela mesma imagem de vinte anos antes com os leitores do Poder Aéreo, no dia do seu aniversário. E, aproveitando, vem pedir um singelo “presente”: se algum leitor tiver a sorte encontrar essa mesma imagem acima em resolução maior (se possível, acima de 1.000 pixels de largura), mande para o e-mail nunao@aereo.jor.br. O velho roqueiro agradece!
Parabéns, Nunão! Quando você vier ao Rio, vamos comemorar.
Estou procurando a imagem que você pediu, mas acabei encontrando muitas outras coisas legais.
Vamos ver se encontro a que você quer. Grande abraço e vida longa e próspera!
Achei essa aqui:
http://modelarchives.free.fr/photoscopes/MirageIIIC/MIRAGEIIIS_AM457.JPG
Eu escutei essa história faz lagum tempo diretamente do protagonista.
Parabéns Nunão!
Vida longa e próspera Nunão !
Um Mirage prateado tendo ao fundo os alpes suícos…, um ícone da aviação relevado por um ícone da natureza…, realmente essa imagem a gente nunca esquece mesmo após 20 anos !
Como a imagem que o Galante postou, o Falcon não fica no pilone central, mas em um dos dois pontos dures traseiros, muito semelhantes em posição aos que aparecem no Kfir e no Mirage 2000. O Mirage suíço pode levar 2 mísseis Falcon, mas é comum achar fotos com apenas 1 instalado.
Verdade, Clésio. A resolução da imagem dava a impressão de ser no pilone central, mas é num dos pontos duros laterais da fuselagem. O que torna ainda mais interessante.
Não achei a foto que você queria, mas tem um pendurado com os dois mísseis, em exposição:
http://www.airliners.net/photo/Switzerland—Air/F+W-Emmen-Mirage/0543121/L/&sid=448cac4ffdeaa85a080e392110a99cab
Esta pintura lembra bem os nossos primeiros Mirage IIIBr, quando do recebimento pela FAB.
Parabéns, Nunão!
Grande Nunão, parabéns parceiro.
Feliz Aniversário Nunão. Meus parabéns!
Parabéns, Nunão!!!
Galante, valeu pela capa de revista. Paz e vida longa!
Clésio, valeu mesmo pela imagem que você mandou. Não me lembro de ver fácil por aí uma imagem (mesmo estática) de Mirage III com quatro mísseis, o máximo que se costuma ver é com três. Com quatro, o comum é só Kfir. Valeu!
E agradeço a todos que mandaram cumprimentos e aos leitores que me surpreenderam fazendo desta matéria, absolutamente despretenciosa, a mais clicada do dia!
Nunão, feliz aniversário….
Sabe que a gente não fica velho…. a gente acumula experiência…
Parabéns….
Parabens Nunao pelo aniversario e as otimas materias no Blog.
http://www.youtube.com/watch?v=q9LUDjhLVUA&feature=related
Um grande abraco!
Nunão, parabéns e feliz aniversário.
MIrage III S voando: http://www.youtube.com/watch?v=p1PYiDIIZ1U
Valeu de novo! Voltando ao assunto das estações de armas dos Mirage suíços, lanço uma pergunta ao Clésio, que mostrou entender bem mais que eu disso, ou a quem souber: Cronologicamente, será que essas estações laterais sob a fuselagem / raiz das asas têm sua origem nessa versão suíça do caça, que entrou em serviço em 1966? Porque eu achava que eram coisa dos anos 70 pra frente, com os Mirage 5 mais recentes e principalmente os Mirage 50, além dos israelenses Nesher (depois renomeado Dagger para exportação) e Kfir, e não dos anos 1960 (a data da imagem da… Read more »
As configurações de armamento da família Mirage III dá um livro dos bons. É o que você falou Nunão, esse suportes apareceram primeiro nesse Mirage suíço. Desconheço outro operador que tenha esses suportes operacionais antes deles.
Mas briga boa mesmo é sobre a origem das células do Nesher/Kfir: tem gente que acredita que Israel nunca fabricou fuselagem nenhuma, que todas vieram em contêineres da França, que a produção do Kfir se encerrou em 1983 quando a Dassault parou de fabricar o Mirage 50 e que os Cheeta C da África do Sul são Kfirs com motor Atar.
Verdade, Clésio – eu compraria esse livro! Não quer escrever não? Sobre essas estações de armas na parte traseira da fuselagem, junto à raiz das asas, é interessante pensar em toda a história que rolou até chegar ao que mostra a segunda foto da matéria que está umas duas para cima desta, que acabei de colocar no ar, sobre o MMRCA indiano: http://www.aereo.jor.br/2011/11/08/mmrca-agora-outro-jornal-indiano-diz-que-typhoon-e-o-mais-barato/ A foto do Rafale mostra mísseis Mica em suportes bastante similares aos que o “vovô” Mirage IIIS “inaugurou” nos anos 1960. Pelo jeito, provou-se uma posição muito adequada para mísseis e outras armas num caça com asas… Read more »
Caros amigos Nunão e Clésio,
Antes, parabéns pelo seu aniversário Nunão.
Esses pontos no Mirage vieram antes mesmo do Mirage V.
Existem fotos na web que mostram um Mirage C (único) suiço fazendo testes com o Falcon e isso foi em entre 1962 e 1965.
http://www.mc-one.ch/documents/right%20stuff/dokuments/IIIC/IIIC%20main.htm
http://www.saairforce.co.za/forum/viewtopic.php?f=14&t=3098&start=15
Valeu, Roberto! Se achar os links dessas fotos, compartilhe com a gente aqui nos comentários. Já li sobre os testes feitos nesse Mirage IIIC, que antecederam ao acordo para fabricação de uma versão do III E anos depois, na Suíça, mas nunca vi fotos (também nunca procurei especificamente por elas…). Algo que às vezes me pergunto é sobre a oportunidade que teria sido montar sob licença o Mirage III E (ou outros da família, como o 5 ou o 50)na Embraer no final dos anos 1970, para complementar a dotação do tipo e aumentar os tipos “high” do “hi-lo mix”… Read more »
Ops, agora vi que um comentário seu estava bloqueado com os links das fotos. Acabei de liberar. Valeu!
Eu sempre achei que a FAB demorou demais em comprar o Mirage III. Parte da culpa deve ser dos ingleses que tentaram nos empurrar o Lightning como condição de um empréstimo que iríamos fazer na época. Os pilotos da FAB fizeram o teste-drive do Mirage em 1967, mas o primeiros exemplares só chegaram aqui em 1973. Nessa época acho que valia a pena esperar uns 2 anos para receber o Mirage F.1. Mas ao mesmo tempo apareceu o F-5E e o resto é história.