Argentina X Brasil: o placar da introdução de jatos de combate

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Ontem (28 de setembro), o Brasil ganhou da Argentina por dois a zero no segundo jogo da disputa do “Super Clássico das Américas” entre suas seleções de futebol, ficando com o troféu. Curiosamente o primeiro jogo, um chatíssimo zero a zero, foi realizado há duas semanas em Córdoba, cidade que há décadas é o centro do desenvolvimento e produção de aviões no nosso vizinho.

Pensando nessa tradicional rivalidade sulamericana e levando em conta também que no campo militar, historicamente, até poucas décadas ambos os países tinham em conta cenários possíveis de conflito um com o outro em seus planejamentos, tivemos uma ideia:

Vamos comparar como foi, ao longo da história de suas Forças Aéreas, o placar de quem introduziu primeiro sucessivas gerações de jatos de combate, no que incluimos caças e aviões de ataque. A tabela, bastante sucinta (não estamos incluindos jatos de treinamento adaptados ou aviões que não saíram da fase de protótipo) segue abaixo. Jatos de maior porte como o Camberra (que foi operado pela Argentina) não foram colocados por já pertencerem a uma categoria diferenciada, a de bombardeiros.

Como você pode ver abaixo, em geral tomamos de goleada! E isso falando apenas do ano de introdução, porque no aspecto quantitativo também costumamos perder. Logicamente, outras questões como treinamento, doutrina, disponibilidade etc teriam seu peso num hipotético confronto, mas aqui estamos só colocando a primazia na introdução de gerações de jatos de combate.

Será que, devido à atual fraqueza do time “adversário” quanto à renovação de seus vetores a jato, um dia conseguiremos ao menos empatar esse placar histórico?

ARGENTINA                  x                  BRASIL

 

Caça a jato de 1ª geração

Gloster Meteor IV: 1947 Gloster Meteor F8: 1954

 

Caça a jato de 1ª geração de alto desempenho

F-86 Sabre*: 1960 Não possuiu

 

Jato de ataque de 2ª geração

Douglas A-4*: 1966 Não possuiu ——–

 

Caça de 2ª geração

Mirage IIIE: 1972 Mirage IIIE: 1973

 

Jato de ataque produzido localmente

Não possuiu—– A-1 (AMX): 1989

 

Jato de ataque / caça de 2ª geração modernizado com sistemas de 4ª geração

A-4AR*: 1997 F-5EM: 2005

 

Caça de terceira geração

Não possuiu———— Mirage 2000-C*: 2006

 

*aeronaves adquiridas usadas

 

 

PLACAR FINAL:

ARGENTINA: 5          x          BRASIL: 2

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joseboscojr

O Mirage 2000 pra mim é um caça de 4ª G, a menos que o F-16 também seja um de 3ªG.
O Mirage 2000C, em que pese não ser compatível com os MICA (míssil MRAAM radar ativo), possui sistemas próprios dos caças de 4ªG.
Pelo menos ele deveria ser um 3,5ªG.
Vejamos, HUD holográfico, HOTAS, FBW, radar doppler, telas multifuncionais, estabilidade relaxada, etc.
Na verdade só faltou os tais mísseis.

joseboscojr

Sei que esta classificação é altamente variável e polêmica, mas também tenho dúvidas acerca dos Mirage 3 serem de 2ª G. Pra mim eram de 3ª G (????)
Os de 2ª G foram os primeiros supersônicos, mas não tinham radar ou se tinham era apenas um modelo simples, telemétrico e não operavam mísseis BVR.
Na minha cabeça os de 3ª G foram os primeiros com radares “de verdade” e operavam mísseis BVR (semi-ativos) e podiam operar armas guiadas ar-sup.

Observador

Caro Nunão: O F-5 não é da terceira geração, segundo o próprio blog? Então é ponto para nós. e mais um ponto pela modernização para a quarta geração. Se bem que você não mencionou os Dagger argentinos também. Então, ponto para eles. Porém, se formos ver a aviação naval, aí a coisa piora ainda mais: A-4 e Super Etandard. O primeiro ainda não é operacional na MB e o segundo, um caça bombardeiro supersônico, só em sonho. Se bem que pioneirismo sem continuidade não quer dizer nada. Aprendemos isto com Santos Dumont. E quantidade sem qualidade não quer dizer muita… Read more »

Alexandre Galante

Sobre gerações de caças, vejam mais aqui:

http://www.aereo.jor.br/2010/01/03/diferentes-visoes-sobre-as-geracoes-de-cacas/

Segundo os suecos, o F-22 é de 4a. geração e para a Boeing, o F-18E/F é de 5a.

Joker

Acho que um coisa ficou bem clara, a FAB historicamente é atrasada em relação a FAA.

Grifo

Para mim o que ficou claro é que fazem uns 15 anos que a FAA não introduziu nada de novo. E que se você contar aviões realmente de caça (F), nossos hermanos pararam na 2a. geração.

Roberto F Santana

Meu amigo Nunão,
Você acabou perdendo dois gols da Argentina.
Os Grumman Panther e o golaço Super Entendard.

Grifo

Caro Roberto F Santana, Panther e o Super Etandard são da Marinha, a comparação aqui se entendi é apenas entre as Forças Aéreas.

Roberto F Santana

Ah tá!

…é ruim hein?

Roberto F Santana

Obrigado Grifo.

andre.dadys

Nunão,

Pudemos ver o um comparativo do ocorrido no passado. Na minha opinião, um tanto quanto polêmico. O “jogo” passado pode ter apontado vitória dos argentinos, mas acredito que o resultado de hoje seja outro.

Portanto, gostaria de sugerir com um comparativo mais amplo, envolvendo outros vizinhos em um cenário atual. Seria mais “realista”.

[]s

André

Nick

Em 1980/82 a Argentina tinha a melhor e mais moderna Força Aérea da região, mas a Guerra das Malvinhas mostrou que em termos de treinamento e doutrina estavam ainda na 2ª guerra. 🙂

Sobre as gerações das Aeronaves:

F-86 : 1ª geração
Mirage III : 2ª geração
F-16 / M-2000 : 3ª geração – versões iniciais -> versões mais modernas podem ser consideradas 4 ª geração – Gripen “nasceu” 4ª geração
F-22/F-35/PAk FA/J-20 : 5ª geração

[]’s

antonio_nunesneto

A discussão das gerações é importante, mas levem em conta também o seguinte: 1 – A Argentina foi pioneira em projetos aeronáuticos na Região no pós 2ª Guerra e hoje perdeu completamente essa capacidade. O Brasil só adquiriu de fato isso quando começou a produzir em escala INDUSTRIAL o Bandeirante, na década de 70. Saímos atrás e ultrapassamos os argentinos possuindo hoje uma bem posicionada EMBRAER. 2 – A introdução super tardia do Gloster Meteor é um absurdo histórico. A Argentina não participou da 2ª Guerra junto aos aliados pois apostava numa vitória dos países do Eixo para expandir seus… Read more »

sergiocintra

Convem destacar que os jatos desenvolvidos e construídos (os Pulqui) – embora fruto dos europeus “fugidos” – nos inícios dos jatos, eram caças. Lembrando que a região de Córdoba era e é um polo de desenvolvimento industrial aeronáutico e automotivo, como mencionado. No passado longíquo, pulgente, estagnado pós-malvinas e recentemente, tentando ser reabilitado. A fabrica de Córdoba está lá desde 1928. Desenvolveram “n” projetos, até de supersônicos, mas como mais em uma republica das bananas, há porcolíticos, e estes cortam verbas. Embora seja apreciada a rivalidade Brasil x Argentina, e ultimamente por demais reiterada pela mídia esportiva, eles não nos… Read more »

Tadeu Mendes

A comparacao ate que e interessante. Mas existem outros fatores que predominam em um embate entre duas forcas aereas. De certo modo, eles (“los hermanos”), arracaram primeiro que o Brasil. Mas como se pode ver (e que sirva de exemplo), se nao houver uma politica estrategica de longo prazo, a politicagem dos governantes e um inimigo bem mais perigoso do que as forcas externas. A superiroridade area da Argentina foi praticamente neutralizada pelo proprio governo argentino. No caso do Brasil, a iniciativa privadada, e especialmente o caso da Embraer; se constituem em uma vantagem tremendamente superior aos concorrentes regionais; mas… Read more »

Giordani RS

Interessante…podemos concluir que no Passado argentino, havia uma classe política mais qualificada? Vejam que o Gloster Meteor foi adquirido em 1947! E na FAB? 1954!! ou seja, los hermanos usaram um equipamento no Estado-da-arte! E nos, tupiniquins, já uma máquina obsoleta…e olha que quase não vieram…quanto ao F-86, em 1960 ele já estava a caminho da obsolência, mas cabe ressaltar que a FAA só recebeu os mesmos porque na época as relações com Tio Sam eram as melhores, aonde os EUA acreditavam que os hermanos é quem deveriam liderar as nações da AS… A FAA vivia um crescente tecnologico. A… Read more »

Lyw

Deixaram os AT-26 Xavante de fora da lista!!!

Cesar

É uma pena que a Argentina tenha entrado neste estado de letargia em relação à FAA, principalmente após a derrota das Malvinas e com a derrocada dos militares. Houve um revanchismo excessivo, uma conduta de governo altamente ideológica, ao invés de uma política de Estado bem conduzida e de longo prazo para este setor. O resultado está aí, um país com suas Forlas de Defesa sucateadas. Creio que, para nós, seria mais salutar uma Argentina em franco crescimento, inclusive na área militar, pois seria benéfico nos intercâmbios militares, em manobras conjuntas. Além disso, nos manteríamos alertas e atualizados, tendo um… Read more »