Winslow Wheeler, diretor do “Centre for Defense Information”, obteve os mesmos dados que  Stephen Trimble (do blog The DEW Line) sobre os custos de operação e manutenção das aeronaves da USAF. Trimble tabelou os dados e publicou os mesmos em seu blog. O Poder Aéreo reproduziu as tabelas recentemente, mas naquele estudo não haviam informações sobre o F-22.

Wheeler criticou os relatórios enviados, dizendo que os mesmos estavam incompletos e eram inconsistentes. Mas dentro das limitações dos relatórios enviados, foi possível extrair os dados referentes à operação do F-22 Lightning II, o caça furtivo mais avançado do mundo em operação. Leia abaixo os principais pontos levantados por  Wheeler sobre a operação do F-22.

O Custo Extraordinário de Apoio a Aeronaves Furtivas

Desde que foi inicialmente introduzido no final de 2005 até 2008, o custo da hora de voo do F-22, conforme relatado, tende a cair. Enquanto isso, os custos dos velhos F-15C subiram. Ambos são as tendências esperadas para uma aeronave nova e outra velha, mas mesmo assim o F-22 é quase US $ 10 mil mais caro por hora.

Para 2009 – 2010, a média do custo por hora de voo do F-22 é de mais de 54.000 dólares e do F-15C tem uma média de quase US $ 35.000, uma diferença de US $ 19.000, e que certamente irá aumentar.

O F-22 não está se mostrando 35% mais barato de operar do que o F-15C, conforme prometido, mas 56% mais caro.

Comparado com a versão mais complexa e mais nova do F-15, o F-15E Strike Eagle, o F-22 é 93% mais caro para operar. O F-22 é de longe o caça mais caro de se operar no inventário da USAF.

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Clésio Luiz

Quando a USAF especificou o F-X, que viria a ser o F-15, impôs metas referentes a manutenção da aeronave. A intenção era diminuir as horas de trabalho necessárias a colocá-lo em condições de voo e a redução de panes, tornando a aeronave mais confiável. O F-15 cumpriu algumas dessas metas, como por exemplo as asas desse são muito mais simples que a do velho Phantom, com menos partes móveis, menos atuadores hidráulicos, etc. Vários pontos de exigiam manutenção no F-4 eram sem manutenção no F-15. No final das contas, F-15 acabou saindo mais caro de operar que o F-4 e… Read more »

Observador

É a escala de produção. Sempre é a escala de produção.

Inicialmente estavam previstas 381 unidades, mas serão produzidos apenas 183.

Daí o custo, que era para ser inferior ao F-15, está perto de se tornar o dobro. É claro que não foi o único fator, mas explica muito.

Por falar em aeronaves caras, produzidas em escala quase artesanal, quantas unidades eram previstas inicialmente para o Rafale?

Clésio Luiz

Escala de produção não é o fator mais importante no custo de manutenção de um caça. Se fosse, o F-16, com 3 vezes mais unidades produzidas que o F-5, teria custo de manutenção tão baixo ou inferior a este, mas não tem. O que deve estar ferrando o F-22 é a complexidade do mesmo. Os motores com vetoração de empuxo, o RAM empregado, as peças exclusivas que ele deve usar, a pouca disponibilidade de painéis de acesso, complicando as tarefas de manutenção. Algum tempo atrás saiu umas notícias sobre o RAM empregado, que estava custando muito para repor e não… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Concordo, Clésio, mas é um fator dos mais importantes (apesar de talvez não ser o mais importante conforme o caso). A partir de uma certa escala, a oferta de equipamentos etc passa a diminuir diferenças entre modelos de produção gigantesca e de grande produção. Aí outros fatores (como complexidade, consumo de combustíveis e outros itens) mostram peso considerável. Na comparação F-16 e F-5 que você fez, isso fica evidente. Mas é claro, paga-se mais por uma eficiência maior – comparando-se caças dos dois tipos com aviônicos da mesma geração, é evidente que o F-16 mostra muitos pontos superiores, valendo o… Read more »

Observador

Caro Clésio: Não quis contestá-lo, até porque nossos comentários foram quase idênticos. Tanto que coloquei que a escala não era o único problema. Concordo que a explicação passa necessariamente pela complexidade do mesmo, até porque foram utilizadas inúmeras novas tecnologias no avião. No entanto, a escala neste caso deve ser preponderante. O Nunão já adiantou o meu comentário. Na escala do F-22, não é apenas o avião em si que tem pouca escala, mas praticamente todos os seus componentes, que não tem comunicabilidade com outras aeronaves. Como são poucas peças de F-22 produzidas, devem ser caríssimas. O mesmo deve valer… Read more »

Observador

Errata: “idênticos” não; “simultâneos”.

Vader

Honestamente achei que fosse mais caro.

Pra mim, pelo que representa, tá barato.

Mulher, Ferrari e avião só se move com dinheiro. 🙂

Giordani RS

Se um Raptor faz o trabalho de três F-15, então tá barato.
Se três F-5 fazem o trabalho de um F-16, então o F-5 é caro de operar…