Declaração do Ministro da Defesa da Argentina foi dada durante as comemorações dos 99 anos da FAA

Passou praticamente despercebida por sites de defesa uma importante meta apresentada pelo Ministro da Defesa da Argentina, Arturo Puricelli, sobre programas de aquisição de equipamentos da Força Aérea Argentina (FAA). No último dia 10 de agosto, quando se realizou cerimônia comemorativa de 99 anos da FAA na “Escuela de Aviación Militar” (EAM), o Ministro declarou que, após a Fábrica Argentina de Aviones (FAdeA) ter voltado para as mãos do Estado que, para os próximos 4 anos, a FAdeA “tem como objetivo a fabricação de 40 aviões Pampa para satisfazer a necessidade de adestramento de nossos homens da Força Aérea.”

O Ministro afirmou também que “os feitos dos últimos anos nos demonstram o rumo para o qual nosso Governo aproou para a recuperação da defesa nacional. O orçamento de Defesa será aumentado em um décimo do Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos cinco anos. A defesa nacional deixará de ser uma questão arbitrária dos governos para passar a ser uma coisa planificada e estruturada a médio e longo prazos.”

Também foi destacada pelo ministro a decisão do Governo de fortalecer o controle do espaço aéreo por meio do operativo Escudo Norte. Trata-se da vigilância e controle do espaço aéreo, fluvial e terrestre de jurisdição argentina nas fronteiras noroeste e nordeste do país.

Na ocasião, o Comandante da Força Aérea Argentina, brigadeiro general Normando Costantino, mencionou a aquisição de dois helicópteros pesados MI-17, que serão destinados à base Marambio, assim como a finalização dos estudos para remotorização do avião Pucará IA-58, com a participação da FAdeA (veja matéria abaixo). Além disso, disse que, “ao comemorar-se o 99º aniversário da FAA, iniciam-se as celebrações do ‘Ano do Centenário da Aviação Militar Argentina’, que culminará em 10 de agosto de 2012, oportunidade em que se completarão os cem anos da criação da EAM”.

Após as declarações, houve desfile aéreo e terrestre, com sobrevoo de aviões A-4AR, Hércules C-130, Saab 340 B, Fokker F-28, Fokker F-27, Embraer EMB-312 Tucano, IA-63 Pampa, e Piper PA-28 Dakota. No início da cerimônia, já havia sido realizado um toque de silêncio, com a passagem de aeronaves A-4AR em memória aos mortos no Conflito do Atlântico Sul. Ao final, uma formação de quatro desses caças-bombardeiros realizou um voo rasante em frente ao palanque de autoridades e convidados especiais.

Sobre a Fábrica Argentina de Aviones (FAdeA) e a remotorização doIA-63 Pampa:

A FAdeA herda a tradição da Fábrica Militar de Aviones (FMA). Atualmente, a empresa é uma sociedade anônima de capital estatal, criada no final de 2009 por iniciativa do Governo Argentino, com a intenção de retomar o gerenciamento desse centro industrial que, anteriormente, havia sido cedido em concessão a uma empresa privada (no caso, a Lockheed Martin, norte-americana). Assim, mudou-se o nome para Fábrica Argentina de Aviones “Brigadier San Martín”.

A empresa desenha, fabrica, moderniza e mantêm aeronaves civis e militares, constrói peças aeronáuticas e presta diversos serviços de engenharia. Situada em Córdoba, a FAdeA aproveita mão-de-obra formada por universidades e institutos de formação técnica, em especial aeronáutica, da cidade, que tem uma longa tradição industrial. Essa tradição remonta a mais de oitenta anos de desenvolvimento aeronáutico, com a fabricação de mais de 1.500 aeronaves entre projetos próprios e sob  licença.

Nesse contexto, no dia 8 de junho deste ano, voou pela primeira vez um jato IA 63 Pampa remotorizado. A aeronave, vista na foto que encerra esta matéria, recebeu um motor tipo turbofan Honeywell TFE 731 40 2n, que deverá equipar os novos lotes desse jato de treinamento e ataque leve, oferecendo aproximadamente 20 % a mais de potência do que a versão TFE 731 2C, de 3.500libras (1.560 daN) de empuxo que equipa a aeronave atualmente.

Para ver especificações técnicas da versão atual do Pampa e saber mais sobre a aeronave, clique nos links a seguir.

FONTES e FOTOS: FAA (Fuerza Aérea Argentina) e FAdeA (Fábrica Militar de Aviones)

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asbueno

Poderia o Pampa, com modificações, ser uma aeronave a ser adquirida pela FAB, para substituição dos Xavante?

Em certo número da revista Força Aérea a aeronave foi experimentada pelo Salvatore Letta, que emitiu opinião sobre algumas mudanças.

Para responder a primeira questão é necessário responder sobre a viabilidade de eventuais modificações quanto a sua implementação tanto na parte técnica quanto na de custos. A variável tempo talvez seja a mais crítica. Precisamos de uma aeronave deste tipo para muito breve.

Abraços

Mauricio R.

A FAB não necessitaria de tantas unidades, a grosso modo o papel do Xavante agora é feito pelo ST.
De modo que, essa eventual necessidade, poderia ser suprida por aeronaves Hawk ou MB-339 usadas.

asbueno

Sim Mauricio, ou ainda os MB-346 ou Golden Eagle. A questão é o que se deseja.

Marcelo

A Finlândia possui aeronaves Hawk Mk.60 usadas que estão ofertando à Polônia, caso a Plõnia não os adquira, nós poderíamos.

Baschera

Eu até acho simpático este lift.

Acho, inclusive, que o Pampa II até daria um “caldo”…..

Sds.