O texto abaixo apareceu ontem no Poder Aéreo em um comentário feito pelo leitor “Grifo”, que afirmou tê-lo recebido por e-mail. Enviamos o mesmo ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), perguntando sobre sua autenticidade, e o Centro nos informou que o texto é um esclarecimento a um questionamento feito pelo jornal Folha de São Paulo.

Reproduzimos abaixo o texto em questão porque acreditamos que a leitura do mesmo pode ajudar na discussão dos leitores sobre os fatos descritos na matéria “FAB intercepta voo da Trip e obriga piloto a fazer manobra arriscada” (clique para acessar).

 

“Em 07/ago/11 a aeronave que realizava o voo TRIP 5524 foi interceptada por uma aeronave da Defesa Aérea por ter descumprido o aviso do NOTAM (notice to air man) G1596/2011.

O referido aviso, conforme prevêem as normas de tráfego aéreo, deveria ser do conhecimento compulsório dos tripulantes da aeronave. O fato é que a aeronave ingressou em área restrita sem solicitar autorização ao Centro de Controle de Área Amazonico (ACC-AZ), procedimento mandatório contido no NOTAM.

Esse NOTAM foi emitido por causa da operação Ágata do Ministério da Defesa, que se iniciou dia 05/08 e não tem data para terminar, acontece na região Amazônica, e tem por objetivo intensificar o combate ao tráfico de drogas, ao contrabando e descaminho de armas e munições, à extração de minerais e madeiras de forma ilegal, ao tráfico de animais silvestres e à biopirataria.

O plano de voo utilizado pela aeronave foi um plano repetitivo, o qual só é ativado se e quando, o piloto chamar o órgão de controle de tráfego aéreo responsável pela área, nesse caso o ACC-AZ. Assim, o voo em questão, não possuia um plano ativo porque o comandante não estabeleceu contato rádio com o ACC, como prevêem as regras de tráfego aéreo e determinado expressamente no NOTAM.

Por esse motivo, a aeronave foi classificada como “desconhecida”, obrigando uma aeronave de defesa do espaço aéreo brasileiro a tomar as medidas preventivas de policiamento do espaço aéreo.”

Colaboraram: Grifo e CECOMSAER

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Soyuz

Então sabemos o que causou a interceptação, o ATR entrou em espaço aéreo restrito, não é a primeira nem a ultima vez que isto acontece na aviação comercial.

Considerando;

Que um ATR pode ser identificado visualmente com relativa facilidade.
Que a TRIP é uma companhia aérea conhecida.
Que trata-se de um vôo comercial com dezenas de passageiros.
Que o transponder do ATR não sinalizada emergência nem sequestro.

O procedimento de interceptação era este mesmo? Houve erro de procedimento do avião da FAB?

Nautilus

Soyuz, certamente o piloto do A-29 seguiu todos os procedimentos no caso. Deve ter se aproximado, tirado fotos, feito o reconhecimento visual, tentado comunicação-rádio na frequência adequada, etc. Lembro que, no texto do tal Grifo, ele informava que o piloto do A-29 exibiu um cartão de papelão com a frequência impressa. Então, suponho que a resposta a sua pergunta seja sim, o A-29 seguiu os procedimentos de interceptação nestes casos…

Franco Ferreira

Este “post” tem o triplo valor de (1) confirmar que o episódio existiu, (2) que a FAB NÃO contesta a versão dos tripulantes (tal como divulgada) e (3) que “…a aeronave foi classificada como “desconhecida”, obrigando uma aeronave de defesa do espaço aéreo brasileiro a tomar as medidas preventivas de policiamento do espaço aéreo.”

Voltarei ao assunto com esta ótica.

Franco Ferreira

Grifo

que a FAB NÃO contesta a versão dos tripulantes (tal como divulgada)

Caro Franco Ferreira, acredito que no momento este incidente está sendo investigado, e que até agora o máximo que a FAB pode dar explicações seria sobre o motivo da interceptação.

Quando a investigação for concluída assim será possivel a FAB fornecer uma explicação completa sobre todos os fatos, que pode ou não contestar a versão da tripulação da Trip.

Vader

Ok. Errou o DOV, que não passou o NOTAM pro Cmt. Errou este, por não ler o NOTAM (obrigação sua). Errou de novo, por não chamar o ACC pra ativar seu flight plan. Mas insisto no ponto: por mais correto que estivessem os procedimentos, não cabia à FAB interceptar o ATR do jeito que foi feito. Não era um 152. Não era um J-3. Não era um Corisco. Era uma p. de um ATR!!! Um avião grande, com uma bandeira e um prefixo conhecido, homessa! Com passageiros civis a bordo, que não tem nada que ver com a m. do… Read more »

tplayer

FAB sendo a FAB.

Franco Ferreira

“Grifo disse:
18 de agosto de 2011 às 1:56
………………………..”

Prezado “Grifo”

Li, com atenção, sua mensagem identificada acima. A necessária resposta à sua observação está inserida no documento mencionado nos meus comentários de 13 de agosto de 2011 às 23:58 e de ontem às 23:01.

Terei a atenção de remetê-lo também vossencia tão logo esteja completo.

Franco Ferreira

Wilson

De uma hora para a outra a FAB virou vilã? Que estranho.