Antes tarde do que nunca: ‘walkaround’ noturno de F-5EM na AFA em… 2010!
Finalizada a série de matérias sobre o Domingo Aéreo 2011 da Academia da Força Aérea (AFA), este editor se lembrou de uma pendência do evento de 2010, uma matéria há muito planejada mas, por diversos motivos, esquecida: o’walkaround’ (ensaio fotográfico de detalhes ao redor de uma aeronave) noturno de um F-5EM da FAB.
Na ocasião, anoitecia e o evento já havia terminado, quando os editores do Poder Aéreo perceberam uma movimentação num dos hangaretes, ao redor de um F-5EM que já deveria ter decolado à tarde, mas ficara no solo devido a um pneu murcho (o da bequilha). Um pneu substituto tinha acabado de chegar à AFA, então tivemos a oportunidade de presenciar e fotografar todo o trabalho de troca (clique aqui para ver matéria da época sobre a troca do pneu. E clique aqui para ver vídeo do “warm up” posterior e decolagem noturna do caça).
Mas também aproveitamos para fotografar alguns detalhes interessantes da aeronave, nem sempre vistos na internet, e que vão dos lançadores de chaff / flare aos trilhos lançadores de mísseis. Passando o mouse sobre as fotos para ler as legendas, e clicando para ampliá-las, você poderá ver estes e outros detalhes.
Nas fotos dos trilhos lançadores de mísseis nas pontas das asas e nos pilones sob as mesmas, podem ser vistas as placas que indicam a procedência de cada peça, além do fato de dois deles terem a inscrição “Modified to Derby” (modificado para Derby).
Outro detalhe interessante e nem sempre percebido é um “recesso” que existe na parte frontal superior dos pilones instalados sob as asas do caça. Essa reentrância é coberta por uma peça retrátil que permite o livre acionamento dos dispositivos hipersustentadores do bordo de ataque das asas (comumente chamados de “slats” ou “flaps”, conforme sua atuação), quando estes se deslocam para baixo.
Vale a pena também reparar na criatividade para armazenar artigos como os protetores (de cor vermelha) de várias partes do caça quando em exposição. Fora de sua base, e em uma missão de apenas fazer demonstrações aéreas e estáticas, sem previsão de entrar em um combate real, são aproveitados os espaços do compartimento do canhão para armazenar diversos itens.
Eu posso estar errado, mas o F-5 não tem slats no bordo de ataque, mas sim flapes. A diferença é que os flaps apenas abaixam, os slats avançam e abaixam, aumentando artificialmente a área alar.
Veja que o movimento da peça no bordo de ataque do Mirage 2000 e do AMX é diferente do F-5. Nos outro dois modelos, ao se movimentar, o slat mostra uma área de asa com uma cor diferente, o que não ocorre no F-5 quando o flape é acionado.
Clésio,
Olhando aqui algumas fotos de F-5 em voo, e levando-se em conta a diferenciação que você faz entre flaps e slats do bordo de ataque (particularmente sempre diferenciei-os mais pela posição do que pelas suas diferenças de atuação, que consistem em deixar ou não uma fenda entre o dispositivo e o bordo de ataque) creio que tecnicamente você está certo. De qualquer forma, são todos mecanismos hipersustentadores, e a foto da matéria acima visa mostrar o mecanismo de recesso do pilone sob a asa que permite que o dispositivo seja acionado.
Bacana as fotos.
Porém vendo os detalhes de perto fico ainda mais desanimado com a velharia que compõe nossa linha de frente.
Nunão
Na foto da sonda revo, aparece o bocal (a entrada de ar) da turbina parcialmente. Nessa foto e em outra postada por vocês, na ocasião da Cruzex, aparece uns quadrados, acho que 6, adesivados parece. Chegou a observar esses detalhes? Fico curioso e entrigado o que significam.
Boas fotos dos detalhes, e só assim, percebe-se os novos “recheios”.
Belas fotos, parabéns Nunão!
Alguém sabe dizer o que são aquelas protuberâncias próximos ao nariz?
Nas tubeiras provavelmente é o RWR, mas e esses na frente??
[]’s
S. Cintra,
Pelo que entendi da sua descrição, você está falando da superfície da tomada de ar que age como “separador da camada limite”, a parte plana ligeiramente distanciada da lateral da fuselagem.
É isso?
Se for essa parte, creio que sejam perfurações (grelhas) para o ar sangrado do motor. No F-20, passaram a usar persianas. Se for isso mesmo que você está falando, repare na foto abaixo que não são apenas seis esses “quadrados”:
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2010/11/cruzexV-188.jpg
Nick, as da frente também são sensores do RWR. São quatro no total, duas nas tubeiras (esquerda e direita) e duas no nariz.
S. Cintra,
Ainda supondo que o que eu esteja descrevendo seja pertinente à sua dúvida, veja outras fotos de F-5 onde essa parte da entrada de ar aparece desmontada:
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2011/08/F-5E-FAB-4824-em-revisão-nível-parque-no-PAMA-SP-em-2004-foto-Nunão-Poder-Aéreo.jpg
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2011/08/F-5E-FAB-4824-em-revisão-nível-parque-no-PAMA-SP-em-2003-foto-Nunão-Poder-Aéreo.jpg
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads/2008/10/f-5-4849-desmont-pama-sp-out04.jpg
É uma vergonha o Brasil com aviões tão velhos!!!
Temos condições de comprar bons caças mas os políticos não dão a devida atenção à defesa…
A fotos ficaram perfeitas, mas é uma pena ter ainda em nosso inventário esses caças antigos e ainda pior ser venerado até hj.
Infelizmente acho que vamos continuar por um bom tempo ainda veneramdo o F5 até ele soltar as peças pelo ar.
Abs.
Nunão V. matou a pau a minha duvida, com as fotos do parque. Os meus “adesivos”, na lateral da entrada de ar, nas fotos do parque – bem esclarecedoras – demonstram a existência de uma parte destacada / retirada e uma pancada de fios pendurados, concluindo ser um painel – é a isso que me refiro, não as persianas. Em outro detalhe aparece os 5 pares (3 mais abaixo e 2 mais acima) de “adesivos”. Realmente chego a conclusão de ser sensores, mas do que? Na entrada da tomada de ar? Sabemos que é um ponto de reflexo de ondas… Read more »
Caros… O F-5M foi reformado, com recuperação estrutural e revisão de motores, além de ter sua aviônica atualizada. É, neste sentido, um aparelho “novo em folha”. Não há duvidas sobre a limitação do seu desempenho. Aliás, qualquer aparelho tem limitações, mesmo os mais recentes. Não se trata de venerar ou menosprezar o modelo. Trata-se de se conhecer o vetor que hoje é o nosso principal (pelo menos numericamete) caça. Ah, mas o Chile e a Vanezuela tem aparelhos melhores, mais modernos e mais capazes. Para quem pensa desta forma, vale lembrar que equipamentos constituem apenas metade da equação de defesa/ataque… Read more »
Nossa a ultima foto ta legal , pois numca tinha visto o interior da turbina de um F5M tem um formato legal.
Se com “velharia” vocês se referem à aparente sujeira que aparece em várias fotos, digo que ela é normal em aeronaves de combate. Já viram outros caças de perto? Vejam um F/A-18E Super Hornet num NAe da US Navy ou um Rafale de um esquadrão operacional e entenderão o que quero dizer. Um caça após sair de fábrica, seja moderno ou modernizado, parece novo. Basta alguns meses de operação para ficar imundo. Principalmente quando a pintura é de camuflagem (fosca), que por ser áspera, acumula mais resíduos. Vejam a lateral de um Super Tucano, como fica totalmente manchada pela fuligem… Read more »
Nas 6ª, 7ª e 8ª foto, da para perceber algo como um “parafuso” solto. Será?