Há seis anos, Brasil acertava a compra dos Mirage 2000
No dia 15 de julho de 2005, o presidente Luis Inácio Lula da Silva e o seu colega francês Jacques Chirac encontraram-se em Paris e assinaram um contrato para a transferência de 12 caças Dassault Mirage 2000 (dez “C” e dois “B”), provenientes dos estoques do Armée de l’Air (Força Aérea Francesa) para a Força Aérea Brasileira (FAB).
O contrato, no valor de 80 milhões de Euros, previa o treinamento das tripulações e o suporte técnico. As entregas foram feitas em três lotes distintos de quatro aeronaves cada, sendo os primeiros entregues em 2006, outros quatro em 2007 e os últimos em 2008.
NOTA DO EDITOR: quando surgiram as primeiras notícias sobre a substituição dos Mirage III pelos Mirage 2000 no GDA, muitos comemoraram a iniciativa. No entanto, com o passar do tempo a decisão, fruto de um acordo feito entre quatro paredes e sem grandes discussões sobre o impacto de tal medida, mostrou-se não ser a mais adequada no aspecto técnico nem no econômico.
SAIBA MAIS:
Isso só acontece qndo um Presidente da República, verdadeiro apedeuta neste e em outros assuntos, se mete a fazer o serviço de profissionais.
E não contente de faze-lo uma vez, tentou faze-lo uma 2ª vez, mas pelo visto desta vez, outras realidades mais concretas interfiriram e esvaziaram a tentativa.
Bobagens.
Imagine o então presidente escolhendo o FX-2,5 mais de acordo com suas preferências ideológicas !! …o Sukhoi !!… aliás o melhor 4++ !!
Bobagens ou baboseiras ?!
É isso aí Maurício. As decisões no Brasil são sempre tomadas por entendidos, inescrupulosos e politiqueiros sem noção da própria responsabilidade que assumem e que tem nas mãos. Pelas últimas notícias, não me surpreenderia se dentro de alguns dias, ou meses, tivermos a “surpresa” de que uma dúzia de Mirages 2000-9 que estão nos EAU for negociada para nós. É esperar para ver!
O Mirage 2000 é um bom caça. Se a Dassault/França não o tivesse encerrado atabalhoadamente para apostar todas suas fichas no fracassado Rafale, e tivesse continuado sua evolução até hoje, como fez/faz a LM/EUA com o F-16, seria vendido até hoje. Seria um sucesso até hoje, e o Brasil poderia sim investir em novas acft desse tipo. O problema são esses Mirage do GDA, recebidos como refugo pelo Brasil. Decisão igualmente atabalhoada, que só poderia sair do bestunto dos cretinos antiamericanos MAG e CA, materializada pelo incapaz do ex-presidente. Entubaram a FAB com uma velharia que ela já havia rejeitado… Read more »
Vader, bom dia. Os substitutos naturais para o Mirage III no GDA (“just in case “de o F-X1 não andar ou atrasar) seriam os F-5M. Em 2002 estava tudo certo para comprar F-5 suíços, que seriam modernizados junto com os do nosso inventário, pelo mesmo preço (menos que US$ 5 milhões cada, não os US$ ~10 milhões que pagaremos pela modernização de cada um dos jordanianos). A FAB, na troca de governo, em 2003, jogou no lixo essa opção. Quando o FX1 gorou (2003/2004) já não tínhamos nenhuma opção interna, pois os nossos F-5 (poucos) estavam na linha de modernização.… Read more »
Justin Case disse: 15 de julho de 2011 às 10:30 Justin, a concorrência suíça também foi pra geladeira, e os F-5 ao que me consta continuam por lá. Então não tem essa de “comprar F-5 suíço”. De mais a mais, até onde sei a decisão pela não aquisição dos “suíços” não foi da FAB, mas da presidência, que àquela altura ainda estava confiante a tocar o FX1. A FAB tinha certeza de que se finalizaria aquela concorrência. Assim temos que, quer encontrar culpados? Como diria o outro, “tem culpa todo mundo”… 😉 Mas sem dúvida nenhuma o maior culpado é… Read more »
A FAB não dependia da compra dos F-5 suíços para equipar o GDA com F-5M. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A FAB já tinha em 2002 caças F-5 em número suficiente para equipar o GDA, e depois ainda conseguiu comprar mais outros na Jordânia.
A compra dos Mirage 2000 foi mais um “entubamento” no tradicional estilo francês, como seria tentado mais tarde com o Rafale.
os F-5 ao que me consta continuam por lá.
Alguns continuam, mas o que foram oferecidos ao Brasil foram vendidos posteriormente para a US Navy.
Nao tenho problemas com decisoes estrategicas ou politicas, desde que devidamente explicadas e transparentes. Nao foi o caso do FX-1. Tambem nao foi o caso do FX-2. O FX-2 emperrou porque a FAB fez um rank, mas o MinDef quis o ultimo colocado com uma explicacao generica tipo “calem a boca” e o apoio de um relatorio feito por um general da Secretaria de Logistica do MinDef, um que diz que os americanos boicotam e, portanto, F-18 e Gripen fora. O NJ insultou/ironizou diversas vezes os dois primeiros colocados no relatorio da FAB, mas sempre foi somente elogios p/ o… Read more »
Grifo, Você equipa uma nova unidade não com o número de aeronaves que tem no inventário, mas com as aeronaves disponíveis. Não é difícil pesquisar e ver quantos F-5 estavam disponíveis para voo em 2005. Boa parte do nosso inventário estava sem condições de voo e outra boa parte na Embraer, em processo de modernização. Concordo todavia que, se o processo de modernização estivesse em dia e se conseguíssemos manter um mínimo de 70% de disponibilidade, teríamos aviões suficientes para o GDA até a chegada do FX (desde que chegue antes de 2030). Com a decisão de colocar F-5M no… Read more »
O M2000 é uma excelente máquina. Fosse ele adquirido no FX-1(no início, sem protelações e protelações) e hoje a FAB estaria em outro patamar. Como tampax ele é só um equipamento caro, desatualizao e subutilizado…nascido das trevas…da ignorância de uns… Se fosse para ter um tampax, que fosse o Kfir ou o Gripen, por leasing, mas como era apenas para ser um tampax para desfilar no 7 de setembro…pra sair bem na foto… Só quem ganhou com isso foi a Da$$ault e os “rastejantes”… Chega ser triste ler essa matéria. É desmotivador ouvir os “boechats” da vida regujitarem e propalarem… Read more »
Volta e meia retorna o assunto dos M-2000 na FAB. Repito aqui o que já escrevi em outras oportunidades nos últimos anos. Os franceses perderam uma ótima oportunidade de estreitar com os brasileiros de azul o relacionamento profissional, aquele que só acontece quando trabalham juntos, voam juntos e treinam juntos. O Armée de L’Air possuia e ainda possui vários Mirage 2000 C em estoque, bem como outros tantos mísseis Matra Super 530D e bancadas de testes, entre outros equipamentos que não seriam mais úteis para eles, pois sua defesa aérea de primeira linha estava sendo executada pelos M-2000-5 com mísseis… Read more »
Você equipa uma nova unidade não com o número de aeronaves que tem no inventário, mas com as aeronaves disponíveis.
Não é difícil pesquisar e ver quantos F-5 estavam disponíveis para voo em 2005.
Caro Justin Case, basta comparar o calendário previsto de entregas dos F-5M pela Embraer com o calendário de entregas dos M-2000 pela Dassault, que começaram em Set/2006.
A FAB poderia suprir os seus esquadrões de primeira linha com os F-5 (M ou não-M), sem necessidade de compra de tampão. A compra dos aviões suíços ajudaria e muito, mas não era condição necessária.
Dr. Barata,
Marcus Tullius Cícero, filósofo, orador, jurista e político da Roma antiga, escreveu (ou falou) certa vez:
“O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade.”
Após mais de 2.000 anos continua atual…
Sds,
Ivan, o Antigo.
Ivan disse:
15 de julho de 2011 às 11:54
“Penso que perderam uma oportunidade mágica e agora estam correndo atrás do preju.”
“To Late Marlene”… 🙂
Mas discordo de você Ivan. Acredito que a FAB jurou de morte os franceses lá atrás, quando dos perrengues com o Mirage III EBr (http://www.aereo.jor.br/2010/01/27/uma-opiniao-sobre-o-fx-2/).
Pela FAB (como instituição), JAMAIS voaríamos ou voaremos outro caça de nacionalidade francesa. E os perrengues com o F-2000 só fizeram reforçar tal ódio profundo.
Sds.
Ódio profundo e mais do que justificado.
Amigos, Nunca houve problemas sérios ou indisponibilidades com os Mirage. Eles sempre cumpriram sua missão, conforme as capacidades que tinham/têm. Os Mirage III não foram modernizados devido ao seu pequeno número na FAB. Seriam os únicos substituídos pelo FX-1. Esperava-se, e ainda se espera, que sejam substituídos pelos F-X. Não existe algo como: “a FAB, como instituição, jamais voará, ou tem ódio”. A FAB tem missão a cumprir, necessidades, aviões, recursos, etc. Ódio profundo, aversão, vontade é coisa do ser humano. E nunca vai haver unanimidade. Se alguém tem ódio profundo, isso é equivalente a um torcedor de futebol que… Read more »
Justin Case disse:
15 de julho de 2011 às 13:33
Olhe Justin, vc me desculpe, mas já vi pessoalmente mais de um oficial da FAB “declarar seu amor” pelos franceses, por conta do Mirage III EBr e, agora, do F-2000. E tem gente muito importante aqui mesmo no Aéreo que diz a mesma coisa…
Não estou me referindo ao Brig. Quírico não, eu VI isso em pessoa. De maneira que, até que me provem o contrário, fico com minhas próprias fontes de informação.
Saudações.
Justin Case disse:
15 de julho de 2011 às 13:33
De qualquer maneira quero dizer que respeito sua opinião e entendo que você está fazendo de boa-fé o seu papel.
Sds.
Vader e Justin,
Entendo suas posições.
Acredito que há dentro da FAB um sentimento negativo com relação aos caças de origem francesa, algo que passa de geração para geração, entendo esta como a progressão dos oficiais de uma turma para outra.
Por esta razão argumento que os franceses da Armée De L’Air e da Dassault perderam uma oportunidade mágica de estreitar os laços com a Força Aérea Brasileira quando esta recebeu o prato feito do Governo Federal.
Era a oportunidade de transformar um prato feito em uma boa refeição servida a francesa… mas não foi… desolé.
Sds,
Ivan.
A aquisição dos Mirage 2000 eu vi na época com grande entusiasmo, afinal seria nosso “debut” em tecnologias avançadas, tais como o FBW, estabilidade relaxada e um radar com capacidade “look down”, mas realmente quase tive um troço quando a versão escolhida não era compatível com o MICA.
Perdemos uma grande oportunidade de introduzir um míssil MRAAM radar ativo.
Ivan, “O Armée de L’Air possuia e ainda possui vários Mirage 2000 C em estoque, bem como outros tantos mísseis Matra Super 530D e bancadas de testes, entre outros equipamentos que não seriam mais úteis para eles, pois sua defesa aérea de primeira linha estava sendo executada pelos M-2000-5 com mísseis MICA.” Na verdade, não é (ou era) exatamente assim. O Mirage 2000 C até hoje é (ou, no máximo, até pouquíssimo tempo era), quantitativamente, o principal vetor de defesa aérea francês. Em 2005, mais ainda. A quantidade de Mirage 2000-5 era bem menor. Não tinha tanta sobra assim, e… Read more »
Grifo e Justin, Permitam que eu me meta um pouco no debate de vocês. Pelo que me lembro das declarações oficiais sobre modernizações e revitalização da aviação de caça da FAB, quando a desativação dos Mirage III era iminente e a modernização dos F-5 mal começava, era que a compra de caças F-5 suíços serviria para amenizar o problema da saída de vetores dos esquadrões para envio à Embraer. Os F-5 suíços (sem modernização, e no estado em que estavam, ou seja, em condições de uso) seriam repassados aos esquadrões diretamente, para cobrir o buraco deixado pelos que entravam em… Read more »
Vi que custaram US$80 milhões na época. E vieram com 10(!?!?!) S530 e 22(!?!?!) Magic 2. Já vieram com mais de 20 anos de uso… Apesar que vieram da França, foi um belo presente de grego… Serviu para enrolar a FAB por mais 10 anos.
[]’s
Se esta negociata do PT não tivesse sido a vencedora. Poderia ser a negociada do Kfir, realizada por alguns brigadeiros reformados em parceria com alguns da ativa.
Também poderia ser a negociata dos F-5 suiços envolvendo um oficial da ativa.
O GDA poderia tambèm ser equipado com Mirage-2000BR, como defendia o Sr Mauricio Botelho e seus deputados amestrados e jornalistas a um preço maior do que US$ 100mi por célula.
Não tem muito por onde fugir não, seja governo, seja industria, sejam oficiais brigadeiros são todos pertencentes a mesma sociedade, compratilham dos mesmos valores.
Soyuz, boa tarde.
Creio que o fato de pertencerem à mesma sociedade não quer dizer que todos compartilhem os mesmos valores.
Há os bons, os maus, os honestos, os espertos, os que “deixam a vida me levar”.
Há muita gente boa e ética em todos os ambientes. Felizmente, eles são maioria nas forças armadas. Infelizmente, muitos são “conformados” e não agem para melhorar as coisas.
Se você sabe de fatos que comprovam as negociatas que você citou, não se conforme. Denuncie. O Ministério Público está aí para isso mesmo.
Abraço,
Justin
Agora vai uma no cravo e outra na ferradura, hehehe: Justin: lamentavelmente sabemos que nosso MPF pouco ou nada pode fazer nesse nível em caráter antecipatório, além de ser tremendamente infiltrado por correntes ideológicas que tampouco deixariam um eventual procurador que assim o quisesse atuar. Contar com o MPF pra investigar esse tipo de coisa é absolutamente irreal, a menos que seja um negócio de todo escandaloso para a opinião pública (ex: a compra de um avião pelo dobro do preço de seus concorrentes). Soyuz: a gente só pode comentar sobre o que é, e não o que poderia ter… Read more »
Otimos pontos de vista e comentarios, mas a verdade é:
Pagamos U$ 100 milhoes sem consulta da FAB para comprar 12 avioes com apenas 5 anos de vida util restante e sem armamentos, caros de manter e operar, que chegaram um ano depois da desativacao do aviao que deveriam substituir e que provavelmente serao desativados alguns anos antes do aviao que ira substitui-lo.
Como podem perceber, nem como tampao serviu.
Pelo que me lembro das declarações oficiais sobre modernizações e revitalização da aviação de caça da FAB, quando a desativação dos Mirage III era iminente e a modernização dos F-5 mal começava, era que a compra de caças F-5 suíços serviria para amenizar o problema da saída de vetores dos esquadrões para envio à Embraer. Caro Nunão, se não me engano o plano seria enviar os F-5 suíços diretamente para a modernização na Embraer. Ela não amenizaria o problema imediato da saída de vetores para a modernização. Só se amenizasse no sentido em que a saída de alguns vetores antigos… Read more »
Não tem muito por onde fugir não, seja governo, seja industria, sejam oficiais brigadeiros são todos pertencentes a mesma sociedade, compratilham dos mesmos valores. Caro Soyuz, acho que vale lembrar que nenhum casos que você citou – Kfir, Mirage 2000 “BR”, e a “intermediação” proposta para os F-5 suíços -se concretizou. E todos foram abortados por oficiais da FAB que não compactuaram com a negociata. Por isso acho injusto generalizar. (E eu ainda acrescentaria o Rafale na lista.) Não vejo problemas aliás na conduta da Embraer ou do Maurício Botelho, esta é uma empresa privada que faz o que é… Read more »
Grifo,
Concordo 100% com seu comentário.
A modernização dos F-5 foi contratada para ser totalmente concluída em cinco anos. Se isso tivesse sido cumprido, todos os M teriam sido entregues até dezembro de 2006. Se o montante aplicado no tampão tivessem ido para o Projeto F-5, os F-5M poderiam estar operacionais, não digo no prazo previsto, mas oportunamente para substituir os F-103.
Mas, àquela época, pouca gente na FAB conhecia, apoiava ou confiava nos resultados da modernização. Havia outras prioridades para os poucos recursos.
Abraço,
Justin
Obs.: meu concordo é com o comentário do Grifo às 22:59.
Errata: se o montante…tivesse.
Justin
Caro Justin Case, seguramente não esperava que você concordasse com o meu comentário das 23:09. Ou pelo menos com uma determinada parte dele:)
Foi a única frase, Grifo.
O restante está perfeito.
Abraço,
Justin
Grifo e Justin, Sobre os F-5 suíços irem primeiro para a linha de voo dos esquadrões operadores de F-5, para cobrir buracos com a retirada de unidades para modernização, foi uma declaração de um brigadeiro por volta de 2001 (um dia desses procuro o nome, está numa revista guardada aqui em algum lugar…). Mas tanto faz, seria um bom negócio modernizando direto ou aguardando os lotes iniciais modernizarem. A prova é que as mesmas aeronaves estão firmes e fortes treinando pilotos americanos em combate dissimilar, lá na USN, como publicamos aqui há uns dias. Já os jordanianos… Mas também acredito… Read more »