Como será o MLU do Rafale
Gerente da DGA anuncia o que poderá mudar nos Rafales além de 2025
Com uma nova rodada de atualizações em fase de conclusão, os militares franceses e indústria de defesa daquele país estão começando a olhar para o futuro do Rafale.
Embora grande parte do foco esteja no upgrade de meia-vida (MLU) que ainda está a anos de distância, as atividades de desenvolvimento tecnológico teriam que começar significativamente mais cedo. Melhorias na seção reta radar (RCS) estão sob consideração, assim como uma cobertura radar mais ampla e a adoção de empuxo vetorado para os dois turbojatos M88. A configuração final do MLU não deverá surgir antes de 2025.
O planejamento de longo prazo é possível porque muitas das principais capacidades consideradas fundamentais para o usuário doméstico e potenciais clientes externos estão agora próximas do seu desenvolvimento total. Com o padrão F3-04T, que deverá ser entregue em 2013, a Dassault Aviation receberá o seu radar RBE2 AESA (varredura eletrônica ativa), desenvolvido pela Thales, um sistema de alerta de mísseis melhorado (o DDM-NG), e FSO (Forward-Sight Optronics) atualizado. A qualificação desses elementos deverá estar concluída em meados de 2012, com entrega prevista em 2013, diz Stephane Rebb, gerente de programa para aquisição agência francesa de defesa DGA.
Outra atividade que deverá ocorrer no curto prazo é o possível atualização do sistema de aquisição de alvos a laser Damocles, que introduziria a capacidade de vídeo para o sistema. Espera-se que o mesmo seja colocado em contrato ainda este ano.
O Damocles usa um sensor infravermelho, mas os militares franceses também identificaram a necessidade de um canal de TV, o que poderia ser particularmente útil em operações urbanas. A adição de tal equipamento forneceria uma imagem mais nítida na identificação dos alvos. Ambos os canais, IR e TV, poderiam ser enviados para unidades em solo via downlink através do sistema Rover.
Como resultado das mudanças, o pod vai exigir uma grande reformulação, destacou Rebb. Como a parte externa do pod vai mudar um pouco, alguns ensaios em voo serão necessários.
De acordo com os planos atuais, os protótipos desta tecnologia poderiam estar voando no próximo ano e o sistema poderia ser entregue por volta de 2016, dependendo do financiamento do programa.
A arquitetura existente do sistema deverá permitir que o Rafale receba as melhorias necessárias no curto prazo, sem que haja mudanças significativas no hardware ou o software até o MLU, diz Rebb. Ele observa que a melhoria do RCS e o empuxo vetorado são apenas ideias e nada mais. O roteiro exato “ainda tem de ser construído.”
Mas isso não quer dizer que mudanças no RCS não estão sendo consideradas como alterações de projeto. Para elevar o empuxo do motor M88 até a categoria de 9 toneladas – como damandam alguns potenciais clientes como os Emirados Árabes Unidos – as tomadas de ar do Rafale deveriam aumentar em cerca de 1,5 centímetro. Com isso o RCS do caça seria prejudicado e como forma de mitigar este impacto negativo alguns materiais deveriam ser substituídos quando as novas aeronaves entrarem na linha de produção.
No entanto, muitas das alterações ocorreriam nos sistemas. Por exemplo, antenas laterais seriam usadas para aumentar a cobertura radar. A Thales em notas oficiais, afirma que no longo prazo, a adição de tais equipamentos faz mais sentido do que a instalação de um radar AESA com antena móvel; este último recurso está sendo considerado para o Gripen NG da Saab e para o Eurofighter Typhoon para aumentar a campo de visão de seus futuros radares AESA.
Além disso, a suíte de guerra eletrônica Spectra do Rafale também será ampliada. Funcionários do governo e da indústria aeroespacial francesa estão dizendo que após a aposentadoria do Mirage 2000 com seus pods Astac, o Rafale assumirá mais este papel.
Outra melhoria que está em fase de estudo na área de guerra eletrônica envolve o incremento de técnicas de jamming. No entanto, o alerta contra mísseis DDM-NG, agora em desenvolvimento para o Rafale incluiria um subsistema de contra-medidas no espectro IR.
Pesquisas e estudos de desenvolvimento para equipar o caça com sistemas de comunicações via satélite e rádios baseados em software também estão sendo consideradas.Ideias mais distantes para o MLU do Rafale envolvem a integração do caça com aeronaves não tripuladas, incluindo a capacidade de controlá-los.
Enquanto isso, no próximo mês a marinha francesa espera inaugurar sua segunda unidade operacional de Rafale, o esquadrão 11F, que ficará ao lado do 12F em Landisvisiau, perto de Brest. A criação da segunda unidade será uma caminho natural na medida em que o número de Rafales monopostos começa a crescer na Aeronavale.
FONTE: Aviation Week
NOTA: a reportagem acima foi traduzida e adaptada pelo Poder Aéreo. Você poderá encontrar cópias da mesma em outros sites da internet sem os devidos créditos.
Interessante a opção por tres telas, já que eu esperava apenas duas grandes, igual a tendencia moderna nos Su 35( que tem um help da própria França na cabine !!)…
Caro Wagner,
Essa opção de 3 telas é antiga, talvez no MLU eles usem um MFD único como no F-35.
Sobre o MLU do Rafale, o mais difícil vai ser um o RCS mesmo. Vai exigir um bom retrofit. Deverão usar mais RAM, embutir todas aquelas antenas, utilizar casulos furtivos como no caso do F-18 E Silent. Mesmo assim, o resultado não será a mesma coisa que construir do zero um 5ª geração.
[]’s
Justin,
Para quando está previsto operar com os CFTs (Conformal Fuel Tanks).
O Rafale tem uma capacidade interna de combustível em torno de 5.750 litros (1,519 galões americanos), algo em torno de 4,5 (quatro e meia) toneladas, assim como o seu contemporâneo e vizinho Typhoon.
Um par de CFTs (Conformal Fuel Tanks) de 1.150 litros (303 galões americanos), poderiam acrescentar um total de 1.800 kg de combustível sem ocupar os pilones e com menor arrasto.
Pelo que encontrei na Fox3 já existe esta opção:
http://www.defense-aerospace.com/dae/sponsors/sponsor_rafale/img/fox3_2.pdf
Na Líbia, por exemplo, este recurso seria útil.
Sds,
Ivan.
Olá, Ivan. Não creio que as forças francesas queiram usar os CFT. Há muito que estão prontos para o Rafale, muitos lotes de aeronaves já foram adquiridos posteriormente e nem sinal de CFT. Eu concordo com eles. As únicas vezes que vimos aeronaves serem adquiridas com CFT foi quando essas foram operar em arenas para as quais não foram originalmente concebidas. F-15 e F-16 em missões de ataque que requeiram longo raio de ação, por exemplo, em área de risco para efetuar REVO. Outra justificativa importante para o CFT seria a liberação de mais estações para o transporte de armamento.… Read more »
Justin, Concordo quando vc escreve: “Não creio que as forças francesas queiram usar os CFT.” Mas, pedindo desculpas pelo atrevimento, discordo do amigo e das forças francesas em não dispor de ao menos umas 2 (duas) dúzias de conjuntos CFTs operacionais. O Rafale, como o Typhoon foi criado para o teatro europeu, de curto alcance e temperatura amena. Mas, como o mundo mudou e continuará mudando, é obrigado a lutar em outras regiões, como o alto e desértico Afeganistão e a quente Líbia. Apenas nestes dois exemplos reais, as missões são necessariamente de longa duração, mesmo que com poucas armas,… Read more »
Ivan,
Sempre tive curiosidade de ver uma avaliação sobre a influência de um probe de reabastecimento no RCS frontal da aeronave. Você tem algum link para indicar?
Quanto ao uso dos CFT e os recursos disponíveis, concordo. Se há dinheiro, seria bom tê-los.
Com relação aos efeitos aerodinâmicos do CFT, a imprensa publica que o desempenho inferior em manobra com os CFT foi o principal problema do F16I no MMRCA.
Abraço,
Justin
Justin,
Possivelmente o uso dos CFTs devem degradar a capacidade de manobras, apesar de afetar menos que os tanques externos pendurados sob a aeronave. Claro que estes últimos podem ser ejetados, mas com custo material maior.
Se nas missões de superioridade aérea seu uso poderia comprometer, nas missões de interdição, em particular nos Rafale D, seu uso seria de grande valor.
Mas é apenas a visão de um entusiasta.
Sds,
Ivan.
Interessante saber que o novo motor (que ainda será desenvolvido) irá requerer a alteração nas entradas de ar e a substituição de materiais.
Resta saber quem vai pagar isso e quanto tempo vai demorar para ficar pronto. Parece não ser a tôa o boato que os EAU vão comprar mais F-16…
Grifo disse: Interessante saber que o novo motor (que ainda será desenvolvido) irá requerer a alteração nas entradas de ar e a substituição de materiais. Todas as vezes que foi comentado a eventual mudança da motorização do Rafale (e não foram duas ou três vezes aqui no blog), pouco ou nada foi dito sobre modificações nas tomadas de ar. Infelizmente as discussões não caminharam para este rumo que, em minha opinião, seriam discussões mais proveitosas. É natural que ambos (motor e entrada de ar) sejam pensados em conjunto. Outras aeronaves tiveram as tomadas de ar modificadas em função da mudança… Read more »
Rafale, “o interminável”…
20 ano de desenvolvimento… indo pra 30… e agora que está PERTO de se tornar o que um F-16 Block 60 era nos anos 2000, eles descobrem que não é o bastante e falam em mudar “apenas” desde o tamanho das tomadas de ar…. 🙂
Será que o “Rafale 2030” perderá sua bela “birruga” no “nazo”? 🙂
Bem, boa sorte para a Dassault. Ela vai precisar. Quanto à França, chego mesmo à conclusão que errar é humano, persistir no erro é francês…
Quanto a eventuais compradores externos, chego a ter pena. 😉
Vader disse:
11 de julho de 2011 às 9:00
mais um ” sábio” comentário de um cidadão norte-americano…
Ou a FAB tem F 16 e F 22 e eu não fiquei sabendo…
Wagner disse:
11 de julho de 2011 às 9:51
Adoraria saber o que no meu comentário por acaso tem a ver com EUA ou com a FAB.
Quanto a ser norte-americano, não tenho tanta sorte assim. 😉
Guilherme Poggio disse: 11 de julho de 2011 às 10:13 Poggio, bom dia. Sobre a relação da entrada de ar com a potência do motor, a lógica “justiniana” diz que: 1. Um motor mais potente consome mais ar; 2. Em baixas velocidades, o ar é sugado pelo motor. 3. Em altas velocidades, o ar já entra comprimido (há arrasto para o avião). 4. A relação da área de entrada de ar com a potência do motor deve ser otimizada para uma situação específica de cruzeiro (altitude, velocidade, temperatura, arrasto). 5. Se for simplesmente trocado o motor, sem ser alterada a… Read more »
Caro Justin,
Agradeço o comentário.
No texto, o senhor Rebb não parece muito preocupado com o aumento do arrasto de uma tomada de ar maior, mas sim com o aumento do RCS da aeronave.