A Embraer, terceira maior empresa aeronáutica do mundo, continua em busca por manter este posicionamento no ranking global. Uma parte dessa estratégia passa pelas suas operações na China, que atravessam um momento de turbulência com a negociação com o sócio na joint venture que a companhia controla, a Embraer Harbin Aircraft Industry Company, a produção -e consequente salvamento de sua operação chinesa- do E-jet 190, cuja capacidade é de 108 passageiros.

Por se tratar de um setor considerado estratégico pelo governo comunista de Pequim, a participação estatal na sociedade é de 49%. Os demais 51% são detidos pela companhia brasileira. Atualmente, o único modelo que a empresa fabrica por lá é o ERJ-145, de 50 lugares. A Embraer tem como rival local o ARJ-21 da chinesa Avic Commercial Aircraft Company (Acac, na sigla em inglês) cuja capacidade é de 70 a 80 lugares.

A demanda da Embraer -de produzir o 190- é decorrente da perspectiva de entrega da última encomenda do ERJ-145 naquele país, fato que deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2011. A empresa não crê em novas vendas da aeronave, pois, para a companhia, aquele mercado está maduro e não tem mais espaço para jatos de 50 lugares.

A capacidade de produção na China é de 15 aeronaves por ano e nunca foi alcançada nos 10 anos em que se encontra no país asiático. De acordo com dados apresentados pela empresa, a ocupação média da fábrica nesse período foi de até 7 unidades entregues por ano.

Apesar de pleitear essa autorização, em 2007 a China assinou um acordo com a maior concorrente da Embraer, a canadense Bombardier, para desenvolver uma versão estendida do modelo que concorre com o ERJ-145, que foi renomeado de ARJ21-900 e cuja capacidade varia de 90 a 149 lugares, o que o coloca frente a frente ao E-190 e até mesmo a modelos mais populares da Boeing, como o 737, e da Airbus, como o A319/A320. A expectativa é de que esse novo jato entre em operação em 2011, quando a Embraer deverá decidir entre manter-se na China ou encerrar essa operação.

Oficialmente a companhia aeronáutica brasileira não comenta o assunto, pois está em fase final de negociação com o governo chinês para definir o futuro da joint venture naquele país. A expectativa é de que essa decisão seja tomada ainda este ano, pois, se a saída for o fechamento da fábrica, essa medida não pode ser implementada em 3 meses. A plataforma do modelo ERJ-145 é a mesma do modelo da família Legacy, da divisão de aviação executiva da Embraer, mas a companhia brasileira possui apenas a autorização para fabricar o modelo utilizado na aviação comercial. Luís Carlos Affonso, vice-presidente de Aviação Executiva disse, durante a feira Labace, em São Paulo, que a empresa não tem planos de levar essa divisão para a China.

Apesar de não comentarem as negociações, na opinião de Tang Wei essas conversas entre o governo chinês e a Embraer devem envolver a transferência de tecnologia da companhia brasileira para a China, pois este país, embora tenha diversas empresas que produzem aviões, ainda não possui um com a capacidade do E-190, que é adequado para a demanda regional chinesa. Na opinião de Wei, nem mesmo o acidente ocorrido em 24 de agosto trouxe ruído à negociação porque o próprio governo divulgou que o erro foi do piloto, que não estava habilitado a comandar aquele modelo de aeronave.

Durante a crise internacional a Embraer perdeu cerca de 50% de seus pedidos do modelo ERJ-145 na China, e desde então a demanda não se recuperou. A empresa não divulga qual é a participação dos negócios da unidade chinesa no total da companhia. Segundo os dados do segundo trimestre deste ano, foram colocadas no mercado mundial apenas três unidades do ERJ-145, cerca de 6% das entregas da divisão de aviação comercial

FONTE/FOTO: DCI/Embraer

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Gustavo S.

Sei lá… desde o começo, não me parecia que uma parceria dessas tinha como dar certo. Agora, taí…

claudio/Itajaí SC

Os chinas deveem estar copiando todos os projetos da Embraer

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Giordani RS

Bela parceria essa…só falta o boneco sinforoso brindar com a participação no KC-390…

GBeck

Também achei roubada desde o início. Mas….

Esdras

Volta embraer, sai desse território e busque mercado com gente séria.
Eles agora tem uma cópia descarada do DC-9 que eles chamam de ARJ21-900 e quanto mais a embraer insistir nisso o preço cobrado no futuro será maior.
Não vale apena correr este risco diante do mercado chines que eu sei que é grande, mas é também instavel e não respeita leis de patente.
Isso ainda vai se alastrar com cópias de Boeing e Airbus e aí o bicho vai pegar com força.

Tiago

E concordo com Esdras.

Os chinese nao sao serios. Copiam tudo.

M1

off topic Worm Stuxnet e seu ataque à planta nuclear iraniana A agência oficial de notícias do Irã disse que um worm sofisticado, supostamente destinado a interromper sinais das redes de energia e outras instalações industriais, infectaram os computadores da primeira planta de energia nuclear do país, mas não causou nenhum dano grave. O malware Stuxnet, visto como um dos precursores de uma futura guerra via Internet, apareceu em julho e já era conhecido no Irã. Entretanto, sua alta concentração no local, juntamente com um atraso para sua ação na planta Bushehr, permitiu a pesquisadores de segurança criarem a hipótese… Read more »

Giordani RS

Esdras disse: 28 de setembro de 2010 às 11:20 Volta embraer, sai desse território e busque mercado com gente séria. Eles agora tem uma cópia descarada do DC-9 que eles chamam de ARJ21-900 e quanto mais a embraer insistir nisso o preço cobrado no futuro será maior. Não vale apena correr este risco diante do mercado chines que eu sei que é grande, mas é também instavel e não respeita leis de patente. Isso ainda vai se alastrar com cópias de Boeing e Airbus e aí o bicho vai pegar com força. Queria ver agora a cara do executivo-engravatado-que-nunca-andou-de-ônibus-na-vida que… Read more »

Esdras

Pô mas o que tem haver Irã com a noticia da embraer na china?

M1

por isso eu disse: “off topic”

M1

Eu postei essa noticia, pois eu me lembrei que o exercito contratou o serviço da Panda.

Colt

Inicialmente, a matéria apresenta um erro quanto ao ARJ21-900, dizendo que “…de ARJ21-900 e cuja capacidade varia de 90 a 149 lugares…” Fiz uma pesquisa aqui e parece que e capacidade máxima é 105 lugares. A referência aos 149 lugares ocorre quanto ao acordo de longo prazo para a produção de aeronaves; o modelo 900, na verdade possui até 105 assentos. Essa questão da Embraer na China tem alguns pontos que merecem ser destacados: 1 (+) Espera-se que o mercado interno chinês, em virtude da população e industrialização, torne-se um mercado consumidor muito maior ainda do que é hoje, sendo… Read more »

Colt

M1 disse:
28 de setembro de 2010 às 12:25

M1, bem lembrado,
Pensei o mesmo que vc, quase postei essa notícia e links no fórum ontem. rs
Achei muito interessante. À propósito, fiz um coment no Forte :
http://www.forte.jor.br/2010/09/27/livro-seguranca-internacional-perspectivas-brasileiras/#comment-28337

Abço

Galileu

ótimo espera mais um pouco pra eles terminarem o xerox isso se já não fizeram……
Má gerência dá nisso, só lamento!

Leandro

Desde o início a EMBRAER sabia do risco, o problema é que ela não contava com uma diminuição da demanda das encomendas. Talvez a intenção fosse saturar o mercado chinês para aeronaves do tipo ERJ-145, não dando espaço para Bombardier, Dassault e outras… Creio também que ela não contava com essa associação entre a Avic e a Bombardier. Resta agora saber, assim como citado pelo Colt, se ela cai fora do mercado chinês como fez a Google ou se corre o risco de “dividir” a tecnologia do EMBRAER-190 e num médio prazo dar de cara com uma aeronave “xerox” a… Read more »

Billy

Porque não?? ” Só a necessária”… e com aquele chip maroto “liga/desliga”…

M1

Caro Editor,

Esse tipo de comentário mostra que a guerra cibernética é real e que as nossas forças armadas devem estar preparadas para esse tipo de ataque que é tão eficaz quando uma bomba.

Desculpa-me se eu fugi do assunto desse tópico, se quiser apagar meus comentários, por mim tudo bem.

Colt

M1, No meu ponto de vista, não há nada errado em fazer um comentário sobre o assunto aqui, mesmo porque, a notícia é atual e totalmente pertinente ao tema do blog. Por outro lado, acredito que você, na verdade, fez uma contribuição ao Blog, assim, penso que a abordagem do “editor” poderia ter sido mais receptiva, mesmo porque, o seu “um comentário destes” refere-se ao tema de defesa. Sua observação foi totalmente pertinente, pois justamente, CHAMA A ATENÇÃO para a questão da guerra cibernética e, a menos que as forças aéreas do mundo tenham abolido o uso de computadores, acredito… Read more »

M1

Colt,

Obrigado, foi essa idéia mesmo, chamar atenção para guerra cibernética.


M1 E COLT:
A ABORDAGEM DO EDITOR FOI PURA E SIMPLESMENTE UMA PERGUNTA.

E COMO O TEMA TEM IMPORTÂNCIA (MAS NÃO PARA ESSA MATÉRIA), O COMENTÁRIO NÃO FOI APAGADO.

NADA CONTRA O ASSUNTO EM SI, PELO CONTRÁRIO. MAS HÁ OUTRAS MATÉRIAS NESTE MESMO BLOG, E MAIS AINDA NOS OUTROS DOIS DA TRILOGIA, PARA SE COLOCAR UM COMENTÁRIO COM O TEMA DA GUERRA CIBERNÉTICA.

ESSA É SOBRE A EMBRAER E A CHINA. EM OUTRAS MATÉRIAS, O MESMO COMENTÁRIO PODERIA GERAR DISCUSSÕES MAIS DENTRO DO TÓPICO E INTERESSANTES.

APENAS ISSO.

Fabio ASC

Para quem acha que o BRIC é a salvação da lavoura, taí, abram os olhos e não coloquem muitos ovos nesta cesta não.

Rodrigo

O lado positivo pelomenos, é que aos poucos o empresariado e o governo brasileiros vão acordando para quem são os chineses e seus verdadeiros interesses. Graças a Deus já limitaram a compra de terras por estrangeiros, agora irão começar (espero) a proteger a tecnologia nacional.