Congresso: retomada do programa VLS e investimentos para o Inpe estão em pauta

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Audiência define o futuro do programa espacial brasileiro

Arthur Costa

O Programa Espacial Brasileiro é tema de uma audiência pública na tarde de hoje na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática se reúne com entidades do ramo e sindicalistas para discutir a continuidade do programa e possíveis melhorias, entre elas, o investimento no VLS (Veículo Lançador de Satélites), capitaneado pelo CTA (Centro Tecnológico Aeronáutico), de São José dos Campos.

Outro tópico na pauta do encontro é o investimento no nos órgãos de pesquisa da região.

“Nesses oito anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tivemos um aumento de investimento no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Mas acredito que no caso do lançador de satélite, acabou ficando uma lacuna mesmo”, afirma o deputado federal Carlinhos Almeida (PT-SP), autor da proposta da reunião.

Apresentação. Ele espera debater questões pertinentes como uma forma de atualizar os deputados com as ações feitas no setor recentemente. “Nosso objetivo é colocar frente à frente deputados e representantes de entidades ligadas ao programa como o Inpe, o CTA e a base de Alcantara para apresentar o que tem sido feito”, destacou Almeida.

Mudança. Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba, Fernando Morais Santos, a expectativa para o evento é que mudanças sejam efetivamente feitas.

“O Programa Espacial Brasileiro tem que virar uma política do Estado, não de governo. Só dinheiro não salva. Desta maneira, o investimento vem, é usado, mas em dois ou três anos a situação acaba se perdendo”, afirmou Santos.

Para ele, o programa passa por um momento delicado, que exige mudanças mais bruscas. “É como um paciente que está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não adianta ficar dando chazinho. Você precisa de uma transfusão, uma cirurgia. Há dois anos dissemos que a situação estava crítica. Imagine agora”, destaca o sindicalista.

Debatedores. Foram convidados para a audiência o diretor do Inpe, Gilberto Câmara; o presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antonio Raupp; o diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, tenente-brigadeiro-do-ar Ailton Pohlmann; o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba, Fernando Morais Santos; e o representante do Conselho de Administração de Itaipu, Roberto Amaral.

Debate aborda os profissionais

Outro tema a ser abordado na audiência pública para debater o Programa Espacial Brasileiro é a renovação dos profissionais da área. Para o deputado federal Carlinhos Almeida, é necessário transferir informação o quanto antes para os futuros pesquisadores.

“Hoje temos profissionais tanto no Inpe como no CTA muito pertos da aposentadoria. Por meio de novos concursos, precisamos fazer com que esse conhecimento passe para novos profissionais para que ele não seja perdido. Não podemos fazer uma simples substituição, mas sim uma transferência”, afirmou.

Ontem pela manhã, no evento do anúncio da ampliação da Ericsson, o prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB), foi outro a falar sobre a entrada no mercado de trabalho de novos profissionais no setor da pesquisa e tecnologia. “Essa demanda que temos em São José tem que ser suprida pelos nossos estudantes que se formam nas faculdades e escolas técnicas. Isso é bom para a região e para São José”.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Debate

Deputados e órgãos do setor aeroespacial discutem situação e melhorias do Programa Espacial Brasileiro em audiência pública a ser realizada hoje às 14h30 na Câmara

Pontos

Entre os tópicos do encontro em Brasília estão o investimento no VLS (Veículo Lançador de Satélites), o orçamento a ser destinado a novos programas de pesquisa no Inpe e uma apresentação do atual cenário do setor no Brasil

Transferência

Outra preocupação que deve ser discutida na audiência é a transferência de conhecimento dos profissionais próximos da aposentadoria para novos funcionários que serão contratados por concurso público

FONTE: Jornal O Vale-SP, via sinopse diária

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asbueno

É ‘simples” como foi escrito no texto: a política deve ser de Estado e não de governo.Precisamos de algo como planos decenais possíveis de serem cumpridos e fontes seguras de financiamento destes. Queremos lançar foguetes e fazer orbitar cargas úteis? Então devemos investir $$$ em pesquisa e desenvolvimento e financiar adequadamente a indústria. No pay no gain! E completo: on the other hand just PAIN! E isto vale para todos os programas militares e não militares. Precisamos de menos política de partidos e seus partidários (todos os partidos), menos pessoas interessadas em deixar seus bolsos mais robustos. Ao longo dos… Read more »

asbueno

Pois é Vader. Esta é exatamente a questão! Não há projeto espacial ou qualquer outro. Há, sim, projetos pessoais. E chega! Está perto do almoço e não quero mais azia.

PS: serve para tudo no país, desde as prefeituras até o GF!