Rafale é o melhor em ‘dogfight’, dizem pilotos franceses na Aero India
Se há algo que os Rafales franceses podem fazer melhor, é o combate aproximado (dogfight). Pequeno e ameaçador, o Rafale pode mergulhar para dentro e para fora rapidamente em curtas distâncias, atingindo a aeronave inimiga também com rapidez.
Cinco pilotos franceses voaram o Rafale por todo o caminho da França a Bangalore – mais de 5.000 milhas. “Voamos com três reabastecimentos em voo. Foi um lindo voo com dois caças seguindo o avião tanque à frente. Fizemos uma escala nos Emirados Árabes Unidos antes de chegar à Índia. No total, nós cobrimos a distância em 9 horas numa média de 55o quilômetros por hora”, disse ao jornal The Times of India o piloto de Rafale Plu Vinage.
Vinage também disse que o Rafale francês tem um posto de pilotagem e equipamentos eletrônicos soberbos, e que “ele pode atingir Mach 1,8, 9G e um ângulo de 30 graus. É um grande avião para voar. Maneabilidade e manobrabilidade adoráveis.”
E como o Rafale se sai com os F-16, F-18 e Su-30? “O Rafale é leve e é fantástico quando chega a hora de combater em distâncias curtas. Os F-16, F-18 e Su-30 são aeronaves mais pesadas para voar. O Su-30 é realmente pesado e requer muita potência e combustível. Mas parece ser um avião poderoso.”
Vinage afirma que a força do Rafale está no ‘dogfight’: “Podemos atingir rapidamente quando os aviões estão próximos. O emprego das armas é letal. Náo há muitos aviões que podem fazer combate aproximado tão bem quanto o Rafale”.
O colega de Vinage, De L’Air, diz que nenhum deles teme o voo. “Somos bem trenados e os aviões são bons. Se temos essas duas coisas, onde está o medo? Estamos nisso há anos e, com o tempo, você passa a compreender o avião. Você sabe o que fazer, assim como o que não fazer.”
Vinage disse que um de seus melhores momentos em voo foi durante os exercícios Indo-franceses: “Nós fomos com o Rafale e a Força Aérea Indiana veio com o Su-30. Foi quando demos uma boa olhada no avião. A primeira coisa que me veio à mente foi potência – o Su-30 é baseado em potência e em ser potente. Mas para o combate aproximado, eu iria com o Rafale.”
O Rafale é mais avançado que o Mirage 2000, que também é francês. “O Rafale é um caça de quarta geração. Tem fly-by-wire (comandos eletrônicos) e dois motores. Se um falha, ele pode voar com o outro. É uma garantia. O Mirage tem sido um monomotor. Essa é a diferença crucial entre as duas aeronaves de linha de frente francesas.”
Na manhã de sexta-feira, o Rafale decolou com forte potência, curvando para a direita e invertendo antes de apontar verticalmente e ganhar altitude, deixando uma trilha de fumaça. Com a sonda de reabastecimento dando a ele um visual de masculinidade, o Rafale “é um francês dando um soco forte quando está perto” (Nota: outra opção de tradução para “a French offering packing punch in the close-ups” seria algo enaltecendo sua masculinidade “penetrante”, quando visto próximo).
FONTE: The Times of India – tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo
FOTOS: Armée de l´air (Força Aérea Francesa)
COLABOROU: Justin Case
Deixa ver se eu entendi: Os pilotos FRAN-CE-SES (não os dos EUA, Suécia, Alemanha, Bolívia, Burkina Faso, Haiti, Pindamonhangaba, Tirerê do Norte…) acham que o Rafale é o melhor em dogfight. É isso mesmo ? “PEQUENO e ameaçador, o Rafale pode mergulhar para dentro e para fora rapidamente em curtas distâncias, atingindo a aeronave inimiga também com rapidez”. “O Rafale é LEVE e é fantástico quando chega a hora de combater em distâncias curtas. Os F-16, F-18 e Su-30 são aeronaves mais pesadas para voar”. Entendi. Se o critério é ser PEQUENO E LEVE, então meus amigos, o GRIPEN NG… Read more »
ZE, boa tarde.
É normal que os pilotos se apoiem e elogiem os pontos fortes de suas aeronaves.
Mas, tão cedo, não existirão pilotos de Gripen NG para prestar esse tipo de depoimento.
Abraços,
Justin
Trazendo a experiência de lutas pessoais (MMA, boxe, kickboxing, etc) para o combate aéreo, o lutador com maior envergadura tem 9 chances em 10 de levar vantagem.
O de braço/perna curtinho logicamente tem 1 chance em 10 de se dar bem.
De vez em quando aparece um gênio, tipo Mike Tyson, que consegue entrar na guarda do grandão e descer o sarrafo.
Mas é raro!
Perfeita análise joseboscojr!
A “sonda” da um toque de “masculinidade”. Uhmmmm! Menas! Menas!!!! Rsrssrssss Sem querer ser preconceituoso e irônico, mesmo porque acho o Rafale um excelente caça (só não indico ele pra FAB), mas o Rafale só se daria muito bem num clássico dogfight, onde fica combinado que só vale atirar se for com o canhão. rsrsssss Num combate aproximado (dentro do alcance visual) ele teria suas chances reduzidas frente a outros vetores equipados com “capacete”. Não quer dizer que ele não consiga vencer, mas a superioridade que ele tem por conta de manobrabilidade superior se dilui, já que ele só pode… Read more »
Dog-Fight é algo tão 1944.
Sério, nos dias de hoje tudo é na base da arena BVR.
Os “equivocados” mísseis multirole franceses acabaram se mostrando à frente do seu tempo e fizeram escola. Dentro de algumas décadas não existirão mais mísseis ar-ar de longo alcance (pelo menos não para combate entre caças) ficando os mesmos limitados a 50/60 km, como os atuais MICA, tendo em vista a tendência de se reduzir a “assinatura” de um caça. Já o MICA-IR fez escola na forma do AIM-9X Block II. Apesar de ainda não se saber como o mesmo será (há suspeitas que poderá vir mais pesado/maior calibre), com certeza ele terá alcance quase BVR (NBVR), na faixa de 40… Read more »
Gostei dá materia totalmente tendensiosa mas uma boa leitura ,mas fala a verdade são pilotos franceses voando caças franceses nunca diriam uma critica sequer do rafale ….ninguem quer levar um puxão de orelhas né …
sds
São poucos os aviadores que vêem defeitos ou admitem as deficiências dos modelos que voam.
Isto é normal e quem voa tem que confiar na máquina totalmente.
Que bom que os franceses tem esta visão!
Será que eles estão certos e o mundo todo errado sobre o Rafale ? 😉
Não duvido que o Rafale seja bom em dogfight, mas deve estar em par com o Typhoon e o Gripen. E à frente de dos F-15, F-16 e F-18 americanos. Com relação aos russos talvez estejam à frente também, apesar dos MIGs e SUKHOIs serem praticamente caças acrobáticos. Mas…. O dogfight hoje se restringiria ao ultimo recurso: canhões. O engajamento teria de ter passado da fase BVR, WVR com misseis de 5ªgeração+HMD, para finalmente estarem no dogfight com canhões. Qual seria a chance disso acontecer?? 5%? 1%?? Ser bom no dogfight é importante, mas não tanto quanto era na época… Read more »
Amigos, Falando em dogfight e uso de mísseis, vale lembrar que a filosofia utilizada nos lançadores franceses (com três ganchos no míssil) permite que seus mísseis sejam lançados com grande ângulo de ataque e/ou alto G. Isto quer dizer lançamentos efetivos com 8 ou 9 G. Nessa situação o missil sairá do lançador paralelo à trajetória de voo (o segundo e terceiro ganchos são liberados ao mesmo tempo, eu creio) Os lançadores dos mísseis AIM e seus clones usam apenas dois ganchos. Isso quer dizer que o míssil está livre em arfagem logo após o primeiro gancho abandonar o trilho.… Read more »
Justin Case disse:
12 de fevereiro de 2011 às 14:17
Vai sim e vai doer mais ainda no ouvido.
Eles vão dizer que o Demo é imbatível e o NG é melhor ainda…
Ou vão pular a fase do Demo e já afirmar que o NG é sensacional.
Um bom caça para as necessidades francesas. E só. A prova é ser o “campeão de vendas” que é… Como disse o Bosco, um campeão de exercícios com canhão. Mas tem que “combinar com os russos” antes… Eu honestamente não entendo como é que, em pleno séc XXI, tanta gente boa consegue acreditar na supremacia da sua suposta ultra-manobrabilidade contra mísseis que fazem curvas a mach 3 ou 4 em 30 ou 40 Gs. Pra mim, com todo o respeito, é ser muito burro… Agora, essa da sonda dar “ar de masculinidade” hummmmm… isso aí camufla… 🙂 Vamos falar sério… Read more »
Justin Case disse: 12 de fevereiro de 2011 às 16:27 Pra que manobrar o avião se você pode apontar o míssil com o capacete e disparar em qualquer ângulo ? Os franceses ainda não saíram da década de 80 😉 Se os franceses quisessem realmente um avião muito eficiente em dogfight teriam o feito pelo menos com motores com sobre potência. Já percebeu que somente os franceses não exigiram um Rafale com motores mais potentes ? Seriam os franceses grandes especialistas em dogfight e o resto do mundo tomado por imbecis ? Levando-se em conta que eles não vêem combate… Read more »
Seria interessante perguntar aos pilotos franceses porque eles iriam de Rafale em um dogfight ao invés de um caça com HMD.
Vídeo interessante sobre o AIM-9X:
http://www.youtube.com/watch?v=i-CeuO1R4WE&feature=related
Justin Case disse:
12 de fevereiro de 2011 às 16:27
Prezado Justin, acho que entendi o que vc quis dizer, mas em minha modesta opinião isso só faria algum diferença em distâncias em que normalmente não se usaria mísseis: quando se tiver que pegar à unha o inimigo. Digamos aí, 5% dos combates.
Sds.
Claro que haverá situações de combate assimétrico (canhão x míssil, canhão x nada, míssil x nada) e inclusive oportunidade de se usar um ou outro armamento, mas pra efeito de comparação, há de se reduzir as variáveis de um combate aéreo e levar em consideração a capacidade plena dos protagonistas. Em relação ao lançamento de mísseis de curto alcance creio que a maior manobrabilidade do Rafale (??) combinado com as características avançadas do MICA (supermanobrabilidade, amplo campo de visão, etc) no mínimo são igualadas por um caça menos manobrável mas dotado de HMD e um míssil igualmente capaz. Se o… Read more »
Amigos,
Sobre caças com ou sem HMD a discussão é interessante, embora seja irrelevante para o F-X2.
Todos os três candidatos terão o HMD, por requisito da FAB:
– O Super Hornet já o tem integrado.
– O Rafale o terá integrado, como uma das atividades já previstas para a versão brasileira.
– O Gripen NG o terá integrado, com a tarefa incluída no desenvolvimento da própria aeronave.
Abraços,
Justin
“…tendo em vista a tendência de se reduzir a “assinatura” de um caça.” A razão de ser dos radares AESA é justamente esta, enquadrar alvos de assinatura reduzida e proporcionar seu abate a longas distâncias. Querer faze-lo a distâncias médias, é abusar da sorte em um combate de natureza absolutamente fluída. A vantagem tática muda de lado e c/ um míssil menos capaz pode-se ficar sem espaço/tempo p/ se adaptar. “Já o MICA-IR fez escola na forma…” Se não se sabe ao certo como o AIM-9X Block II será, como se pode dizer que o MICA IR fez escola em… Read more »
Maurício R, “A razão de ser dos radares AESA é justamente esta, enquadrar alvos de assinatura reduzida e proporcionar seu abate a longas distâncias.” Na verdade o AESA, a princípio, aumentou a distância de detecção de caças convencionais. Como vantagem extra ele se mostrou com melhor desempenho também em relação às de reduzido RCS, se comparado com os de varredura mecânica. Em se generalizando a tendência de se reduzir a assinatura de caças, que é o que parece está ocorrendo, mesmo o AESA terá dificuldades em lidar com aeronaves furtivas nível VLO e VLO 2, bastando mísseis de alcance reduzido… Read more »
Esqueci do radar Irbis do Su-35 que alia varredura eletrônica com oscilação mecânica, possibilitando uma varredura de 270°.
“…mesmo o AESA terá dificuldades em lidar com aeronaves furtivas nível VLO e VLO 2, bastando mísseis de alcance reduzido para engajar.” Em um teste feito nos EUA o Catbird, a aeronave usada p/ desenvolver a aviônica do F-35, não somente plotou o F-22, como tb foi capaz de jamea-lo. Acho que tem uma matéria sobre isso, no blog do Vader. “O AIM-9X Block II terá performance semelhante e contará com data-link.” O alcance do novo Sidewinder, não tem a ver c/ o MICA, é somente o uso do motor do -9M c/ a aerodinâmica mais eficiente do novo míssil.… Read more »
Caro Justin Case, o Gripen já tem HMD integrado desde 2006.
Pessoalmente não entendo como um piloto possa preferir para dogfight um caça submotorizado e sem HMD como o Rafale. A única explicação que vejo é que, como militares, os pilotos da AdlA tem que obedecer ordens e falar o que os superiores determinam.
Grifo disse:
13 de fevereiro de 2011 às 6:35
Aviador é assim mesmo.
Tem uma fé praticamente cega na nave que voa. Digamos que isto seja necessário e psicológicamente aceitável devido aos riscos que o cidadão corre voando em uma máquina que ele teoricamente não confia.
Não precisa muito, só conversar com piloto de F5 😉
Por que “dogfight”? Nao eh uma expressao machista?
E se forem duas mulheres pilotando os fighter jets, seria o que? “catfight”? 🙂
[]s!
P.S.:Se alguma ejetar, pode cair nojardim de casa que a gente cuida bem rsrsrs “chuvendo mulherada” ! 8)
Maurício, Um AESA consegui fazê-lo, mas em distância mais curta (provavelmente quase ou no alcance visual). Quando me refiro ao AIM-9X me refiro nova versão (Block II) que ainda não está em operação. Ao contrário da versão inicial (com 20 km de alcance, motor do “M” e sem data-link) está terá alcance de 40/50 km e deverá contar com um novo motor e com data-link a ser usado contra alvos distantes. Alguns, em blogs americanos, acreditam que possa ser o mesmo motor do míssil sup-ar de defesa de ponto RAM Block II, em desenvolvimento, o que implicaria num aumento de… Read more »
consegui = consegue
Pessoal,
Não gastem botina chutando cachorro morto.
O Rafale já era, ainda mais em um quadro de contingência de gastos, como vivido pelo GF hoje.
Temos é que ficar na torcida para o FX-2 não ser cancelado, isto sim. Mesmo que não se gaste nada agora ou ano que vem, o custo político de anunciar a compra é muito grande em meio ao “apertar de cintos” geral.
Concordo com os amigos. Bosco, não esqueça que o MICA é mais caro e tem assinatura visual maior que qualquer outro míssil atual. Quanto ao data link, é relativo, a tendência real é usar multissensores nas armas.
Além disso, o piloto que disser a verdade sobre o caça que usa com certeza passa a polir a pintura o invés de pilotar rsrs
Pessoal,
Meu comentário foi no sentido de dizer que o que era considerado inútil, hoje está sendo imitado.
O MICA IR era criticado por ter um alcance grande e um data-link desnecessário.
O novo AIM-9X BLOCK II está sendo desenvolvido para ter alcance semelhante e é dotado de um data-link.
Só isso!