Brasil quer melhores condições para caças da Boeing, diz fonte

6

A presidente Dilma Rousseff disse a autoridades dos Estados Unidos que considera o F-18 da Boeing como a melhor opção de caça para a Força Aérea Brasileira, mas que ainda está tentando obter melhores condições com relação à transferência de tecnologia.

Dilma citou o tema da compra dos caças durante uma reunião na segunda-feira, em Brasília, com o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, afirmaram à Reuters fontes familiarizadas com a conversa.

Os demais concorrentes no processo de compra dos caças são o Rafale, da francesa Dassault, e o Gripen NG produzido pela sueca Saab.

As declarações de Dilma, junto a sua decisão prévia de adiar a licitação em vez de decidir imediatamente pelos Rafale, como propunha o Ministério da Defesa, sugerem que ela está se inclinando pela proposta da Boeing, num negócio que pode moldar as alianças militares do Brasil pelas próximas décadas.

Mas Dilma disse a Geithner que continua preocupada com as questões de transferência da propriedade tecnológica, algo que o Brasil pleiteia que seja incluído no acordo, para poder desenvolver sua própria indústria militar.

A presidente, segundo essas fontes, afirmou estar buscando condições melhores por parte da Boeing, além de garantias de que o governo dos EUA permitirá que tecnologias militares estratégicas mudem de mãos.

O Palácio do Planalto não quis comentar as informações.

A porta-voz da Boeing, Marcia Costley, afirmou que as garantias de transferência tecnológica são uma questão a ser decidida pelos dois governos.

Ela acrescentou que, como parte do eventual negócio, a empresa norte-americana estaria disposta a fornecer ao Brasil também tecnologia e outros tipos de assistência em áreas como transportes, satélites e sistemas bélicos.

“A Boeing tem capacidade e recursos para cumprir suas promessas … a respeito da transferência de tecnologia, e tem um histórico para provar isso”, disse Costley por e-mail.

TEMA PARA OBAMA

O contrato, que deve chegar a pelo menos 4 bilhões de dólares, sem incluir os lucrativos acordos de manutenção e possíveis aquisições adicionais, já sofreu vários adiamentos durante as últimas décadas, conforme o governo brasileiro tentava equilibrar as necessidades da FAB e fatores diplomáticos, de custo e outros.

Desde que a Reuters antecipou, em 17 de janeiro, que Dilma deveria adiar a licitação, os três finalistas têm se empenhado para melhorar suas ofertas. Fontes de uma empresa disseram que a última proposta havia sido apresentada há mais de um ano e que, por isso, seria preciso recalcular os termos.

Enquanto isso, o governo dos EUA quer oferecer as garantias adicionais que Dilma busca. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que já ofereceu uma garantia por escrito de que o eventual acordo com a Boeing será respeitado pelo governo dos EUA. Mas Dilma pediu que haja também algum tipo de resolução nesse sentido por parte do Congresso norte-americano.

Na visita que fará em março ao Brasil, o presidente Barack Obama pode oferecer novas condições.

A Dassault continua tentando fechar o negócio. Na semana passada, o diretor de exportações da empresa francesa, Eric Trappier, disse a jornalistas que estaria disposto a transferir para o Brasil toda a tecnologia disponível.

Mas há uma limitação para as empresas: em vez de reiniciar a licitação do zero, Dilma busca modificações nas atuais propostas, e pretende tomar a decisão ainda neste ano, segundo um assessor.

FONTE: Reuters (Por Brian Winter. Reportagem adicional de Cyril Altmeyerhenzien, em Paris)

Destaques em negrito – Poder Aéreo

Subscribe
Notify of
guest

6 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
ZE

ELA não é ELE ! Ao contrário do REI POSTO, a NOVA RAINHA sabe muito bem o que faz. A cereja em cima do bolo, foi a última proposta do VOSSO PARCEIRO ESTRATÉGICO, a FRANÇA. Leiam o Acordo de Parceria Estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa. E vejam o que o Sarkô propôs ! Existem alguns fazendões do mundo, e o Brasil é um deles. A Rússia é um fazendão de COMMODITIES ENERGÉTICAS. Nomeadamente: petróleo e gás (sem o gás deles, metade da europa para e congela). O Brasil é um fazendão de COMMODITIES AGRÍCOLAS… Read more »

Mauricio R.

Avião por avião, enquanto se considera Boyd devidamente embasado na boa engenharia aeronáutica, a Jaca é melhor que o SH.
A Jaca tem mais asa e portanto corta a curva do SH, qndo quiser.
Para mim tanto o SH qnto o NG viz-a-viz o Rafale, são aceitáveis, pessoalmente prefiro o Typhoon.
O nosso problema é o entorno oferecido, aliás a diferença de tamanho e substância entre o entorno francês e o americano.
Enquanto os franceses prometem um entorno, cheio de coisas que inclusive ainda nem tem.
O entorno americano tem absolutamente de tudo, de diversas qualidades e as pencas!!!

ZE

Aliás, creio que se a Dilma for realmente esperta, ela só irá anunciar o vencedor em 2012, ou pelo menos, no final de 2011.

Com cortes de 50 bilhões de reais (valores francamente maiores do que o previsto pelo mercado. Previa-se entre 30 e 60 bilhões, mas apostava-se em algo nunca superior a 40 bilhões), o melhor que ela tem a fazer é dar uma pequena empurrada com a barriga.

[ ]s

Renato Oliveira

Maurício, só se se tratar de dogfights com canhões. Com mísseis a história é outra, duvido a Jaca manobrar mais que um AIM-9X, A-Darter ou Python 4/5.

Zé, falou bonito, embora isso infelizmente complique muito a vida da FAB.

Justin Case

Amigos, Dois comentários: 1. Quanto aos cortes orçamentários: Pelo que entendi, o mecanismo é exatamente o mesmo que tem sido utilizado e fartamente noticiado TODOS OS ANOS neste período: Contingenciamento. Ou seja, uma suspensão do direito de gastar até que seja confirmado o equilíbrio entre receita e despesa. Como todo ano, há aumento de receitas e alguns ministérios que não conseguem executar sua dotação, resultando em remanejamentos. É quase impossível ocorrer a execução total, pelo executivo, do orçamento autorizado no ano. A única diferença notável é que, este ano, a promessa de “tesoura” é bem mais elevada. Acho que buscam… Read more »

ZE

Caro Justin, a regulação passa….passa…. Você acertou: pelo tabelamento ! Não deixar o mercado livre para os preços subirem (certamente o “AMIGO” francês não terá nada contra a queda dos mesmos) é uma forma de se chamar algo usando uma palavra mais bonitinha. Isso vai custar o nosso desenvolvimento, o nosso emprego, a arrecadação do Governo Federal… O “AMIGO” francês está parecendo o índio Morales e o padre Lugo ! Quando perdem, perdem eles. Quando ganham, ganhamos nós. É por essa e por outras que o tal do Acordo Estratégico já foi para o vinagre há séculos (Irã, Clotilde Reiss,… Read more »