Modernização de 11 aviões da FAB está avaliada em US$ 158 milhões

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A Embraer Defesa e Segurança assinou em dezembro com a Força Aérea Brasileira (FAB) um novo contrato de modernização de caças F-5, desta vez envolvendo um lote de 11 aeronaves. O negócio está avaliado em cerca de US$ 158 milhões e cada aeronave, comprada do governo da Jordânia, custou em torno de US$ 5 milhões.

Iniciado em 2003, o programa de modernização do primeiro lote de F-5 contemplou 46 aeronaves. Destas, segundo o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, restam apenas duas para serem entregues. A Embraer é contratada principal da FAB no projeto e a empresa israelense Elbit, através da sua controlada Aeroeletrônica, de Porto Alegre, foi subcontratada para transferir a tecnologia de software embarcado para o Brasil. A modernização das 46 aeronaves do primeiro lote custou US$ 285 milhões.

O contrato de modernização envolve entrega de novos sistemas aviônicos (eletrônica de bordo), assentos ejetáveis, novo simulador de voo, estações de solo, equipamentos de apoio ao solo e atualização de publicações técnicas.

O F-5 é um caça tático de defesa aérea e ataque ao solo, empregado em mais de 20 forças aéreas no mundo. A aeronave foi produzida originalmente pela norte-americana Northropp, que vendeu mais de 1,35 mil unidades do modelo e ganhou reconhecimento por sua atuação em conflitos no Vietnã.

Por conta de um acordo de compensação tecnológica (offset) acertado com a FAB, a empresa Aeroeletrônica teve de desenvolver vários sistemas do F-5 no Brasil. Segundo a Aeronáutica, a empresa já cumpriu mais de 85% do offset e a tecnologia também está sendo aplicada na modernização de 54 aviões Bandeirante da FAB, projeto avaliado em US$ 35 milhões.

Outro programa de modernização de aeronaves da FAB, em andamento na Embraer, inclui uma frota de 36 caças AMX. O valor do contrato, segundo Aguiar, é da ordem de US$ 600 milhões e também envolve as empresas Elbit/Aeroeletrônica.

FONTE: Valor Econômico (reportagem complementar à da matéria abaixo), via Notimp – Os destaques em negrito são do Poder Aéreo

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Mauricio R.

Quase 800 milhões USD p/ reformar algumas relíquias da guerra fria e uma aeronave que sequer completada foi???
Que roubo!!!
Melhor seria adquirir alguns Hornets ou Gripens de 2ª mão e negociar sua reforma no Brasil.
São aeronaves em serviço ativo, de concepção mto mais moderna e que agregariam mais capacidade e conhecimento a FAB e a indústria.

koslowa

Veja como são as coisas. Primeiro lote: 6,19 milhões por célula Segundo lote: 14,36 milhões por célula Puxa o preço pra cima Inflação no periodo. Alguma possivel rebarba cambial. Puxa o preço pra baixo Uma extensão de contrato gera ganho de escala. No ínicio do programa existem custos de protótipos, customização, ferramentas entre outros que já estão pagos em lotes extras. Não deixa de ser curioso como o F-5 tem ficado cada dia mais caro no Brasil. Sendo mais precisa 132% mais cara por célula do que no primeiro lote. Se somarmos o custo de modernização 14,36 mi mais o… Read more »

Justin Case

Amigos, O programa de modernização original F-5BR é que foi contratado por preço inferior ao praticado no mercado (aproximadamente US$ 5 milhões por aeronave). Tanto a modernização dos F-5 chilenos como dos A-4 argentinos custaram o dobro (cerca de US$ 10 milhões por aeronave). O Brasil tinha a possibilidade de aumentar o número de aeronaves a serem modernizadas, pelo mesmo preço, até determinado evento no projeto. Essa opção já caducou, por problemas no nosso processo decisório. Sobre o preço atual, é difícil criticar sem saber o que está coberto pelo contrato. No contrato anterior, por exemplo, todo o processo de… Read more »

koslowa

Justin

“O programa de modernização original F-5BR é que foi contratado por preço inferior ao praticado no mercado (aproximadamente US$ 5 milhões por aeronave). Tanto a modernização dos F-5 chilenos como dos A-4 argentinos custaram o dobro (cerca de US$ 10 milhões por aeronave).”

Ninguem assina contrato para ter prejuizo. O programa original de modernização saiu a um preço razoavel porque houve concorrência entre 3 proponentes.

Grifo

Caro Nunão, acho que a conta da Koslowa está certa. A modernização foi na verdade definida em dois contratos: os 107 milhões de dólares do contrato firmado com a Embraer International correspondem ao contrato dos componentes e serviços internacionais, aos quais devem ser somados 91 mlhões de reais do contrato com a Embraer S/A para os serviços feitos no Brasil. Isto no total corresponde aos US$ 158 milhões da modernização, e não incluiriam os custos das células. Também não sei ao que se deve o aumento dos custos em comparação com a modernização inicial, fora o câmbio e a inflação… Read more »

Alexandre Galante

Baseados nos cálculos da Koslowa, o que vocês acham? Seria melhor a FAB ter comprado F-16 de segunda mão, ao invés de ter modernizado os F-5E/F?

Justin Case

koslowa disse: 17 de janeiro de 2011 às 14:08 “Ninguem assina contrato para ter prejuizo. O programa original de modernização saiu a um preço razoavel porque houve concorrência entre 3 proponentes.” Koslowa, boa tarde. Concordo plenamente. Algumas empresas, no entanto, tomam uma atitude estratégica e reduzem sua margem de lucro (para vencer a concorrência bem citada) ao mínimo suportável, visando “fincar o pé” no mercado. Se os custos forem maiores do que os previstos, podem sim ir parar no vermelho. Vemos agora que o investimento estratégico israelense deu certo. Já podem assinar seus contratos com a taxa de lucro padrão… Read more »

koslowa

Ola Nunão. Eu escrevi pro Valor Economico perguntando sobre a interpretação deste valor, se tiver resposta envio. Vamos recalcular então com novos valores. Primeiro lote: 6,19 milhões por célula Segundo lote: 9,36 milhões por célula Custo do segundo lote em relação ao primeiro: 52% a mais Custo por célula de F-5BR do segundo lote em relação ao F-16 MLU chinelo na compra de 2006 36% mais caro Custo por célula de F-5BR do segundo lote em relação ao F-16 MLU chinelo na segunda compra 7% mais barato Mudam os valores mas continua o raciocionio, o programa F-5BR além de passar… Read more »

Tadeu Mendes

E muito triste ver a FAB comprando cacas usados de paises pobres do terceiro mundo. A que ponto chegamos…

Nao e culpa da FAB, e os unicos que vao sair ganhando sao os jordanianos (que nos venderam sucatas) e a Embraer, Elbit e nao sei mais quem. Bom negocio para eles e pessimo para a FAB.

Era preferivel ter comprado os F-16 da Holanda, que apesar de usados, sao mais novos e superiores aos F-5 (vintage airplanes)

sds.

koslowa

Justin Case,

A interpretação minha é diferente da sua.

A Embraer e a Elbit primeiro ganham o contrato dentro de um espirito de concorrência, tem lucro X e depois em futuros contratos, usando a imagem de produto nacional, livre de concorrência portando, aumentam seus preços ao nivel que querem tendo lucros 2X.

A Helibras faz assim, a Embraer faz assim a Elbit faz assim.

Tanto a AEL quanto a Helibras para mim não são empresas nacionais e sim meros montadores finais de tecnologia externa que usam a sua presença em solo nacional para pedir privilégios.

Grifo

O custo de aquisição dos F-16 usados seriam apenas uma parte do custo total. Teriam que ainda ser considerados os custos de implantação na FAB (manuais, simuladores, treinamento, integração de armamentos), que já foram pagos para o F-5M, e os custos de operação que supostamente seriam maiores. Ainda precisaria ser considerado que o investimento na modernização dos F-5 vai diretamente ou indiretamente (via offset) para a indústria nacional, o que não seria o caso na compra dos F-16. Também deve entrar na conta que os aviões estão marcados para serem substituídos pelo F-X2 (eu ainda acredito!), que são quaisquer dos… Read more »

koslowa

Alexandre, sobre este tema que propos eu penso o seguinte. A introdução do F-16 MLU hoje seria um desastre porque abriria mais uma linha logistica além de F-5, M-2000, AMX. Porem a grande oportunidade de mudança aconteceu a alguns anos atrás quando na desativação do Mirage-2000. Poderiamos ter redistribuido os F-5 enquanto novos F-5 usados não fossem comprados, com isto a FAB estaria voando um caça mais barato e com padronização até o F-X2 Se naquela ocasição tivessemos introduzido o 12 F-16 MLU estariamos melhor servidos de caças no GDA. Também naquela situação poderiamos ter introduzido 12 Gripen suecos do… Read more »

koslowa

Erro de digitação

“Porem a grande oportunidade de mudança aconteceu a alguns anos atrás quando na desativação do Mirage-2000.”

Desativação do Mirage-III

Rodrigo

O tampão é o F5M, já foi decidido. Os suecos, tiveram a chance de se mostrarem parceiros de verdade, mas para eles só interessa empurrar o projeto trolha do NG e olhem que o pessoal da FAB foi lá na Suécia negociar com muito amor no coração. Independente do valor se está correto ou não, é uma reclamação geral que aqui nunca se dá continuidade de encomendas e serviços a indústria nacional. A parceria com a AEL/ Elbis tem sido muito positiva. Infelizmente aqui não tem o devido aporte financeiro para manter várias parcerias ao mesmo tempo. Entre lidar com… Read more »