Israel embarga venda de radar AESA para a Índia

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O Ministério da Defesa de Israel bloqueou a venda potencial de exportação do radar AESA EL/M-2052 da Israel Aerospace Industries para uma série de países, com a sua ação tendo um impacto imediato no mercado indiano.

As restrições foram impostas depois da pressão da administração dos EUA, que expôs as suas preocupações a Israel várias vezes nos últimos dois anos. A posição de Washington é orientada por uma hipótese de que a exportação do radar avançado da IAI prejudicaria a venda de sistemas feitos nos EUA no cenário internacional, dizem as fontes.

Numa etapa, a Saab tinha considerado oferecer o EL/M-2052 como parte de sua proposta do Gripen NG para o MMRCA da Força Aérea Indiana, mas optou por ES05 Selex Galileo Raven AESA.

A IAI também tinha visto o caça leve indiano Tejas  como um potencial candidato para seu radar AESA. O design modular pesa 130-180kg  e consome 4-10kVA, dependendo da configuração do projeto, e foi construído com potencial de crescimento, diz a empresa.

Desenvolvido pela filial da IAI Elta Systems, o EL/M-2052 usa uma matriz de estado sólido de transmissão/recepção com módulos projetados para formar dinamicamente o padrão de radiação, através de uma antena de lóbulos laterais ultra-baixos. Ele pode realizar operações simultâneas multi-modo, detectando ameaças aéreas, apoiando navegação e  realizando mapeamento, através da produção de imagens radar de alta resolução, com abertura sintética.

O sensor pode detectar e rastrear até 64 alvos aéreos de longo alcance, e permite que um piloto se envolva simultaneamente contra diversos alvos usando mísseis ar-ar, diz a IAI diz. O sensor também pode fornecer detecção de alvos de longo alcance, classificação e acompanhamento na função anti-navio.

FONTE: Flightglobal

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joseboscojr

Isto é apenas uma decisão inicial e que eu saiba não de caráter irrevogável. O primeiro capítulo de uma novela geralmente não tem nada a ver com o último. Deve existir uma recomendação do governo americano neste sentido, e esta é seguida à risca numa primeira instância. Esta proibição pra mim não passa de uma negociação normal entre governos e achar que ela é definitiva, permanente, irrefutável é no mínimo ingenuidade. Nota de rodapé até que se prove o contrário. Os lados interessados, todos (indiano, suecos, israelense e americano) ainda vão fazer passar muita água por debaixo da ponte em… Read more »

Mauricio R.

É simples, qndo vc não detém a tecnologia, forçosamente terá que ter ou pedir a anuência de quem tem.
O restante é geopolítica.

Ivan

Perguntas que ninguém faz:

* Como Israel conseguiu criar um radar tão moderno e capaz?

* Toda a tecnologia usada no EL/M-2052 é estritamente israelense?

* Porque Israel “embarga” seu radar para a Índia, mas os EUA oferecem o AESA APG-79 no M-MRCA, que contém tecnologias tão atuais (ou mais) que o primeiro?

O que me impressiona é Israel com uma população pequena ter uma indústria eletrônica tão forte e diversificada.
Desconfio que recebe uma ajudinha técnico-científica de algum aliado mais poderoso… 🙂

Sds,
Ivan.

Grifo

Essa notícia está muito estranha, porque essas supostas pressões americanas não fazem sentido.

A competição pelo radar o Tejas era entre a IAI e a EADS européia. Nenhuma empresa americana concorreu. Com a IAI fora, o contrato deverá ir para a EADS.

Sobre esta concorrência: http://www.indianexpress.com/news/israel-eu-in-contention-to-codevelop-radars-for-tejas/646059/1

Grifo

* Como Israel conseguiu criar um radar tão moderno e capaz? Caro Ivan, a IAI ELTA tem um longo (e muito bem sucedido) histórico no desenvolvimento de radares. Não me surpreende nem um pouco eles dominarem tecnologia AESA. * Toda a tecnologia usada no EL/M-2052 é estritamente israelense? Tirando possivelmente o equipamento russo, todo o resto provavelmente terá alguma coisa americana. * Porque Israel “embarga” seu radar para a Índia, mas os EUA oferecem o AESA APG-79 no M-MRCA, que contém tecnologias tão atuais (ou mais) que o primeiro? Talvez porque este contrato do Tejas seja de co-desenvolvimento do radar,… Read more »

Ivan

Grifo, O que tento colocar é que a indústria eletrônica israelense aprendeu muito com os norte americanos, tanto de forma oficial como não oficial. Mesmo com todos os doutores que existem em Israel, e há muitos, eles não teriam alcançado resultados tão expressivos sem partir de uma base anterior consistente. Esta base está nas indústrias e universidades americanas. Por que será que há tantos hindus e árabes nas universidades americanas, não apenas em graduação, mas também em mestrados e doutorados? Mas voltando ao tema da matéria, provavelmente a Israel Aerospace Industries usa tecnologia norte americana que não está autorizada a… Read more »

Grifo

Caro Ivan, para ficar claro, não estou questionando a possibilidade de veto americano. Estou questionando o motivo apresentado para isso pela matéria.

Ivan

Na próxima matéria aqui no aéreo fala da missão comercial do Secretário de Comércio dos EUA para a Índia.

“Mais de 70 empresas se inscreveram para participar da missão, de maneira a promover a exportação norte-americana de produtos de alta tecnologia, assim como de serviços em setores-chave da economia: comércio nuclear civil, defesa e segurança, aviação civil e tecnologia de informação e de comunicações.”

Fica meio confuso este cenário.

Tem embargo ou tem venda direta de tecnologia, como anunciado na outra matéria.

Sds,
Ivan.

koslowa

Imaginem que vocês são Israelenses, entusiastas em aviação e estão se questionando como o Brasil consegue ter o terceiro maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta. Alguns de vocês invocam dados sobre o péssimo sistema educacional brasileiro e seus respectivos fiascos em rankings internacionais. Outros lembram de que o Brasil forma pouquissimos engenheiros em proporção a outros países, entre outras comparações. A explicação para a industria aeronáutica brasileira é que ela tem um trabalho continuo de 50 anos de aprimoramento até chegarmos a este estágio. A FAB focou a contrução aeronáutica por décadas. A industria de eletrônica para defesa de… Read more »

Ivan

Elizabeth,

Entendo e concordo com sua argumentação.

Entretanto ainda acredito que muito do que a indústria eletrônica de Israel produz trás forte influência (ou um pouco mais) dos norte americanos.

Possivelmente esta influência hoje já tenha duas mãos, considerando que as FFAA americanas já usam soluções israelenses.

Afinal, como vc sugere, a relação entre os dois é bastante íntima.

Sds,
Ivan, do Recife.

Mauricio R.

“O episódio do Lavi para a China não deve ter sido esquecido…”

O que não foi esquecido, foi o episódio do Harpy, este sim mto mais sensível p/ os americanos que o antigo caça israelense.

Ivan

Maurício,

Vc pode nos ‘falar’ sobre o que houve com o Harpy?

Confesso que este episódio não acompanhei.

Sds,
Ivan.

Mauricio R.

Ivan,

O IAI Harpy é um UAV antí-radiação (ARM) desenvolvido pelos israelenses, em 1996 foram fornecidos á China PRC, posteriormente em 2004 os exemplares chineses deveriam ser reformados e atualizados.
Foi aí que os americanos pressionaram Israel a renegar o contrato e simplesmente devolve-los, alegando que havia tecnologia americana envolvida em seu desenvolvimento.
Os israelenses chiaram, mas concordaram.
Foi este incidente que custou aos israelenses, seu status privilegiado na época, no programa JSF.
E atraiu de vez a atenção americana p/ os negócios de defesa israelenses.

GHz

Fico imaginando como deve haver assunto para discussões infinitas em um fórum de defesa indiano. Mas voltando ao tema, é realmente interessante ver contradições destes tipos, em negócios de defesa naquele país (partindo do pressuposto que a notícia seja verdadeira): – Israel embarga agora o AESA EL/M-2052, mas já vendeu 3 AWACS IL-76 Phalcon (também AESA), com o último exemplar, atualmente em recebimento, com “capacidades adicionais”; – os EUA já colocaram problemas para fazer revisão de turbinas navais LM2500, mas venderam aviões de patrulha marítima P-8A Poseidon, estado-da-arte; – com a Rússia, o negócio dos Su-30MKI é lua-de-mel, e o… Read more »

GHz

Sobre a questão de desenvolvimento tecnológico, uma nota triste sobre os indianos é que nos anos 1990 vinham desenvolvendo um AWACS autóctone (Projeto Airawat), cujo projeto foi tragicamente terminado quando o avião-protótipo do sistema (um HS 748 Avro modificado) acidentou-se em 1999, com a perda de vidas de 4 cientistas e 2 engenheiros críticos para o desenvolvimento, além dos 2 tripulantes da aeronave.

Mauricio R.

“- os EUA já colocaram problemas para fazer revisão de turbinas navais LM2500, mas…” Ao assumir o mandato, a nova administração americana queria saber a qntas andavam as autorizações de fornecimento dessas turbinas. Os navios indianos aonde elas serão instaladas, nem em serviço ativo estão ainda. “- com a Rússia, o negócio dos Su-30MKI é lua-de-mel, e o…” Então estará sendo uma lua-de-mel cara, pois o lote mais recente de aeronaves, foi acordado em preços de nível ocidental. “O Brasil junta-se ao time de fornecedores.” O correto seria dizer que a Índia é que se junta ao time de fornecedores,… Read more »

Tadeu Mendes

Amigos, Bons comentarios. Quanto ao radar em questao, no que concerne a Eletronica, Israel vem investindo pesado nesta area nos ultimos 30 anos. Acho que em termos de investimento P&D, de recursos financeiros e formacao de Doutores e Mestres em Eletronica, Israel fica em 3 lugar, logo depois de EUA e Japao. Portanto nao me surpreende muito este estagio em que se encontram. Quanto a Fisica; os judeus definitivamente ja tem um dominio sobre a materia que ja data ha mais de 60 anos, nao somente em Fisica Nuclear como tambem na area de Radiacao Eletromagnetica (Radares). O estado de… Read more »