Promessa e realidade no combate BVR: abates com mísseis AIM-120 AMRAAM
Os EUA registraram até hoje 10 abates com mísseis AIM-120 AMRAAM, com capacidade BVR (Beyond Visual Range). Quatro desses abates, apesar do terem sido com o míssil, foram feitos dentro do alcance visual (WVR – Within Visual Range).
Foram necessários 13 mísseis para se obter somente 6 abates realmente BVR, o que dá uma PK de 0.46.
Além disso, é preciso ressaltar os seguintes pontos:
- Os MiGs iraquianos não fizeram manobras defensivas e o jato sérvio J-21 não tinha radar nem ECM.
- Um dos abates foi fratricida, contra um helicóptero UH-60 do US Army.
- Os MiG-29 sérvios não tinham radares funcionando, nem ECM.
- Nenhuma vítima tinha armamento BVR.
- Na maioria dos casos havia superioridade numérica dos EUA.
- 4 dos 5 pilotos dos MiG-29 sérvios sobreviveram aos abates.
- Além dos abates citados na tabela, em 24 de março de 1999 um F-16AM da Dutch Air Force avariou um MiG-29 sérvio com um disparo de AIM-120A. Também na mesma data, outro MiG-29 foi engajado por dois ou mais caças americanos e conseguiu evadir-se de 3 mísseis AIM-120C disparados contra ele. Levando-se em conta os mísseis disparados nesses engajamentos, a PK do AIM-120 cai para 0.35.
Data | Unidade | Avião | Piloto | Arma | Alvo | País | Nº |
27-Dec-92 | USAF | F-16D | – | AIM-120A | MiG-25PD | IrAF | 1 |
17-Jan-93 | USAF | F-16C | – | AIM-120A | MiG-29B | IrAF | 1 |
28-Feb-94 | 86FS/ 526FW |
F-16C 89-2137 | B.Wright | AIM-120A | J-21 | RVRS (Pesic KIA) | 1 |
14-Apr-94 | 53FS/ 52FW |
F-15C | E.Wickson | AIM-120A | UH-60A | US Army | 1 |
24-Mar-99 | 322 sqn KLu |
F-16A/MLU J-063 | P.Tankink | AIM-120A | MiG-29 18106 | 127.lpe/JRViPVO (Milutinovic OK) | 1 |
24-Mar-99 | 493EFS /48FW |
F-15C 86-0169 | C.Rodriguez | AIM-120C | MiG-29 18112 | 127.lpe/JRViPVO (Arizanov OK) | 1 |
24-Mar-99 | 493EFS /48FW |
F-15C 86-0159 | M.Shower | AIM-120C | MiG-29 18111 | 127.lpe/JRViPVO (Nikolic OK) | 3 |
26-Mar-99 | 493EFS /48FW |
F-15C 86-156 | J.Hwang | AIM-120C | MiG-29 18113 | 127.lpe/JRViPVO (Radosavljevic KIA) | 1 |
26-Mar-99 | 493EFS /48FW |
F-15C 86-156 | J.Hwang | AIM-120C | MiG-29 18114 | 127.lpe/JRViPVO (Peric OK) | 2 |
24-May-99 | 78EFS /20FW |
F-16C 91-0353 | M.Geczy | AIM-120C | MiG-29 18109 | 127.lpe/JRViPVO (Pavlovic KIA) | 1 |
FONTE: RAND – Air Combat Past, Present and Future, John Stillion e Scott Perdue, August 2008
Até ler esta série de artigos, nunca imaginei que o desempenho BVR fosse tão pífio. É mais força de disuasão do que desempenho por si.
Fico imaginando como seria quando tivessem que enfrentar uma oposição “de verdade”.
BVR vc prefere lutar tendo uma possibilidade de…? ou prefere lutar no visual com alguem que tem a possibilidade de BVR?
Ngm gosta de ter o seu na reta…
O que demonstra quen todo esse papo dos fãs dos norte americanos de que a Usaf é a maior maravilha do mundo, é tudo lorota. Se tivessem ido pra porrada com os russos teriam enfrentado um adversário de igual para igual e toda essa história da suposta superioridade tecnica ocidental iria para o lixo. O unico piloto bom que enfrentaram, esse servio, escapou de tres amraam ! E depois xingam os misseis russos. ” Nossa tecnologia é o máximo” . Ahã. Claro, enfrentando adversarios que sequer tem ECM com total superioridade aérea !! Grande teste !! A USAF NÃO PROVOU… Read more »
Interessante a sua declaração Wagner, só que você esqueceu de uma coisa.. Todos os conflitos com o Vietnã incluso, foram regidos mais ou menos na mesma forma.. USAF/ IAF – Tecnologicamente superiores, mas com vetores caríssimos Discípulos da URSS – Tecnologia inferior, porém compensada com nros superiores e dada a reduzida necessidade da manutenção, alegada por viúvas da URSS, mais que compensariam a superioridade tecnológica dos americanos. Até hoje não vi esta superioridade… No Vietnã que todos consideram uma derrota, o Kill Ratio “mais comunista” que eu vi foi 3×1… Na Desert Storm e Allied Force. Os oponentes estavam sob… Read more »
as vitorias foram contra pilotos mal treinados sem uso de ecm a maioria voavam com os radares desligados naõ manobravam para tentar fugir do missel por isso é bom esse tipo de materia para exclarecer bém as coisas tirando um pouco o prestigio das vitorias americanas por isso mostrando que os misseis americanos naõ é muito o que se fala na midia e nos blogs por ai
Lembrei-me do desempenho dos misseis russos no conflito etiopia!!
Mas imagino que como seria o desempenho dessas armas, enfrentando ECM? Talvez tivessemos performance abaixo de 10%
os misseis usado no conflito na etiopia eram ainda os velhos r-60 e bvr eram os r-27 alamo semi-ativo mas com maior alcance do que aim-7 sparrow mas queria ver os misseis americanos sendo usado contra alvos com bastante ecm naõ contra alvos como foi citado no blog voltando ao assunto o r-27 falhava muito também assim como os sparrow a relatos de falhas no aim-120 na servia….
Esta não é a filosofia russa tão cantada aos quatro ventos que os aparelhos russos são toscos, mas resistentes e que não precisam de manutenção especializada e isto garantiria uma alta disponibilidade e grandes nros de operação ?
Para os Mig21, sim. Mas para os Mig 29 e Su27, nunca se disse isso. se alguem disse falou besteira, fato é que os sukhoi do Chaves estao no chão…
Essa ideia era mais da segunda guerra e ate o Brejnev, depois a propria Russia mudou de opiniao. E como hoje nem tem mais Migs 21 na defesa anti-aérea russa…
Ops, esqueci as aspas no primeiro paragrafo, que é seu, Rodrigo. desculpe…
ai wagner adorei seu primeiro comentario a usaf naõ é aquela mil maravilha por isso a defamaçaõ dos russos é muito questionada nesse blog..
“a usaf naõ é aquela mil maravilha”
Nem é intenção da USAF ser …os EUA não utilizam apenas várias plataformas, eles utilizam vários sistemas perfeitamente integrados
aliado a um excelente treinamento. Não há super trunfo.
Em algumas ocasiões os próprios americanos se depararam com inferioridade técnica e numérica como no caso do Wildcat enfrentando o Zero, quando criou-se a “Thach Weave”, até hoje ensinada, ou seja, o material humano pode fazer a diferença.
Lembrem-se que no Vietnam a US Air Force e a US Navy tiveram que repensar sua forma de combate ar-ar, inclusive por conta de insucessos frente aos manobráveis MiG-17 e velozes MiG-21.
Vcs não assistiram Top Gun ??? 🙂
Uma notável virtude das forças armadas anglo-saxônicas é a velocidade com que aprendem com o inimigo e corrigem seus erros em combate.
Eles buscam ter sempre uma vantagem tecnológica, mas sabem que precisam ter o pessoal extremamente bem treinado para ter sucesso nas empreitadas militares.
Aprenderam com a Dra. Experiência, cruel professora. 🙂
Abç,
Ivan, o Antigo.
Uma ressalva interessante para o número de abates em “envelope BVR” é que a maioria das aeronaves abatidas fora do alcance visual ainda assim estavam a uma distância MUITO menor do alcance estimado dos mísseis…. Nenhum abate fugiu da barreira dos 40km e eu creio que esse dado é significativo para a análise da efetividade dos mísseis BVR.
Na Guerra da Coréia a USAF quando os americanos confrontaram com pilotos russos diretamente, ou seja, com treinamento adequado não houve superioridade aérea, no Vietnã mesmo em vantagem numérica e técnica sofreram pesadas perdas, não se esqueçam que há desde a Coréia um acobertamento das perdas em combate por parte dos EUA, das quais alegam acidentes e abates por artilharia anti-aérea. Depois dessas guerras houve alguma força aérea que pudesse ao menos causar problemas para as forças americanas e de coalizão? No oriente a disparidade de treinamento dos Israelenses para seus pares sírios, libaneses e cia é muito grande a… Read more »
Errata:
Quis dizer:
Na Guerra da Coréia os americanos confrotaram….
Corringindo um sábio…
O combate BVR, na realidade, foi elaborado com o intuito de forçar manobras evasivas na força inimiga e não para abate no 1º disparo.
Obs.: A palavra “FATRICIDA” está incorreta. O certo seria “FRATRICIDA”.
Este BVR é um tremendo engodo
Ter a possibilidade de abater um inimigo à distância é muito bom, mas, deixa possibilidades pro adversário evadir, se ele tiver o equipamento e a técnica certos.
Essa conclusão de PK de 0,46 é completamente equivocada. Foram disparados 13 mísseis para 10 abates, o que corresponde a um PK de 65% de sucesso (17 mísseis lançados e 11 abates). Não interessa se o míssil foi lançado contra um alvo BVR ou não. Sem falar que é comum em combate BVR serem disparados mais de um míssil, mesmo antes que se tenha confirmação do primeiro míssil lançado. Os russos, por exemplo, sempre lançam dois BVR, um guiado por radar e outro por IR. Será que de cara podemos afirmar que o PK dos mísseis BVR russos é de… Read more »
Correção: o certo é que foram disparados 17 mísseis pra 11 abates. Escrevi 13 e 10 equivocadamente.
Uma leitura “diferente” do artigo mostra que em 12 confrontos, 9 aeronaves foram abatidas com apenas um míssil, duas necessitaram de mais de um míssil e apenas uma se evadiu. Pra mim é um desempenho muito bom! Como não sabemos qual o cenário em que um MiG 29 se evadiu de 3 AIM-120C (engraçado que quando o artigo cita que MiGs 29 foram atingidos eles fazem questão de dizer que ele não manobrou ou não tinha ECM) podemos imaginar que tenha sido na distância BVR (teria sido de dia ou de noite??) e que o piloto deve ter sido alertado… Read more »
E isso de combate BVR não é nada demais. Todo mundo acha os mísseis russos S-300 e S-400 a coisa mais fantástica que existe depois das pirâmides do Egito. Ora, o que esses mísseis fazem se não combate BVR? Se não serve pra caças também não serve para esses mísseis russos com “centenas” de quilômetros. Um míssil BVR não é nada mais nada menos que um míssil de longo alcance só que em vez de ser lançado da superfície é lançado do ar, por um caça, e por já estar no ar a milhares de metros de altitude a a… Read more »
Os Misseis evoluiram demais deste a guerra do vietnam.alias evoluiram já nas guerras das Malvinas aonde a argentina perdeu dezenas de caças e em cada ano vamos incorporando mais elementos tecnologicos Hoje tem missel que manobra 60,100gs a tecnologia hoje está mais que madura.Isto sempre forçará os cientistas a buscar engodos e defesa contra eles e Penso que o Brasil entrou para esse seleto grupo ter essa capacidade com novos aviões vai impor respeito.