FAB testa Hermes 450 sobre Santa Cruz do Sul

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Ricardo Düren

Um avião está sobrevoando áreas de Santa Cruz do Sul sem levar nenhum tripulante a bordo. Durante os voos, o piloto e sua equipe permanecem em terra, controlando o aparelho a quilômetros de distância. O fato, que pode parecer trailer de filme futurista, faz parte de exercícios que a Força Aérea Brasileira (FAB) está realizado no município.

O pessoal da FAB está em Santa Cruz desde domingo, em uma base recheada com 20 toneladas de equipamentos, montada junto ao Aeroporto Luiz Beck da Silva. Ontem a equipe realizou os primeiros voos, em território santa-cruzense, com o Hermes 450, avião não tripulado fabricado pela israelense Elbit Systems. Os exercícios vêm sendo acompanhados por 40 homens, entre militares da Base Aérea de Santa Maria (BASM) e técnicos da Elbit e de sua representante no Brasil, a Aeroeletrônica.

Segundo o tenente-coronel Paulo Ricardo Laux, gerente do grupo de trabalho envolvido no projeto, a FAB vem fazendo testes com o Hermes 450 em sistema de comodato com a Elbit. A ideia é avaliar a possibilidade de empregar o equipamento em missões reais, como patrulhamento de fronteira, buscas a desaparecidos e acompanhamento a catástrofes. Pesando 450 quilos, com dez metros de envergadura e capaz de decolar e aterrissar sozinho, o avião pode voar até 16 horas sem reabastecer.

“Seria inviável manter uma tripulação por tanto tempo no ar. Já em terra, o pessoal pode fazer um revezamento enquanto a aeronave permanece voando”, explica Laux. Outra vantagem do aparelho, conforme o tenente-coronel, é a capacidade de transmissão de imagens em tempo real. O avião dispõe de câmeras equipadas com infravermelho e sensores.

Laux explica que o objetivo dos exercícios em Santa Cruz é avaliar a possibilidade de controlar o avião em outras estruturas, fora da sede. Dois Hermes vieram para o Luiz Beck da Silva, junto com uma parafernália de equipamentos de reabastecimento e comunicação, além de geradores elétricos. A cabine de controle está instalada no interior de um contêiner, trazido por uma carreta da FAB.

Por questões estratégicas o tenente-coronel não permitiu fotos no interior da cabine de controle, mas franqueou à reportagem o acesso. No local há vários monitores que mostram mapas e as imagens captadas pelo Hermes. Também há controles usados pelo piloto e pelos operadores da câmera e dos sensores. As cenas captadas também são transmitidas para outro contêiner, repleto de telas de plasma, onde são analisadas por um grupo de militares. Em tempo real, são recebidas também na sede do Comando da Aeronáutica, em Brasília.

EXERCÍCIO

Após os primeiros testes junto à pista do aeroporto, a FAB realizou um exercício conjunto com o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7ºBIB), de Santa Cruz. De acordo com Paulo Laux, o objetivo foi avaliar a capacidade do Hermes em fazer reconhecimentos. O aparelho sobrevoou áreas ocupadas por homens de infantaria, mandando para a base imagens da estrutura montada em terra e até do tipo de armamento dos soldados.

A FAB permanece em Santa Cruz até o dia 20, mas quem for ao aeroporto neste fim de semana não verá as duas aeronaves em ação. Conforme Laux, os técnicos civis não trabalham sábado por determinação da Elbit – israelense, a empresa respeita os costumes judaicos. Novidade no Brasil, os vôos sem tripulação já são empregados em missões reais pelos Estados Unidos.

FONTE: Gazeta do Sul

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SABRE

Um avião cuidando de outro!

Rogerfer

” 16 horas sem reabastecer” isso é fantástico. As possibilidades de desenvolvimento de novas tecnologias sobre aeronaves como está (isso é uma aeronave, certo?) são incríveis. Gostei da idéia. Lembro do seriado Stargate SG-1 que eles usavam UAVs para monitorar outros mundos antes de atravessar o portal. Como ficção científica, mas agora este tipo de monitoramento aéreo também vira realidade para nós. Uma questão que levantei em outro blog é: será que usar este equipamento para monitorar nossas fronteiras não poderá criar algum desconforto nos países vizinhos?

Fábio Mayer

Na verdade, este é o futuro!

Lucas coxev

Não quero ofender ninguém,mas,”Um avião está sobrevoando áreas de Santa Cruz do Sul sem levar nenhum tripulante a bordo”
claro que não vai levar nenhum tripulante à bordo,só se ele for sentado na fuselagem D:

Edcreek

Olá,

Sem duvida uma otima aquisição, e vai elevar o padrão de vigilancia na fronteira, correndo tudo bem com os teste.

Mas acho que todos concordamos, “que bixo feio”….

Abraços,

Colt

“…controlando o aparelho a quilômetros de distância. O fato, que pode parecer trailer de filme futurista…”
Engraçado como são as coisas. O sujeito diz que pode parecer um trailer futurista. Só se for futurista numa quarta dimensão de tempo-espaço! ahuahuah.
VANT é mais velho que andar pra trás. Isso é pra gente ter uma idéia de quanto a nossa Força Aérea ficou defasada, em termos materias, pela falta de recursos.

Fábio Mayer

Colt

É verdade, fala-se em VANT há tempo considerável e só agora o Brasil está testando alguns.

Não sei qual a opinião de vcs, mas penso que no futuro teremos aviões mistos de tripulados ou não, inclusive de caça e ataque.

Ricardo GF

E desde quando a Força Aérea Brasileira depende de “costumes judaicos” para efetuar seu trabalho? Eles que deixem seus paradigmas asiáticos lá em Israel – se não estão dispostos a trabalhar, que mandem outros funcionários…ou melhor, que desenvolvamos nossa própria solução sem qualquer influência de uma religião sobre assuntos estritamente comerciais e militares.

Ivan

Vale do Bekaa, Líbano, 1982.

O batismo de fogo do VANT.

Colt

Fábio Mayer, concordo com vc.
Penso que a tecnologia vai nos proporcionar isso, mas ela sempre terá limitações; acredito que o piloto, em contato direto com a área de operaçãos dos VANTS, será ainda, por muito tempo, necessário, seja por questão de segurança da operação, por limitações técnicas, dificuldades do campo de batalha, etc.
Mas, penso tb que, se não começarmos a cuidar bem do nosso planeta a Natureza tira a gente da carlinga! Um PNT – Planeta Não Tripulado!rs

Ivan

“PNT – Planeta Não Tripulado” é ótimo… 🙂

Somos quase isso.
Nosso planeta se parece como os primeiros balões.
Não temos propulsão independente, não temos como dirigir nosso movimento no espaço, sabemos vagamente para onde estamos indo e nosso instrumento de observação é ótico, da luneta para o telescópio.

Sds. 🙂

Rafael

A Polícia Federal não foi com os seus vants para testar junto com a FAB…hehehe.

Colt

Ivan
Falando em planeta.
Quem quiser ter uma idéia do nosso tamanho no universo.
http://atlas.zevallos.com.br/index-2.html
Muito interessante.

Klevston kstonboner

O uso deste equipamento é de bastante utilidade que FAB está certíssima em utilizá-lo, a Elbit Systems é uma empresa israelense sendo uma das melhores do mundo no emprego deste Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado).Esperamos por maiores números destas vants.

Deivid

Eu estou mais perdido que o elenco do “LOST!”,pensei que estivesimos desenvouvendo um VANT nacional,eu lembro de ter lido algo a respeito aqui no blog…

bom…me lembro que o nacional tinha um teto de operações de 15000ft,ou algo superior não me recordo exatamente.

Juarezj

Como moro em Santa Cruz do Sul posso afirmar:

Agora temos a visão de Orus……

Grande abraço