Helibras prepara a entrega de primeiros super-helicópteros no País

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Roberto Godoy

Estão quase prontos, pintados e começando a receber os componentes eletrônicos, os três primeiros dos 50 grandes helicópteros EC725 comprados pelo Ministério da Defesa para equipar a frota das Forças Armadas. O trio está longe do Brasil, em Marignane, na França, em um hangar da Eurocopter.O primeiro voo foi feito no dia 26 de maio.

A culpa é da pressa: Marinha, Exército e Aeronáutica querem ter ao menos uma unidade operacional, na versão básica, para treinamento de pilotos, planejadores de missão, artilheiros e pessoal de terra.

A encomenda envolve o Super Cougar, francês, capaz de transportar quase 12 toneladas de carga, armas e tropas. Um grande negócio. O contrato bate em R$ 5,2 bilhões, financiado por um consórcio europeu liderado pelo banco Societé Generale.

A transferência das tecnologias de ponta exigida pelo acordo entre governos se dará por meio da Helibras, única fabricante de helicópteros da América do Sul, associada ao Grupo Eurocopter – por sua vez, controlado pela EADS (European Aeronautic Defence and Space), um gigante do setor, que emprega 119 mil pessoas e faturou 42,8 bilhões em 2009.

A partir da quarta aeronave será incluído um índice gradativo de nacionalização que atingirá o nível de 100% na entrega do helicóptero número 15, nas linhas da Helibras em Itajubá, no sul de Minas Gerais. Isso só vai acontecer em julho de 2013. O último é assunto para 2017.

Expansão. Bem antes, em dezembro próximo, os três modelos iniciais serão trazidos de Marignane e recebidos formalmente na sede da indústria. A área está em obras. Para atender ao pedido da Defesa, a empresa está dobrando de tamanho, vai ganhar um complexo de produção de 11,5 mil metros quadrados. Fica pronto em 2012. Até lá, o quadro atual de 350 funcionários será aumentado para comportar mil vagas.

A distribuição do pacote será igual. As três Forças receberão 16 helicópteros. Os dois excedentes vão para o Palácio do Planalto, na configuração executiva, de alto luxo. As pinturas seguirão diferentes padrões; verde-escuro para o Exército, cinza-marítimo para a Marinha e camuflado para a Aeronáutica.

Não é a única variação. Os Comandos Militares definiram que, na partilha, oito dos EC725 devem ser destinados essencialmente ao emprego geral – transporte de pessoal, evacuação médica e apoio a operações de assistência humanitária.

Os outros 24, divididos em três grupos de oito, serão configurados prioritariamente para missões de combate ou de intervenção armada. O grupo naval, além de recursos para atuação tendo por base fragatas e o porta-aviões São Paulo, terá sistemas digitais para guerra antissubmarino, com dispositivo para lançamento de sensores eletrônicos de vigilância e disparo de torpedos ou mísseis.

O Exército quer seus modelos integrados com um Flir (infravermelho de visão frontal, em inglês), equipamento que usa o calor para “ver”, na tela digital e em tempo real, os alvos em imagens tridimensionais. Serve para noites escuras ou áreas de baixa visibilidade, na selva ou locais cobertos pela névoa. O alcance médio é de 26 quilômetros. Dois suportes laterais poderão receber metralhadoras 7.62 mm ou canhões leves, de 20 mm. O mesmo suporte levará disparadores de foguetes de 70 mm com 32 tubos.

A Força Aérea estuda um arranjo combinado, para ações de busca e salvamento, mas sem perda da capacidade de deslocamento armado da sua infantaria. O painel de bordo adotará um sensor de rastreamento de superfície.

A personalização será toda executada em Itajubá, tomando os primeiros protótipos como referência. Ao menos 40 engenheiros e técnicos brasileiros passarão por treinamento na França, de onde virão 20 profissionais para participar do processo. Há quatro especialistas da Helibras em Marignane. Nos próximos, meses serão 18 profissionais. O investimento do grupo supera os R$ 430 milhões.

FONTE: O Estado de São Paulo (destaques em negrito feitos pelo Blog)

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Fabio Mayer

São boas notícias:

1) Já há aeronaves prontas e quase entregues;
2) No lote total, haverá aeronaves bem armadas e diferenciadas, fugindo da tradição nacional de comprar pés de boi;
3) A ToT está sendo efetiva;
4) O programa começa a gerar frutos, como o projeto de heli nacional.

grifo

Oi Galante, você esqueceu de negritar a parte mais engraçada da matéria do Godoy:

A culpa é da pressa: Marinha, Exército e Aeronáutica querem ter ao menos uma unidade operacional, na versão básica, para treinamento de pilotos, planejadores de missão, artilheiros e pessoal de terra.

Essa foi boa para descontrair.

Rodrigo

Super, só se vierem com uma capa vermelha.

Já que serão entregues sem capacidade OPERACIONAL BÁSICA.

Os da MB a situação é mais crítica, pois não possui os flutuadores de emerêngia exigidos pela legislação brasileira para vôos sobre o mar.

Guilherme Poggio

Rodrigo escreveu:

Os da MB a situação é mais crítica, pois não possui os flutuadores de emerêngia exigidos pela legislação brasileira para vôos sobre o mar.

Rodrigo,

Material militar não necessariamente segue estas regras.

Tirando o Esquilo Mono da MB você conhece algum helicóptero offshore com uma única turbina voando por aí?

Ricardo_Recife

EC725 super helicóptero? Esse cara tá doido!!!!

grifo

Já que serão entregues sem capacidade OPERACIONAL BÁSICA.

Caro Rodrigo, o que isso importa? Eles cumprem a sua missão, que é a de ficarem bonitos em uma foto com o presidente.

O pior é que estes três nem na configuração dita básica estarão, e terão que eventualmente voltar a fábrica para serem terminados depois do “photo op”.

Clésio Luiz

@grifo

Para mim foi esse trecho: “…capaz de transportar quase 12 toneladas de carga, armas e tropas.”

Não é a toa que quase ninguém tem respeito pelo que o Godoy publica…

Wilson Figueiredo

A pergunta que não quer calar. Qual a razão de apenas a história do “FX novela” não decolar? É incompetência da FAB? Acredito que não. Quem sabe se na “parada” aparecesse uma empreiteira para construir com exclusividade as bases dos referidos caças? Fico na torcida pela nossa gloriosa FAB mas, infelizmente a novela só terá fim na reeleição do próximo presidente(a)!

Eleazar Moura Jr.

Só a novela dos caças que não avança…..é incrível! não entendo tanto segredo, tanta frescura, tanto disse-me-disse (fofoca besta), por que é que na Marinha para adquirir meios tb. estratégicos como os subs franceses e as fragatas italianas tudo foi tão rápido?

Rodrigo

Flutuadores são exigidos no Brasil a partir de, senão me engano, 20mn do litoral. Aqui helis multi-motores são exigidos quando o ponto de pouso está a mais de 1h de vôo sobre a água, em velocidade de cruzeiro. Com flutuadores, a nossa legislação permite o vôo monomotor, desde que o heliponto fixo ou flutuante esteja a até 1h de vôo sobre a água em velocidade de cruzeiro. No Airliners.net é comum acharmos fotos de helis monomotores em operação off-shore.. Já vi muitos Bell 407, 206, A-Star( Esquilo) e até o R44 com os respectivos flutuadores, operando off-shore em fotos. Os… Read more »

Edgar

” Clésio Luiz disse:
15 de julho de 2010 às 13:21 ”

12 t… Godoy surtou mesmo, sempre “aumenta mas não inventa”.

Dados da Wikipedia:

http://en.wikipedia.org/wiki/Eurocopter_AS332#Specifications_.28AS332_L2.29

# Empty weight: 4,660 kg (10,274 lb)
# Useful load: 4,490 kg (9,899 lb)
# Max takeoff weight: 9,150 kg (20,172 lb)

Leandro

Esses helicópteros irão substituir que aeronaves?
A FAB desistiu de adquirir mais S-60 BlackHawk?

Vplemes

Levei um susto quando vi o titulo da matéria. O EC-725 super helicóptero? Mas quando vi quem escreveu a patacoada entendi tudo. Godoy, só acredita quem não conhece, assim como um certo “jornalista especializado” cujo nome começa com “P”.

MatheusTS

Edgar pesquisa certo depois la na Wiki que você acha isso. EC-725 As características gerais Tripulação: 1 ou 2 ( piloto + co-piloto ) Capacidade: Um chefe de pau lugares + 28 tropas Duração: 19,50 m ( 63,98 pés) diâmetro do rotor : 16,20 m ( 53,14 pés) Altura: 4,60 m (15,09 pés) Peso vazio : 5,330 kg (11.750 lb) Peso Carregado: 11,000 kg ( £ 24.250 ) carga útil : 5,670 kg (12.500 lb) Max peso de decolagem: 11,200 kg ( £ 24.700 ) Powerplant : 2 × Makila 1A4 Turbomeca turboshafts , 1,800 kW ( 2,413 shp) cada… Read more »

ZE

É inacreditável como certo jornalista “especializado” em questões militares há anos, não tem a mínima ideia das besteiras que escreve.

Eu nunca vi um jornalista “especializado” saber tão pouco sobre o que escreve.

[ ]s

Roni

Corre o boato que os três primeiros só tem a casca do EC725 que o Brasil comprou mas a tecnologia embarcada é toda antiga e que o EB aceitou ficar com essas três primeiras unidades “maquiadas”.

Deivid

To ancioso para ver estes helicopteros com o cocar da Fab haha AAAAAAAmuleeeeekeeee haha…

Mas do jeito que Brasil gosta de mendingar vai usar 7,62 ao invés de 20 mm…

MatheusTS

Roni não inventa isso ae não que eles estão vindo bem completos para faser sua misão treinar pilotos pra isso que vi servir os 3 primeiros 1 pra cada FA.
Deivid pode crer que vai ser 7,62mm ainda mais porque é de treinamento o governo não vai invsir tanto assim mais talves os proximos tenha um calibre maior….

Francisco

na Revista Força Aérea nº64, o Sr. Bruno Gallard, Diretor Geral da EADS Brasil, na página 12, diz que a nacionalização do EC725 será de 50%!!!!!

Juarezj

Este negócio beira a lesa Pátria, mas como tem gente ganhando $$$$ e muiiito seguimos olhando a banda passar e nós contribuintes, bom pobre de nós, quero ver quando chegar a hora de opear e manter….

Grande abraço

Baschera

Juarezj disse:
17 de julho de 2010 às 18:20

Juarez, confirma aí pra mim…… nas fotos que estão pipocando dos EC-725 “prontos” não aparecem as pás dos rotores……. será que os scargot vão quer $$$$$ à parte ?? Dizem que não estão incluídas no tal “pacote”…!!

Abraço amigo.

Justin Case

Baschera disse: 17 de julho de 2010 às 19:58 “Juarezj disse: 17 de julho de 2010 às 18:20 Juarez, confirma aí pra mim…… nas fotos que estão pipocando dos EC-725 “prontos” não aparecem as pás dos rotores……. será que os scargot vão quer $$$$$ à parte ?? Dizem que não estão incluídas no tal “pacote”…!! Abraço amigo.” Putz, Baschera. Pegou pesado nessa, hein? Mas, falando sério, esse projeto dos helicópteros não teve uma preparação cuidadosa. Era previsível que muita coisa não tivesse sido requerida e, consequentemente, não tenha sido ofertada. Para ajustar o projeto, acrescentar requisitos para atender essas necessidades… Read more »

grifo

A situação dos EC-725 é sui generis, e não acredito que se repita no FX-2. Pelo menos espero que não. Toda compra deste tipo da FAB começa com a definição de Requisitos Operacionais Preliminares (ROP). Estes requisitos são depois refinados com base em informações prestadas pelos fornecedores, e por fim é enviado um pedido de oferta (RFP) que define claramente o que a FAB precisa. Os concorrentes enviam para a FAB uma oferta inicial, que é depois discutida exaustivamente e detalhada em na última e melhor oferta (BAFO). Ou seja, a FAB sabe também claramente o que cada concorrente está… Read more »

GHz

Rodrigo disse 15 de julho de 2010 às 16:03

Correto, a norma de segurança preconiza que para pouso a bordo de navios os helicópteros da MB devem estar dotados de flutuadores.
O propósito é, em caso de “crash” no mar, retardar o afundamento, propiciando alguns minutos para que a tripulação possa se evadir.

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GHz