Combates aéreos sobre as Malvinas (1)
Mais do que mísseis para derrubar um C-130
No dia 1º de junho de 1982 um C-130 Hercules da Força Aérea Argentina (FAA) matrícula TC-63 e indicativo “Tiza”, decolou do aeródromo de Comodoro Rivadavia para executar uma missão de exploração e reconhecimento na região noroeste das ilhas Flklands/Malvinas. A bordo estavam sete tripulantes. As Forças Armadas argentinas necessitavam de uma atualização da posição das unidades navais britânicas e existiam fortes indicativos de que naquela localidade seriam encontrados navios da Força-Tarefa.
O Hercules decolou às 6:30h, mas retornou pouco tempo depois por falhas técnicas. Após os reparos emergenciais, uma nova decolagem ocorreu às 8:53h. O ponto inicial da missão foi atingido às 10:15h e, a partir deste ponto a aeronave argentina passou a executar um padrão de voo típico de busca e esclarecimento.
Já se aproximava das duas horas de voo quando a aeronave argentina foi rastreada pelo radar de busca aérea da fragata HMS Minerva (classe Leander) cerca de 50 milhas ao norte da Ilha Pebble/Isla Borbón. Imediatamente a fragata vetorou dois Sea Harrier da Royal Navy que realizavam CAP nas proximidades para interceptar o Hercules.
Os dois Sea Harrier pertenciam ao esquadrão No.801, então baseados no HMS invencible, sendo que o líder era o Capitão-de-Corveta Nigel “Sharkey” Ward (pilotando o XZ451) e na sua ala estava o Capitão-Tenente Steve Thomas. Cada Sea Harrier estava armado com dois mísseis AIM-9L Sidewider nos cabides externos das asas e dois canhões ADEN de 30 mm em pods sob a fuselagem. Os cabides internos eram ocupados por tanques de combustível.
Ward iniciou o ataque aproximando-se da cauda do C-130 sem alertá-lo. Disparou o primeiro Sidewider, que não atingiu o alvo. O segundo míssil foi disparado em seguida, detonando entre os dois motores da asa direita do Hercules. Os dois mísseis haviam sido disparados, mas o Hercules continuava voando. Ward não teve alternativa, e começou a disparar os seus canhões. Depois de 240 tiros (de um total máximo de 300) a asa do Hercules foi arrancada e a aeronave mergulhou em direção ao oceano. Segundo informações da FAA, neste momento o piloto argentino enviou a seguinte mensagem:
…volando a 10.000 pies (nivel de vuelo 100) tal cual lo ordenado, el IFF se enciende por 10′- 7′- 6′, se mantiene encendido… ¡Estamos en emergencia! …
Não houve mais informações sobre os sete tripulantes que estavam a bordo. Faleceram neste episódio os seguintes militares argentinos:
- Vicecomodoro Hugo César Meisner
- Capitán Rubén Héctor Martel
- Capitán Carlos Eduardo Krause
- Suboficial Principal Julio Jesús Lastra
- Suboficial Auxiliar Manuel Alberto Albelos
- Cabo Principal Miguel Angel Cardone
- Cabo Principal Carlos Domingo Cantezano