Quanto custará o Rafale para o contribuinte brasileiro?

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Em 2006, o Rafale era 10 vezes mais caro de voar que o F-5

vinheta-destaque-aereoComo já foi amplamente divulgado, os preços dos concorrentes do Programa F-X2 não podem ser revelados, até que o vencedor seja definido. Mas informações disponíveis em algumas fontes podem nos ajudar a estimar com alguma precisão o preço unitário dos caças, com base em contratos firmados anteriormente e de conhecimento público.

O Rafale, favorito do governo brasileiro e considerado o mais caro dos três concorrentes, tem números impressionantes.

Segundo documento da Assemblée Nationale de 2007, o custo unitário do Rafale seria:

  • 52,8 milhões de Euros para o Rafale C
  • €56,6 milhões pelo Rafale B
  • €60,8 milhões pelo Rafale M

Por inferência, cada Rafale C custaria em torno de R$ 132 milhões a unidade (com Euro  à cotação de R$2,50). Para adquirir 36 aeronaves, o Brasil pagaria em torno de R$ 4,8 bilhões, sem incluir armamentos e transferência de tecnologia, o que certamente elevará o valor final.

Outro documento do Senado Francês estima o custo total de desenvolvimento do Rafale, em 2008, de €39,6 bilhões (R$ 99 bilhões). O custo unitário do Rafale é apresentado variando entre €64 e €70 milhões a unidade (R$ 160 e R$ 175 milhões), dependendo da versão.

Do custo total de pesquisa e desenvolvimento (P & D), 25% foi pago pelas indústrias (Dassault/Thales/Snecma) e 75% pelo Estado Francês (leia-se, contribuinte francês).

Mais um documento da Assemblée Nationale revela que o custo operacional do Rafale é de 12 a 13% superior ao do Mirage 2000, o que é considerado um bom número, já que o Rafale é bimotor e mais sofisticado.

O custo da hora de voo do Rafale M, em 2006, era de € 35.000 (R$ 87.500) e espera-se reduzir esse custo para € 12.000 (R$ 30.000). Como comparação, temos o custo da hora de voo do F-5 usado pela FAB, segundo o EMAER, que era de US$ 4.251,21 (R$ 7.400) em 2006.

Como se pode verificar, a eventual aquisição do Rafale para a FAB demandará recursos bastante elevados e que estão bem fora da realidade da Força. Se o Governo vier mesmo a optar pelo caça francês, terá de aumentar sensivelmente o aporte de recursos para a FAB nos próximos anos, para que os aviões tenham um nível de operacionalidade adequado.

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