Franceses, suecos e americanos adotam novas estratégias de convencimento

vinheta-clippingCom o fim da avaliação técnica, as três finalistas da concorrência brasileira para a compra de 36 caças que serão usados pela Força Aérea Brasileira (FAB) adotaram neste ano novas estratégias para tentar influenciar a decisão política do governo, que já anunciou sua preferência pelo Rafale, da francesa Dassault. A Boeing, segunda colocada na avaliação da FAB e escolha mais improvável do governo, prometeu incluir a Embraer no desenvolvimento da nova geração dos caças F-18.

Os suecos, que oferecem o Gripen NG da Saab e contam com a preferência da Aeronáutica, mantêm contatos com empresas brasileiras e enviarão seu chanceler ao país em fevereiro.

Os franceses, mais discretos, preferem os contatos diretos entre governos, mas começam a reagir à onda de críticas quanto ao preço de seu caça, único problema que ameaça sua vantagem aos olhos do governo.

O valor unitário do Rafale, dentro do pacote de especificações brasileiras, é desconhecido. A Dassault apenas repete, há meses, que o preço oferecido ao Brasil é compatível com o cobrado da Força Aérea francesa.

Segundo a Dassault, “preço compatível” é o termo usado pelo presidente Nicolas Sarkozy em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o 7 de Setembro, quando os dois anunciaram a negociação direta para a compra dos Rafales. O Brasil pressiona pela redução do valor. A Boeing sustenta que o SuperHornet é cerca de 40% mais barato. A Saab estima que o Gripen NG é algo entre a metade ou um terço do preço francês. Ambas se baseiam em consistências de outros países.

A FAB nunca mencionou valores, e a estimativa preliminar, há um ano, era de um investimento total de US$ 2 bilhões, cifra reconhecidamente insuficiente para bancar a parceria com a França. Hoje, a avaliação geral é a de que o negócio pode chegar a US$ 5 bilhões. O governo brasileiro deve pagar uma entrada de cerca de 20%, e o restante será financiado. O único governo que não oferece o empréstimo é o dos EUA, o que a Boeing reconhece como uma fraqueza.

FONTE: Blog do Noblat

NOTA DO BLOG: esta última frase é um tanto quanto peculiar, pois a Boeing sempre vendeu seus aviões militares ou não, através de contratos comerciais com financiamento privado ou através de programas militares de ajuda a países aliados.

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sr.ricardo

Alguém já VIU ou LEU o relatório da FAB ? Pq todo mundo está comentando essa (suposta) classificação mas de concreto ainda não tem nada !
Será que todos estamos caindo naquela máxima da desinformação:
“Se repetir muitas vezes uma mentira, as pessoas a considerarâo como verdade.”

Justin Case

Poggio, bom dia.

Não me surpreendeu o comentário sobre o financiamento.
Tradidicionalmente os americanos não financiam armamento. Aviões militares tipo transporte ou “utility” não são considerados armas, mas aviões de caça o são.
Talvez seja essa a razão de não haver requisito firme de financiamento para o programa F-X2. Se fosse requisito mandatório, eliminaria a priori o concorrente americano.
Abraço,

Justin

“Justin Case supports Rafale”

Sergio

Gosto muito do sait,Não entendo nada ou não entendia ate descobrir este blog,realmente este FX ate para mim que sou leigo ja cansou, poderiamos estar lendo ou discutindo um nome bem brasileiro para o novo caça da FAB, ai vai a minha opinião, CARCARA.

Felipe Cps

Sérgio: “Carcará (Composição: João do Vale/José Cândido) Lá no sertão É um bicho que avoa que nem avião É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião Carcará Quando vê roça queimada Sai voando, cantando, Carcará Vai fazer sua caçada Carcará come inté cobra queimada Quando chega o tempo da invernada O sertão não tem mais roça queimada Carcará mesmo assim num passa fome Os burrego que nasce na baixada Carcará Pega, mata e come Carcará Num vai morrer de fome Carcará Mais coragem do que home Carcará Pega, mata e come Carcará é malvado, é valentão É… Read more »

Luan

O orgão que faz isso é o FMS(Foreign Military sales),a parte do governo,mas subornidado a ese.a 70 anos compramos assim dos americanos.O FMS facilita ao maximo a venda,finaciando e etc.

Só não sabia que o SH não foioferecido via FMS.

[]’s

Felipe Cps

No mais, mais do mesmo. Esse FX2 já cansou. Que venha logo o que vier, se vier. 🙂

Sds.

Fernando "Nunão" De Martini

O que eu acho mais engraçado é acompanhar a briga semântica: “preço compatível”, “transferência irrestrita”, “transferência necessária”, e tantas outras, e como cada uma dessas invenções é jogada pra cima do outro em declarações à imprensa e, depois, nas brigas de torcida por aí afora.

Nem Lula, nem FAB, nem Jobim, nem COPAC: a autoridade mais indicada para bater o martelo nesse F-X2 é o professor Pasquale.

André

Sou leitor assíduo do blog, embora raramente faça comentários. Contudo, gostaria de registrar que esse assunto já está um porre! Que seja logo tomada uma decisão!!!
Sds a todos.

Adhelfi_zerouno

Quem mesmo leu esse relatório ? De concreto só especulação e palavras ao vento.

A-Bomb

Ainda acho que não sai este ano 🙂

Luan

Obrigado Poggio.

Era obvio mas nunca parei para pensar,fiquei com um pé atraz depois da lenda sobre os EUA,dessa vez em que os americanos não financiam equipamentos bélicos.

[]’s

Luan

Adhelfi_zerouno em 22 jan, 2010 às 10:07

Adhelfi,nínguem leu,ouve um vazamento…ou não,não importa ja que a folha acertou.

Pergunte para 10 pessoas na FAB o que cada um prefere sobre essa concorrencia,9 vão dizer não ao rafale,e 1 é recruta.

para intender a real necessidade da FAB basta conhece-la bem,e não conhecer a arméé d’lair.

[]’s

Luan

Poggio tem razão,no texto do Reinaldo azevedo eu não levei a sério,qualquer oportunidade de falar mal do governo que ele tiver ele vai fazer.

A coisa esta no final,portanto mais matérias do tipo virão e mais trabalha vcs terão rs.

[]’s

Noel

Guilherme Poggio em 22 jan, 2010 às 10:10 Observação: existem duas formas de serem adquiridos equipamentos bélicos yankees: por meio do “Foreign Military Sales – FMS”, gerenciado pela Defense Security Coorperation Agency do Departamento de Defesa, ou por compra direta no fabricante; no primeiro caso, a aquisição é feita com custo bem menor, pois o Departamento de Estado adquire o equipamento na indústria, deles, com o valor de aquisição menor(descontos de impostos)e repassa ao cliente, só que não há financiamento bancário; no segundo caso, a compra sendo feita direta na empresa, tem-se o financiamento, a longo prazo, porém o equipamento… Read more »

Martim

Quem deve decidir é o Presidente Lula. Tudo bem. Componentes políticos: biodiesel, álcool brasileiro e assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, algumas atuações conjuntas Brasil-França no plano internacional. Como projeção do Brasil isto é muito significativo. Se bem conduzido, este plano Lula-Sarkozy poderá trazer benefícios muitas vezes superiores ao custo do projeto Rafale. Custo: a Dassault deveria reduzir uns 30% – 40% no preço do Rafale. Acho que só faltam duas coisas: a referida redução de preço e a submissão do tema ao Congresso Nacional. Depois disto, será o que o Presidente Lula achar que deve ser e… Read more »

xavante

Eu acredito que tecnicamente o Rafale é um avião superior ao SH e do que será o Gripen. Acredito que qualquer melhoria que se dará ao SAAB será tecnologica e minimamente estruturais… Entendo as opiniões dos demais, embora não concorde com algumas delas principalmente as que fazem questão de politizar o assunto, na verdade tudo que sai na midia gera desconfiança pois até onde nós podemos acreditar em tais veículos informativos (tendenciosos ou não e que interesses estão por tras das noticias). No mais estamos todos nós a quase dois anos discutindo aqui esse assunto, cada um apresentou os mais… Read more »