Dassault Rafale

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O Poder Aéreo participou de uma coletiva com a imprensa especializada fornecida pela Dassault Aviation na LAAD 2009.

A exposição sobre o Rafale foi feita por Alain Martel, consultor técnico da Dassault. Martel é um experiente piloto da Armée de l’Air. Sua ficha de serviços prestados à França é bastante longa, incluindo participação na Guerra do Golfo (1991) e na campanha área contra a Iugoslávia (1999), durante a Guerra do Kosovo. Em ambas as ocasiões o vetor pilotado por ele era o Mirage 2000.

Ao longo da exposição, Martel citou vários exemplos da participação dos Rafale na atual campanha da Força Nacional de Assistência para Segurança (ISAF) no Afeganistão. Em relação ao enlace de dados (data link), existe uma grande cooperação entre as forças terrestres, principalmente commandos, e as aeronaves. Sendo assim, os caças podiam orbitar sobre uma determinada área, em altitude segura, enquando as forças especiais no solo checavam as coordenadas dos alvos e a presença de eventuais danos colaterais. Num dos exemplos utilizados, os Rafales podiam orbitar por 50 minutos, estando distantes 150 milhas da base. Os alvos então eram “iluminados” pelos commandos e a informação transmitida via enlaçe de dados para os Rafales. Após uma última varredura, o armamento era lançado de acordo com as coordenadas recebidas pelos sensores de bordo.

Em relação aos ensaios de voo, que ocorreram no início deste mês, Martel afirmou que os pilotos da FAB foram muito profissionais e que os mesmos não forneceram comentários sobre o Rafale depois dos voos, nem positivos nem negativos. Foram executados 23 voos, sendo alguns noturnos. Este tipo de atitude ajuda a não criar especulações sobre a preferência pessoal desde ou daquele piloto e evita boatos. O avião ensaiado pelos pilotos brasileiros era do modelo F3 com radar AESA.

Sobre o radar RBE2, do tipo AESA (active electronically scanned array), foi dito que o programa de desenvolvimento do mesmo está completo e a Força Aérea da França o terá a partir de 2012. No início do desenvolvimento do radar, foram utilizados componentes eletrônicos de origem norte-americana. No entanto, esta última versão do radar já conta com todos os componentes fabricados na França.
Em relação ao “super cruise” (capacidade de manter velocidades supersônicas sem o uso de pós-queimador) o Rafale é sim capaz de executá-lo, desde que o mesmo encontre-se em altitude ideal para tal.

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Escapando de mísseis e enfrentando aeronaves de 5a. geração

Após a apresentação, os editores do Poder Aéreo Alexandre Galante e Guilherme Poggio conversaram com Alain Martel sobre questões mais técnicas, como a capacidade do Rafale para enfrentar aeronaves de 5a. geração como o F-22 Raptor. Martel nos disse que um avião stealth não é furtivo o tempo todo e que ele vai aparecer para os sensores infravermelhos e para os sistemas de alerta radar da suíte Spectra quando usar o seu radar, mesmo que seja do tipo LPI (low probability of intercept).

Perguntamos se o piloto automático do Rafale possui algum sistema de manobra contra mísseis antiaéreos ou lançados por outras aeronaves. Martel nos respondeu que o Spectra fornece a marcação de onde vem o míssil atacante e que o sistema lança chaff e flare automaticamente, se assim for programado, mas as manobras evasivas são aplicadas pelo piloto, de acordo com a situação tática vigente. Ou seja, apesar de toda a sofisticação da aviônica e dos sistemas de navegação e ataque, no momento crítico de defesa contra mísseis, o piloto ainda é o principal componente do sistema.

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NOTA do BLOG: Ficamos particularmente impressionados com a interface do Rafale F3, que foi apresentada num simulador de voo na foto acima. O conceito de “fusão de dados” é aplicado no seu mais alto grau na aeronave, fornecendo todas as informações necessárias nos momentos críticos da missão, aliviando a carga de trabalho e liberando o piloto para a aplicação das táticas.

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