Malvinas 27 anos depois: honras militares ao tenente Jorge Casco
Nesse mês em que a Argentina sinalizou novamente que deseja rediscutir a soberania sobre as ilhas Malvinas / Falklands, vale lembrar que, no mês passado, uma cerimônia marcou o enterro no cemitério de Darwin na East Falkland, com honras militares completas, do primeiro tenente Jorge Casco, piloto da Força Aérea Argentina morto no conflito de 1982. Na verdade, trata-se da segunda vez que o piloto foi enterrado.
A aeronave A-4 Skyhawk pilotada por Casco caiu na ilha South Jason e, ao final do conflito, partes de seu corpo encontradas junto ao local da queda foram enterradas no Cemitério de Darwin, East Falkland. Muitos anos depois, outros restos mortais foram encontrados próximos ao mesmo local por militares do Reino Unido e, a pedido do governo argentino, foram enviados à Argentina em julho do ano passado para testes de DNA, que confirmaram ser do tenente Casco. A família do piloto solicitou então que os restos enviados à Argentina fossem reunidos aos já enterrados no cemitério de Darwin – e segundo a Força Aérea Argentina, trata-se da primeira vez que restos mortais de um piloto argentino, veterano do conflito, voltaram às ilhas para ali serem sepultados com honras militares das Forças Britânicas.
No dia 6 de março, ainda na Argentina, os restos foram entregues aos familiares em cerimônia realizada no Aeroparque Jorge Newbery, em ato presidido pela ministra da Defesa, Nilda Carré, acompanhada de autoridades das Forças Armadas da Argentina. Os restos, em uma urna, foram escoltados por cadetes da Escola de Aviação Militar, em uma viagem a Comodoro Rivadavia a bordo um Hércules C-130. De lá, a família seguiu com a urna para as Falklands / Malvinas em um voo particular.
No dia seguinte, a cerimônia do enterro com honras militares ficou a cargo do esquadrão “Initial Force Protection”, sediado nas ilhas, auxiliado por uma seção de fuzileiros da RAF enviados desde o Reino Unido, sendo a parte religiosa conduzida pelo Monsenhor Michael McPartland e obedecidos os protocolos da Convenção de Genebra, incluindo salvas de fuzis. Os britânicos tiveram o cuidado de ensaiar diversas vezes todas as etapas para cumprir rigorosamente todos os detalhes da cerimônia.
O voo final do 1º tenente Jorge Casco
Em 9 de maio de 1982, uma esquadrilha de quatro Skyhawk A4-C da Força Aérea Argentina decolou à tarde da Base Aérea de San Julián rumo às Malvinas / Falklands. O tempo estava encoberto e dois aviões da esquadrilha tiveram que retornar devido a falhas técnicas. Mas os outros dois, pilotados pelos primeiros tenentes Jorge Casco e Jorge Farías, prosseguiram na missão, obedecendo ao plano de navegação a baixa altitude sobre o mar apesar das condições atmosféricas marginais. A decisão de cumprir o dever a todo custo acabou por exigir-lhes o custo mais elevado de todos, o das próprias vidas: as duas aeronaves, voando em condições precárias de visibilidade, chocaram-se contra os penhascos das ilhas Sebaldes.
Esta história me deixou deveras comovido. Estes rituais militares são cheios de simbolismos e demonstram o espirito afetuoso e o reconhecimento com que todas as forças armadas, do mundo todo, tratam seus heróis, mesmo quando esses pertenceramm ao outro lado do campo de batalha. Sem importar as causas e a falta de sentido das guerras, esta é uma justa e merecida homenagem àqueles que bravamente lutaram por seus ideais, e a seus familiares. E, ironia do destino, para evidenciar a estupidez das guerras, este militar argentido é enterrado nas Malvinas sob honras militares inglesas.
Emocicionante!
Abraços!!!
Sem palavras… só um “engasgo”….
Se por um lado tivemos brilho dos pilotos argentinos, por outro tivemos a completa falha do exército baseado em conscritos.
Parece que até hoje o Brasil não entendeu isso.
Os pilotos argentinos merecem todo o nosso respeito,lutaram como verdadeiro heróis.
Esses sim são os verdadeiros HERÓIS daquele conflito armado. Quero escrever mais, só acabei ficando sem palavras. Nomes como esse, Garcia Cuerva, Perona, entre outros pilotos serão imortalizados para todo o sempre.
À eles, eu os Honro com todas minhas palavras.
abraços.
Eu sugiro que dêem uma lida nesta aqui:
Comodoro Hector Sanchez
Chefe Interino do Estado-Maior do Comando de Operações Aéreas da FAA- Fuerza Aérea Argentina em 2004.
http://www.alide.com.br/joomla/index.php/component/content/article/65-ed04/78-alide-participa-da-cruzex-entrevistas
Eu quando acabei, fiquei emocionado em ver as lágrimas nos olhos do Comodoro. Valeu muito estar lá!
Certa vez li que a Guerra da Malvinas foi a única em que os dois lados respeitaram a Convenção de Genebra.
Por muito pouco mesmo a Argentina nao venceu esta Guerra. Se nao fossem a ilha de Ascencao, mais os satelites americanos, SAS no Chile e o Submarino Nuclear Conqueror mais a falta de sorte no tempo de detonacao das bombas de queda livre dos Skyhawks, o destino dos Britanicos poderia ser outro.
Exato, os britânicos aprenderam como uma aeronave de AEW fez falta na defesa da frota. Hoje as Malvinas são guarnecidas por um destacamento de aviões Tornado ADV. De vez em quando um pousa aqui na Base Aérea do Galeão fazendo vôo de translado para o Reino Unido. Os americanos desreipeitaram a Doutrina Monroe, no mínimo eles teriam que ficar em cima do muro. Dizem que era de interesse dos EUA terminar logo este conflito, haja vista que a Royal Navy desguarneceu a OTAN quando enviou a Força Tarefa.
Os Tornados das Falklands estão sendo substituídos por EuroFighters…
Marcelo, a doutrina Monroe nao tinha efeito neste caso, pois os Ingleses nao estavam buscando novas terras para colonizaçao e sim…retomando o que já era deles e era amplamente reconhecido como tal, nao apenas pelos EUA mas pela maioria dos paises, inclusive advocava-se que a Argentina deveria tentar a retomada das ilhas pela diplomacia e nao do modo estapafurdio como fez…os motivos da invasao vc deve saber, era desviar a atençao da populaçao argentina para os desmandos da junta militar. Quanto a ajuda americana, nao esqueçam que em plena guerra fria, uma derrota inglesa nao cairia bem, e os ingleses… Read more »
Wofpack, do jeito que vc coloca seu ponto de vista, parece que os ingleses eram uns idiotas e os argentinos super-homens que só perderam a guerra por pouco. Nao esqueça o alto grau de profissionalizaçao das tropas inglesas e da Royal Navy e o despreparo dos soldados argentinos, que eram em sua imensa maioria recrutas. A nata dos militares argentinos permaneceu no continente pois havia medo de um ataque chileno. Os argentinos nunca acreditaram que a Inglaterra reagiria estando tao distante, e nao planejaram de forma adequada a defesa praticamente abandonando suas tropas a propria sorte. Os bravos pilotos argentinos… Read more »
Sir. O Brasil em 1982 não voava em formações e táticas de 2a Guerra Mundial como o fazia a FAA. Me desculpem a franqueza más o erro foi não só do exército argentino. Todas as FFAA’s argentinas tiveram sua parcela de erros e também de acertos. O que ocorreu foi que até mesmo o ARA 25 de Maio não pode decolar seus A4-Q por falta de vento enquanto que os Britânicos podiam decolar com qualquer vento seus Sea Harriers. Após o afundamento do Destroyer General Belgrano por um submarino nuclear Inglês toda a frota argentina voltou para o continente. Submarinos… Read more »
Zero Uno,
O General Belgrano era um Cruzador, armado com 15 canhões de 152mm. Bem mais que um destróyer.
Do resto, concordo plenamente, inclusive sobre os maus tratos que alguns oficiais argentinos impuseram aos recrutas.
abraços.
Vassili Zaitsev
Tem razão meu caro. O General Belgrano era um Cruzador.
Obrigado.
E era da mesma classe do nosso “Tamandaré”, lembram? Agora, Dalton,, que as Malvinas são legítimas dos ingleses, eu discordo. eles tomaram na força no século XIX, o que não justifica uma aventura militar como aquela, mas que os ingleses em um certo momento sentiram que não ia ser tão mole assim reconquistá-las, sentiu. Vide o que aconteceu com muitos navios deles: Shefield, Sir Galahad, Ardent, Brilhant, Antelope, etc… Se o 25 de Mayo pudesse operar na sua plenitude e se os argentinos tivessem mais Exocet e Super Etendard , ia ser f…! Não que a Argentina iria aguentar ,… Read more »
Marcelo, o Tamandaré era um pouquinho diferente…o nosso Barroso sim era do mesmo tipo do belgrano, mas ambos tinham 15 canhoes de 6 polegadas e eram navios impressionantes mesmo com mais de 40 anos de idade. Na verdade, se os argentinos tivessem programado a invasao para o final do ano ou ano seguinte, a marinha real teria sofrido tantos cortes que dificultaria ou quem sabe impossibilitaria a retomada das ilhas…a nao ser que os EUA emprestassem alguns navios. Com certeza nao foi um passeio para os ingleses, até porque, eram profissionais e sabiam exatamente o que os esperava, mas da… Read more »
Esta história me deixou deveras comovido. Estes rituais militares são cheios de simbolismos e demonstram o espirito afetuoso e o reconhecimento com que todas as forças armadas, do mundo todo, tratam seus heróis, mesmo quando esses pertenceramm ao outro lado do campo de batalha. Sem importar as causas e a falta de sentido das guerras, esta é uma justa e merecida homenagem àqueles que bravamente lutaram por seus ideais, e a seus familiares. E, ironia do destino, para evidenciar a estupidez das guerras, este militar argentido é enterrado nas Malvinas sob honras militares inglesas.
Emocicionante!
Abraços!!!
Sem palavras… só um “engasgo”….
Se por um lado tivemos brilho dos pilotos argentinos, por outro tivemos a completa falha do exército baseado em conscritos.
Parece que até hoje o Brasil não entendeu isso.
Os pilotos argentinos merecem todo o nosso respeito,lutaram como verdadeiro heróis.
Esses sim são os verdadeiros HERÓIS daquele conflito armado. Quero escrever mais, só acabei ficando sem palavras. Nomes como esse, Garcia Cuerva, Perona, entre outros pilotos serão imortalizados para todo o sempre.
À eles, eu os Honro com todas minhas palavras.
abraços.
Eu sugiro que dêem uma lida nesta aqui:
Comodoro Hector Sanchez
Chefe Interino do Estado-Maior do Comando de Operações Aéreas da FAA- Fuerza Aérea Argentina em 2004.
http://www.alide.com.br/joomla/index.php/component/content/article/65-ed04/78-alide-participa-da-cruzex-entrevistas
Eu quando acabei, fiquei emocionado em ver as lágrimas nos olhos do Comodoro. Valeu muito estar lá!
Certa vez li que a Guerra da Malvinas foi a única em que os dois lados respeitaram a Convenção de Genebra.
Por muito pouco mesmo a Argentina nao venceu esta Guerra. Se nao fossem a ilha de Ascencao, mais os satelites americanos, SAS no Chile e o Submarino Nuclear Conqueror mais a falta de sorte no tempo de detonacao das bombas de queda livre dos Skyhawks, o destino dos Britanicos poderia ser outro.
Exato, os britânicos aprenderam como uma aeronave de AEW fez falta na defesa da frota. Hoje as Malvinas são guarnecidas por um destacamento de aviões Tornado ADV. De vez em quando um pousa aqui na Base Aérea do Galeão fazendo vôo de translado para o Reino Unido. Os americanos desreipeitaram a Doutrina Monroe, no mínimo eles teriam que ficar em cima do muro. Dizem que era de interesse dos EUA terminar logo este conflito, haja vista que a Royal Navy desguarneceu a OTAN quando enviou a Força Tarefa.
Os Tornados das Falklands estão sendo substituídos por EuroFighters…
Marcelo, a doutrina Monroe nao tinha efeito neste caso, pois os Ingleses nao estavam buscando novas terras para colonizaçao e sim…retomando o que já era deles e era amplamente reconhecido como tal, nao apenas pelos EUA mas pela maioria dos paises, inclusive advocava-se que a Argentina deveria tentar a retomada das ilhas pela diplomacia e nao do modo estapafurdio como fez…os motivos da invasao vc deve saber, era desviar a atençao da populaçao argentina para os desmandos da junta militar. Quanto a ajuda americana, nao esqueçam que em plena guerra fria, uma derrota inglesa nao cairia bem, e os ingleses… Read more »
Wofpack, do jeito que vc coloca seu ponto de vista, parece que os ingleses eram uns idiotas e os argentinos super-homens que só perderam a guerra por pouco. Nao esqueça o alto grau de profissionalizaçao das tropas inglesas e da Royal Navy e o despreparo dos soldados argentinos, que eram em sua imensa maioria recrutas. A nata dos militares argentinos permaneceu no continente pois havia medo de um ataque chileno. Os argentinos nunca acreditaram que a Inglaterra reagiria estando tao distante, e nao planejaram de forma adequada a defesa praticamente abandonando suas tropas a propria sorte. Os bravos pilotos argentinos… Read more »
Sir. O Brasil em 1982 não voava em formações e táticas de 2a Guerra Mundial como o fazia a FAA. Me desculpem a franqueza más o erro foi não só do exército argentino. Todas as FFAA’s argentinas tiveram sua parcela de erros e também de acertos. O que ocorreu foi que até mesmo o ARA 25 de Maio não pode decolar seus A4-Q por falta de vento enquanto que os Britânicos podiam decolar com qualquer vento seus Sea Harriers. Após o afundamento do Destroyer General Belgrano por um submarino nuclear Inglês toda a frota argentina voltou para o continente. Submarinos… Read more »
Zero Uno,
O General Belgrano era um Cruzador, armado com 15 canhões de 152mm. Bem mais que um destróyer.
Do resto, concordo plenamente, inclusive sobre os maus tratos que alguns oficiais argentinos impuseram aos recrutas.
abraços.
Vassili Zaitsev
Tem razão meu caro. O General Belgrano era um Cruzador.
Obrigado.
E era da mesma classe do nosso “Tamandaré”, lembram? Agora, Dalton,, que as Malvinas são legítimas dos ingleses, eu discordo. eles tomaram na força no século XIX, o que não justifica uma aventura militar como aquela, mas que os ingleses em um certo momento sentiram que não ia ser tão mole assim reconquistá-las, sentiu. Vide o que aconteceu com muitos navios deles: Shefield, Sir Galahad, Ardent, Brilhant, Antelope, etc… Se o 25 de Mayo pudesse operar na sua plenitude e se os argentinos tivessem mais Exocet e Super Etendard , ia ser f…! Não que a Argentina iria aguentar ,… Read more »
Marcelo, o Tamandaré era um pouquinho diferente…o nosso Barroso sim era do mesmo tipo do belgrano, mas ambos tinham 15 canhoes de 6 polegadas e eram navios impressionantes mesmo com mais de 40 anos de idade. Na verdade, se os argentinos tivessem programado a invasao para o final do ano ou ano seguinte, a marinha real teria sofrido tantos cortes que dificultaria ou quem sabe impossibilitaria a retomada das ilhas…a nao ser que os EUA emprestassem alguns navios. Com certeza nao foi um passeio para os ingleses, até porque, eram profissionais e sabiam exatamente o que os esperava, mas da… Read more »
nao vamos entender como uma ilha pegada a Argentina possa pertencer a Inglaterra,qual o proposito dos britanicos.A Argentina tem todo o direito de tomar posse da terra e honrar todos que lutaram pelo direito de ter o que e seu.Parabens ao Comodoro Hector por estar conduzindo a FAA.
parabens tenente casco.
nós com os ermanos devemos ser somente rivais no futeboll deveriamos ser unidos para expusar estes britanicos imperialistas