Motor Kaveri: Índia deve rejeitar proposta francesa de parceria

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kaveri-foto-iaf-bharat-rakshak

O jornal indiano The Hindu noticiou nesta sexta-feira, dia 26 de dezembro, que a Força Aérea Indiana (IAF) não se entusiasmou com a oferta da companhia francesa Snecma de cooperar com o desenvolvimento do motor Kaveri. O turbofan vem sendo desenvolvido localmente há 20 anos pelo Gas Turbine Research Estabilishment (GTRE) para equipar os caças leves (LCA-Light Combat Aircraft) Tejas, projetados na Índia. Por enquanto, os protótipos do Tejas utilizam turbofans GE F-404 devido ao fato dos motores Kaveri não estarem plenamente operacionais.

Um comitê da IAF constituído em setembro para analisar a proposta da Smecma indicou que a oferta não cumpre os requerimentos oficiais da Força Aérea nem poderá ajudar a Índia a desenvolver localmente as tecnologias necessárias. O comitê foi constituído por representantes das diversas organizações indianas responsáveis pelo desenvolvimento do Tejas.

Segundo fontes do comitê contactadas pelo jornal The Hindu, os franceses estariam oferecendo uma turbina já desenvolvida, o que comprometeria ou mesmo mataria os esforços já realizados localmente para desenvolver o turbofan Kaveri, na medida em que não contemplaria o co-desenvolvimento de um motor, mas simplesmente uma fabricação sob licença a um grande custo financeiro.

Um membro do comitê teria acrescentado que seria melhor continuar com o desenvolvimento do motor pelo GTRE e laboratórios indianos que já trabalham no projeto para que se tenha domínio da tecnologia, ao invés de importá-la da França sob pagamento de royalties. Para esse membro, mesmo que o desenvolvimento local ainda tome mais tempo, seria um caminho mais vantajoso pois nem a França nem qualquer outro país fornecerá o núcleo sensível dessa tecnologia.

kaveri-aero-india-2007

Fonte: The Hindu

Foto de cima: mock-up do motor Kaveri (10 anos atrás) – Força Aérea Indiana (Bharat-Rakshak)

Foto de baixo: motor Kaveri na Aero Índia 2007 – LCA Tejas.org

Nota do Blog: vale lembrar que no início do programa LCA, na primeira metade da década de 1980, foi realizada uma concorrência para escolher um parceiro internacional que forneceria à HAL (Hindustan Aeronautics Ltda) a assessoria necessária em novas tecnologias para o desenvolvimento da aeronave. A concorrência, em que participaram a inglesa BAe, a francesa Dassault e a alemã MBB foi vencida pela última. Mas em 1985 a Índia, aparentemente insatisfeita com os resultados da parceria com os alemães da MBB, fechou um novo contrato junto à francesa Dassault. O desenvolvimento do caça começou efetivamente em 1986, seguido pelo projeto do motor Kaveri em 1988.

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Ivan

Desenvolver motores aeronáuticos é negócio para poucos.
Pelo que sei, hoje em dia, este clube é mais fechado que o nuclear. Fazem parte dele USA, Rússia, França, Inglaterra e União Europeia (como consórcio). Os chineses aparentemente fabricam cópias russas, mas devem estar desenvolvendo unidades próprias.
Admiro a iniciativa indiana, mas acredito que estaria fora do alcance brasileiro. Se for possível teremos que imitar os suecos e fabricar algo sob licença.

Ivan

Obs.:
Franceses querendo vender pacote fechado?
Até onde eu sei este é o procedimento padrão deles. Então não mudou.
É bom ficar de olho…

madvad

Exatamente Ivan.

O problema não é fabricar motores aeronáuticos. E sim motores com capacidade supersônica. Isso em um turbofan, altera completamente o desenho das pás, das câmaras do compressor e etc.

Como se desenvolve essa capacidade, é o grande trunfo que os fabricantes não compartilham com outros.

Com certeza a Snecma não vai entregar a receita pronta.

Iuri Korolev

Ivan e Madvad
Na minha opinião só teria sentido desenvolver e fabricar motor aeronáutico no Brasil se tivéssemos uma empresa privada capaz de concorrer globalmente,e ter sempre grana para estar no estado da arte tecnológico.Nem que fosse em um nicho de mercado.
Caso contrário seria nadar nadar e no futuro morrer na praia.
O Carlos Lessa quando estava no BNDES tentou algo mas não deu certo.
Infelizmente não temos ainda no Brasil empresários deste quilate.

O clube é fechado porque tem que ter escala,tamanho, coisa que a GE tem de sobra.A tecnologia não é inalcançável.

Sds
Iuri

madvad

Obviamente Iuri, nós íamos fabricar estas turbinas para quê? Não fabricamos caças supersônicos.

Fabricar para dosponibilizá-las no mercado seria estupidez..o mercado já é dominado pelas majors e até que chegássemos ao nível de concorrência e tecnologia que elas tem demoraria anos,senão décadas.

Mauricio R.

Tanto qnto a Kaverí, o Taihang tb teve sua cota de problemas.

Gonçalo Jr.

Lembrando:

Turbinas/motores a jato não servem apenas para caças. Já imaginaram os aviões ARJ da Embraer equipados com motores fabricados aqui? Lembrando que vendemos mais de 1000 aviões ERJ. Turbinas/motores para caças seria um outro salto tecnológico a atingir. Lembro também qaue o CTA concluiu com sucesso os testes numa turbina a jato projetado pelos seus próprios técnicos com o auxílio da FAB. Se ainda não fabricamos tais motores, também não podemos deixar de pesquisa-los. Se assim fosse, jamais iríamos fabricar os MELHORES jatos reginais do mundo…

[…] quentes” do motor não ofereceriam vantagens significativas em desenvolvimento de tecnologia. Isso porque a proposta estrangeira em questão, da Snecma francesa, residiria em adaptar à turbina indiana o “‘núcleo” do motor M-82, cujo […]

[…] Motor Kaveri: Índia deve rejeitar proposta francesa de parceria […]

Tadeu

Lembrando que: “O Brasil já está migrando para o rol de países que desenvolvem e certificam turbinas aeronáuticas.” ————- Jornal Valor Econômico de 20.03.2009 Polaris e ITA concluem protótipo de turbina para aeronaves civis Virginia Silveira, para o Valor, de São José dos C O Brasil já está migrando para o rol de países que desenvolvem e certificam turbinas Aeronáuticas. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em conjunto com a empresa Polaris Tecnologia, finalizou o desenvolvimento do primeiro protótipo de um turboreator de 350 quilos de empuxo, equivalente a uma potência de 1300 HP. Agora os pesquisadores trabalham no desenvolvimento… Read more »

Getulio - São Paulo

Esse caça reflete muito o estilo dos engenheiros indianos. Sendo uma elite os engenheiros, “castas de engenheiros”, pois o país ainda é regido por castas. Muitos tem formação inglesa, afinal os altos estudos ainda são feitos na europa, principalmente na inglaterra, em consequencia da colonização britânica. Dá para se notar que o design é no estilo de projetos britânicos. Os desenhos não seguem uma linha harmoniosa, que só de olhar você não diz: este é o caça! Isto não signifia que não voe ou cumpra com os seus requisitos, como lightning da década de 50/60, cada um constroi o que… Read more »

Getulio - São Paulo

A exemplo o famoso Mirage III, na época de sua introdução “era o caça ideal”, todas as forças aéreas queriam ter um, principalmente depois da guerra árabe israelense.

Curiosamente, o F-16 sempre pareceu ser um excelente caça que se diz nunca ter sido derrubado, e que mais de 4.000 já foram fabricados, mas nunca interessou ao Brasil, será o design? Está aí uma pergunta aos amigos do blog.

Getulio - São Paulo

Dos caças concorrentes ao FX-2, um caça de design limpo que parece voar bem é o Gripen, seria uma excelente escolha, pois parece ser mais econômico, com um motor.

Getulio - São Paulo

Falando em Lightning inglês, dizem que o Brasil quase o comprou ante a recusa dos americanos em vender caças ao país na época.

Ivan

Desenvolver motores aeronáuticos é negócio para poucos.
Pelo que sei, hoje em dia, este clube é mais fechado que o nuclear. Fazem parte dele USA, Rússia, França, Inglaterra e União Europeia (como consórcio). Os chineses aparentemente fabricam cópias russas, mas devem estar desenvolvendo unidades próprias.
Admiro a iniciativa indiana, mas acredito que estaria fora do alcance brasileiro. Se for possível teremos que imitar os suecos e fabricar algo sob licença.

Ivan

Obs.:
Franceses querendo vender pacote fechado?
Até onde eu sei este é o procedimento padrão deles. Então não mudou.
É bom ficar de olho…

madvad

Exatamente Ivan.

O problema não é fabricar motores aeronáuticos. E sim motores com capacidade supersônica. Isso em um turbofan, altera completamente o desenho das pás, das câmaras do compressor e etc.

Como se desenvolve essa capacidade, é o grande trunfo que os fabricantes não compartilham com outros.

Com certeza a Snecma não vai entregar a receita pronta.

Iuri Korolev

Ivan e Madvad
Na minha opinião só teria sentido desenvolver e fabricar motor aeronáutico no Brasil se tivéssemos uma empresa privada capaz de concorrer globalmente,e ter sempre grana para estar no estado da arte tecnológico.Nem que fosse em um nicho de mercado.
Caso contrário seria nadar nadar e no futuro morrer na praia.
O Carlos Lessa quando estava no BNDES tentou algo mas não deu certo.
Infelizmente não temos ainda no Brasil empresários deste quilate.

O clube é fechado porque tem que ter escala,tamanho, coisa que a GE tem de sobra.A tecnologia não é inalcançável.

Sds
Iuri

madvad

Obviamente Iuri, nós íamos fabricar estas turbinas para quê? Não fabricamos caças supersônicos.

Fabricar para dosponibilizá-las no mercado seria estupidez..o mercado já é dominado pelas majors e até que chegássemos ao nível de concorrência e tecnologia que elas tem demoraria anos,senão décadas.

Mauricio R.

Tanto qnto a Kaverí, o Taihang tb teve sua cota de problemas.

Gonçalo Jr.

Lembrando:

Turbinas/motores a jato não servem apenas para caças. Já imaginaram os aviões ARJ da Embraer equipados com motores fabricados aqui? Lembrando que vendemos mais de 1000 aviões ERJ. Turbinas/motores para caças seria um outro salto tecnológico a atingir. Lembro também qaue o CTA concluiu com sucesso os testes numa turbina a jato projetado pelos seus próprios técnicos com o auxílio da FAB. Se ainda não fabricamos tais motores, também não podemos deixar de pesquisa-los. Se assim fosse, jamais iríamos fabricar os MELHORES jatos reginais do mundo…

[…] quentes” do motor não ofereceriam vantagens significativas em desenvolvimento de tecnologia. Isso porque a proposta estrangeira em questão, da Snecma francesa, residiria em adaptar à turbina indiana o “‘núcleo” do motor M-82, cujo […]

[…] Motor Kaveri: Índia deve rejeitar proposta francesa de parceria […]

Tadeu

Lembrando que: “O Brasil já está migrando para o rol de países que desenvolvem e certificam turbinas aeronáuticas.” ————- Jornal Valor Econômico de 20.03.2009 Polaris e ITA concluem protótipo de turbina para aeronaves civis Virginia Silveira, para o Valor, de São José dos C O Brasil já está migrando para o rol de países que desenvolvem e certificam turbinas Aeronáuticas. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em conjunto com a empresa Polaris Tecnologia, finalizou o desenvolvimento do primeiro protótipo de um turboreator de 350 quilos de empuxo, equivalente a uma potência de 1300 HP. Agora os pesquisadores trabalham no desenvolvimento… Read more »

Getulio - São Paulo

Esse caça reflete muito o estilo dos engenheiros indianos. Sendo uma elite os engenheiros, “castas de engenheiros”, pois o país ainda é regido por castas. Muitos tem formação inglesa, afinal os altos estudos ainda são feitos na europa, principalmente na inglaterra, em consequencia da colonização britânica. Dá para se notar que o design é no estilo de projetos britânicos. Os desenhos não seguem uma linha harmoniosa, que só de olhar você não diz: este é o caça! Isto não signifia que não voe ou cumpra com os seus requisitos, como lightning da década de 50/60, cada um constroi o que… Read more »

Getulio - São Paulo

A exemplo o famoso Mirage III, na época de sua introdução “era o caça ideal”, todas as forças aéreas queriam ter um, principalmente depois da guerra árabe israelense.

Curiosamente, o F-16 sempre pareceu ser um excelente caça que se diz nunca ter sido derrubado, e que mais de 4.000 já foram fabricados, mas nunca interessou ao Brasil, será o design? Está aí uma pergunta aos amigos do blog.

Getulio - São Paulo

Dos caças concorrentes ao FX-2, um caça de design limpo que parece voar bem é o Gripen, seria uma excelente escolha, pois parece ser mais econômico, com um motor.

Getulio - São Paulo

Falando em Lightning inglês, dizem que o Brasil quase o comprou ante a recusa dos americanos em vender caças ao país na época.

Elias

Quem poderia ser o parceiro ideal para a India. Acredito que o Brasil seria o parceiro ideal pois tambem tem uma turbina desenvolvida para a Petrobrás, mas plenamente aplicável para o uso aeronáutico, É a “Polaris”, bem detalhada em alguns comentários acima. Observe-se ainda que há alguns anos houve também o desenvolvimento de uma turbina menor, a “Tietê” que teve doois modelos a I e II, que pode ser utilizada em VANT´s. Com esse curricullum, o Brasil seria o parceiro ideal para o desenvolvimento não apenas do motor Kaveri, mas também o motor polaris, que já é operacional, desenvolvimento esse… Read more »