Custos totais do F-35 poderão subir para 1,45 trilhão de dólares
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Documento do Pentágono obtido pela Reuters diz que o custo projetado para o ciclo de vida do F-35 – desenvolvimento, compras e operação – subiu de 1 para 1,45 trilhão de dólares, abrangendo um período de 50 anos
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Segundo reportagem da Reuters, que a agência afirma ser baseada em um documento do Pentágono por ela obtido, o Governo dos Estados Unidos agora está projetando um custo total de 1,45 trilhão pelos próximos 50 anos ou mais, destinado a desenvolver, comprar e operar o F-35 “Joint Strike Fighter” da Lockheed Martin. A matéria foi publicada na madrugada desta quinta-feira, 29 de março.
A estimativa anterior do Pentágono sobre os custos do ciclo de vida do F-35, que é o programa de armamentos mais caro da organização, era de aproximadamente 1 trilhão de dólares, incluindo inflação. Esta responde por mais de 1/3 dos custos operacionais projetados do F-35, embora autoridades militares e executivos da indústria argumentem ser praticamente impossível prever a inflação para a um período que avança na próxima metade do século. Também argumentam que nenhum outro programa de armamentos foi calculado até hoje abrangendo um período tão longo, e que até mesmo projeções de custos de curto prazo para outras aeronaves não incluem os gastos com programas de modernização e atualização.
A nova estimativa é baseada em cálculos feitos pelo escritório CAPE (Cost Assessment Program Evaluation) e inclui custos de operação e manutenção de 1,11 trilhão de dólares, incluindo inflação, e custos de desenvolvimento e aquisição de 332 bilhões. Já o escritório de Contas do Governo (Government Accountability Office) projetou, na semana passada, que o desenvolvimento e compra das aeronaves chegaria a 397 bilhões, sendo que sua estimativa anterior era de $382 bilhões.
A proposta do Pentágono de adiar as encomendas de 179 aeronaves por cinco anos, uma ação que autoridades dos EUA dizem que vai economizar 15,1 bilhões de dólares ao longo de 2017, também é levada em conta na nova estimativa. O adiamento evitaria custos de mudanças em aeronaves já fabricadas, gastos que poderão decorrer de problemas que apareçam durante os testes do novo caça – isso porque apenas 20% dos testes já foram realizados.
Nas próximas décadas, o Pentágono ainda planeja adquirir 2.443 caças F-35, além de 14 aeronaves de desenvolvimento, apesar do secretário da Força Aérea Michael Donley ter dito, na semana passada, que novos problemas técnicos ou aumentos de custos poderiam fazer esses números diminuirem.
Essas novas estimativas são parte de um novo relatório do caça, revisado e com data de 26 de março, que será mandado ao Congresso nesta quinta-feira, segundo a Reuters. O novo custo médio do F-35, incluindo pesquisa e desenvolvimento, além de inflação, está projetado em 135 milhões de dólares, aos quais devem ser somados os 26 milhões do motor F-135 construído pela Pratt & Whitney. No dólar de 2012, esse custo médio, incluindo pesquisa e desenvolvimento, seria de 112,5 milhões, além de 22 milhões para o motor.
Este é o primeiro ano em que o Governo separou os custos da aeronave do motor, de maneira que valores comparativos não estão à disposição no momento. A Lockheed Martin, baseada no dólar de 2010, disse que o custo médio da aeronave seria entre 65 e 70 milhões de dólares. A empresa não quis comentar sobre a nova estimativa, afirmando que não recebeu o último relatório do Pentágono. O porta-voz da empresa, Joe LaMarca, disse que a Lockheed Martin ainda acredita que o novo caça iria custar, para operar e manter, o mesmo valor gasto ou menos ainda do que os sete aviões mais antigos que substituirá, ao mesmo tempo em que vai oferecer capacidades muito superiores (nota do editor: acredito que o porta-voz se refere aos custos de manter e operar todos os F-35 a serem produzidos, comparados ao que se gasta com a frota somada das sete aeronaves que irá substituir).
Segundo o analista de defesa Loren Thompson, três quartos dos aumentos de custos do programa F-35 estão ligados a mudanças que o Governo fez no escopo do programa, além da maneira pela qual vem estimando os custos. Por exemplo, o Pentágono inicialmente planejava operar a aeronave a partir de 33 bases, mas o número mudou para 49. Inicialmente, os custos de operação eram projetados para 30 anos, e agora são para 50 anos, segundo Thompson, que acrescentou: “Os custos do programa parecem subir muito mais rápido do que realmente sobem, porque o Governo continua mudando a forma pela qual ele calcula as coisas”.
A proposta do Pentágono de adiar por cinco anos a compra de 179 caças F-35 acrescentou 60 bilhões de dólares para os custos de operação e apoio do programa, já que essas aeronaves serão entregues em anos para os quais se projeta uma inflação maior. Esse adiamento também somou mais dois anos à duração do programa, segundo cálculos internos da Lockheed obtidos pela Reuters.
Mas um crítico do programa, Winslow Wheeler, prevê que a escalada de custos será ainda maior que a estimada pelo Pentágono, dada a complexidade do F-35. A Lockheed Martin está desenvolvendo três versões da aeronave para as Forças Armadas dos EUA e de oito países parceiros: Austrália, Canadá, Dinamarca, Holanda, Itália, Noruega, Reino Unido e Turquia. Esses parceiros planejam agora comprar um total (combinado) de 697 aeronaves do tipo, em vez das 730 que o Pentágono previa anteriormente.
FONTE: Reuters (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Lockheed Martin
OLá,
O erro foi modesto US$ 45 bilhões “apenas”, e ainda com estimativas de aumento….
Abraços,
Edcreek, faça as contas de novo…
0,45 trilhão é 45 bilhões? Acho que é mais…
De qualquer forma, vale a pena ler com atenção todo o texto: não é exatamente uma questão de erro, mas também (ou principalmente) de mudanças ao longo do desenvolvimento e de decisões sobre operação. A cada nova mudança relativa à futura operação da aeronave, a estimativa tem que ser refeita.
Haja mudança e haja dinheiro!
Estourou a tanga do bicho…parabéns lockheed, vosso Futuro está garantido…agora imagina se fosse a da$$ault…imagina…
Não demora muito os estadunienses vão começar a encomendar o Rafale
Giordani,
Lockheed e Dassault são ‘farinha do mesmo saco’, explorando o contribuinte via governante de plantão com a promessa de um caça
‘multitudo’ para justificar custos inimagináveis.
Sds,
Putz! Considerando que estamos falando de valores em dólares, é quase o PIB do Brasil.
oi Ivan, até entendo o seu raciocínio, mas as escalas são absolutamente desproporcionais: digamos que a LM é um morcego vampiro hematófago, com envergadura de asas de uns 2 metros, e a dassault é um pássaro chupim…ambos são parasitas de seus respectivos governos. Cabe aos outros governos do mundo saber negociar com eles ué. Como se a SAAB Defesa não vivesse da teta do governo sueco? Convenhamos que isso é natural até um determinado limite, que parece, a LM ultrapassou, pois o governos dos EUA está querendo dar um basta, como deu com a Sikorsky no caso do Comanche. O… Read more »
Desenvolver esses caças a partir da 4 Geração e com o fim da Guerra-fria e orçamentos absurdos além da evolução da eletrônica embarcada virou brincadeira de ‘adulto’.
Além das dificuldades técnicas a coisa ficou muito mais cara e complexa e só tende a piorar.
Em outras épocas o F-35 já teria tomado o rumo dos museus, mas hoje em dia não existem tantas alternativas assim para os EUA e muitos dos seus aliados.
@ Ivan, você esqueceu de incluir na lista a Boeing, a Sukoi, a Mig, a SAAB, a BAe, o consórcio Eurofighter e até a empresa que faz os caças chineses e o pessoal da Coréia, dentre outros.
Gasto com defesa quem paga é o contribuinte mesmo. Sempre foi e sempre será assim. Quer investir em defesa, quer ter o melhor avião, quer que a industria nacional contribua com o desenvolvimento ao invés de comprar dos outros, tem que pagar o preço… $$$ a diferença é que agora a conta aumentou por conta da atual realidade 🙂
Seria interessante se houvessem dados separando os custos de desenvolvimento por cada versão do aparelho.
Desconfio que a versão “B” tenha estourado absurdamente os custos previstos.
O pessoal do Pentágono deve estar arrependido até a raiz dos cabelos de não ter continuado a produção do F-22, vendendo uma versão “light” para os seus aliados, da qual tirariam algumas tecnologias sensíveis.
Isto possibilitaria fazer do F-35 um A-35, um avião muito mais barato que o “faz-tudo” (interceptação, ataque, supremacia aérea, STOVL, COIN, etc) que está sendo contruído.
Marcelo e Magal, Eu não esqueci de incluir os outros fabricantes, pois o comentário foi dirigido a observação que Giordani fez em 29 de março de 2012 às 13:25. Na verdade o que temos hoje é um ‘modismo’ em torno do importante conceito multi missão, extrapolando o mesmo para absurdos que chamo de forma provocativa de Multi Tudo. Lockheed e Dassault, com abordagem diferentes mais pretendendo adequar seu projeto a um sem números de exigências tentam convencer que seus produtos, Lightning II e Rafale, podem atendar todas as missões com máxima eficiência e efetividade. Uma falácia. Mesmo sendo aernaves de… Read more »
Marcelo,
em 29 de março de 2012 às 14:44
A questão não é o tamanho do morcego, mas na quantidade de morcegos de cada tipo, pois o preço unitário de cada um ainda está muito próximo, mesmo com uma geração de diferença.
Pergunte ao Lord Vader… he he he.
Sds,
Ivan. 🙂
OLá,
Nunão é verdade, conta totalmente errda,kkkk……
O Bode é muito maior que a sala, que rufem os tambores….
Abraços,
Importante
Notem a imagem com a montagem do F-35: tem 34 pessoas “zoiando” e duas trabalhando. Por isso é avião é tão caro.
US$ 450.000.000.000,00
Com essa grana eu não ia mais precisar trabalhar.
Marcos disse:
29 de março de 2012 às 16:31
US$ 450.000.000.000,00
Com essa grana eu não ia mais precisar trabalhar.
Eu pagava minhas contas…e talvez sobrasse algum…rsrsrsss…
“Marcos disse:
29 de março de 2012 às 16:31
US$ 450.000.000.000,00
Com essa grana eu não ia mais precisar trabalhar.”
Com essa grana, eu comprava a Embraer , a Dassault, a SAAB, a Volvo, a Safran e a Thales. 🙂
No mais concordo com o Ivan, LM e Dassault são farinha do mesmo saco, apesar que a LM é em uma escala muito maior.
[]’s
Senhores, apenas para deixar claro: Esse valor de 1,45 trilhão de dólares (ou os aproximadamente 350 – 450 bilhões de dólares de acréscimo que vocês já estão gastando por conta…) desse suposto documento à qual a Reuters diz que teve acesso se referem a um custo total do programa projetado ao longo de 50 anos. Não é somente o que já se gastou, não é o que já foi consumido ou vai se gastar no desenvolvimento, ou só na compra, mas o que se prevê gastar, incluindo até mesmo os gastos operacionais, de manutenção, modernização ao longo de todo o… Read more »
No sítio eletrônico jsf.mil tem o seguinte texto: “The JSF will fulfill stated Service needs as follows: – U.S. Navy First day of war, survivable strike fighter aircraft to complement F/A-18E/F – U.S. Air Force Multirole aircraft (primary-air-to-ground) to replace the F-16 and A-10 and complement the F/A-22 – U.S. Marine Corps STOVL aircraft to replace the AV-8B and F/A-18 as their only strike fighter – United Kingdom Royal Navy & Royal Air Force STOVL aircraft to replace Sea Harriers & GR.7s as a supersonic strike fighter – Other Countries Potential JSF customers include current operators of F-16, F/A-18, and… Read more »
Desculpe o erro de digitação:
‘O número mágico da Lockheed é 7 (sete).’
Pois são 7 (sete) aeronaves que prometem substituir.
Caro Ivan,
Pode ser que a 7ª aeronave seja o F-15 C Eagle, por mais absurdo que possa parecer 🙂 .
[]’s
Fernando “Nunão” De Martini disse: 29 de março de 2012 às 18:34 Caro Nunão, Come eu havia comentado alguns dias atrás, os custos do F-35 iriam e estão aumentando mais a cada revisão de valores que se faz. Eu havia escrito que, segundo a última atualização (LRIP-5) o custo médio (os valores de cada versão são distintos) de um F-35 era de Us$ 203,4 milhões/unid. Ora, se somarmos os custos previstos para custos operacionais e de manutenção…. é bem provavel que dê realmente o valor supracitado na matéria. Mas a dúvida é se a aeronave fará tudo o que promete…..… Read more »
Baschera,
Um grande problema que os países ocidentais enfrentam é que NÃO há alternativas furtivas. O JSF – Joint Strike Fighter é o único programa de 5ª geração disponível entre os países da OTAN.
Além disso assinaram um contrato tipo Cost Plus com os fornecedores que é um verdadeiro incentivo a criar problemas para vender soluções, já que a margem de lucro da Lockheed/Martin, Northrop Grumman e BAE estão garantidas.
A situação é delicada:
Se correr o bicho pega.
Se ficar o bicho come.
Sds.,
“Roberto Bozzo (do Facebook) só 22 milhões para desenvolver o motor ???? não ta muito barato não ?!” Roberto, não é isso que está escrito. Melhor ler de novo. Os 22 milhões de dólares que você leu é o preço unitário do motor (o que inclui o seu custo de produção e o custo de desenvolvimento diluído entre os exemplares a serem produzidos) nas condições de 2012, ao qual deve ser somado o preço de cada célula nas mesmas condições, de 112,5 milhões – levando em conta a inflação para chegar à estimativa do custo médio, dá 26 milhões e… Read more »
O F-35 tem sido um fiasco, e faz um bom tempo, sem surpresas. Eh um completo non sense, na situacao economica atual dos EUA, ter um programa pessimamente administrado como este; certamente eh caso p/ investigacao. A melhor opcao talvez seja colocar o programa num stand by, ou reduzir drasticamente as ordens, e evitar, pelo menos, concurrency costs. Mas acho que o momento eh de refletir outros pontos alem do F-35: – Qual eh a missao e estrategia que o gov. americano tem p/ suas Forcas Armadas? – Seriam necessarios 2,443 F-35 p/ garantir a DEFESA dos EUA? Existem riscos… Read more »
Projeções para 50 anos? Blábláblá.
Número muito grande para tentar chocar o público americano e fazer a festa da choldra antiamericana. Mas o fato é que o F-35 ainda será muito mais barato que manter as frotas das aeronaves que substituirá.
Enquanto isso no Japão… Japan Begins Building Technology Demonstrator Fighter Mar. 30, 2012 – 11:33AM | By PAUL KALLENDER-UMEZU http://www.defensenews.com/article/20120330/DEFREG03/303300003/Japan-Begins-Building-Technology-Demonstrator-Fighter?odyssey=tab|topnews|text|FRONTPAGE TOKYO — Mitsubishi Heavy Industries (MHI) announced it has begun assembly of a full-scale, structural-testing model of the prototype Advanced Technology Demonstrator ATD-X fighter, also called Shinshin, ahead of the prototype’s first flight scheduled in 2014. Shinshin is being developed by the Japanese Defense Ministry’s Technical Research and Development Institute and MHI as a domestically produced, fifth-generation fighter to replace Japan’s fleet of some 49 Mitsubishi F-2 and 135 Mitsubishi F-15 fighters later in the decade. It would be an… Read more »