Captor E do Typhoon: colocando a discussão sob um novo ângulo
Ontem publicamos matéria sobre um contrato para fornecimento, pela empresa norte-americana Micronet, de componentes para o radar Captor, do Eurofighter Typhoon. A matéria (clique aqui para acessar), originou comentários discutindo as vantagens e desvantagens tecnológicas e táticas de radares AESA (varredura eletrônica ativa) em antenas fixas ou reposicionáveis.
Para ajudar na discussão, colocamos aqui (logo abaixo) uma ilustração do consórcio Eurofighter, comparando os ângulos de cobertura da versão atual do radar Captor com os da próxima versão, a Captor E, que conta com uma antena reposicionável. A área vermelha corresponde à cobertura de uma antena fixa, e a área verde, da antena reposicionável do Captor E.
Sempre é bom lembrar, obviamente, que a imagem é simplificada e faz parte de um site que divulga o caça, ou seja, é uma peça de propaganda (clique aqui para ver mais sobre a parte dedicada ao radar, no site Eurofighter). Mas pode servir como ponto de partida para a continuidade do debate.
IMAGENS: Eurofighter
Amigos, bom dia.
Como o Nunão bem alertou, temos que filtrar a informação.
Vejam o link específico: http://www.eurofighter.com/capabilities/technology/euroradar/angular-coverage.html
Observem que bastou movimentar a antena para que o alcance passasse a ser pelo menos 25% maior que um AESA fixo em todas as direções. Mágica!
Uma bela peça de propaganda!
Abraços,
Justin
Justin
>> Modo sarcastico on
Nao tem magica. O movimento rotativo da antena faz com que haja aumento de momento angular das ondas EM, e assim, por conservacao de energia cinetica, elas vao mais longe.
Eu miudos, as ondas EM sao catapultadas!!!
>> modo sarcastico off
Saudacoes
Mas afinal, é efetivo ou é só mkt?
Especialistas, uni-vos! Fixa ou reposicionável?
Corsario
Agora serio. A figura acima eh uma “pegadinha do Mallandro”. Foi feita a comparacao de alcance e angulo de varredura de dois radares diferentes, um fixo e outro direcionavel.
O radar fixo “tipico” considerado jah teria alcance menor que o CaptorE fixo. Ao se redirecionar o Captor E, aumenta-se o angulo de varredura.
Se nao for prestada atencao para isso, pode-se pensar que redirecionar o radar aumenta o alcance (e nao apenas o angulo), o que nao faz sentido.
Foi isso que o Justin chamou atencao.
De fato, Vigilante, acredito que a comparação da ilustração não se refere apenas a colocar uma mesma antena de radar em posição fixa ou num dispositivo redirecionável. É uma comparação, a meu ver, entre o atual Captor e o Captor-E em desenvolvimento, cujas melhorias não se restringem ao redirecionamento. O que vale mais, na minha opinião, é reparar mais nas diferenças de ângulos possíveis no geral. Isso levando em conta, obviamente, que quando a antena estiver direcionada para um lado (por exemplo, numa manobra para manter a cobertura contínua de uma área do céu onde estão os alvos, enquanto o… Read more »
Amigos, Ampliando um pouco a discussão sobre a redução do alcance efetivo quando o feixe eletrônico está defletido, no link que segue tem uma explicação dos motivos e a ordem de grandeza dessa perda: http://www.ausairpower.net/aew-aesa.html Um dispositivo swashplate obriga a que, no eixo da aeronave, o feixe eletrônico sempre esteja defletido em valor constante (o ângulo do swashplate). A degradação no alcance no setor frontal é considerável e permanente. Sobre as vantagens de uma antena fixa, é importante que se eliminem todas as possíveis fontes de vibração do emissor. Se tivermos uma oscilação ou vibração do conjunto móvel em 0,01… Read more »
Há um detalhe…
“Typical Size Fixed Plate AESA Radar”
Pode ser a antena AESA fixa de qualquer caça. Do Rafale por exemplo.
Essa antena AESA fixa “típica” definitivamente não é a do Typhoon, que será móvel.
Justin,
Me parece que vc ainda não viu o vídeo do mecanismo swashplate do Captor E em funcionamento:
http://www.youtube.com/watch?v=_0JvBtbCURA&context=C4512fc3ADvjVQa1PpcFMwhJ2jj0vjVeXjNU_OX6dpQ0mgXrXfuXs=
O mecanismo swashplate permite que antena possa se posicionar na mesma posição que uma antena fixa, garantido um alcance máximo frontal.
Ou seja:
AESA fixa opcoes:
a) frontal;
b) nao existe opcao “b”
Swashplate:
a) frontal;
b) inclinado p/ esquerda por “x” degrees…;
c) inclinado p/ direita …
d) inclinado…
O DrCockroach eh leigo no tema, mas ter opcoes nao eh melhor que nao ter opcoes?
[]s!
Penguin, boa noite.
Valeu pelo vídeo, mas eu não consegui identificar o momento em que o eixo da antena fica alinhado com o eixo da aeronave.
Em todo caso, se for como você diz, ela deixa de ser uma “swashplate” para ser mais uma antena móvel (ainda que com mecanismos diferentes), com todos os prós e contras.
Com certeza não inventaram ainda um sistema que tenha somente vantagens, como os comerciantes normalmente gostam de divulgar.
Abraço,
Justin
Eu considero que existem as seguintes opções para um radar de varredura eletrônica (PESA e AESA): 1 – “Antena” fixa única 1A – perpendicular ao eixo longitudinal da aeronave (não ajuda a reduzir o RCS frontal mas em compensação não degrada o alcance do radar) 2A- inclinada em relação ao eixo longitudinal da aeronave (reduz o RCS frontal mas perde em alcance do radar) 2 – “Antena” móvel 2A- Swashplate (aumenta o angulo de varredura girando o plano de uma antena inclinada, há perda do alcance no eixo longitudinal, mas reduz o RCS) – Será usada no Gripen NG. 2B-… Read more »
Redundante dizer que os tipos 3B e 3C não contribuem para a redução do RCS da aeronave
Até onde se sabe, o mecanismo swashplate a ser utilizado no Gripen será similar ao do Typhoon. Ambos estão sendo desenvolvidos pela mesma empresa, a Selex Galileo UK.
Detalhes desse tipo de mecanismo (geral):
http://en.wikipedia.org/wiki/Swashplate
Esse mecanismo produz dois movimentos em relação ao plano frontal: rotatório e oscilatório (ver animação acima no Wikipedia).
No lado negativo, aumenta a complexidade em relação a uma antena fixa, mas provavelmente não em relação às atuais antenas móveis convencionais.
Captor E: http://www.defense.gouv.fr/var/dicod/storage/images/base-de-medias/images/ema/sitta/farnborough-2010-article/captor-e/843754-2-fre-FR/captor-e_imagelarge.jpg
Raven ES-05: http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads/2010/08/Raven-ES05-e-IRST.jpg
Penguin,
Provavelmente você está certo.
Sendo assim o 2A passa a contar com o Typhon e a 2B fica só o Su-35.
Um abraço.
Ao que me parece o sistema swashplate não prevê o posicionamento da antena perpendicular ao longo eixo, portanto não há como aproveitar todo o potencial do radar em relação ao alcance.
Mestre Bosco, Está correto quando escreve: “Ao que me parece o sistema swashplate não prevê o posicionamento da antena perpendicular ao longo eixo…” Mas comete um pequeno engano ao continuar com: “…portanto não há como aproveitar todo o potencial do radar em relação ao alcance.” Um caça que use o recurso ‘swashplate’ para montagem da antena AESA do radar, pode girar a base desta mesma antena em 90º, direcionando a face plana para 30º à direita ou esquerda do eixo de progressão, podendo explorar todo o alcance da antena nesta direção. Desta forma fica natimorta esta tentativa de criar um… Read more »
Bosco, muito bom o seu Resumo!
só um comentário : me parece que a antena de nariz do T-50, será do tipo fixa inclinada, como no F-22, ao menos julgando pelas fotos que eu vi, da feira MAKS.
não entendi o comentário do Ivan…ainda me parece que se a antena principal do nariz for Inclinada, não importando se for swashplate ou fixa, perderá um pouco do alcance…
poderia explicar Melhor?
Ivan, Não tive ainda tempo de ler o texto sugerido pelo Justin, mas pelo que eu entendi a opção de instalar uma “antena” de um radar de varredura eletrônica inclinada ou reta (perpendicular o eixo longitudinal do caça) influi no alcance desse mesmo radar em relação a contatos situados diretamente no longo eixo da aeronave. Daí meu comentário de que no caso do sistema swashplate não permitir posicionar a antena de maneira reta, haveria uma ligeira perda da sensibilidade. Quanto ao aumento do angulo de varredura do radar, claro não há nenhum questionamento e tal ganho é fenomenal. Marcelo, Realmente… Read more »
Me parece que se o mecanismo swashplate do radar do Gripen ou do Typhoon for similar ao esquema abaixo…
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Swashplate_anim_metal.gif
…nada impediria que a mesma pudesse se posicionar perpendicularmente ao eixo longitudinal da aeronave.
[]s
Penguin,
Você tem razão, mecanicamente seria possível e pelo jeito se há limitação ela é intencional.
Pelo menos no vídeo do Captor E ela não ficou perpendicular.
Ivan disse: 14 de março de 2012 às 18:01 … Claro que isto é um preciosismo casuístico, pois a perda de alcance de um radar AESA não será pronunciada nos angulos mais fechados, mas apenas nos limites mais extremos, pois, citando o texto do AUSPOWER indicado, a perda de sensibilidade quando no limite de 60º é de aproximadamente 25%…. Ivan, boa noite. Provavelmente você não atentou bem para o texto “So substantial is this reduction, that a typical situation would see antenna gain, and hence power radiated and sensitivity, cut down to 25% at 60 degrees off the vertical.” http://www.ausairpower.net/aew-aesa.html… Read more »
Penguin, O movimento swashplate é esse mesmo. Entretanto no caso da antena AESA a emissão mais forte das TRM estarão no angulo reto da superfície da antena. Lembrando que a antenha gira suavemente, sem movimentos bruscos, para apontar a antena na direção mais conveniente. __________ Bosco, Ao girar o mecanismo swashplate em 90º para esquerda, como quem aperta um parafuso, a antena AESA vai ficar apontando perpendicularmente para 30º do eixo de progressão da aeronave. Nesta posição, conforme o pressuposto que o maior alcance é exatamente na direção perpendicular da antena, o radar com antena AESA montado em uma estrutura… Read more »
Senhores, essa discussão está muito interessante, mas infelizmente a fila anda e a matéria já virou a página. Mas há uma nova matéria sobre radar AESA, no caso o RBE2 do Rafale.
Embora não traga muitos dados técnicos para se discutir, apenas informações gerais sobre os testes, ela traz algumas datas importantes e uma bela foto de uma antena plana, que pode ser interessante de se discutir em comparação com a reposicionável.
A conversa pode continuar lá, se desejarem:
http://www.aereo.jor.br/2012/03/15/como-anda-o-desenvolvimento-do-radar-rbe2-aesa-do-rafale/