Índia corre o mundo em busca de fornecedores de sobressalentes russos
Vishal Thapar
Devido ao apoio logístico não confiável da Rússia, a Índia, pela primeira vez foi ao mercado internacional em busca de peças de reposição para aeronaves de fabricação russa e sistemas de mísseis operados pela Força Aérea Indiana (IAF). Tradicionalmente, estas peças vitais são provenientes dos fabricantes de equipamento original intermediados pela Rosboronexport.
A UPA deu o sinal verde para o IAF se aproximar de fornecedores na Europa, nos EUA e em Israel para, em caráter de urgência, repor os estoques de peças sobressalentes para equipamentos de fabricação russa. Na última contagem, 47 fornecedores espalhados pelo mundo informaram dispor de peças para equipamentos que vão desde motores de MiG-29 (R29) até pneus sem câmara para caças Sukhoi Su-30MKI e peças para os sistemas SAM Pechora e OSA-AK, além de radares baseados em terra.
Outras propostas ainda serão recebidas. As peças de reposição de caráter urgente incluem aquelas para a manutenção da frota de aviões de transporte An-32, para os quais propostas adicionais foram solicitadas. As solicitações são feitas pela ‘Defence ProcurementProcedure (DPP).
Fontes na IAF informam que as taxas de manutenção (‘serviceability rates’) nas plataformas de fabricação russa são “inaceitavelmente baixas”, devido à baixa disponibilidade de peças e ao apoio pós-venda. “Isso está prejudicando a prontidão de combate da Índia”, informou um oficial da Força Aérea. A preocupação se estende até mesmo para os caças de linha de frente como o Su-30MKI, uma vitrina da cooperação Índia-Rússia na área de defesa.
A situação em relação “à disponibilidade e manutenção dos IL-76 e dos reabastecedores IL-78 é “preocupante “, diz o oficial. “Isso vai além de uma discussão sobre o custo”. A manutenção dos MiG-29, também é um problema.
A origem do problema, revelam as fontes, são as recentes reivindicações russas para aumento de preços e novos contratos. Embora o problema não seja novo, a mudança para a abordagem do mercado internacional é sinal de que a Índia não aceitará chantagens. O aumento dos custos no processo de modernização do navio-aeródromo Admiral Gorshkov, e a renegociação de contrato de 974 milhões dólares para 2,33 bilhões dólares – sem nenhuma penalidade para um período de cinco anos de atraso – destaca-se publicamente como um exemplo da falta de confiança do tradicional fornecedor de armas da Índia.
A manobra para contornar a situação e adquirir uma fonte de sobressalentes confiável e contínua ocorreu após o fracasso nas conversas entre a Rússia e a Índia ocorridos entre os membros da Comissão Intergovernamental para Cooperação Militar, uma instância bastante elevada entre os governos de Nova Deli e Moscou.
A Rússia tem um histórico de punir os compradores de armas que procuram novas fontes de sobressalentes e modernizações de equipamentos fabricados em seu país e existem preocupações neste sentido dentro da Índia. A decisão de enfrentar a Rússia surge em um momento de grandes programas de modernização. Um contrato de mais de US $ 2 bilhões assinado para a atualização de 50 Su-30MKI. Um programa de mais de um bilhão de dólares está em curso para a atualização de 62 caças MiG-29, com um adicional de US $ 250 milhões para os motores. Um contrato de 290 milhões dólares foi assinado para a atualização de 160 helicópteros Mi-17.
Fontes próximas à indústria de defesa russa informam que a aquisição de peças de reposição no exterior para os seus equipamentos pode não ser fácil. Eles alertam que movimentos nesse sentido podem refletir sobre a Índia, sugerindo que o diálogo entre as duas partes “é a melhor opção para resolver os problemas.” Mas com o novo acesso aos fornecedores ocidentais e Israel, a Índia não está disposta a engolir seco. Ela exige do seu tradicional fornecedor de armas a melhor posição.
Texto originalmente publicado na revista SP Aviation em abril de 2011.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo
E tem gente que acha os equipamentos russos a maior maravilha nunca antes na história desse país: vai ai os helicópetros russos adquiridos pelo Brasil.
Essa notícia é um tapa na cara daqueles que pregam a adoção de equipamentos russos pela FAB e as outras FFAAs.
Ainda outro dia um certo “jornalista”, assinando sob seu pseudônimo, estava a trollar em outro blog sobre a “excelente” logística russa no caso dos Mi-35 do Esquadrão Sabre.
Taí. Com a palavra os indianos, que operam material bélico russo a meio século.
Por sorte dessa nós escapamos.
Correção: Mi-35 Sabres do Esquadrão Poti.
E ainda há quem defenda o emprego de equipamento russo por nossas forças armadas. Equipamento russo só funciona… na Rússia, que os fabrica. Se a Índia, tradicional operador (há décadas) tem problemas deste tipo, imaginem quem não tem tradição de operar este tipo de equipamento. Não dá!
Para quem adora os Sukoi, lavem a cara com agua gelada viu…
Pior mesmo que os equipamentos russos, são os chineses. E pior ainda, seria comprar os Rafale, que quem opera são somente os franceses, que não transferem tecnologia para ninguém, embora haja a panacéia que o pessoal do frango vão entregar tudo.
Correta a India !!
Hj em dia, a Russia depende mais da India, do que a India da Rússia…
A Europa e os EUA estão doidos para q os russos deem um mole, para entrar com tudo com seus equipamentos no lucrativo mercado indiano.
Se a Russia não colocar o rabinho entre as pernas, e baixar a bola, vai perder o seu melhor cliente, e o atual financiador de grandes programas de defesa lançados pelas FAA russas…
“A Rússia tem um histórico de punir os compradores de armas que procuram novas fontes de sobressalentes e modernizações de equipamentos fabricados em seu país”
E tem gente que acha que os norte americanos é que são os malvados…
Agora a Índia também compra toneladas de material militar e pelo visto não se preocupa nem um pouco com treinamento e manutenção adequados. Não me admira cairem tantos aviões, todos os meses. Não seria melhor tem uma força aérea mais enxuta e consequentemente mais preparada?
Problema dos Russos são as dificuldades em negociação, não acredito que eles deixem a Índia sem reposição de peças para os caças da Índia. eles tem um grande numero de caças russos no seu inventário. Essa noticia não desqualifica os caças em sua qualidade, agora vão querer comparar e dizer que a China tem os melhores caças e outros Países a fim. Tirando os yankes são os melhores. Caro Vader, Obtivemos um belo heli de ataque, agora precisa saber como foi conduzido essa negociação pq por aqui no Brasil isso é uma coisa não muito bem praticada. Espero que tenhamos… Read more »
Bahhhhh, eu fiuco muito feliz em ouvir isto, pois algins de nós aqui no PÀ e em outros blogs alertamos sobre os procedimentos dos “bonzinhos” com relaçãop a lopgística, e como bem disse o Vader, aquele famoso jornalista, agora lotado no Mindef, as custas de todos nós, garganteou juntoc com alcaguetas em proza e verso as “faz maravilhas Russas”, nada como um dia depopis de outro. Por aí vocês imaginem o tamanhop da trolha que enfiaram no traseiro da FAB Provavelmente em outro blog vamos ouvir aquela já tão conhecida desculpa que isto é coisa do PIG e “duszamaricanu”… Deu… Read more »
Aí o cara fica lembrando dos tantos acidentes com aviões russos(da época soviética) que ocorreram e ocorrerão pela áfrica…
Que a logística russa era ruim todo mundo(que acompanha o mundo da aviação) já sabia, pedra cantada, até nos meios da FAB. Não precisavam procurar longe. O Perú sempre penou com seus Su-22 e os MiG´s-29 então? A Rússia se negou a fornecer as peças e além do mais, eram oriundos da bielorússia…vixe!
Até parece que só os aviões Russos padecem de peças, e que só a India padece disso
Nobre colega! Na sua maioria, os demais que padecem com problemas de logística, padecem por não ter $$$$$ para pagar por ela, e não por má vontade de seu fornecedor.
Grande abraço
É incrível como essa noticia não me surpreende em nada. Eu canto essa pedra faz tempo, mas os russófilos de plantão sempre argumentaram usando a Índia como exemplo, de que eu estava enganado. Pois bem, o avião é bom? Sim. E o pós venda russo? É bom? NÃO O que isso significa para nós? Que se optassemos por eles( Graças a Deus extirpamos eles do FX2), sofreriamos para voar com segurança. Porque me refiro a segurança? Porque os aviões podem voar mesmo com alguns itens INOPERANTES. Isso ocorre na aviação civil também. Já houve casos de caças voando sem ter… Read more »
É isso aí Padilha, vamos ver o que nos aguarda em um futuro (bem) próximo, se é que já não estamos vendo……..
O que está ocorrendo, é a regra básica do vendedor/comprador.
Tudo é lindo e maravilhoso, até fechar a venda. Depois disso é com outro departamento, o de atendimento ao cliente. Antes o lado fraco era o vendedor. Agora o comprador fica na “mão” da empresa fornecedora. Se quiser “pecinha” tem de pagar, se não não voa…
Lição de casa , um bom contrato de assistência técnica, bem amarrado e negociado para não cair nessa armadilha típica.
[]’s
Senhores,
É por isto que os indianos estão muito a fim de gastar bilhóes de dólares para continuar tendo outro fornecedor que não a Grande Mãe Rússia.
Quem precisa mesmo, mas mesmo, fecha os olhos e compra, sem nem querer saber do preço.
Se em tempos de paz já está difícil comprar sobressalentes, imaginem em uma guerra.
E a Índia, ao meu ver, não engole o fato dos americanos venderem caças para seus arqui-inimigos, os paquistaneses, caças americanos estes que mataram muitos indianos nas Guerras Indo-Paquistanesas.
Por isto, caça americano lá, nem pensar.
Observador disse:
20 de dezembro de 2011 às 15:35
Mas Observador, o cenário parece estar mudando. O Paquistão já não é o mesmo aliado de antes. A Índia se aproxima do Ocidente (EUA, principalmente) para servir de contraponto a China e ao islamismo radical.
Então, não é tão irreal que os hindus adquiram caças americanos. Principalmente se forem F-35.
Manter os chineses ocupados é uma das tarefas primordiais dos americanos e a Índia, juntamente com Coréia do Sul e Japão. Caso contrário teremos um oceano vermelho!
Boa Nick,
Um bom contrato feito e bem amarrado dá as garantias que precisamos, o problema é que o Brasil não sabe fazer bons contratos.
Outro problema é que a Rússia é ruim de negociar como já disse em outro comentário, mas com um bom contrato tudo se resolve.
Abs.
Só um problema PR: os russos não são bons negociadores de contrato e são piores ainda cumpridores destes. Só querem saber de vender, não estão nem aí para o pós-venda. Parecem aquelas operadoras de celular ou plano de saúde, que quando você fecha o negócio já sabe que está lascado.
São tão traiçoeiros quanto os franceses.
Caro Asbueno:
A Índia compra sim muita coisa dos EUA, como por exemplo, os P-8 Poseidon, mas se você pensar que a Índia já investiu os tubos no T-50, creio ser difícil fazer uma compra do único avião de quinta geração concorrente no mercado.
A logistica russa nunca foi boa! Isso que acontece na Índia não deveria ser nenhuma novidade, acontece com quase todos os equipamentos militares russos. O ideal é o comprador ter muitas peças em estoque (o que é claro, gera um problema de custos). No caso dos caças isto especialmente em relação aos motores, que não tem a mesma resistência que tinham antes. As versões dos Migs 15 a 29 tinham reconhecidamente motores muito resistentes. Os Sukhoi atuais de vez em quando aparecem com problemas de desgaste inesperados. É interessante observar que existe a mesma reclamação em relação aos franceses. A… Read more »
Observador disse:
20 de dezembro de 2011 às 22:10
Eu simplesmente esqueci do T-50!
Todavia a Índia deverá continuar sua aproximação com os EUA.
Quando escrevi que os EUA precisam manter a China ocupada, com a ajuda de Índia, Japão e Coréia do Sul, deveria ter incluído, também, a Rússia, apesar dos pesares.
Abraços.