F-5EM: dispositivo do HMD, entre outros detalhes interessantes
Inauguramos esta série de matérias voltadas aos detalhes do F-5EM, avião que é a espinha dorsal da Aviação de Caça da FAB, mostrando um equipamento que nem sempre é visto em fotos da aeronave. Trata-se do dispositivo fixado na parte interior da cobertura transparente do canopi, o qual denuncia que o caça emprega um HMD (Helmet Mounted Display – visor / mira montada no capacete).
Usualmente, esse tipo de dispositivo interage com o HMD para determinar exatamente a posição da cabeça do piloto (ou seja, para onde ele está olhando), por meios magnéticos. O HMD permite utilizar todo o potencial de mísseis como o Python IV israelense no F-5EM, de modo que o piloto possa designar um alvo fora da linha de visada do míssil (por exemplo, no quadrante traseiro), utilizando a mira em seu visor. O míssil é lançado e segue para a direção que o piloto indicou no momento do disparo, apontando então a sua cabeça de busca para o alvo para então ser guiado pelos seus próprios meios (o chamado modo LOAL: Lock On After Launch – travamento após o lançamento).
O futuro desse tipo de equipamento aponta para novas tecnologias como as incorporadas ao F-35, cujo capacete funciona como um impressionante HUD (Head Up Display – visor ao nível dos olhos) virtual, fornecendo informação de alvos, capacidade “look-shoot” e visão noturna e vídeo projetados no visor, com capacidade de projetar imagens que virtualmente “atravessam” o piso do caça (geradas a partir de sensores da aeronave).
Voltando ao equipamento mais “simples” do nosso F-5EM (comparado ao que deverá operar no F-35), a grande vantagem que o HMD traz é que o caça não precisa “apontar o nariz” para o alvo que quer atingir (ou ao menos para um “cone” imaginário ditado pela capacidade da cabeça de busca do míssil apontar para um alvo), o que é uma grande vantagem num combate dentro do alcance visual.
Além desse dispositivo do HMD, outros detalhes interessantes podem ser vistos nas fotos, como a parte traseira da cabine, o apoio de cabeça do assento ejetável e o mecanismo de abertura do canopi.
E não podia faltar nesta sequência, que mostra a área da cabine de um dos caças expostos no recente “Portões Abertos” da Base Aérea de São Paulo, o painel com telas multifunção do F-5EM. Nas duas últimas fotos desta matéria, podem ser vistos os detalhes do painel, o HUD, além dos diversos botões do manche que, em conjunto com outros botões instalados na manete dos motores, controla várias funções do caça para que o piloto mantenha suas mãos nesses comandos, dentro do conceito HOTAS (Hands On Throttle and Stick – mãos na manete e no manche).
Clique nas imagens para ampliar, observe todos os detalhes, pergunte o que não sabe para outros leitores, explique o que já conhece e aproveite esta série para conhecer mais profundamente o caça que, por muitos anos ainda, deverá ser a espinha dorsal da primeira linha da FAB.
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Ninguém duvida que o F-5 foi um dos melhores caças da história.
Poderia ser até hoje, se a versão “G” permanecesse na forma original e não se complicasse para o malfadado F-20.
A prova está aí, se fosse proposto uma simples remotorização substituindo as duas velhas e fracas GE por uma única F404 o resto viria com tempo e na hora certa.
Hoje temos um ótimo avião com aviônica de ponta mas aleijado com motores que não conseguem manter a aeronave em curva sustentada contra os caças contemporâneos.
A maior deficiência do HMD é que, isoladamente, só funciona de dia.
Para que suas vantagens de aproveitar todo o potencial “high-off-boresight” dos mísseis de 5ª G se estendam noite à fora, se faz necessário combiná-los com NGVs apropriados, caso contrário ficarão limitados ao disparo LOBL ou ao LOAL lokados pelo radar.
Curiosidade: Será que a FAB opera os NGVs associados ao HMD?
Essa é outra vantagem do sistema usado no F-35 (HMDS/DAS) que independe das condições externas.
Vi um documentário sobre o Harrier, e quando de sua fabricação nos EUA foi modificado em tantos itens que é praticamente um outro avião. Sobre o motor Pegasus da RR, recebeu tantas modificações que ficou mais potente quase 50% do que a versão original. Se nossa indústria de defesa não tivesse entrado na UTI e permanecido em desenvolvimento, talvez tivessemos a capacidade de requalificar turbinas, melhorando seu desempenho, potência. Não posso afirmar que as turbinas do F5 pudessem aumentar sua potência em 50% mas, pelo que sei as duas fornecem 4600 kg de empuxo total e se possível um incremento… Read more »
Visto de dentro até parece um avião moderno!
haha
Bom…
Se não tem hora de voo pra fazer, pelo menos o aviador tema manual pra estudar.
O troço é quaiado de butãozinho pra aperta, trem compricado sô!
Olá,
Sem duvida muito bonito, mas tem alguns problemas como todas as recauchutagens:
-Radar ainda limitado em alcançe, travamento de alvos;
-Desgaste das celulas;
-Alcançe muuuito limitado;
-Carga muito limitada;
-Motor fraco;
-Necessidade de misseis para dar mais estabilidade;
-Etc….
Vejo que ele é um intermediario entre 3,5 à 4,0 G, mas se tratando da verba disponivel, ficou bom !!!!!
Abraços,
Realmente Sr. Edcreek, o “Mike” é isso ai que você disse, mas se me lembro bem pôs F16Ch/USA, M2000-5/C, A-1 e Rafale C abaixo exatamente na arena WVR. E ainda nos mesmos termos que um certo oficial francês utilizou a seguintes termologias para rebater as mesmas criticas que fazes ao “Mike” sem que sejam inverdades a ambos. – o motor é adequado a missão e aeronave segundo o cenário a que foi projetada! -o radar faz aquilo que as características da aeronave proporcionam em espaço físico e geração de energia, claro que pode influir em relação ao alcance e a… Read more »
Complementando…
O Rafale é muito lindo, comprovadamente e reconhecidamente não só por meu crivo estético, mas como todo novo projeto e em especial os de alta tecnologia apresentam alguns problemas de inicio de carreira e treinamento de tripulantes.
Espetáculo de foto! Parabéns Nunão.
Talvez o que mais faça falta ao F-5 EM, além de pouca carga paga, é a ausência de um FBW para auxilar a pilotagem. Enquanto que no F-16 é no “joystick”, no F-5 é no “muque” mesmo 🙂
[]’s
Se a Embraer e a Elbit fizeram isto no F-5 imaginem se a modernização fosse em um F-16.
O trabalho foi bem feito e os F5 ainda vão poder dar um caldo por algum tempo, mas sua época já foi.
As fotos ficaram boas e comprovam o bom trabalho da Embraer/Elbit
Abs.
É Nick, o Fly-by-wire é o que faltava no F-5M. Porém seria impossivel de adiciona-lo sem reconstruir a aeronave do zero.
Os M-2000 da FAB tem FBW?
Pergunto isso porque acho que é a área onde a FAB está mais atrasada.
Tplayer,
Os Mirage 2000 foram desenvolvidos como aeronaves naturalmente instáveis para possuírem maior manobrabilidade, nos moldes do F-16, e são equipados com sistema fly-by-wire.
São o que temos de melhor em desempenho, ascenção, manobrabilidade, velocidade etc, não há nem o que discutir. O problema deles é a obsolescência de seus sistemas, notadamente a aviônica e armamentos. São da versão C (e B, biposta), com tecnologia dos anos 1980 / 1990.
tplayer disse:
Os M-2000 da FAB tem FBW?
Sim, todos os M2000 possuem. Ele foi o primeiro caça francês em linha de produção com FBW.
tplayer disse:
o Fly-by-wire é o que faltava no F-5M.
F-5M +FBW = F-20 Tigershark
Na verdade o sistema de controle do F-20 não era exatamente um FBW como nós conhecemos.
Era uma mistura de sistemas eletrônicos com sistemas convencionais.
Se desse pau no eletrônico o convencional poderia ser usado sem problemas.
Nao sei se rio ou se choro.
Ta bonito, chega ate a imprensionar pela quantidade de Displays, mas continua sendo um jato ultrapassado.
Deixo no ar umas perguntas: Esses F-5 sairiam ilesos e um enfrentamento com os F-16 do Chile????
Sera que obteriam um Kill em cima dos F-16, ou seriam derrubados pelos mesmos???
Quanto ao fator humanos, quais sao os pilotos mais bem treinados, os da FACh. ou os da FAB???
Outra coisa,
Esses dispositivos parecem servir como Motion Detection para fazer um plotting do capacete HMD.
Me parece primitivo, se comparado com o HMD do F-35.
Mas ja e alguma coisa. Melhor do que nada.
Tadeu, já é melhor que o do Rafale. hehe
Senhores, Não sei o porquê desta preocupação com os F-16 chilenos. O Chile não nos faz fronteira; para serem usados contra o Brasil, teria que haver uma coalização ou com a Argentina (até parece) ou com a Bolívia (pior ainda) ou com o Peru. A verdade é que “nuestros vecinos” se odeiam, sempre lutaram entre si, e é muito, mas muito difícil se unirem para qualquer coisa, quanto mais uma guerra. Muito mais preocupação causam os SU-30 de um certo ditador maluco que nos faz fronteira. É sobre este avião que a FAB deve se perguntar se as capacidades do… Read more »
Frente às enormes deficiencias e dificuldades enfrentadas pela FAB, considero o F-5M não só um excelente vetor mas também um grande triunfo, resultante de esforços incríveis.
Mas entendo que, de uma rápida vislumbrada de quão decrépitas estão essas aeronaves, nossos pilotos mereciam estar frente ao painel de pelo menos um SHF-18 ou um Gripen NG. E o BRASIL devidamente equipado para garantir as responsabilidades constitucionais de nossas forças armadas.
Caro Oservador:
Muito bem observado, concordo contigo . Prefiro dois Mikes linkados via EMB-145 AEW&C do que um punhado de Mirages 2000 desdentados (será que estes, similarmente aos antigos banguelas, também vieram, até sem manuais de manutenção?).
Amigos, Há uma frase que diz “não deixe que a vontade de vencer suplante a sua capacidade de raciocínio”. Alterando um pouco: “Não deixe que a torcida pelo seu favorito o impeça de reconhecer as capacidades de seus concorrentes”. Super Hornet, Rafale e Gripen NG têm (este último terá, um dia) soluções tecnologicas muito próximas, mesmo com capacidades de carga em classes diferentes. Todos estão muito à frente do nosso atual caça de armas e aviônica mais moderna – o F-5M. Desconsiderar, nos comentários, a capacidade bélica e a tecnologia do Rafale, ou até mesmo o desempenho do Mirage 2000… Read more »
Tivemos na FAB dois exemplos onde os fabricantes – ambos obviamente franceses – se recusaram insistentemente a fornecer os manuais de manutenção, em níveis diferentes: Mirage III (Dassault) e Puma (Aerospatiale, hoje Eurocopter).
Também acho o Mirage 2000 um avião de excelente desempenho, prejudicado no entanto pelo péssimo suporte técnico e altíssimo custo de operação. A novela dos mísseis que a França se recusava a repor foi uma perfeita demonstração disso.
Se me permitem o link, um “causo” sobre a falta de manuais do Puma foi relatada pelo Jackson Flores, Jr (da Revista da Força Aérea) em uma lista de discussão do Yahoo: http://br.groups.yahoo.com/group/aeroespacial/message/36485 Transcrevo aqui o trecho relevante: Mas para melhor ilustrar o quao escorregadios os franceses podem ser, penso que eh ilustrativo um item do contrato dos Aerospatiale SA 330 Puma. Quando da assinatura do contrato desses helicopteros, foi acertada diversas obrigacoes e responsabilidades da Aerospatiale no que tange logistica e manutencao. Pois bem… Os indios aqui, super acostumados com os UH-1D/H e Bell H-13G/H, nem se preocuparam em… Read more »
Pois é Grifo, Cada vez aprendo mais aqui no Poder Aéreo. A noção que tenho de manutenção de helicópteros beira o ridículo, mesmo perante o conhecimento de pessoas como o Jackson Flores. Eu sempre imaginei que a substituição de uma pá de rotor principal fosse até mais complexa que uma substituição de asa em aeronave. Nunca pensei que significasse uma tarefa simples, realizada no nível Esquadrão. Para mim, a substituição física de uma pá não deveria ser problema. Bastaria seguir o manual (e aplicar o torque como necessário…). Pela minha lógica, o processo mais complicado e que exigiria a aquisição… Read more »
Olá,
Sobre os Heli o projeto dos ECs vai avançando agora com a Akaer trabalhando na parte de engenharia e com a entrada de mais empresas nacionais, pode não ser um mar de rosas, mas está saindo conforme o planejado, apesar da torçida contra.
http://www.aereo.jor.br/2011/09/22/programa-ec725-mais-dois-contratos-com-empresas-nacionais/#comment-213871
Abraços,
Grifo disse: 23 de setembro de 2011 às 4:16 Grifo, vou comentar uma coisa engraçada que vai no mesmo sentido. Conversei com um militar coreano (do Exército observo) sobre a competição F-15 vs. Rafale a uns dois anos. Ele disse que não tinha informações claras sobre o porque o Eagle e não o francês (e duvido que me contasse, os caras são muito formais, detalhistas e sempre ouvem mais do que falam), mas me contou algo engraçado. Os norte americanos mandaram manuais/tutoriais e as diversas informações solicitadas bastante detalhadas em inglês e coreano sobre o F-15. Os franceses mandaram informações… Read more »
Caro Observador,
Entendo seu comentario, mas a minha proposta foi apenas no sentido de estimular um debate sobre um eventual combate entre esses dois paises (Brasil e Chile).
Nao estou dizendo que isto ira acontecer, mas nao posso garantir de que nunca ira acontecer.
Sempre teremos que simular todos os possiveis e ate mesmo os impossiveis cenarios.
Seu amigo de hoje podera ser um inimigo amanha.
Quanto a Venezuela, tambem se faz nescessario essa analise e simulacao.
Tudo tem que ser levado em conta; maquinas, fator humano, doutrina de emprego, logistica, distancias etc. etc.
Grifo,
Excelente comentario. Da para ser ter uma ideia da mentalidade colonialista francesa.
Enquanto que os “gringos” te fornecem todos os requisitos para uma manutencao adequada, os franceses querem te deixar totalmente dependentes da boa vontade deles.
Isso e inaceitavel. Ja imaginou como seria se o Rafale fosse escolhido???
This is bullshit.
O cockpit ficou parecendo o do Super Hornet. Muito legal. Parabéns à FAB e Embraer. O F-5 ainda é uma aeronave a ser respeitada, senhores. É uma máquina de matar. E se der bobeira com ele, e ele estiver pilotado por um piloto experimentado, ele mata. Sim, tem pouco raio de combate; sim, carrega pouca carga paga; sim, tem uma potência baixa para os padrões atuais. Mas dentro do que se propõe, dentro de seu envelope de vôo e de utilização em combate, dentro da sua doutrina de emprego, brilhantemente absorvida e melhorada pela Força Aérea, ainda é mortal o… Read more »
Ah sim, parabéns ao Nunão e ao Aéreo pela matéria. Poucas vezes vi fotos tão nítidas e detalhistas do cockpit dos aviões da FAB.
Sobre o comentário do Grifo: isso é pra antiamericanalha mascadora de capim ver que não existe “bonzinho” no mundo e que, dentro do conjunto dos “mauzinhos”, os franceses estão entre os piores. Tão desavergonhados quanto quaisquer outros, se não piores…
No mais, ainda me lembro da carta do Brigadeiro Quirico…
É claro que a aeronave ganhou uma sobrevida tecnológica, mas ainda assim, é um avião velho. Um dia desses, uma capota de F5 caiu na rua próxima a casa de minha irmã que mora em cachoeirinha-RS. O F5 tinha decolado da base aérea de canoas ali perto…Na minha opinião, a defesa do Brasil deveria ser levada MAIS A SÉRIO por esse políticos almofadinhas. Os F5 deveriam ter sido substituídos no máximo até que o último caça completasse trinta anos de brasil, ou seja por volta de 2004.
Esses franceses são umas escórias dos ingleses. Quem não lembra da guerra das malvinas em 1982, quando eles cederam ao ingleses os códigos dos últimos três misseis exocet que os argentinos ainda não tinham usado contra a frota britânica (os três primeiros foram usados DOIS CONTRA O porta containers atlantic conveyor que afundou e UM contra o HMS Sheffield que também foi a pique) depois disso os argentinos NÃO conseguiram mais nenhum sucesso com os mísseis…
Quando os multifunção GRIPEN chegarem a primeira coisa que tem que fazer são uns exercícios bem próximos da fronteira com a Venezuela para deixar o maduro de olho bem aberto…