Líbia: uma visão geral da Operação Harmattan, da Força Aérea Francesa

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O número 640 da revista “Air Actualités”, que acaba de ser disponibilizado no site da Força Aérea Francesa (Armée de l´air) traz uma matéria especial sobre a operação Harmattan – a contribuição francesa para cumprir a resolução 1973 da ONU, que autoriza as ações militares internacionais sobre a Líbia, para a manutenção de uma zona de exclusão aérea e proteção à população civil.

Seguem os pontos principais da matéria, que pode ser acessada na íntegra (texto em francês), clicando aqui.

Com dois dias de antecipação às decisões diplomáticas, a Força Aérea Francesa já modificava sua programação, preparando-se para ser engajada.

Cronologia dos primeiros eventos para a operação francesa:

17 de março de 2011, às 23h: o Conselho de Segurança da ONU adota a resolução que autoriza a intervenção militar internacional na Líbia

18 de março às 15h30: o presidente francês Nicolas Sarkozy anuncia que as operações aéreas francesas já foram iniciadas.

18 de março às 17h45: primeiros ataque aéreos dos caças franceses.

Nos primeiros dias, foram mobilizadas seis bases aéreas e trinta aeronaves, entre Rafale, Mirage 2000 e reabastecedores C135.

Destacou-se a grande importância do reabastecimento em voo para as primeiras missões, a partir da França: não somente para apoiar no longo deslocamento, mas também para garantir mais tempo sobre a zona de combate.

Na primeira missão, em 19 de março de 2011, foram empregadas 19 aeronaves, sendo oito Rafale, dois Mirage 2000-5, dois Mirage 2000D, além de seis reabastecedores C 135 e um avião radar E-3F. Este último informava às autoridades a situação das atividades aéreas, em voos que duravam até 12 horas. As aeronaves empregadas no primeiro dia somaram 130 horas de voo. Em três dias, esse número chegou a 400 horas.

Um piloto de Rafale do esquadrão 1/7 “Provence”, que participou de uma missão com sete horas de duração em 19 de março, destacou a sinergia com o avião radar E-3F, na função de detectar as ameaças ar-ar e terra-ar. Os outros caças também trabalharam em conjunto com os Rafale para detectar e engajar os alvos.

Unidades mobilizadas para as primeiras missões:

  • Esquadrão de caça 1/7 “Provence”, de Saint-Dizier
  • Esquadrão de caça ½ “Cicognes”, de Dijon
  • Esquadrão de caça 3/3 “Ardennes”, de Nancy
  • Esquadrão de detecção e de comando aéreo “Berry”, de Avord
  • Grupo de reabastecimento em voo 2/91 “Bretagne”, de Istres
  • Esquadrão de transporte 1/64 “Béarn”, de Évreux
  • Esquadrão de transporte 1/61 “Touraine”, de Orléans

As primeiras missões planejadas foram de reconhecimento. Simultaneamente, os Rafale e Mirage 2000D realizaram ataques a carros de combate e veículos blindados que ameaçavam a população civil. Isso teve um efeito decisivo.

Durante o sábado, apenas a França visou esse tipo de objetivo. Então, os EUA e o Reino Unido entraram em ação, à noite, para atacar os sistemas de defesa aérea, bases e sistemas de comando.

Entre o recebimento das ordens e a execução das primeiras missões, sobre território líbio, passaram-se apenas 24 horas. Quatro horas após o recebimento dos objetivos das missões, os Rafale do esquadrão “Provence” estavam no ar. Nos dois primeiros dias, os Rafale foram os primeiros a chegar ao teatro de operações. Por dia, entre seis e dez Rafale estavam engajados em missões sobre o território líbio.

A partir de 21 de março, a base aérea de Solenzara, na Córsega, foi bastante reforçada. O depósito de munições da base vem sendo abastecido 24 horas por dia, 7 dias por semana. Desde então, as aeronaves francesas desdobraram-se de suas bases na França para a Córsega.

Desde 25 de março, um destacamento conjunto de Mirage 2000-5, da França e do Catar, passou a operar a partir de Souda, em Creta.

A grande lição da operação, segundo a matéria da “Air Actualités”, é que o Armée de l’air conseguiu adaptar-se aos acontecimentos em tempo real, modificando a configuração das aeronaves a qualquer hora para intervir seja no ar ou em solo, na região de Benghazi.

FONTE / FOTOS: Armée de l´air (Força Aérea Francesa)

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rui mendes

Como eles nos adoram, Europa.
Nem comments, só por sermos nós, Europa.