F-35 será bem mais caro do que os aviões que substituirá
Segundo análise do veterano repórter da área de defesa aeroespacial, Bill Sweetman, após verificar os diferentes custos individuais das versões do F-35 Joint Strike Fighter (JSF – caça de ataque conjunto) para o ano fiscal norte-americano de 2012, elas vão custar muito mais do que os aviões a serem substituídos. E esse custo para substituir os F/A-18, F-15, F-16, A-10, AV-8B e outros será muito maior do que o que já era planejado. Segundo Sweetman, citado em reportagem do POGO – Project on Government Oversight, o pedido de orçamento, revelado em 14 de fevereiro, “é o primeiro a refletir totalmente as grandes mudanças no programa F-35, que começaram no início do ano passado”.
Sweetman encontrou os seguintes custos médios por unidade (average per-unit costs – APUCs):
- F-35A: US$110 milhões (US$7,7 bilhões para 70 aeronaves)
- F-35B: US$150 milhões (US$2,71 bilhões para 18 aeronaves)
- F-35C: US$139.5 milhões (US$2,79 bilhões para 20 aeronaves)
Em contraste, os EUA estão comprando 28 F/A-18E/F Super Hornets por um APUC de US$86 millhões – aproximadamente 60% do—around 60% do APUC do F-35C, a variante que supostamente vai substituir o Super Hornet. Os F/A-18E/F estão sendo coprados hoje porque o programa JSF está atrasado.
É esperado que a Lockheed Martin, principal contratante do F-35 argumente que esses custos vão cair com o tempo, com os valores por unidade diminuindo à medida em que os EUA e outros clientes adquiram maiores quantidades no futuro, criando economia de escala. Porém, ainda não se sabe o quanto o F-35 vai se beneficiar da economia de escala. Segundo Sweetman, levando em conta apenas o F-35A, este será produzido em quantidades maiores que o Super Hornet.
Deve-se levar em conta, segundo a matéria do Project on Government Oversight, que esses custos médios por unidade não refletem os custos de desenvolvimento, que também têm sido maiores que os estimados originariamente. Os APUCs também não refletem os custos do ciclo de vida. As fases de desenvolvimento e produção do programa F-35 deverão chegar a 382 bilhões de dólares, de acordo com uma estimativa do Pentágono. Já estimativas de 2008 do Government Accountability Office (GAO), que incluem também o custo do ciclo de vida, ultrapassam um total de 950 bilhões de dólares. Os principais componentes do custo do ciclo de vida são a operação e manutenção da aeronave.
A USAF (Força Aérea dos EUA) recentemente indicou que concorda com a afirmação da US Navy (Marinha dos EUA) de que os F-35 poderiam custar de 30 a 40% mais, para manutenção e operação ao longo da vida útil, do que as aeronaves que estão substituindo. O problema é que o F-35, supostamente, deveria ser mais barato para operar e manter do que esses aviões mais velhos.
FONTE: POGO – Project on Government Oversight – tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo
FOTOS: jsf.mil
Mais barato que o Rafale que é especulado em U$ 140 milhões por unidade.
Viva a jaca.
tplayer disse:
16 de fevereiro de 2011 às 12:26
Caro tplayer, vc se equivoca: o Rafale custa precisos 142,3 milhões de EUROS: http://www.ccomptes.fr/fr/CC/documents/RPA/1_conduite-des-programmes-armement.pdf (ver página 8 e 21).
Abraço.
O F-35 JSF vale cada centavo. Mas acho que o Bill Sweatman forçou um pouquinho os valores finais: Israel não pagou isso nos F-35 que receberá.
E fica claro que o programa foi redirecionado, de um mero “F-22 menor” para o primeiro verdadeiro caça multirole da história.
E não concordo que “o F-35, supostamente, deveria ser mais barato para operar e manter do que esses aviões mais velhos”. Se tem uma coisa que sempre fica mais cara é aviação de alta performance.
Saudações.
tplayer disse:
16 de fevereiro de 2011 às 12:26
Ah sim, ao câmbio de hoje o Rafale custaria US$ 192,03 milhões a aeronave.
http://economia.uol.com.br/cotacoes/
O governo americano quer “matar” a turbina alternativa do F-35 p/ conter gastos (GE & RR) e ficar somente com a original da PW, mas membros do Congresso da base da GE e RR nao aceitam a reducao…
“Pricey jet engine tests budget cutters’ resolve”
http://www.forbes.com/feeds/ap/2011/02/16/general-industrials-us-congress-spending_8311655.html
[]s!
Obrigado pela correção Vader, o cometi o erro de chutar um preço muito baixo.
E nós ainda temos a possibilidade de comprar jaca por preço acima de F-35.
Pois é. Há algum tempo eu comparei o F-35 a um marreco e quase fui linchado (rsrsrs). Se você quer um avião para fazer tudo isto que os decanos F/A-18, F-15, F-16, A-10, AV-8B fazem, e tiver sucesso na empreitada, ele tem que sair MUITO caro. Aqui no Blog malhamos a Dassault por apostar no inovador – e fracassado – Rafale, ao invés de simplesmente evoluir o Mirrage 2000, como os russos tem feito com os seus aparelhos. Será que não era mais barato e simples ter feito um sucessor para cada aparelho, ou talvez um sucessor comum apenas para… Read more »
Ola Observador, “Malhamos a Dassault por apostar no inovador – e fracassado – Rafale, ao invés de simplesmente evoluir o Mirrage 2000, como os russos tem feito com os seus aparelhos” Eu concordo com você sobre a aposta errada do Rafale. Mas evoluir o Mirage-2000 além do que ele já evoluiu era igualmente um erro. Embora ele pude-se receber algumas melhorias como um radar de varredura eletrônica, seu projeto aerodinâmico, estrutural e propulsão já estava praticamente no limite. O “erro”, por assim dizer da Dassault foi ter desenhado uma aeronave para cumprir as especificações estritas do governo Frances e não… Read more »
Koslowa: Era mais ou menos por aí oque eu quis dizer. Não seria um “Mirrage 2000 NG”, mas algo semelhante ao próprio Mirrage 2000 em relação ao Mirrage-III. Embora semelhante, é outro avião, bem mais moderno, mas aproveitando as lições do antecessor. E não um projeto inteiramente novo como foi o Rafale. Este “Super Mirrage”, seria exatamente um concorrente para o Gripen NG: pequeno, monomotor, com preço de aquisição e manutenção mais em conta. Uma aeronave para países com orçamentos apertados (e que são a grande maioria). Por isto eu vejo a opção do NG com bons olhos: tem muito… Read more »
… optar, no máximo, pelos MLU.
O Bill Sweetman, assim como o Carlo Kopp, são críticos ferrenhos do F-35, cada um por seus motivos. As aeronaves são como são para cumprir seus requisitos. Não tem como um único desenho cumprir 100% todas as missões. O Sweetman não gosta do F-35, provavelmente, pelas fortunas que estão sendo gastas neles, acho que ele pensa mais ou menos como o Observador. É difícil saber se haveria economia ou não por essa linha de raciocínio. Ele também não é tão fã de aeronaves stealth, e por boas razões: os custos em termos de dinheiro, tamanho e restrições a cargas externas… Read more »
Falando em custo, hoje no Congresso americano o Joint Chief of Staff declarou que o F-35 não precisa de um segundo tipo de motor, e os deputados cortaram o desenvolvimento do modelo F-136 da GE/R&R.
Renato, seu comentário foi perfeito, mas se me permite complementar: Quando se trata do F-35, a discussão não é mais sobre uma aeronave ser melhor que a outra ou coisa e tal. A discussão passa a um outro nível: é uma discussão sobre CONCEITOS. O F-35 é uma evolução de CONCEITOS: o americano percebeu, e para isso teve que experimentar em batalha, e também com o caríssimo F-22, que o que é importante num caça hoje não é mais sua manobrabilidade, velocidade final, alcance de traslado, etc. E sim suas armas, seus sensores, sua consciência situacional, e a capacidade de… Read more »
Vader, Grande comentario meu caro. As maravilhas tecnologicas incorporadas no F-35 sao imbativeis pelos menos no proximos 10 a 15 anos no minimo. Chego a arriscar que, ate mesmo a tatica Swarm (enxame) nao afetaria muito o kill ratio da aeronave. Acho que, mais ainda que Stealth, os sistemas empregados na geracao do volume de dados em ‘Real Time” e a consequente “Consciencia Situacional” derivada desse fluxo continuo de informacoes, se constitui na minha opniao, no maior trunfo do programa F-35. O F-35 vale cada centavo e tempo investido no projeto. Como tambem o custo unitario de cada JSF-35 vale… Read more »
Tenho algumas reservas em aceitar que agilidade, velocidade final e alcance de translado estejam superados por conciência situacional, aceleração até mach1 e contramedidas. Principalmente quando a referência é o F-35. A velocidade final permite aumentar o alcance do mísseis, engajar ou desengajar quando em uma situação de desvantagem. O alcançe significa “ter combustíel para queimar” nestas situações e o alcance de translado é apenas uma das faces de qualquer parâmetro de alcance. A tecnologia stealth reduzirá a distância dos combates ar-ar – entre aeronaves stealth, é claro! – o que mostra que a agilidade e aceleração (ambas limitadas pela carga… Read more »
Se houvesse uma grande área de intersecção entre os desempenhos do F-35 e o F-22 um dos projetos poderia ser cancelado. Portanto houve uma divisão de funções: o F-22 garantiria a superioridade aérea e o F-35 atacaria.
Com o cancelamento do F-22 pelo Obama a capacidade ar-ar do F-35 passou a ser lembrada e aí veio toda esta história de menospresar agilidade, aceleração e velocidade.
Olá, É hilariante ver a turma anti-frança propagar o preço de venda do Rafale como o preço total do projeto, é muita viagem na maioneg’s…o preço do caça não é esse…. Sobre o F-35 não tenho duvida que ele será bem aceito, porém a alguns fatores a se levarem em conta: 1-Capaçidade real de superioridade aerea, frente a novos caças 5G; 2-Preço inicial de compra caro; 3-Busca de um avião mais capaçidado para superioridade aerea; Tenho certeza que o projeto ainda vai aumentar o seu custo, e tenho certeza que todos vão continuar no projeto com alguns cortes de unidades.… Read more »
O F-35 será mais caro que a geração anterior, não só pelo investimento feito nele, mas como pela ambição de fazer o mesmo, em várias versões. Além do que inicialmente ele deveria ser mais um avião de ataque furtivo mesmo, que acabou se tornando um caça multirole. Ou seja, com o desenvolvimento do projeto, foram feitos mais e mais requerimentos que tornaram o F-35 mais capaz, mas também mais caro. De qualquer forma acredito que seus usuários ficarão plenamente satisfeitos e como o Vader disse, justificará cada centavo investido nele. Em um cenário hipotético F-35 x SU-50 , eu diria,… Read more »
O que matou a idéia de haver um “affordable stealth” em oposição ao B-2 e ao F-22, foi a complexidade em abraçar tantas funções em uma única aeronave.
Por outro lado o conceito de “simples e barato” representado pelo Gripen, tão pouco se espalhou pelo mercado.
Quem comprou, não adquiriu mais que o equivalente a 2 esquadrões.
O que ainda se vê por aí, são os cada vez mais remendados F-15 e F-16.
Renato Oliveira e Groo:
Obrigado pelos comentários!
Onde vocês estavam quando chamei o JSF de marreco e fui massacrado?
Pode até fazer tudo o que se propõe, mas se o faz de forma muito mais cara do que um vetor especializado, o faz mal.
Foi na matéria http://www.aereo.jor.br/2011/01/27/boeing-retoma-contato/
Vocês expuseram o que acho deste avião, com muito mais propriedade.
Demonstraram as limitações do aparelho e apoiaram o que eu já disse: não sei se no futuro veremos JSF em todos os papéis designados para ele ou se teremos tantas versões do avião.
Aviso aos amigos…
Atualmente estamos em uma mudança no paradigma da aviação de combate após quase 40 anos de mesmice.
Como houve em outras épocas.
Só o tempo dirá quem terá razão.
Na minha visão, só não terão espaço as duas visões mais radicais
Força 100% stealth, que até os gringos já abandonaram.
Força 0% stealth, que só os franceses insistem nesta estupidez.
Qualquer proporção entre stealth e não stealth, tripulados ou não, para mim terá validade, dentro da realidade estratégica e orçamentária de cada país.
Antes que venham me falar de nEuron, ele nem protótipo virou ainda.
Aliás entre Talarion, Neuron, Barracuda e outros tanto “demonstradores tecnlógicos” europeus, será que desta vez algum deles voa antes que algum demonstrador tecnológico russo, chinês ou indiano o faça???
Ou assistiremos mais um fiasco do Velho Mundo???
Vader, concordo com você. Seu comentário complementa o meu, mas o Groo fez uma observação importante: hoje os EUA tem a vantagem, mas só D’us sabe até quando. Tanto é que os UAV e UCAV estão com a bola toda, o X-47 voou recentemente, e ele deve desbancar boa parte das aeronaves atuais. Uma composição de força F-22 + F-35 + F-47(?) seria imbatível sob quaisquer pontos de vista. Os F-22 iriam à frente, eliminando oposição aérea. Os F-47 iriam em seguida, destruindo os alvos fixos, e os F-35, além de ajudarem a controlar os F-47, destruiriam os alvos móveis.… Read more »
Renato Oliveira disse: 16 de fevereiro de 2011 às 20:44 Eu amo o A-10, mas infelizmente seu tempo já passou. os SAM portáteis tem mais alcance que o GAU-8, e a SDB-2 e o JCM substituirão com vantagens o Maverick e o Hellfire. A função do A-10 hoje em dia pode ser cumprida com eficiência pelos UAV Permita-me discordar do seu raciocínio. SAM portáteis sempre tiveram alcance superior ao Avenger, a função de combater este tipo de ameaça quando muito fica nas mãos dos helicópteros. Mesmo que o alcance do GAU-8 fosse maior, na velocidade e altitude que o A10… Read more »
Só uma pequena correção. O míssil ar-sup tático padrão da USM/USN/USMC será o JAGM e não o JCM, que foi cancelado. Não há previsão para que o mesmo seja adotado pela USAF, portanto é pouco provável que o A-10 venha a substituir o Maverick por esse míssil. O tempo do A-10 ainda não passou, mas ele teve que evoluir e deverá continuar evoluindo se quiser sobreviver numa arena de alta intensidade. Seu modo de ataque clássico, em vôo picado ou em vôo nivelado de baixo altitude, realmente tem pouca utilidade contra um exército equipado com modernos sistema de defesa antiaérea… Read more »
Vale ressaltar que o que possibilita a sobrevivência dos helicópteros de ataque frente aos modernos SPAA é a tática de se manter oculto, protegido pelo relevo, se expondo o mínimo, e lançando seu ataque de uma posição abaixo da linha de visada do sistema de defesa.
O helicóptero de ataque é hoje o maior inimigo dos veículos de defesa antiaérea.
O problema do A-10 é que ele atualmente não “produz” seus alvos.
A maioria é monoposto e fica difícil voar e operar um pod de designação de alvos. Sempre precisa de alguém para designar os alvos.
O Ka-50 monoposto teve este mesmo problema na Chechenia e precisava de um Ka-29 para designar os alvos.
Groo,
O A-10 e o OA-10 foram modernizados, como disse o Rodrigo, e integrou os pods de designação de alvos Litening e o Sniper.
Antes ele tinha esse “problema” que você citou já que contava apenas com um receptor laser e só podia designar por conta própria os Mavericks.
Tem A10 biposto? Lembro de um protótipo há muitos anos que foi abandonado.
Bosco, como sempre, perfeito. O atual é o JAGM, obrigado pela correção. Com a grande eficiência do AH-64 hoje em dia, eles querem deixar o CAS ‘clássico’ para o US Army. O novo modelo de CAS previsto pela USAF é a partir de grande alcance com PGM da classe do SDB/SDB2. Isso, mais o stealth, faz com que as aeronaves empregadas sejam virtualmente imunes a defesas aéreas, exceto as ‘top tier’ como S-300, S-400 e S-500. Rodrigo, ficou só no protótipo mesmo, o A-10B, que foi cancelado por conta do LANTIRN – que, no final das contas, nem chegou a… Read more »
Renato, Mas mesmo que a USAF continue a fazer missões típicas de CAS ela pode fazê-lo de média/grande altitude usando as JDAM, SDB, WCMD, JSOW, etc. Acho que as armas guiadas por GPS são um divisor de águas fundamental e alterou o paradigma de que apoio aproximado deve ser feito a baixa altitude expondo uma aeronave ao fogo de MANPADS e SPAA. Juntando as “armas” aos designadores em terra e à conexão direta com um laptop das FAC de terra um F-35 à média ou alta altitude faz o serviço tão bem ou melhor que um A-10. Claro que o… Read more »
A Luftwaffe, em 1945, tinha o caça mais avançado do mundo, mas além de caro era complicado e pouco numeroso. Os 100 Me 262 lutaram muito bem, mas ao mesmo tempo, os veteranos Focke wulf e Messerchmitts continuaram a combater lado a lado, até mesmo os Stuka lutaram até o fim, principalmente quando da ofensiva soviética final naquele vale perto de Berlim. A Usaf cometerá um erro terrível se apostar todas as suas fichas em um único avião: TODO projeto de suas vulnerabilidades. O F35 vai apanhar em dogfight, e a sua capacidade stealth não será eterna, como dizem as… Read more »
Wagner, Você deve se referir ao envelope cinético do F-35 que reconheço não é lá uma Brastemp, mas comete uma injustiça quando diz que todas as fichas foram colocadas na tecnologia stealth. Ele agrega uma suite completa de sensores, armas, um nível de interação homem-máquina nunca visto que irá reduzir o tempo de reação, integração plena ao conceito de guerra centrada em redes, etc. Tudo indica que ele não seria páreo para um caça de 4ª G apenas e tão somente no dogfight com emprego de canhões, mas seu nível de consciência situacional periférica e a capacidade high off boresight… Read more »
Hummm…
Pelo visto, não sou o único a achar o avião um marreco…