OGMA fabricará três componentes principais para o KC-390
A OGMA (Aeronáutica de Portugal) ganhou um contrato da Embraer, para a produção de três componentes do novo aparelho de transporte tácticomilitar e civil KC-390, revelou ao Expresso uma fonte próxima da empresa.
“Trata-se de uma encomenda no valor total de €405 milhões, que envolve o desenvolvimento de produto, desenho e fabricação de ferramentas, estaleiros e produção em série, além de um contrato de exportação para os próximos 15 anos”, acrescentou a mesma fonte. Considerando que o potencial de conteúdo nacional pode chegar aos 75%, o saldo positivo previsto para a balança comercial é de €303 milhões.
Na prática, a empresa portuguesa irá fabricar o anel central da fuselagem do novo avião, o spoiler (elemento que acciona os flaps aerodinâmicos no bordo inferior das asas) e a clamshell (porta traseira para cargas menores). O programa será responsável pela criação de mais 190 postos de trabalho na fábrica de Alverca, além de envolver a participação de 25 a 58 engenheiros da OGMA, consoante a fase do projecto.
Contrato vital
“A OGMA precisa muito deste projecto, precisamente, numa fase em que o seu principal cliente tem vindo a reduzir encomendas e ameaça deslocalizar a produção dos aviões Pilatus para a Polónia“, alerta Jorge Lopes, dirigente do Sitava (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos).
Na opinião deste responsável sindical, o contrato da Embraer “é de primordial importância, nomeadamente, porque os benefícios esperados apontam para o desenvolvimento de know-how específico para segmentos estruturais de grandes dimensões, possibilitando o acesso a outros programas e o alargamento de uma cadeia competitiva a outras oportunidades de negócio”.
“A OGMA tem todas as condições técnicas e de qualidade para abarcar este projecto sendo, alias, a única empresa em Portugal capaz de o fazer”, acrescenta Jorge Lopes, cujo sindicato está empenhado em sensibilizar a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), os partidos com assento parlamentar e a Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da Republica para a importância deste projecto: “Traz trabalho, fideliza empresas e favorece a indústria nacional, que fica, finalmente, em condições para a criação de um cluster aeronáutico”.
O novo cargueiro brasileiro é, igualmente, um dos principais candidatos para substituir os actuais aviões de transporte Hercules C-130 da Força Aérea Portuguesa (FAP) cuja modernização está definida até 2017. O aparelho foi objecto de uma apresentação formal no Ministério da Defesa, estando em curso estudos para avaliar se o avião se enquadra nas necessidades da FAP. Brasil, Chile, Polónia e República Checa estão entre os países que já manifestaram o seu interesse neste avião da Embraer.
BENEFÍCIOS:
– Exportações para um período de 15 anos, avaliadas em cerca de €405 milhões
– Potencial de incorporação nacional de 75%, com um saldo positivo para a balança comercial de €303 milhões
– Criação de 190 novos postos de trabalho, além de envolver 25 a 58 engenheiros
– Contribuição às Finanças sob a forma de IRC, Segurança Social e IRS estimada em cerca de €59 milhões
– Desenvolvimento de competências de engenharia e produção que abre as portas para a participação de Portugal em programas semelhantes
FONTE: Exame Expresso
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Por que essas partes não serão fabricadas aqui? (Se é que a nota tem algum fundamento…)
Em que pese a possibilidade dessa seção ser fabricada localmente, acredito ser essa uma parceria estratégica para atrair mais um cliente do KC 390, especialmente na Europa, e membro da NATO.
Noticiado pela própria mídia portuguesa torna o evento mais emblemático. Pontos para EMBRAER.
Desejo ler notícias como essa também no projeto de um caça pós-FX2 de concepção, ou participação, nacional.
Quanto mais parceiros,mais clientes. Sei,não. Mas depois dessa, do Lula , no Irã, revelando-se interlocutor confiável,o Oriente Médio,pode ampliar comércio internacional,principalmente no quesito de manufatura sofisticada.
Podiamos fazer um caça com Portugal tb!!!!
Portugual ja não possui o Euro Fighter?
E será que eles estariam mesmo interessados em entrar em um “sonhado” programa de caça brasileiro?
Ah… sim! primeiro nossos politicos tem que tomar vergonha na cara… hehe
Mas seria interessante =D
Luiz Ricardo,
Eurofighter em Portugal? Talvez você esteja confundindo com a vizinha Espanha.
Digitando as palavras “Força Aérea Portuguesa” e “F-16” no campo busca, você vai encontrar algumas das matérias já publicadas aqui sobre o caça que é realmente operado pelo país, com links para outras.
Isto tudo me parece uma jogada, resta saber se realmente dara frutos positivos para nós Brasileiros.
É normal que este aparelho tenha algumas peças fabricadas em Portugal, não se esqueçam que a OGMA é propriedade da Embraer e que essa mesma empresa brasileira está a construir 2 fábricas no Alentejo.