F-104: ‘fabricante de viúvas’ para um, zero acidentes para outro
O Ejército del Aire espanhol também utilizou, ainda que por poucos anos, o F-104 Starfighter: nenhuma perda em mais de 17.000 horas de voo
Dias atrás, o Blog do Poder aéreo publicou uma matéria especial (clique no link ao final desta para ler) sobre a fama de “fabricante de viúvas” , que o Lockheed F-104G “Starfighter” recebeu na Luftwaffe alemã, devido à altíssima taxa de atrito registrada no início de suas operações naquela força. Mas, como a própria matéria ajuda a entender, tudo é relativo quando se fala de taxas de atrito de caças.
A Força Aérea Espanhola (Ejército del Aire) foi um dos diversos operadores do F-104, apesar de tê-lo empregado por poucos anos, entre 1965 e 1972, em um único esquadrão. Na chegada do modelo, a Ala 6 que operava caças F-86 Sabre passou a se chamar Ala 16, operando os dois tipos – o F-104 no esquadrão 161 (antes 61, quando a ala ainda tinha o número 6), depois redenominado esquadrão 104. Pode-se ver na foto acima o número indicativo 161 nos caças e, na foto abaixo, um deles já apresentando o novo indicativo 104. Depois, a Ala foi redenominada Ala 12 (numeração que prossegue até hoje), quando os F-86 foram substituídos por caças F-4 Phantom, no esquadrão 121. Assim, ao final de sua vida operativa, o esquadrão dos F-104 passou a ser denominado 122, formando a Ala 12 junto com o 121.
No total, os espanhóis receberam 21 aeronaves da versão F-104G (18 monopostos F-104G e 3 TF-104G bipostos), cuja denominação local foi C.8. Os aviões foram recebidos via MAP (Military Assistance Program), sendo os monopostos fabricados pela Canadair, e os bipostos pela Lockheed. Em 1972 foram substituídos pelos F-4 Phantom, padronizando a Ala 12 com esse modelo (posteriormente, os Phantom foram substituídos na Ala 12 pelos F-18 Hornet, que lá operam até hoje, nos esquadrões 121 e 122). Os F-104 espanhóis foram transferidos para a Grécia e a Turquia.
Na Espanha, os F-104 acumularam mais de 17.000 horas de voo, sem nenhuma perda voando no país (dados do site do Ejército del Aire) – o único acidente dos espanhóis com o modelo foi ainda nos EUA, numa decolagem com flaps descompensados durante o treinamento, em 1965, na Base Aérea de Luke (a aeronave e o piloto, que ejetou muito baixo, foram perdidos).
Como tudo é relativo, o número de horas voadas por aeronave na Espanha não foi elevado (embora não tenha sido excepcionalmente baixo): fazendo as contas, a média é de aproximadamente 810 horas para cada exemplar espanhol, com 115 horas por F-104 por ano. Outra vez, há que se ressaltar a relatividade dos dados: na Espanha, os Starfighters operaram na sua função ideal, como interceptadores, e quase sempre sob excelentes condições atmosféricas.
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O F-104 é um classico desenvolvido durante a Guerra da Coréia. Voou pela primeira vez em 1954, e ebtrou em operação em 1958. Ele fazia parte de uma tendência na época: interceptadores de altitudes extremamente elevadas…… Extremamente veloz, tinha a funçõa de interceptar os bombardeiros soviéticos antes que estes conseguissem lançar suas mortais armas. Para que isso fosse possível (velocidade elevada), ele era equipado com um turbo jato General Elétric J-79. As asas eram bem pequenas e finas nos bordos de ataque, para diminuir ao máxiomo o atrito com o ar…. Era armado basicamente com um M-61 Vulcan 20mm com… Read more »
ebtrou não………..entrou…………….
Vassili matador do “seu portuga”, rsrsrsrsrs…….
abraços.
Não deixa de ser curioso isso. Porquê? Porquê tantas mortes na Luftwaffe?
Sds.
Felipe…
os alemaes costumavam voar mais baixo que o normal e em alta velocidade, e ainda por cima o péssimo tempo do norte europeu contribuiu muito para as quedas.
Há uma teoria que os F104 alemaes recebiam manutençao abaixo dos padroes devido ao fato do pessoal de terra ser em sua maioria conscritos e não profissionais.
Os pilotos alemaes também voavam em média 5 horas a menos por mes
que outras naçoes da OTAN que voavam os F104.
O piloto e a equipe de manutençao fazem a diferença sempre.
abraços