Corte na Defesa faz Brasil suspender compra de helicópteros da Rússia
Lote final de 6 unidades do Mi-35 deveria ser entregue à FAB até o fim do ano, mas, a reboque dos problemas orçamentários e de assistência técnica para aeronaves já entregues, Jobim mandou contingenciar R$ 112 milhões do programa previstos para 2011
Rui Nogueira / BRASÍLIA e Roberto Godoy/ SÃO PAULO
Um dos principais contratos do programa de reaparelhamento das Forças Armadas sofreu um corte profundo: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, decidiu suspender o processo de incorporação de novos helicópteros russos Mi-35 à Força Aérea Brasileira (FAB) – onde foram rebatizados com o nome AH-2 Sabre.
A reboque dos problemas orçamentários e de assistência técnica para as seis primeiras unidades já entregues, Jobim mandou contingenciar R$ 112 milhões do programa que deveriam ser gastos ao longo deste ano.
Os 12 modelos Mi-35 que o Brasil comprou da Rússia por cerca de US$ 250 milhões foram incorporados à frota da FAB em abril de 2010. O lote final, de seis unidades, deveria ser entregue até o fim deste ano. O Comando do Exército considerava a possibilidade de adquirir ao menos mais quatro desses “tanques voadores” para equipar a aviação de força terrestre.
O Estado apurou no Ministério da Defesa que Jobim tomou a decisão de paralisar a incorporação dos novos aparelhos aproveitando “o surgimento de argumentos técnicos”. Evitando entrar em detalhes, um oficial do Comando da Aeronáutica disse que “não há nenhum problema grave na assistência técnica, mas existem falhas em determinados componentes dos aparelhos que estão no País”. Embora o desempenho operacional seja considerado bom, as primeiras aeronaves apresentaram problemas técnicos.
Um deles foi o do estabelecimento de compatibilidade entre a eletrônica de bordo, russa, e o sistema de comunicações da FAB, que segue padrões americanos. Houve dificuldades na adaptação da conexão às fontes externas de energia. Mais recentemente, pedidos de fornecimento de peças e componentes não foram atendidos de forma conveniente.
Os argumentos técnicos são vistos como “razões providenciais” para segurar o orçamento da Defesa. O ministério foi um dos mais atingidos pelo corte total de R$ 50 bilhões que a presidente Dilma Rousseff decretou no início do governo. Dos R$ 15 bilhões aprovados pelo Congresso, a Defesa teve contingenciados, em fevereiro, R$ 4 bilhões.
Só suspensão. Formalmente, o governo brasileiro não rasgou o contrato com a Rússia, apenas suspendeu por todo o ano a incorporação dos Mi-35 e o respectivo desembolso. Além dos 12 helicópteros, cuja compra foi formalizada em outubro de 2008, o Brasil adquiriu um pacote de armamentos e suprimentos para manutenção por cinco anos. O acordo foi assinado no Rio, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por seu colega russo Dmitri Medvedev.
À época, a imprensa russa, a começar pelo jornal Pravda, avaliou que a importação das aeronaves quebrava uma série de “tabus”. Trata-se dos primeiros equipamentos militares pesados comprados da Rússia pelo Brasil, e também os primeiros helicópteros da FAB desenhados especificamente para situações de combate – os que estavam em ação na época eram modelos civis adaptados. O ministro Jobim participou da cerimônia de “batismo” das aeronaves, na Base Aérea de Porto Velho, em Rondônia. Jobim disse ainda que haveria transferência de tecnologia em simuladores de voo.
FONTE: Estadão
Uma lastima , a eletronica russa claro que iria dar um pouco de trabalho , + de 55 anos usando a dos EUA ,,pra mim seria uma grande surpresa se nós adaptassemos logo nos primeiros anos .
Mas precisamos de helis de ataque isso é fato .
Pareçe que deve estar rolando um favorecimento do Lobim para os produtos franceses ..pessimo para o pais ..
Eu sempre fui cético quanto à verdadeira boa intenção russa em manter uma boa logística para essa pequena frota de helicópteros. A real intenção russa sempre foi dar uma “nivelada” na balança comercial entre os dois países, visto que eles compram muito mais do conseguem vender para nós………. Não sou contra nossa forças armadas fazerem uso de equipamento militar russo, (tanto que espero anciosamente pelo anúncio de compra de algumas baterias de SAM modernos para equipar o EB e a FAB)… sou contra é pela aquisição de um modelo de aeronave claramente ultrapassada, visto que nem é de ataque, nem… Read more »
É suspensão ou cancelamento?!?!?
Não está claro isso. De qualquer forma, eu seria mais favorável à um heli de ataque de concepção mais moderna. De origem russa, poderia ser o KA-50/52 ou o MI-28. Americano o SuperCobra seria o ideal. E o Battle Hawk seria uma opção interessante também.
Vassili disse: 10 de abril de 2011 às 10:56 Se assim for eles podem colocar a viola no saco e irem embora… Se estão esperando encomendas maciças para fazerem um serviço descente vão morrer sentados. Desde a adaptção das armas nacionais, passando pelas fontes de alimentação, rádios e NVG. Os russos foram de um amadorismo constrangedor. Este papo do plug and play deles, de adaptar tudo não deu certo. Seria mais profissional se eles chegassem e explicassem que nada do que temos aqui serve para operar o seu equipamento e que tudo precisaria ser adquirido novamente. Como eles não fizeram… Read more »
Nunca entendí mto bem o pq da compra dessas aeronaves. Se era p/ complementar o trabalho dos Terceiros, alguns BH armados (Árpia ou Battlehawk) serviriam e seriam a opção lógica, pois o BH é parte do inventário faz tempo. Qnto a adquirirem mísseis SAM russos p/ a FAB e o EB, acho mais interessante a FAB adquirir o sistema Spyder pois já opera o míssil Derby, trocaria o Python V pelo Piranha. E o EB poderia bolar um sistema, que usasse o míssil Piranha. Mas sistemas SAM russos nem de graça, a falta de desempenho é diretamente proporcional ao preço… Read more »
De onde vcs estam tirando que a tecnologia Russa é defasada, tem alguma fonte para que possamos ver sobre a eletronica dos Helis ou estão tirando da propaganda dos EUA ?
Tirando que os próprios russos admitem estarem pelo menos 25 anos atrasados…
Se você quiser procurar o Google está ai para isto.
Eles os russos, são mais realistas que alguns dos seus acólitos, aqui na Trilogia.