Economia na compra de apenas 36 caças Rafale servirá para acelerar o Tejas, diz MD indiano

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Rafale apresentação - foto armee de lair

O ministro da Defesa da Índia, Manohar Parrikar, também disse que França investirá na Índia 50% do contrato do Rafale

Durante entrevista concedida ao jornal indiano Economic Times, cujo assunto principal foi a ameaça terrorista, o ministro da Defesa Manohar Parrikar também respondeu a perguntas sobre o contrato para aquisição de 36 caças franceses Dassault Rafale. Em especial, o ministro informou que a economia com a compra desse número de aeronaves no momento (em comparação ao total muito maior que se pretendia inicialmente) servirá para liberar dinheiro para investimentos como o do caça leve desenvolvido localmente, o Tejas.

Especificamente sobre as obrigações francesas e a parte indiana na fabricação das aeronaves, o ministro disse ao jornal que a França deverá investir cerca de 50% do valor do contrato, estimado em 4 bilhões de dólares, nos setores aeroespacial e de defesa da Índia.

Parrikar disse que o projeto do Rafale vai “tirar da coleira (a política) Make in India (fabrique na Índia)” e também afirmou, segundo a reportagem do Economic Times publicada nesta segunda-feira (11/5), que a compra no momento restrita a 36 caças Rafale permitirá economias entre Rs 60,000-65,000 crore nesse projeto MMRCA (aquisição de avião de combate multitarefa de porte médio).

Rafale - foto 2 armee de lair

Vale lembrar que o programa, conforme originariamente concebido, visava adquirir 126 caças, 108  produzidos na Índia e apenas 18 recebidos diretamente do país vencedor da concorrência, na qual a proposta do Dassault Rafale foi selecionada no início de 2012 para negociações exclusivas. A compra, porém, ficou focada neste momento em apenas 36 jatos fornecidos diretamente pela França.

O valor economizado, segundo o ministro Parrikar, servirá para acelerar programas de fabricação de material de defesa na própria Índia. Entre esses está o já muito atrasado programa LCA (avião de combate leve), também conhecido como Tejas, que deverá ser introduzido em grande quantidade: a reportagem indiana falou em 200 caças para reequipar 10 esquadrões. O programa do Tejas é uma iniciativa indiana que remonta à década de 1980, com primeiro voo em 2001 – para saber mais, clique nos links da lista abaixo.

LCA Tejas - foto Forca Aerea Indiana  LCA Tejas - foto 2 Forca Aerea Indiana

FOTOS (em caráter meramente ilustrativo): Força Aérea Francesa (Rafale) e Força Aérea Indiana (LCA Tejas)

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Marcelo

o Tejas realmente precisa de mais atenção. Seria um contrasenso muito grande jogar fora 30 anos de desenvolvimento e pesquisa.

Guilherme Poggio

Do ponto de vista técnico-econômico o Tejas é um fracasso. Mas sua experiência poderia ser aproveitada para algo mais.

Iväny Junior

Pense numa economia. Mais de 4 bi em um caça desarmado e no padrão francês, com todas as deficiências que a própria força indiana tinha notado antes.

Iväny Junior

Pois é Nunão A dassault e a frança fizeram a festa na índia. Primeiro, modernizaram mirages 2000 ao dobro do preço de compra de F-16C usados e modernizados a um padrão superior ao que o -5 indiano ficou. Venderam os lixoscorpenes, submarino inferior ao U-209 com AIP. Venderam o rafale a um custo absurdamente alto e desdentado de mísseis. Vão compartilhar os micas do mirage. Em suma, estas parcerias estratégicas da frança não saem muito bacanas para os parceiros. E pensar que ali ao lado existe um interesse de Japão e Austrália firmarem acordos com a índia, estabelecendo interesses e… Read more »

Iväny Junior

Nunão

Estou tomando por base as doações de F-16 a tailândia, com uma reforma de 27 milhões por aeronave. Na questão do tempo verbal, vamos ter como base que foram entregues duas unidades e o resto vai ser entregue em alguns anos, porém, o contrato foi fechado em absurdos 63 milhões de dólares por unidade!

Dava pra ter comprado o dobro de Gripens C também…

Iväny Junior

Nunão

O prazo é longo de entrega é longo quando falamos em todas as unidades, porém, se confirmado em 10 anos, está dentro dos padrões aceitáveis para o terceiro mundo.

Ao que me consta, o programa F-5BR custou 12 anos (de 2001 a 2013), fora que se contar as aeronaves ex-jordânia, ainda não está concluído.

O negócio é ver se dura “apenas” 10 anos mesmo este programa indiano…

Vader

Negócio da China né? 😉

Espertos esses indianos… Se o MMRCA já era criticável por haver escolhido o mais caro entre todos os concorrentes, imagina agora que o MMRCA foi pro espaço…

Como disse o Ivany lá em cima: pense numa economia…

🙂

Iväny Junior

Vader

Só vejo eles darem bola fora, tirando o P-8I…

Saudações.

Baschera

Tejas ??? Mas que… este nem cumpriu os requisitos iniciais de mais de 20 anos atrás. Sua versão MK I tem mais de 56 problemas listados…. era para ser ao menos 75% de construção e fabrico locais e nem bem chegou a 35%…. fora que o orçamento furou em mais de nove vezes o valor inicial…. entre outro “furos”. Sua versão MK I era para ser operacional em 2005 e mal teve o IOC em 2013…. assim mesmo com restrições. Se construírem 200…. mesmo na “nova” versão MK II … vão assinar o atestado de loucos varridos. Em 10 anos… Read more »

Rafael Oliveira

Os indianos deram varias bolas foras, mas tem algumas compras que se salvam e outras até com louvor:

– Helicópteros Apache, Seahawk e Chinook

– SAM Spyder e mísseis Barak e Spike

– EMB-145

Deve ter mais alguma coisa boa que não vem à cabeça agora.

Abraços!

Baschera

Os C-130J-30 Super Hércules…

Os Poseidon P-8….

Sds.

Iväny Junior

Caros Catando em todas as forças, claro que os indianos têm uma defesa muito melhor que a nossa. O NAe opera bem segundo informações nos mais diversos meios, o Mig-29K, o Su-30MKI (segundo informações de um oficial americano, reproduzida aqui no aéreo), entre outros. Porém, a manutenção de vários vetores (navais, terrestres e aéreos) é comprovadamente inadequada lá. A baixa disponibilidade dos flankers e fulcruns, por exemplo, não é regra dos modelos, e com a ToT para a HAL deveria ser bem superior. Eles estão fazendo o dever de casa no P-8 (que é uma aeronave muito nova ainda e… Read more »

Nick

Melhor forma de economizar com o Tejas é cancelar o programa e comprar de prateleira um caça como o Gripen NG.

[]’s

ci_pin_ha

Melhor forma de economizar com o Tejas é cancelar o programa e comprar de prateleira ou não FA-50, assim teriam um bom LIFT bem capaz e resolveriam o problema dos aviões de treinamento que também possuem.

Iväny Junior

O FA-50 supersônico leve é, a meu ver, o substituto natural do F-5. Se for mais barato que o Gripen, é uma das melhores opções do mercado…

Ivan

Baschera,
Ser um ‘novo’ MiG21 é um dos principais objetivos do Tejas dentro do programa LCA.
Se tiver sucesso será ótimo.
Abç,
Ivan.

Mauricio R.

Querida DRDO,

Façam-nos um grande favor, cancelem o Tejas Mk-2, reestruturem o programe e de duas uma:

a) Aproveitem que a HAL irá reformar os M-2000 existentes e façam a vontade da força aérea, passem a fabricá-lo sob licença.

b) Já que agora o negócio é na base do G2G, negociem c/ os suecos a fabricação sob licença, primeiro do Gripen C/D e depois do Gripen E.

Qualquer coisa, podem dizer que é o novo Tejas mk-3.

Mauricio R.

“…e resolveriam o problema dos aviões de treinamento que também possuem.”

Para isso a HAL fabrica sob licença o Hawk, “o problema dos aviões de treinamento” é no andar de baixo, c/ o IJT, que a HAL não consegue resolver sozinha.

Knight

Agora faz sentido o mau humor do Just in Case nas últimas semanas. Não se tratam de Rafales a mais dos 126, mas sim 126 terem firmes apenas 36…

Iväny Junior

Ivan e Baschera Suponho que o Tejas esteja completamente inapto a enfrentar o FC-1 sino-paquistanês que já está em operação. Não acredito que ambos tenham ficado tão bons quanto o Mig-21. A situação indiana é complicada. O MMRCA foi reduzido à quase 1/4 e não existe linha de saturação. O tejas parece estar em um limbo do qual não se dá mais para retornar e ao mesmo tempo, falta muita estrada para a conclusão da jornada. Acredito que seria melhor mesmo aproveitar o que já tem e transformar em LIFTs (recentemente um decolou de ski-jump terrestre) e definitivamente contratar outro… Read more »

Ivan

Iväny, O primeiro link indicado pelos editores, “Os atrasos do Tejas e algumas comparações, segundo o MD da Índia” apontam os principais problemas enfrentados pela HAL e DRDO no seu programa Light Combat Aircraft. Vários são comuns a produção de qualquer caça sofisticado pela indústria indiana, como por exemplo: – Indisponibilidade de mão de obra treinada e capacitada no país; – Indisponibilidade de infraestrutura e instalações de teste no país; – Indisponibilidade de componentes críticos, equipamentos e materiais, além de recusas de fornecimento de tecnologias pelos países tecnologicamente avançados; – Instalações de produção inadequadas na HAL (Hindustan Aeronautics Limited –… Read more »

Iväny Junior

Ivan

Também tenho essa certeza sobre o mercado de caças leves. Haja vista a quantidade de forças aéreas que não operam mais caças por conta do alto preço dos caças complexos de 4ª geração, que mesmo sendo leves como o Gripen e FA-50, não terão preço inferior a 20 milhões de dólares.

Eu ainda iria além, caças com central eletrohidráulica de vôo como o F-7/J-7 (Mig-21 chinês) pode ser ainda um nicho de mercado interessante. Ao que me consta o ultimo caça/LIFT com esse tipo de comando foi o BAe Hawk.

Saudações.

carvalho2008

O Tejas não pode e nem tem como ser um sucesso comercial. Este é um problema inerente ao proprio projeto LCA, o qual objetivava o desenvolvimento de tecnologias nacionais. Ou seja, nunca foi um produto focado em vendas, embora obviamente seja para lotar seus esquadrões de caças leves em lugar do MIG-21. No entanto, vejam que isto muda tudo nas premissas de projeto e caracteristicas do produto. Façam a comparação por exemplo com as premissas do KC-390. No Tejas, o objetivo era alcançar um indice de nacionalização superior a 70% e atrelado diretamente a outros projetos estratégicos tal como o… Read more »