FAB define armamento que vai equipar o caça Gripen
Virgínia Silveira
A Força Aérea Brasileira (FAB) pretende assinar, até o fim de abril, contrato de aquisição dos armamentos que irão equipar os 36 caças Gripen NG, que o governo adquiriu em outubro da sueca Saab.
Segundo o presidente da Copac, (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate) brigadeiro do ar José Augusto Crepaldi Affonso, trata-se de um contrato à parte da aquisição dos caças, avaliado em US$ 300 milhões.
Assim como o contrato de apoio logístico, o do sistema de armas do Gripen também será assinado com a Saab. O presidente da Copac disse que o contrato de aquisição foi assinado em coroas suecas. “O valor em dólar americano depende do câmbio do dia. Já o contrato dos armamentos será assinado em dólares.”
O contrato de apoio logístico para a frota Gripen foi fechado em dezembro. O acordo, no valor de 548,4 milhões de coroas suecas (US$ 63,8 milhões), inclui serviços de manutenção e suporte técnico para as aeronaves, seus componentes internos e equipamentos de manutenção. A Saab deverá prestar os serviços entre 2021 e 2026, com o apoio de empresas brasileiras.
De acordo com a Copac, o pacote de armamentos do Gripen inclui um míssil de longo alcance BVR (beyond vision range), um de curto alcance WWR (within visual range) e armamento de ataque ao solo. O sistema de armas do Gripen já foi definido pela FAB, mas os detalhes sobre os equipamentos e seus fornecedores não foram informados por questão de segurança nacional.
O único armamento dos caças que foi divulgado é o míssil A-Darter, desenvolvido em conjunto pelo Brasil e a África do Sul. A parte brasileira do projeto envolve as empresas Mectron, Optoeletrônica e Avibras. O governo da África do Sul já está testando os mísseis em sua frota de caças Gripen. O míssil encontra-se em fase final de desenvolvimento.
O Gripen da Força Aérea Sueca já concluiu a integração do míssil de longo alcance Meteor, produzido pela europeia MBDA, empresa controlada pela Airbus Group, BAE Systems e Finmeccanica. “O Meteor seria uma boa opção para a FAB, pois não geraria custos adicionais de integração na plataforma do avião, uma vez que já está no Gripen sueco”, afirma o vice-presidente de vendas para a América Latina da MBDA, Patrick de La Revelière.
A MBDA já é parceira no Brasil da Avibras e da Mectron, no desenvolvimento conjunto de mísseis para as Forças Armadas brasileiras. “A única forma que a MBDA encontrou para se manter no Brasil foi por meio de parcerias estratégicas e de transferência de tecnologia”, afirmou o executivo.
Um exemplo é o desenvolvimento conjunto com a Avibras do míssil arsuperfície AM39 B2, versão de última geração do míssil Exocet AM39, da MBDA. O míssil será utilizado nos helicópteros EC725 que a Helibras está produzindo para a Marinha brasileira.
Além do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), a transferência de tecnologia tanto da parte dos caças quanto dos armamentos, via beneficiar a AEL Sistemas, Atech, Embraer, Akaer, Inbra e Mectron.
FONTE: Valor Econômico
Manchete foi ótima.
Prendeu a atenção e não revelou nada kkkk.
Espero que seja o Meteor msm.
Que fique registrado que em 31/03/2015 a FAB usou a arcaica e patética desculpa de “questão de segurança nacional” para não dizer sequer os armamentos que irá comprar.
Aliás, se é uma questão de segurança nacional por que ela não escondeu que escolheu o Gripen? Deveria tê-lo escolhido secretamente. Pagá-lo secretamente. Voá-lo secretamente.
De qualquer forma, daqui uns anos saberemos por meio do DOU.
A parte boa da notícia é a revelação de que serão gastos US$ 300 milhões com armamentos.
A tal da “segurança nacional” não resiste aos e-mails do google que a galera civil do gf usa pra se comunicar, kkkk…
Ridículo isso por parte da FAB. Em pleno séc. XXI, faça-me o favor Da. FAB…
Saber o nome ou tipo do míssil que equipará a FAB não faz inimigo algum tremer de medo…
Aliás, “segurança nacional” é o argumento predileto quando se quer esconder sujeirada Da. FAB. Haja visto os contratos “supersecretos” mantidos pelo GF com Cuba, Venezuela, Angola e outros lixos do mundo.
Pensem nisso Srs. FABianos. Nós aqui não comparamos os militares do gf com os civis, mas tem muita gente por aí que o faz. Creio que esse tipo de comparação não seja nada salutar para a imagem da Força.
Que história e essa de “não foram informados por questão de segurança nacional”? Em plena era da Internet e da Lei de Acesso à Informação, acham que vão ocultar essa informação dos contribuintes por quanto tempo?
É, meus amigos, de que adianta atualizar o equipamento e a mentalidade continuar arcaica? Espero que todo o sistema Gripen ajude a mudar as cabeças e as doutrinas e que finalmente deixemos o Século XX para trás.
Patético!
Mas penso que além do Darte, será integrado também o MAR, o Piranha B. Uma pergunta: o Harpoon já está homologado?
CM
Claudio,
Desconheço integração do Harpoon a qualquer variante do Gripen – tanto que ele nem faz parte da ilustração (divulgada pela Saab) que representa armas integradas ou que se pretende integrar à aeronave e que usamos para ilustrar a notícia.
O míssil antinavio integrado às versões atuais do Gripen é o RBS15, mostrado na ilustração. Se não me engano, o modelo mais moderno da arma também tem capacidade ar-solo.
Acredito em um pacote básico com o A-Darter, AMRAMM AIM120C-7, SDB, MAR1, RBS15 e KEPD Taurus.
🙂
[]’s
Nick, só se vierem meia dúzia de cada um e olhe lá rsrs.
Falando sério, nesse valor de US$ 300 milhões só dá para contar com algumas dezenas de um míssil BVR e outras tantas do A-Darter e mais algumas de bombas.
A título de comparação, a FAB foi autorizada a comprar 16 Harpoons ativos e 4 de treinamento por US$ 169 mi.
Que eu saiba, ainda não comprou.
De qualquer forma, acho extremamente desejável que nossos Gripens possuam um míssil antinavio integrado. Preferencialmente, que a FAB tenha apenas um modelo de míssil por questões de logística e custo.
Abraços!
O RBS-15 Mk III, que é a última versão, tem guia GPS que o habilita a ser usado contra alvos no solo, com CEP em torno de 10 metros.
O que não chega a ser como naquele vídeo da SAAB onde um RBS-15 Mk III lançado por um NG atinge as pilastras de uma ponte, precisão que só seria possível se ele tivesse um sistema de orientação terminal por imagem, mas um CEP de 10 m é muito bom.
Contei trinta armamentos diferentes ai no desenho de cima. Na realidade, se tivermos uns quatro, vai ficar de bom tamanho.
Bosco, vou pedir um sacrifício para você: falar de mísseis e bombas rsrs.
Caso você estivesse incumbido de comprar os mísseis e bombas, com US$ 300 mi para usar, o que você compraria?
PS: Leve em conta que você não é da FAB e pode revelar o que compraria sem prejudicar a segurança nacional.
As armas tupiniquins não estão no desenho. Nada de Piranha, Acauã, MAR-1. Esqueçam os mísseis antinavios. Se tivermos a sorte do contrato de compra ser finalizado e de NG aportarem por essas bandas lá por 2020, e se tivermos mais sorte ainda de serem os tais 36, eles não serão usados na função antinavio. Já quanto a mísseis de cruzeiro, eles não são necessários em nosso TO e nem temos din$din pra comprá-los e muito menos em quantidade que faça a diferença. Não se enganem, nossos NGs com tela gigante especial só terá o basicão em termos de armas: SRAAM,… Read more »
Rafa, Pra mim um contrato de 4 bilhões para a compra de caças (nem sei se é esse o valor dos NGs) exigiria um contrato de 8 bilhões para a compra de armas e mais um investimento de uns 2 bilhões em infraestrutura de bases, etc. Mas como eu só “tenho” 300 milhões pra gastar (7,7 bilhões a menos do que acho ideal) eu compraria mísseis Python V, Derbys, JDAMs e Paveways. Nem pensaria em Meteors (não daria pra comprar nem um pra cada caça), RBS-15, Taurus, etc. O A-Darter deve ser umas três vezes mais caro que o Python.… Read more »
Pô, Bosco não precisava jogar dois baldes de água fria.
Contrato dos Gripens com “Ipadão”: 39,3 bi de coroas suecas. Hoje isso daria 14,55 bi de reais.
Eu preferiria mísseis no lugar do “Ipadão da AEL”.
Acho que algum armamento nacional será integrado ao Gripen dentro da “ToT” para dizerem que o Brasil domina o código-fonte.
Sobre o A-Darter, como já investimos nele, seria incoerente não comprá-lo.
De resto, melhor ir de prateleira sem frescura mesmo.
Obrigado!
Rafa, O Brasil não é assim um exemplo de “coerência”. Quanto a integrar armas, dominar os códigos fontes é só um fator, mas está longe de ser o único. Temos visto há uns 5 anos a integração de armas ao F-35 e até agora só integraram o JDAM, o AIM-9X e o Amraam. Se já era difícil quando éramos uma potencial mundial há três meses, imagina agora que o país voltou a ser o país do futuro. Para integrar armas se faz necessário um monte de testes. Vamos dar como exemplo o MAR-1, chute puro mas deve ser necessário uns… Read more »
Bosco, realmente coerência não é uma característica do povo brasileiro. Eu não acho que dinheiro dá em árvore, mas abrir mão de integrar o A-Darter e até mesmo o MAR-1, depois do que já foi gasto com eles é uma incoerência sem tamanho. Entraria no rol das grandes incoerências tupiniquins dos últimos 50 anos. Sobre o MAR-1, os valores extra-oficiais não eram tão elevados (100 por US$ 85 mi). Juntando os custos dos vôos, horas-trabalho e etc, é relativamente barato (nesse mercado, qualquer brincadeira hoje sai uns US$ 100 mi – vide exemplo da “compra” do Harpoon). Fora a parte… Read more »
Pessoal, considerando que os primeiros Gripens chegariam para cumprir a missão de defesa aérea e dado que falta grana para o básico, não seria o caso de comprar agora só mísseis ar-ar?
Segurança nacional ..???… sei…sei …
E há quem defenda essas cabeças no comando do pais …
Confio muito no trabalho do Brig. Crepaldi. Se foi por decisão dele que a escolha não foi divulgada, acredito que foi o melhor a ser feito.
Gente tem algo muito estranho nesta notícia… 300 $ milhões em armamento para equipar 36 caças? A conta não bate, nem se fossem apenas os “SRAAM, MRAAM, bombas guiadas a laser” citados pelo Bosco (a não ser que comprássemos apenas armamento de segunda linha e não acho que depois de tanto escolher, de até colocar tela widescreen, a FAB se prestaria a este papelão).
Ou a FAB está comprando o armamento apenas do 1º lote de Gripens a aportarem aqui, ou este número (300 milhões) está simplesmente errado.
Lyw, acho que a única coisa certa nessa notícia é o valor do contrato: US$ 300 mi.
Se serão fechados outros contratos de armamentos, seja com intermédio da SAAB ou não, é outra história.
E concordo que não dá para comprar muita coisa, ainda mais se for algo de qualidade.
Enfim, talvez não seja só a mentalidade da FAB quanto à transparência que esteja defasada. Talvez ela continue com a mentalidade de ter aviões desdentados.
Esses 300mi só vão dar pra comprar os A-Darter. Vão usar os Derby’s que estão disponíveis pro F-5M.
E parem de reclamar por favor (ironic mode on).
Boa tarde a todos os Senhores!
Nunão aí então ví vantagens no possível emprego pela FAB do RBS-15.
Aparentemente parece ser um missil mais capaz que Harpoon…alcance maior e ogiva maior…
Bosco, tu que é o homem dos misseis nosso “missile haouse” …rs…rs… poderia fazer uma breve apresentação de ambos?
CM
Claudio, Eu acho os dois muito parecidos. O Harpoon é até mais flexível tendo em vista que pode ser lançado de tubos de torpedos, enquanto o RBS-15 não. Em relação ao peso, alcance, ogiva, velocidade, sistema de orientação, perfil de voo, etc., tudo muito parecido. O desempenho do Harpoon Block 2 é igual ao do RBS-15 Mk3. Ambos têm navegação por GPS que os habilita a serem usados contra alvos fixos em terra. Um dado errado sobre o Harpoon e que é frequentemente repetido é sobre o alcance, que é dito ser de 130 km. Vale salientar que esse é… Read more »
Ambos também não adotam datalink.
Salvo o Harpoon Block 2 israelense, que adota.
Falando em segredos militares, nosso capitães lá na Suécia foram proibidos de voar, pela OTAN, várias missões previstas no curso devido ao uso do LINK 16. Puxa vida, logo os suecos escondendo o jogo? Cade a transparencia? Que mentalidade arcaica… Em princípio, não teremos leasing dos C/D. Não tem dinheiro. O curso dos dois virou intercambio de luxo. Visto que eles seriam o S-3 e S-4 do GDA, quando da chegada das aeronaves. 300 milhões é o que deram pra FAB. A FAB vai fazer o possível com esse valor. É óbvio que o A-DARTER será adquirido. Muito já foi… Read more »
Rinaldo, não sou contra a FAB ter “segredos”, mas eles têm que ser justificáveis. Por exemplo, não acho que ela deva expor suas táticas de combate a outros países, assim como pode e deve proteger informações que sejam efetivamente importantes, como as capacidades dos equipamentos que ela tenha desenvolvido. Agora esse “segredinho” sobre os mísseis que ela irá comprar é uma bobagem, pois a informação acabará vindo a público, mais cedo ou mais tarde. E, principalmente, os países que exportarão os mísseis para o Brasil saberão quais e quantos foram vendidos. Eles e os Serviços de Inteligência dos países mais… Read more »
Só pra não deixar de ser chato, rsrsrsss, essa foto do Meteor é antiga e não representa o míssil de produção, que não tem essa aleta no meio do corpo, contando só com as 4 aletas próximas à tubeira de escape.