Rafale na Índia: MD indiano diz que Dassault tem que atender às cláusulas do RFP

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Rafale com Damocles e GBU12 - foto nota ataque a Sinjar contra EI - Força Aérea Francesa

Declaração do ministro da Defesa da Índia, Manohar Parrikar, ocorre em meio a visita do secretário de Defesa indiano à França

Na segunda-feira, 12 de janeiro, a Índia deixou claro à França que esta deve aderir às condições especificadas na concorrência original do projeto MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), ainda que o secretário de defesa R K Mathur tenha se deslocado a Paris em meio às negociações travadas do grande contrato para 126 caças Rafale, estimado em 20 bilhões de dólares. As informações são do jornal Times of India.

MD da Índia Manohar Parrikar - foto via Times of IndiaO ministro da Defesa da Índia, Manohar Parrikar, disse para um canal de televisão: “As cláusulas do RFP (Pedido de Proposta) precisam ser atendidas… elas não podem ser diluídas”. Ele também colocou de lado qualquer reviravolta em relação a caças que foram eliminados da concorrência MMRCA, acrescentando: “Como pode um outro avião ser considerado quando o L-1 (proposta de menor valor, no caso a do caça francês Dassault Rafale) foi determinado.”

Como o Times of India já havia noticiado, a finalização do complexo projeto MMRCA tem se mantido travada por praticamente um ano devido à recusa da fabricante francesa Dassault Aviation dar garantias para os 108 caças Rafale que serão construídos na Índia pela HAL (Hindustan Aeronautics Ltd) com transferência de tecnologia, após ser feita a entrega diretamente da França, “de prateleira” (off the shelf), de 18 jatos à Força Aérea Indiana.

Artic Thunder - Caças Rafale na Noruega - foto Força Aérea Francesa

Além dessa recusa em se responsabilizar quanto a problemas ou cronogramas de produção para os jatos a serem feitos na Índia, o Ministério da Defesa indiano está aborrecido com as tentativas da Dassault de “mudar a linha de preço” que levou à seleção do Rafale como L1 frente ao outro finalista, o Eurofighter Typhoon, há três anos.

Fontes disseram que o secretário Mathur, numa visita de dois dias à França, discutirá uma ampla gama de assuntos, incluindo a necessidade da Dassault seguir as cláusulas e condições estabelecidas no RFP da concorrência, de agosto de 2007.

A Índia quer dar mais uma chance ao projeto MMRCA antes que o primeiro-ministro Narendra Modi visite a França e a Alemanha em abril. Se a Dassault não honrar os compromissos que fez em suas ofertas submetidas após o RFP, não deverá restar à Índia outra opção senão cancelar o MMRCA completamente, mesmo após ter investido quase uma década no processo de seleção.

Rafale - foto Força Aérea Francesa

FONTE / FOTO DO MD INDIANO: The Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

DEMAIS FOTOS: Força Aérea Francesa

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Iväny Junior

Então o Rafale ganhou do Typhoon primordialmente por causa do preço. Sendo que estão aumentando o preço do Rafale na negociação do contrato.

Então essa encomenda pode cair no colo de alguém…

André Sávio Craveiro Bueno

Caso a Dassault não cumpra o desejado, não seria mais simples e rápido recorrer ao “segundo colocado em preço”, ainda que tenha sido dito o contrário? Haveria algum mecanismo legal que preveja o cancelamento?

thomas_dw

a India exige que a Dassault se responsabilize pelos Rafale produzidos pela India, uma clausula grotesca pois poe a Dassault nas maos dos fabricantes locais.

A India tem uma longa e conturbada tradicao de estrutura burocrática caotica – e os Franceses nao sao burros de entrar em uma enrascada como a dos Italianos com o Merlin, no qual o governo da India alegou fraude e propinas sem provas e impos um tremendo prejuizo aos Italianos, e este contrato foi 20 vezes menor que o Rafale, dai que da para ver o potencial de confusão que pode occorrer.

André Sávio Craveiro Bueno

É verdade Nunão. A substituição de Rafale por Typhoon exigiria no mínimo mais um ano ao já extenso prazo, que já é muito longo. Índia e Dassault estão num mato sem cachorro!

Nick

O gato subiu no telhado,

Ou a vaca foi pro brejo,

Ou a jaca caiu.

[]’s

ricardo_recife

O que está ocorrendo na Índia no caso do Rafale já aconteceu antes pelo menos dois casos. O primeiro dos Suíços com o Mirage IIIS e segundo com a própria Índia (Mirage 2000). Em ambos os preços subiram tanto que a compra final foi de menos de um terço do pretendido.

Iväny Junior

Se diminuirem as compras do rafale, a dassault vai estar em apuros ainda maiores. É triste ver o drama da dassault (embora eles mesmos tenham criado), ficou na mão da Airbus (detentora de 46% das ações dassault) que não teve o mínimo remorso de a jogar no ventilador e avisar em alto e bom som que irá vender sua parte, publicando também que é uma operação deficitária. Essa compra poderia significar uma recompra do grupo original (embora, caso seja concretizada agora, a Airbus ainda receba boa parte do lucro!). Taí um assunto que eu gosto de conversar principalmente com o… Read more »

Ivan

Curiosamente o Airbus Group possui 46% da Dassault Aviation e 46% da Eurofigther GmbH.

Por outro lado a SOGEPA, estatal francesa de participações, possui cerca de 12% do capital da Airbus.

Entretanto a bobagem pan-europeia de desenvolver dois delta canards biturbina de porte semelhante é anterior a está concentração de capital.

Sds.,
Ivan.

Iväny Junior

Pois é Ivan. Mas a Airbus vende o Typhoon como o produto da casa. Nunca vendeu o Rafale. Aliás, só passou a vender o Typhoon pela Airbus Defense depois que incorporou a EADS, o que terminou passando também os heli’s.

Vader

Sim, é verdade aue a cláusula de responsabilização integral pelos caças produzidos, inclusive os produzidos na Índia pela HAL com assistência e transferência de tecnologia francesa, mas com a gerência do projeto em mãos da HAL, é um absurdo. Porém este absurdo estava previsto na RFP. E a Dassault o aceitou quando topou concorrer. Agora é tarde para querer dar uma de que não sabia de nada (inocente… 🙂 ). Nem querer substituir a HAL, gigante indiana do setor, por uma estranhíssima petrolífera que jamais montou um mísero trem de pouso. Mas os franceses da Dassault são mais “safadeeenhos” do… Read more »

Guizmo

Há alguns anos, negociei durante 1 ano com uma empresa indiana o fornecimento de tintas para impressoras têxteis, num contrato infinitamente menos complexo. Aquilo já me deu dor de cabeça suficiente e portanto eu imagino o naipe dessas negociações……Deus me livre…..

Corsario137

Caro Vader,

E na época (FX2) se lembras bem, eram os americanos que eram apontados como não cumpridores do contrato…

Hoje se vê quem não gosta de cumprir contratos.

Vale a máxima: quem não tem (_*_) não faz trato com .I.

Corsario137

Quanto ao futuro da Dassault? Podem contar que esta bomba vai estourar no colo do contribuinte francês.

Os governos gualeses tem verdadeira adoração por essas vacas sagradas do “patrimônio público”. Se fosse francesa, a Varig estaria aí até hoje.

Iväny Junior

Corsario

Em outro debate levantamos esta questão. Mas a frança, recentemente, não tem histórico estatizante. Vejam que estão perdendo várias empresas estratégicas (como a Alstom que foi vendida pra GE). Acredito que o estado frances apertado como está (apesar de serviços de excelencia prestados a população) não consegue absorver esse bolo.

Iväny Junior

Outra coisa a se pesar na balança é o “orgulho” frances. Para não se curvarem a Siemens (alemã) aceitaram vender por menos 200 milhões a Alstom à GE americana.
Depois que a GE assumiu o controle da Alstom, a “Alstom” comprou uma parte da GE (hahaha).

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/franca-autoriza-compra-de-atividades-da-alstom-pela-ge

Gilberto Rezende

1) No Brasil a linha de preço subiu quase 1 bilhão de dólares e ninguém falou ou pediu que o negócio fosse desfeito;
2) Se a exigência da Índia de que a Dassault se responsabilize por 108 aeronaves construídas na Índia (mas sob controle industrial da HAL) é descabida para a Dassault, porque não será descabida para o consórcio Eurofhigther ?

Parece que estar a faltar uma dose de Simancol para os indianos…

Gilberto Rezende

Eurofighter…

É o mal de alzheimer ou dislexia in english 🙁

Ivan

Gilberto,

Dassault se responsabilizar pela produção de Rafalea pela HAL parece algo estranho, todos concordam.

A questão é:
se esta condição já exisitia antes das apresentações das propostas para o MMRCA, porque só agora ela está sendo questionada.

Supostamente a regra era ruím, mas era conhecida desde o início do jogo.

Sds.,
Ivan.

Iväny Junior

O problema é a transferencia para uma “empresa indiana petrolífera que nunca montou um avião na vida”, como disse o Vader. Eu acredito que fazer exigências de estrutura e capacitação a HAL é razoável, pois o que se comenta é que eles não tem grande capacitação por lá. O Typhoon, é bom lembrar, tem seu código fonte fechado. Então, viria todo o computador de bordo, sistemas e aviônicos fechados da BAe (responsável por esta parte do avião) e lá eles montariam, ou, alguma outra solução logística do tipo. Este teria sido um dos motivos para escolha do Rafale. Se a… Read more »

Oganza

É para rir muuuuito…

…solução: Su-30 de prateleira… kkkkk

mas é capaz de a solução final ser F-35 mesmo e quem sabe uns Gripens E/F ou até F/A-18G…

“T” -10 (anos) para a Dassault…

…só pra largar a mão de ser capacho de Estadinho.

Aprendam uma coisa: Empresa é Empresa… Estado é Estado e ponto.

Grande Abraço.

Iväny Junior

Eu acredito que o melhor negócio pra eles seria entrar no Gripen mesmo, gerando escala no motor do Tejas, inclusive.

Mas sem essa compra, quem segura a dassault no mercado? As aeronaves comerciais não dão para o começo…

Ivan

Iväny,

Gripen IN?
Esqueça!
Gripen mata o Tejas, pois é um projeto muitíssimo mais maduro, com soluções mais agressivas e com versões operacionais voando e prontas para combate.

O Tejas por sua vez é um projeto vital para a IAF – Indian Air Force.
Eles precisam de quarenta e tantos esquadrões de combate e, evidentemente, não podem equipar todos eles com Sukhois Su30MKI ou Dassault Rafale.
(Lmebrando que cada esquadrão indiano deve ter cerca de 21 caças.)

Sds.,
Ivan, o Gripeiro.

Ivan

Nunão,

Realmente é uma situação delicada.

Além do RFP há a questão da transferência de tecnologia gradual, conforme os lotes de produção, como vc lembrou com propriedade.

O MD indiano precisa saber de quem vai cobrar.

A Dassault tem que resolver rápido este imbróglio…
ou descer do cavalo.

Abç.,
Ivan.

Iväny Junior

Ivan

Se o Gripen for exclusivamente para o lugar do Rafale, acredito que pode conviver com o Tejas.
Acredito que o Tejas deles não pode ter mais volta. Recentemente, inclusive, lançaram um de uma ski jump (oficialmente um LCA, não Tejas), mas muito parecido.

Corsario137

Não vai dar em nada, minha também modesta opinião. Em nem vai ter substituto ocidental. Mas vamos combinar, vejamos os projetos indianos: 1. Projeto de caça de 5G com a Rússia. Os russos lideram o projeto. Sem comentários. 2. MMRCA. Um projeto sem pé nem cabeça que a Dassault entrou achando que depois de ganhar ia mudar as regras do jogo. Tinha tudo pra dar errado com esse RFP doido e tá dando. 3. Tejas. Um desenvolvimento próprio. Tudo bem, eles tem que desenvolver sua indústria. Você tem que ter 1 projeto zero stress, seguro que você confie e daí… Read more »

Augusto

Nesta mesma entrevista, que foi a primeira do Ministro desde que assumiu o cargo em novembro último, ele disse que bastaria o Su-30MKI receber um upgrade para guerra eletrônica para se tornar a alternativa ao MMRCA: http://www.janes.com/article/47850/indian-defence-minister-hints-at-mmrca-cancellation

A coisa não está boa para a Dassault!

Kojak

“Oganza
14 de janeiro de 2015 at 16:57 #”

Perfeito.

Tinham que vender tudo.

Trocar uma parte por F 16 B60 e os demais por SH, com a HAL aprendendo a fazer o básico com os Âmis.

Kojak