F-22: mais informações e fotos de missões contra o EI
Quatro caças F-22 dentre os últimos produzidos, armados de bombas GBU-32 JDAM de 1000 libras, participaram da segunda de três levas de ataques da madrugada de 23 de setembro contra alvos do Estado Islâmico, na Síria
–
Trazemos aqui uma compilação de informações e de fotos divulgadas nos últimos dias a respeito da primeira missão de ataque, num conflito em andamento, realizada pelo caça F-22 Raptor da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), marcando a estreia de um caça de quinta geração em missão de combate real. As fontes são a USAF, a CodeOne magazine (revista de divulgação da Lockheed Martin, fabricante do caça), o jornal The Daily Beast e o site The Avionist.
Segundo a CodeOne, foram três levas de ataque realizados pelos Estados Unidos, juntamente com as nações parceiras Bahrein, Jordânia, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, na noite de 22 para 23 de setembro, contra quatorze alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria. Pelo lado norte-americano, a primeira leva de ataque foi realizada por volta da meia-noite e compreendeu o lançamento de mais de quarenta mísseis de cruzeiro BGM-109 Tomahawk pelos navios USS Arleigh Burke (DDG-51) e USS Philippine Sea (CG-58), da Marinha dos EUA (USN), em alvos no leste e norte da Síria.
A segunda leva de ataque foi a que incluiu o F-22 Raptor, juntamente com jatos F-15E, F-16, B-1 e aeronaves remotamente pilotadas, lançadas de bases na região, e que atacaram alvos no norte da Síria. No caso dos F-22, a missão foi divulgada como a primeira vez em que o caça foi usado em combate. Os Raptors empregados pertencem à 1ª Ala de Caças (1st Fighter Wing) da Base Aérea de Langley, na Virgínia.
Na missão sobre a Síria, os F-22 empregaram bombas de 1.000 libras (aproximadamente 500kg) GBU-32 JDAM (Joint Direct Attack Munition), contra a área central e direita de um centro de comando e controle do EI, mostrado nas fotos abaixo (antes e depois do ataque), divulgadas pela CodeOne.
A terceira e última leva incluiu caças F/A-18 lançados pelo navio-aeródromo USS George H.W. Bush (CVN-77) e caças americanos F-16 baseados na região, contra alvos no leste da Síria. Todas as aeronaves deixaram as áreas do alvo em segurança.
Em coletiva de imprensa realizada no Pentágono na segunda-feira, 29 de setembro, o major-general Jeffrey L. Harrigian, chefe-assistente do Estado Maior de Operações, Planos e Requerimentos, falou sobre o impacto decisivo que o poder aéreo pode ter na coalizão contra o EI: “Vemos o poder aéreo como um dos componentes fundamentais da estratégia completa, mas também reconhecemos que ele, sozinho, não vai destruir o EI. Temos trabalhado com nossos parceiros de coalizão e outros serviços das Forças Armadas dos EUA durante anos para desenvolver o conjunto completo de capacidades de poder aéreo que estamos colocando nessa luta.”
Uma das capacidades empregadas foi o F-22, que apesar de colocar a capacidade furtiva e a velocidade no cenário, teve seu sistema aviônico como característica destacada pelo general: “As grandes capacidades que o F-22 traz são seus aviônicos integrados, sua fusão de dados dos aviônicos que facilitam a consciência situacional. Isso não é (uma vantagem) apenas para o piloto na aeronave, mas realmente para todo o pacote que está indo executar a missão”. Ou seja, de acordo com Harrigian o F-22, além de atacar os alvos, provê consciência situacional por meio de seus aviônicos integrados e sensores fundidos para outras aeronaves no combate.
Ao acrescentar o F-22 aos meios disponíveis no pacote de ataque, todos os aviões se tornam mais letais e ampliam sua capacidade de sobrevivência, por se estar oferecendo mais medidas de proteção. Porém, para prover efeitos decisivos, é necessário maximizar as capacidades totais do poder aéreo, segundo o general: “O poder aéreo oferece uma ampla gama de capacidades para os comandantes e também para o presidente. Além de ataques aéreos, nós continuaremos a prover vigilância, inteligência, reconhecimento, aviões de reabastecimento em voo, plataformas de comando e controle, assim como assistência humanitária, necessárias para atender aos requerimentos duradouros e emergentes que naturalmente ocorrerão no curso da operação.”
O jornal The Daily Beast trouxe mais informações e diversas imagens da missão do F-22 em 23 de setembro, especialmente dos reabastecimentos em voo, desde a ida à noite até a volta já com a luz do dia. Segundo o jornal, foram quatro os jatos F-22 do 27º Esquadrão de Caça (27th Fighter Squadron) da 1ª Ala de Caça que tomaram parte na missão noturna sobre os alvos na Síria. O pacote de ataque decolou da Base Aérea de Al Dhafra, nos Emirados Árabes Unidos, e pousou no início da manhã do dia 23. As fotos divulgadas pelo jornal (dentre as quais as duas abaixo e as duas acima) incluem as aeronaves taxiando, e são creditadas ao Maj. Jeff Heiland e ao Tech. Sgt. Russ Scalf (para este último, as fotos das aeronaves taxiando) da USAF.
Os quatro caças F-22 empregados estão entre os mais novos dos 187 exemplares produzidos (o último da frota foi entregue à USAF em maio de 2012) e, com a recente atualização denominada ” Increment 3.1″, têm a capacidade de atacar alvos no solo com 0ito bombas de 250 libras guiadas por satélite, realizar mapas do solo de alta qualidade fotográfica, assim como ataques eletrônicos a radares inimigos. Porém, as bombas utilizadas pelos caças no ataque de 23 de setembro empregaram apenas bombas de 1.000 libras guiadas por satélites, ainda que o poderoso conjunto de sensores das aeronaves foram as principais razões para a USAF empregá-las na missão.
Entre as características de desempenho do caça em sua missão principal, de superioridade aérea, estão o seu teto de voo de 60.000 pés e a capacidade de supercruzeiro (manutenção de voo supersônico nivelado sem uso de pós-combustão) a Mach 1.8. Embora o limite normal de velocidade (nesse caso, com pós-combustão acionada) seja Mach 2, estruturalmente a aeronave pode alcançar Mach 2.25, segundo a reportagem do jornal.
O site The Avionist também divulgou imagens dos caças F-22 Raptor em missão na região, a partir da Base de Al Dhafra. Porém, o site informa que as imagens divulgadas (creditadas ao Tech. Sgt. Russ Scalf da USAF) são do dia 26, tiradas de um avião reabastecedor KC-10 da USAF – diferentemente das imagens do Daily Beast que são informadas como do dia 23. As imagens do site The Avionist são as duas abaixo e a que abre esta matéria.
O site também informou que, junto aos F-22 estacionados em Al Dhafra, estão jatos F-15E Strike Eagle normalmente baseados em Lakenheath (base da RAF, Força Aérea Real britânica), que também tomaram parte no pacote de ataque aos alvos do EI na Síria. Os F-22 estão desdobrados no Golfo Pérsico a cerca de 6 meses, e deverão em breve ser substituídos por outros 6 caças Raptor do 95º Esquadrão de Caça (95th FS) da Base Aérea de Tyndall.
Para diferenciar a origem de cada foto publicada aqui, passe o cursor sobre as imagens para ler os descritivos, e clique para ampliá-las.
FONTES / FOTOS: CodeOne magazine, Força Aérea dos EUA, The Daily Beast e The Avionist (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)
VEJA TAMBÉM:
- Nota da USAF confirma uso do F-22 em operação contra alvos do EI na Síria
- F-22 estaria entre as aeronaves que participaram das ações contra o EI na Síria
- Aviões de coalizão internacional lançam 50 ataques contra o EI na Síria
- Não, este F-22 não foi derrubado pela Síria e nem caiu na Jordânia
- Mísseis Tomahawk e aeronaves atacam alvos do EI na Síria
- Mais uma bela foto de F-22 com as baias de armamentos abertas
- Destacamento de F-22 volta para casa depois de nove meses no Oriente Médio
- F-22: sistemas automáticos de oxigênio backup para toda a frota
- Flagrantes de treinamentos com caças F-22 e F-35 da USAF, em maio
- A história do F-22 Raptor
- GAO: manutenção nível parque do F-22 na USAF sai mais barata e mais rápida do que no fabricante
- Iraque: por que os F/A-18F lançaram as primeiras bombas
- Vídeos dos ataques de Super Hornet ao norte do Iraque e de operações no CVN 77