Exercício franco-indiano Garuda V: a chance de treinar ‘fora dos padrões da OTAN’
A Força Aérea Francesa divulgou nesta quarta-feira, 11 de junho, nota sobre a participação de quatro caças Rafale do Esquadrão de Caça 3/30 Lorraine* no exercício Garuda V, realizado na Base Aérea de Jodhpur, na Índia. O exercício começou no dia 2 e vai até esta sexta-feira, dia 13.
A primeira semana compreendeu voos de familiarização e de combate dentro do alcance visual, um contra um, dois contra um e dois contra dois. Já nesta semana final estão sendo realizadas missões taticamente mais complexas e combinadas, do tipo LFE – large employment force (grande força de emprego), como defesa aérea, escolta, ataque aéreo e interdição.
O treinamento é uma oportunidade de ampliar a interoperabilidade entre as duas forças, num ambiente não regido pelos padrões da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), permitindo que as tripulações “estiquem as cordas” (de seus arcos).
O comandante da Força Aérea Francesa, general Denis Mercier, visitou a base em 9 de junho e falou em “fortes laços de amizade”, dizendo também que estava “impressionado em ver tal colaboração após a primeira semana de exercício.” O general completou: “Nosso objetivo era misturar as tripulações para facilitar a troca de experiências e estou satisfeito em ver o sucesso dessas colaboração bilateral.”
A Força Aérea Indiana (IAF) participa do exercício com 12 caças, dos tipos Sukhoi Su-30 MKI, MiG-21 Bison e MiG-27, e o comandante do esquadrão Lorraine, tenente-coronel Nicolas Lyautey, afirmou que a IAF está empregando “meios importantes, que utiliza em plena capacidade, o que comprova a importância dada ao Garuda”.
FONTE / FOTOS: Força Aérea Francesa
*NOTA DO EDITOR: isso confirma a informação que já havíamos trazido aos leitores, em matéria anterior, de que a marcação “104″ visível sob as cabines dos caças Rafale (como se pode ver na imagem que abre esta matéria) indicava que os mesmos operam regularmente da Base Aérea 104 de Al Dhafra, nos Emirados Árabes Unidos. A base abriga o Esquadrão de Caça 3/30 Lorraine, um dos esquadrões franceses de ultramar, que já foi equipado com um “mix” de Rafale e Mirage 2000-5 e hoje emprega somente o Rafale, numa dotação reduzida (comparada a outros esquadrões franceses) de seis exemplares.
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O artigo dá a entender que os exercícios da OTAN não são tão exigentes?
Não são padrão FIFA!
🙂
Creio que não é isso, Marcelo. Na minha interpretação, dá a entender que os pilotos franceses estão tendo mais liberdade para “esticar a corda” (leia-se regras de engajamento menos restritas) no exercício Garuda V do que têm nos treinamentos conjuntos com outras forças aéreas da OTAN, que têm regras mais estritas.
Vale lembrar que eles estão falando da primeira semana do treinamento, que foi basicamente de combate aéreo. A semana de treinamento de pacotes conjuntos e outras missões mais complexas está sendo nesta semana.
Fora dos padrões OTAN quer dizer que eles não estão operando dentro do conceito de Força Aérea Componente, de acordo com o previsto no SOP (Standard Operation Procedures) da OTAN. Não tem nada a ver com regras de engajamento (ROE), que são definidas para cada exercício, de acordo com a vontade dos participantes. O SOP da FAC padrão OTAN prevê como ela (FAC) é organizada, e como a campanha aérea é conduzida, dentro do conceito de Força Tarefa Combinada Componente. A Large Employmento Force comentada nada mais é do que os ataques ¨em pacote¨ com mais de 40 aeronaves, muito… Read more »
Grato pela contribuição, Rinaldo Nery.