Textron americana promove Scorpion na mídia suíça como ‘alternativa barata ao Gripen’
Após a rejeição da compra do caça sueco Gripen no referendo de 18 de maio, empresa americana promove o jato Scorpion na Suíça
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O jornal suíço Tages Anzeiger publicou no domingo, 25 de maio, reportagem sobre o o conglomerado industrial norte-americano Textron buscar a promoção, junto à Embaixada Suíça em Washington, do jato de combate Scorpion como um projeto inovador. A matéria foi reproduzida por outros jornais suíços publicados em alemão, como o Berner Zeitung e o Basler Zeitung.
Segundo a reportagem, a Textron acredita estar numa boa posição após o resultado do referendo de 18 de maio, em que a vitória do “não” impediu um contrato suíço para aquisição do caça sueco Saab Gripen.
O chefe do projeto, Bill Anderson, disse ao jornal: “O Scorpion encaixa-se idealmente às circunstâncias da Suíça. Ele é mais barato que o Gripen e ainda assim cumpre 90% das tarefas atribuídas. Poderíamos oferecer o jato à Suíça por menos de 20 milhões de dólares, um sétimo do preço de um Gripen.” Anderson lembrou também que poderia haver um pacote de soluções para o país, pois a Textron produz helicópteros (da Bell) e drones.
O Scorpion não é um caça supersônico como o Gripen e nem foi planejado para ser. Seu desenvolvimento visa uma aeronave acessível a um mercado que, mundialmente, sofre a pressão para reduzir gastos. Excetuando-se o combate aéreo, o avião foca em virtualmente todas as demais tarefas de vigilância aérea, treinamento de pilotos e coleta de informações. Anderson reforça: “No dia a dia da maioria das forças aéreas, essas são as missões voadas.”
A estimativa da empresa é de que há mercado no mundo para 2.000 exemplares, e quer realizar a primeira entrega em 2016, afirmando também que negocia com países na Ásia, América Latina e com a Guarda Nacional dos Estados Unidos – uma encomenda suíça traria um “selo de aprovação” ao Scorpion, e representantes do Governo e da Força Aérea da Suíça seriam bem-vindos para voar a aeronave no Kansas (EUA).
Especialistas consultados pelo jornal, porém, divergem quanto às possibilidades do Scorpion no mercado.Há os que consideram plausível um potencial de 2.000 aeronaves nessa categoria e que a Força Aérea deveria incluir o jato em suas avaliações. Outros vêm apenas limitadas aplicações para a aeronave, e não acreditam numa demanda de mais do que 20 aviões por ano. O fato é que a empresa desenvolveu o Scorpion sem ter uma encomenda governamental fechada.
O jornal também destacou que o projeto do Scorpion nasceu de maneira não usual, buscando utilizar ao máximo materiais e equipamentos de aeronaves civis já existentes, com apenas 20% de novos desenvolvimentos, incluindo a cabine. Um ponto importante de venda da aeronave é seu custo de hora de voo de 3.000 dólares, uma fração do que é gasto para voar jatos supersônicos.
A empresa busca também uma parceria com a suíça Pilatus, com transferência de tecnologia e de carga de trabalho, como compensação por uma compra (offset). O jato deverá debutar na Europa em julho, no evento da Força Aérea Real Britânica (RAF) de Farnborough.
FONTE: Tages Anzeiger (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em alemão)
FOTOS: Textron (site promocional do Scorpion)
NOTA DO EDITOR: a mídia suíça, especialmente o jornal Tages Anzeiger, entrou numa fase de discutir alternativas ao Gripen após o “não” do referendo do dia 18. A relação inclui o Scorpion, tema da reportagem acima, passa por treinadores turboélice da Pilatus em versão armada, como vimos em matéria recente, em que o presidente da empresa suíça defende o uso dessas aeronaves no policiamento aéreo, mas começou com possibilidades bem menos modestas, há poucos dias: em 20 de maio, apenas dois dias após o resultado do referendo, o mesmo jornal trazia uma reportagem com uma foto do F-35 em destaque, elencado como opção para o futuro assim como o Rafale, o Eurofighter e o próprio Gripen.
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Me desculpe, mas esse bichinho ai não serve para acompanhar um 737 sem comunicação, nem eu vejo a Suíça atacando os guerrilheiros do “movimento pela libertação dos bovinos suíços” nas montanhas daquele país.
Se fosse o FA-50 coreano eu entendia, mas não vejo nenhum futuro numa aeronave COIN na Europa.
Se for para comprar um subsônico a um preço justo, tem alternativa bem mais interessante e um pouquinho mais veloz disponível na própria Europa e que, pelo menos, deve servir melhor para manobras de combate aéreo (mesmo com limitações de um subsônico), coisa que a própria Textron diz que o Scorpion não foi feito. Ele é pelo menos 120 km/h mais veloz que o Scorpion (precisa só checar a altitude em que este último atinge sua velocidade máxima de 450 nós / 810 km/h divulgada pela Textron), vem com radar comprovado e já tem várias armas integradas, incluindo mísseis ar-ar… Read more »
Outra empresa que precisa agendar com urgência uma entrevista aos jornais suíços é a FAdeA.
Afinal, a meta de “40 Pampas em 4 anos” propalada em 2011 já está pra vencer e até agora eu não vi nem um avião novo (só aeronaves mais velhas elevadas a um novo padrão e protótipos). E, como já se falou de acordo da FAdeA com a alemã Grob, a barreira da língua não seria um problema!
http://www.aereo.jor.br/2011/09/02/meta-argentina-40-pampas-em-4-anos/
http://www.aereo.jor.br/2012/04/06/argentina-fabricara-cem-avioes-pampa-ii-para-empresa-alema/
http://www.aereo.jor.br/2013/06/30/ia-63-pampa-ii-posa-para-as-cameras/
http://www.aereo.jor.br/2013/02/07/ia-63-pampa-ii-com-armamento-ar-superficie/
O Hawk britânico seria outra possibilidade, mas está fora de linha o modelo 200 que tinha radar integrado. Mas os atuais acho que ainda são capazes de lançar mísseis de curto alcance.
Não foi dito aqui repetidas vezes que o problema não é comprar mais aviões?!?!?!?
Que diabos esse teco-teco quer fazer por aquele mundo!
Tragam os F-5 prá cá e os modernizamos aos moldes da FAB e pronto se já não forem melhor que os nossos, não sei!
solskhaer,
Os F-5 suíços só são melhores que os nossos quanto à condição geral das células (por serem de fabricação mais nova do que os F-5 que adquirimos novos e, também, por serem mais bem cuidados do que os F-5 que adquirimos usados).
De resto, seus sistemas são analógicos e, praticamente, tão defasados quando eram os dos nossos, antes da modernização. Eles nem operam à noite.
Só vejo esse Scorpion para alguma nação africana e olhe lá. Preço baixo e contra isurgência, uma combinação boa para aquele continente.
Acho que erraram feio fabricando esse avião sem nenhum cliente.
Os amigos me desculpem mas nenhuma destas opções seria conveniente ou mesmo barata…..
O que, no caso, os suiços podem fazer para resolver ao menos precariamente (por uns 15 anos, já que eles só voam em horário comercial mesmo) este seu “gap”… é vir aprender com a FAB como se faz pouco com quase nada.
Fosse eu eles modernizava os seus F-5 de maneira semelhante ao que a FAB fez nos seus e bola pra frente… e olha que a dupla EMB/Elbit cobrou caro…. mesmo assim uma fração do que custa (ou custaria) um Gripen E.
Sds.
Baschera 26 de maio de 2014 at 17:29 # Tirou as palavras da minha boca. A modernização dos F-5 suíços é de longe a de melhor custo benefício. Começa pelo fato da aeronave ser conhecida de cabo a rabo, já que os fabricaram e os mantém voando até hoje, contando as células com muitas horas de voo pela frente. Além disto, já está tudo preparado, desde a equipe de terra e ferramental aos pilotos, poupando um bom gasto no treinamento do uso e manutenção de uma nova aeronave. Além disto, uma modernização extensa como foi a da FAB daria aos… Read more »
Ops…
acredito que SE os suíços fizerem…
Seria possível fazer uma modernização até melhor que a nossa. Nossos padrões foram definidos no início do século XXI, dentro de uma restrição orçamentária gigantesca.
E se aguardarem mais uns dois anos para fechar uma configuração de modernização, quem sabe até dá para colocar um radar Selex Grifo E, com antena AESA, nos F-5 suíços:
http://www.janes.com/article/31289/selex-es-targets-affordable-aesa-market-with-grifo-e
Ou a nova versão AESA do radar Elta 2052, caso seja compatível com o caça:
http://www.iai.co.il/sip_storage/FILES/4/36834.pdf
Se bem que, nessa última opção, os suíços estão com problemas políticos internos para qualquer equipamento de defesa que seja israelense, como mostrou matéria recente:
http://www.aereo.jor.br/2014/05/20/depois-da-guerra-dos-cacas-suica-tera-a-batalha-dos-drones/
Concordo que o Scorpion é uma alternativa barata ao Gripen.
Mas isso não quer dizer que é uma alternativa boa.
Mais barato, até o Super Tucano é. Mas não faz o mesmo que o Gripen.
Pronto, virou o “samba do suíço doido”…
Depois da sempre-aloprada Dassault arreganhando seus dentes podres de tanto comer jaca para o FX suíço agora me vem a Textron com essa palhaçada…
O povo suíço merece. Eles que modernizem seus Tiger II e se deem por felizes…
Mas menos menosprezo com a aeronave da Textron pessoal: posso estar enganado, mas acho que ainda ouviremos falar muito dela…
Sds.
Uma modernização dos F-5 foi descartada anos atrás justamente para não emperrar a aquisição de novos vetores. Seria tragicômico ver o contrário acontecendo.
Quanto ao Scorpion, esse avião não serve para nada. Para COIN os Super Tucanos são ainda mais econômicos e igualmente eficientes, para tarefas de caça eles não chegam perto de um treinador avançado e armado como o Hawk ou o Golden Eagle, que custam aproximadamente o mesmo.
Um Super Tucano substitui um Scorpion, um Scorpion não substitui um Gripen. Tem que ser no mínimo um FA-50. Que, aliás, é o verdadeiro substituto vis-a-vis dos F-5.
Isso é piada?
Olá. Bom, a Textron está fazendo o seu papel: viabilizar a venda do seu produto. Agora, dizer que o Scorpion faz 90% do que o Gripen E faz… talvez a comparação seja com a sombra de cada um dos aparelhos com o Sol ao meio dia… Porque na capacidade de cumprir missão, a porcentagem é (bem) menor, não tenho qualquer dúvida. Os suíços tem o F/A 18. Será que uma modernização dos F-5 os deixariam com uma capacidade de cumprir missão semelhante a dos F/A 18? Acho difícil. Talvez a melhor opção seja não fazer nada. Deixar do jeito que… Read more »
Olá Vader.
“Mas menos menosprezo com a aeronave da Textron pessoal: posso estar enganado, mas acho que ainda ouviremos falar muito dela…”
Será? O Scorpion é um aparelho de “prateleira”, feito com peças e aviônicos que não foram desenvolvidos especificamente para o modelo. O objetivo principal era fazer um aparelho barato. E, pelo jeito, este é único diferencial em relação a concorrência.
O “finado” Piranha também não conseguiu ir adiante.
Mas, vai saber, o mundo dá muitas voltas, né?
SDS.
http://en.wikipedia.org/wiki/ALR_Piranha
Na minha opinião o que vai acontecer é o seguinte:
Os F-5 serão retirados de serviço e não serão substituídos…..
A Suíça ficará com os 32 F/A 18 que possue e ponto final.
Caça novo só no dia que os F/A 18 tiverem que dar baixa.
Na minha opinião o que vai acontecer é o seguinte: Os F-5 serão retirados de serviço e não serão substituídos….. A Suíça ficará com os 32 F/A 18 que possue e ponto final. Caça novo só no dia que os F/A 18 tiverem que dar baixa. Concordo caro Franz Mas os suíços possuem por tradição o bom planejamento e execução. E como disse o Nunão a maior demanda cobrará mais das células dos Hornet, que por sua vez terão a aposentadoria ocorrendo antes do atualmente programado. Sendo assim não se deve mais pensar no substituto do Tiger II (ao que… Read more »
Seria viavel a Embraer possuir o serviço de modernização dos F-5 em sua pauta de exportação?
Seria viavel a Embraer possuir o serviço de modernização dos F-5 em sua pauta de exportação?
Na minha modesta opinião – não.
A fase de atualizações e revitalizações de aeronaves da geração do F-5 já passou. A quantidade de aeronaves desse modelo despencará no mundo dentro de cinco anos, tornando seus sobressalentes escassos, elevando os custos de manutenção.
Nosso programa de modernização deverá ser conhecido como o último deles, e o mais abrangente e moderno.
Mas vamos ver. Quem sabe o Uruguai compra os F-5 chilenos (a modernização deles já tem 20 anos) e manda atualizar no Brasil.
Esse Textron não serve como caça supersônico mach 2 e ainda com supercruise.
Acredito que ele será uma alternativa muito barata de COIN, apoio aéreo, caça leve e treinamento e mesmo assim só valerá se for muito barato, em torno dos 15 milhões a célula. E se for neste preço, compensa utilizá-lo como treinador, porque um jato sempre é mais próximo de um caça no LIFT.
Ele não é de excelência em nenhuma destas missões, mas acredito que se ele vender, vai ser como LIFT.
será que não daria para colocar uma asa mais curta e enflechada + pós queimadores? Aí teriam talvez uma capacidade supersônica baixa (Mach 1,2) talvez…
Acho que ninguém se lembrou do M-346, se fosse para comprar um treinador à jato avançado europeu…
Marcelo, o M-346 ainda não tem projeto de versão armada. Quando sair, sim, será uma ótima opção!
Ele é o único treinador com capacidade supercruise!
Ache interessante que ninguém falou em F-16 estocado e do Gripen A/B.