GAO: manutenção nível parque do F-22 na USAF sai mais barata e mais rápida do que no fabricante
Cerca de um ano atrás a Força Aérea dos EUA (USAF) anunciou seu plano de consolidar a maior parte da manutenção da frota de caça F-22 em um de seus parques de material ao invés de enviá-los para a Lockheed Martin. Agora sabemos o porquê.
Esta mudança gerencial é uma entre várias modificações que contribuíram para a redução dos atrasos na manutenção e inspiraram o processo de consolidação.
A USAF anunciou em maio de 2013 que iria consolidar as atividades de manutenção nível parque do F-22 no Complexo Logístico Aéreo de Ogden, na Base Aérea de Hill, em Utah, em vez de dividir o trabalho entre Ogden e as instalações da Lockheed em Palmdale, Califórnia. Naquela época, a decisão parecia estar ligada principalmente à eficiência, sendo que as autoridades do Pentágono diziam que a unidade de Palmdale poderia se concentrar em outros programas.
Porém, um relatório divulgado pelo GAO ( Government Accountability Office), na quinta-feira passada, forneceu mais detalhes sobre o caso. A mudança no gerenciamento, combinada com problemas de corrosão das aeronaves e um esforço para assegurar as capacidades furtivas dos aviões, levou a unidade de Palmdale a retornar vários aviões de volta aos esquadrões meses depois do planejado, informou o relatório. Por exemplo, em 2013 , uma aeronave retornou à frota mais de dez meses além do prazo previsto.
“De acordo com uma análise da Força Aérea em relação à manutenção nível parque do F- 22, o gerenciamento da unidade da contratante em Palmdale e carga de trabalho adicional para tratar de questões de corrosão das aeronaves contribuíram para os atrasos na entrega de aeronaves para o serviço ativo”, observou Michael Sullivan, diretor de aquisição e terceirização de gestão do GAO e o autor do relatório.
E isso fez inflar o preço do serviço em Palmdale, onde os custos laborais são maiores do que na instalação de Ogden. Além disso, Palmdale tinha cobrado mais horas de trabalho do que a instalação de Ogden ao realizar modificações. Uma análise da Força Aérea constatou que consolidar todas as atividades de manutenção nível parque do F-22 em Ogden deveria proporcionar um melhor desempenho quanto ao cronograma, reduzindo os custos de manutenção do F-22 em aproximadamente US$ 20 milhões por ano.
A Lockheed Martin, que não respondeu a um pedido de comentário sobre o assunto, recebeu um contrato para a modernização da frota de caças F-22 em fevereiro de 2013 , no valor em US$ 7 bilhões ao longo da próxima década.
FONTE: FEDBiz (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês). Para ler o pequeno relatório do GAO (apenas uma página) na sua versão original, basta clicar aqui.
FOTOS: USAF
NOTA DO EDITOR: a velha discussão entre realizar os trabalhos de manutenção na própria força ou terceirizá-los é sempre interessante. Em muitas outras situações, nas Forças Armadas dos EUA ou em outros países, a terceirização da manutenção mostrou ser amplamente favorável. No entanto, parece não existir uma solução mágica e definitiva. Cada caso deve ser avaliado individualmente, com todas as suas nuances.
VEJA TAMBÉM:
- Troca troca na USAF: Holloman perde F-22 e recebe F-16 que estão saindo de Luke com a chegada dos F-35
- F-22: sistemas automáticos de oxigênio backup para toda a frota
- Lockheed demonstra capacidade do Link 16 no F-22
- Não, este F-22 não foi derrubado pela Síria e nem caiu na Jordânia
- A história do F-22 Raptor
- Novas capacidades do F-22
- F-22: problema resolvido (será?)
Bem, eles não tem sido famosos por custos baixos nos seus programas de aeronaves….