radar Raven ES-05 com Skyguard no alto - Laad 2011 - foto 2 Nunão - Poder Aéreo

O editor da revista Aviation Week, Bill Sweetman, comentou em seu blog sobre as novidades apresentadas pela Saab durante o Seminário Anual do Gripen. Um pouco sobre este assunto nós já trouxemos em post anterior (ver lista no final). O post em questão detalha um pouco mais as vantagens que os sensores IRST trazem para aeronaves em combates ar-ar, principalmente contra adversários furtivos. 

Vangloriar-se não é um traço do caráter sueco. Na verdade, a autodepreciação é um passatempo nacional. Onde mais uma letra pop poderia começar da seguinte forma:

I’m nothing special. In fact I’m a bit of a bore. [NOTA DO EDITOR: este é o primeiro verso da letra da música ‘Thank You For The Music’, do grupo sueco ABBA. Vídeo disponível no final deste post]

De acordo com essa tradição, a Saab deixou a informação em banho-maria sobre a próxima geração do Gripen, agora apelidado JAS 39E, desde que a existência do programa de demonstração foi revelada em 2006. Briefings de mídia na última semana em Linköping responderam a algumas perguntas. A fuselagem do caça e a maior parte do hardware será toda nova. Por outro lado, não há nenhuma alteração externa radical que modifique a seção reta radar (RCS) de modo dramático (como havia sido especulado ao longo do tempo). E enquanto os últimos briefings de mídia entraram em detalhes sobre a as medidas de engenharia que deverão reduzir os custos de desenvolvimento em pelo menos 40%, em relação ao já simplificado programa do JAS 39C/D, havia pouca informação sobre a nova cabine ou ao sistema de guerra eletrônica. No entanto, as pontas das asas mais alargadas indicam grandes mudanças nessa área.

Bob Mason, da Selex-ES, fez revelações mais dramáticas, confirmando sobre o registro do que foi falado à boca pequena por alguns anos: sistemas de busca e rastreamento infravermelho (IRST) de última geração podem detectar e rastrear aeronaves furtivas em alcances além do horizonte (BVR), com ou sem o emprego de pós-combustor.

O IRST possui um histórico irregular. Os caças F-4 e F- 106 foram equipados com unidades primitivas e a Rússia incluiu IRST nas famílias MiG-29 e Su-27. A Marinha dos EUA desenvolveu o IRST para o F-14D Super Tomcat, principalmente para contrapor o formidável sistema de ‘jamming’ do bombardeiro Backfire Tu-22M. O mesmo hardware deveria ser introduzido no F-22, mas foi descartado logo do orçamento inicial. Isto deixou o Typhoon (Selex) e o Rafale (Thales, construído no setor frontal da unidade optrônica) como ponta de lança no Ocidente. Mais recentemente a Marinha os EUA começou a trabalhar no IRST para o Super Hornet, inicialmente com o hardware da época do F-14 e caças F-16 dos esquadrões Aggressor terem sido vistos com casulos IRST. A Selex e outras companhias desenvolveram sensores IRST superfície-ar também.

Os primeiros sistemas tinham alcance limitado. Isto tinha menos a ver com a física básica e tecnologia IR do que com taxas de alarmes falsos: o mundo IR é muito barulhento, e se o ganho do sistema é posicionado em um patamar elevado ele irá detectar as aves, o sol refletido nuvens, veículos terrestres e muitas outras coisas. O processamento mais rápido e a capacidade de registrar e analisar uma grande quantidade de dados tem permitido aos sensores IRST reduzir em muito estes problemas – e o progresso ocorrido nos últimos anos (de acordo com Eurofighter e outras fontes) tem sido rápido.

Esconder-se do IRST é difícil para qualquer coisa voando acima de 300 nós (cerca de 555 km/h). Houve relatos isolados de que o F-22 utiliza um sistema de refrigeração ativa para lidar com “pontos quentes” em alta velocidade, mas isto leva a outros problemas – o calor tem que ir para algum lugar.

Como os trabalhos da Rússia com radares VHF avançados, o IRST não significa que baixa discrição está morta. No entanto, ele deve ter cautela, principalmente em um combate ar-ar. Isso torna a vida de um caça de baixa RCS mais difícil em combates ar-ar se ambos estiverem usando IRST, a detecção pode ser mútua. (ao mesmo tempo, os s sistemas de guerra eletrônica melhores transportados por caças modernos redefiniram a “baixa probabilidade de detecção” para o radar de um caça furtivo atacante).

O sistema eletro-óptico do F-35 (EOTS) é descrito como tendo uma função IRST. No entanto, como outros sensores de aquisição de alvos ar-superfície, ele opera na faixa de meia-onda do IR; o IRST utiliza IR de ondas longas, o que é melhor para o longo alcance. Ele também não é otimizado para o tipo de varredura muito rápida que um IRST utiliza para cobrir uma vasta área do céu.

FONTE: Aviation Week (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês).

NOTA DO EDITOR: o título original

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