Modernização do F-16: Taiwan ficou na mão
Programa CAPES, que modernizaria 300 caças F-16 dos Estados Unidos e 146 de Taiwan, não tem financiamento previsto no ano fiscal de 2015, o que deixa o país asiático com opções difíceis pela frente
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Segundo o site Defense News, não foi incluída na proposta de orçamento de defesa dos EUA para o ano fiscal de 2015 o programa CAPES – Combat Avionics Programmed Extension Suite. Pelo programa, seriam modernizados 300 caças F-16 dos Estados Unidos e 146 de Taiwan, com novos sistemas que incluem radares AESA (varredura eletrônica ativa). Além de ser um grande problema para Taiwan, a falta de financiamento para o programa também é considerada um grande revés para a Lockheed Martin e a Northrop Grumman, a primeira a principal contratante do programa e a segunda a fornecedora do radar SABR (scalable agile beam radar) do tipo AESA.
A decisão americana leva em conta a priorização em comprar novas capacidades ao invés de modernizar aviões antigos. Haverá dinheiro para realizar algumas modificações-chave nos programas dos velhos caças, de forma a mantê-los prontos para operação, mas foi decidido não financiar grandes modernizações como o CAPES.
Agora, Taiwan terá que tomar decisões difíceis. Poderá continuar financiando o programa CAPES sozinha ou abrir uma competição entre BAE Systems, Boeing e Lockheed Martin para integração de sistemas, além de uma concorrência secundária para o radar AESA, entre a Northrop (SABR) e a Raytheon (RACR – Raytheon advanced combat radar) (RACR).
Segundo fontes no ministério da Defesa de Taiwan, autoridades taiwanesas estão constrangidas e começando a entrar em pânico, pois não haveria mais divisão de custos com os Estados Unid0s para a modernização dos caças F-16, sendo que, anteriormente, havia uma garantia dos EUA de que o programa CAPES estava garantido, com risco zero. Deve-se levar em consideração também que Taiwan foi forçada a aceitar as condições do programa CAPES, que incluía fornecimento único dos equipamentos (em outras palavras, Taiwan teria que seguir o padrão de modernização e fornecedores escolhidos pelos EUA para a modernização dos F-16 da USAF), após o governo norte-americano responder negativamente aos pedidos de caças F-16 novos, feitos por Taiwan.
A expectativa é que os custos de Taiwan com o programa subiriam entre 30 a 60 por cento com a decisão americana de não financiar o CAPES. O custo unitário dos equipamentos subiria sem o ganho de escala de 300 caças dos EUA para se somarem aos 146 de Taiwan, e os Estados Unidos também não assumiriam custos adicionais não recorrentes de engenharia, pelo programa de vendas militares ao exterior (FMS). A diminuição da escala também afetaria o custo do ciclo de vida, sendo que o padrão de modernização dos F-16 de Taiwan seria único no mundo. Por fim, as verbas de Taiwan para o núcleo do programa foram limitadas a 3,8 bilhões de dólares, e não há espaço político para aumentar esse valor.
Ainda assim , a Northrop e a Lockheed Martin se movimentam para manter Taiwan nessa modernização dos caças F-16, buscando assegurar ao cliente que não haveria escalada de custos após os EUA não terem incluído o CAPES no orçamento de 2015.
FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: TaiwanAirPower
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Será que os israelenses não poderiam oferecer um pacote de modernização de menor custo para Taiwan?
Pode até ser de menor custo, mas será que o radar israelence é tão bom quanto o fornecido pela Northrop?
off topic Voo comercial Farra Aérea Brasileira é a forma pela qual alguns militares descontentes com o uso inédito dos aviões têm traduzido a sigla FAB. A referência ganhou força na semana passada, depois que a Força Aérea Brasileira foi escalada para fazer o transporte de cargas de Rondônia para o Acre, que está isolado por causa das enchentes do Rio Madeira. Acostumados a atuar em missões humanitárias, os militares viram-se envolvidos no trabalho de FRETE DE CARGAS PARTICULARES para abastecer o comércio acriano. Entre 24 de fevereiro em 4 de março, a FAB transportou 152 toneladas de alimentos em… Read more »
O Elta 2052 é um excelente radar, provavelmente não é tão bom quanto modelo da Northrop, mas melhorará e muito a capacidade de combate dos F-16 de Taiwan frente os novos caças chineses (J-10/J-11).
Melhoraria*
Com mais essa bola fora junto ao velho aliado estratégico asiático, está mais do que hora dos EUA perceberem a sinuca em que colocaram Taiwan e concordarem de vez em vender caças F-16 novos para eles, o que sempre foi, pelo menos, o plano B dos taiwaneses (o plano C era essa modernização, enquanto o plano A, sonhado, era o F-35). A Lockheed certamente vai ficar bem feliz… Com os cerca de 4 bilhões de dólares que seriam disponibilizados para o núcleo da modernização (já se especulou que o valor total chegaria a mais do que isso) daria pra Taiwan… Read more »
Talvez esse período pelo qual vivem os EEUU seja o período com as perguntas estratégicas mais complexas e vitais do que as respondidas por eles mesmos nos anos 30… E responderam errado naquela época. Tanto que na eclosão da II WW detinham um Exército pífio, O 16º do mundo, uma Marinha desatualizada, ainda orbitando ao redor dos Dreadnoughts, e uma Força Aérea, com muito esforço, parcamente tática, a estratégica incipiente… Agora, no limiar de um novo tempo, com vetores revolucionários arranhando as possibilidades, mas ainda em uma evolução complexa, e não operacionais, e o cobertor financeiro curto… O que fazer… Read more »
EEUU não vão deixar Taiwan na mão, podem apostar.
É um grande aliado na Ásia e está permanentemente ameaçado pela mordida do Dragão esfomeado, que está cada vez mais forte e prepotente.
Penso que se Taiwan for reabsorvida pelo poder de Pequim, bábaus p’ros EEUU na sua geopolítica de comércio e poder naquela região da Ásia; a sua área de influência fica comprometida, pois a ilha é peça chave na movimentação militar do Tio Sam na região, penso que quase tanto como o Japão, apesar das Filipinas estarem em cima do lance.
Solução para a linha do F18 SH……
Grande abraço
Só uma pergunta: pq vcs chamam o EUA de EEUU e as Forças armadas de FFAA??
Só uma pergunta: pq vcs chamam o EUA de EEUU e as Forças armadas de FFAA??
Eu também não entendo.
Até onde o meu conhecimento vai, as abreviações de nomes próprios no plural na língua espanhola dobram a primeira letra de cada palavra. Assim temos:
Fuerzas Armadas = FFAA
Estados Unidos = EEUU
Em português eu não vejo muito sentido ou explicação para o uso.
Carcará, boa noite.
Antigamente, no Manual de Símbolos e Abreviaturas das Forças Armadas, nas abreviaturas (ou melhor, nos acrônimos, formados pelas iniciais das palavras da expressão) o plural era indicado pela duplicação das letras, ou seja: singular FA (Força Armada), plural FFAA (Forças Armadas).
Abraço,
Justin
Falando em F-16 e apoio dos EUA a um aliado estratégico:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/03/1422936-eua-enviarao-12-avioes-a-polonia-para-reforcar-vigilancia-do-espaco-baltico.shtml
Carcará 01, bom dia. De Bellator: apesar de que no português as abreviaturas não vão para o plural, no caso a repetição do “F” e do “A” indicam o plural; mesmo que não previsto tal norma na língua portuguesa, isso é uma forma usual e corriqueira empregada em Leis e normas para indicar o plural. No Estatuto dos Militares por exemplo, é constante o emprego do termo FFAA; então repete-se o F para indicar Forças e A para indicar Armadas, sendo que caso semelhante na gramática ocorre, quando se quer indicar mais de um parágrafo (indicado por §) de um… Read more »
Taiwan pode contratar a mesma modernização que a Coréia do Sul irá implementar nos seus F-16, que tem como integrador a BAe.
Taiwan deveria comprar uns Gripen just in case…
O problema dos taiwaneses não é a falta de opções, com certeza os EUA não negariam a venda de uns aviões novinhos a eles. O problema é grana! A força aérea de Taiwan ia conseguir esta modernização “0800”, financiada com recursos dos ianques, agora a fonte secou e terão que buscar alternativas de baixo custo, por isto citei a alternativa israelense. “…poderiam levar até três dúzias de caças por cerca de 4 bi…” Nunão o peso de três dúzias de caças F-16C/D no cenário das necessidades de defesa atuais da ilha asiática seria mínimo, porque não dizer quase nulo. Eles… Read more »
“…com certeza os EUA não negariam a venda de uns aviões novinhos a eles” Pode ser, mas será que vai? Porque não foi o que aconteceu no passado, e estou falando do passado recente. A modernização dos F-16 A/B veio como solução justamente porque o governo dos EUA não quis vender aviões novos, apesar de todo o lobby de congressistas para que vendesse. É só acompanhar o desenrolar de toda essa história, até agora, nos links ao final da matéria. “A força aérea de Taiwan ia conseguir esta modernização “0800″, financiada com recursos dos ianques” Não seria “0800”, Lyw. Teria… Read more »
A dificuldade dos EUA em “negar” os caças para um país tão importante estratégicamente é que tem levado a toda esta discussão sobre qual será a alternativa para a Força Aérea de Taiwan. É difícil deixar Taiwan na mão, é uma escolha muito difícil a se fazer… “Não seria “0800″, Lyw. Teria uma ajuda generosa, mas pelo menos 3,8 bi do orçamento de Taiwan seria gasto nisso. Ao menos é o que foi informado várias vezes em notícias anteriores.” Por esta razão escrevi “0800” entre aspas! “…ainda podendo contar com os F-16A/B como segunda linha (e que, mesmo velhos, são… Read more »