Gripen na Suíça: RUAG recebe contrato da SAAB para desenvolver e produzir pilones do Gripen E
Pacotes iniciais do contrato compreendem o desenvolvimento e a produção de protótipos dos pilones para três ‘Gripen E’ de testes, com opção de produção em série caso o referendo suíço aprove a compra do jato sueco
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Na seguda-feira, 3 de março, o grupo RUAG informou que recebeu do fabricante sueco de aeronaves SAAB um contrato para desenvolver e produzir pilones para os jatos militares Gripen E. O contrato tem valor estimado em 68 milhões de francos suíços (cerca de 77 milhões de dólares), dos quais 15,5 milhões de francos (aproximadamente US$ 17,6 milhões) serão implementados imediatamente.
Os pilones são mecanismos que carregam, sob o caça, cargas externas como tanques de combustível adicionais, sistemas de reconhecimento ou mísseis guiados. A RUAG destacou que são componentes tecnológicos complexos, contendo tanto sistemas mecânicos quanto eletrônicos, e precisam atender aos mais altos padrões em aerodinâmica e resiliência (aguentar tensões sem romper).
A encomenda compreende quatro pacotes de trabalho, três dos quais, correspondendo a 15,5 milhões de francos, efetivos desde já. Os três primeiors pacotes incluem o projeto dos pilones, o desenvolvimento até o padrão de produção em série, além da criação de protótipos para três aviões de teste do Gripen E.
Quanto ao quarto pacote, que é o de produção em série dos pilones, a SAAB tem a opção de conferir a outra empresa que não a RUAG no caso de ser do referendo a ser realizado em maio, sobre a aquisição do Gripen pela Suíça, chegar a um resultado negativo.
Porém, caso a Suíça decida comprar 22 caças Gripen E, os pilones de série para toda a frota do modelo, ou seja, 60 caças para os suecos e 22 para os suíços, serão produzidos futuramente na Suíça. Nesse caso, a RUAG acionará fornecedores de todas as regiões do país. Quotas já foram obtidas para produtos de metal e componentes eletrônicos de fornecedores de áreas que incluem a parte de língua francesa e Ticino.
FONTE: Ruag (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
IMAGENS: Saab
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E os pilones do Gripen NG brasileiros também serão RUAG. Pelo menos é o que a racionalidade propõe.
[]’s
Quem vai bancar o desenvolvimento desses pilones???
Agora que o Brasil decidiu-se pelo Gripen NG os suíços começam a se apressar no sentido de produzir o máximo possível de partes do Gripen.
A verdade é que com a encomenda brasileira a única que vai perder se o referendo for contrário à aquisição dos caças é a própria Suíça.
Azar o deles…
Vader
O Brasil decidiu-se, de fato! Porém…
… porém, ainda falta o contrato;
… porém, no Brasil, contrato não vale muita coisa, assim o dinheiro pode ir atrasando, atrasando, atrasando…
É só olhar os atrasos na modernização dos AMX!
Vader, os pilones já estavam “reservados” para serem oferecidos à indústria suíça há pelo menos um ano. Veja o primeiro link da lista ao final da matéria.
Marcos,
Até onde sei, o desenvolvimento do Gripen E até o momento vem sendo bancado pelo governo sueco, com contrato assinado no início de 2013, em que os recursos são liberados em etapas (sem falar de recursos da própria Saab, que aloca parte significativa de seus lucros em Pesquisa & Desenvolvimento):
http://www.aereo.jor.br/2013/02/15/saab-assina-contrato-de-u-85-bi-para-o-desenvolvimento-e-producao-do-gripen-ef/
http://www.aereo.jor.br/2013/12/19/gripen-dia-18-tambem-trouxe-uma-boa-noticia-da-propria-suecia-o-contrato-de-producao-do-gripen-e/
http://www.aereo.jor.br/2013/05/01/lucro-da-saab-caiu-um-pouco-mas-investimento-em-pd-subiu-muito/
Marcos, Continuando, quanto a eventuais atrasos no pagamento por parte do Brasil, depende do tipo de contrato que for assinado (se realmente for assinado…) no que se refere a financiamento. Se for a tal proposta de financiamento com início do pagamento só após a entrega do último dos 36 caças, evidentemente alguém estará pagando à Saab (e a seus fornecedores e parceiros, incluindo os brasileiros) nesse meio-tempo. Quem? O banco que financiar a compra. Ou seja, teoricamente não haveria problema para a Saab / parceiros / fornecedores em ter seus custos de desenvolvimento e produção pagos enquanto isso, pois o… Read more »
Nunão, sem dúvida, mas o ponto para o qual chamei a atenção é outro: as empresas suíças, como a RUAG, têm todo o interesse em apressar as coisas e assumir mais e mais partes do projeto, de forma a criar pressão na opinião pública a favor do Gripen. Até porque a Suécia e a SAAB não têm mais, por conta da escolha brasileira, o mesmo desespero em levar o contrato suíço que tinham antes.
O fato é: se o povo suíço não abrir o olho, vai dançar. E ninguém vai chorar por eles.
O Brasil só irá utilizar a opção de financiamento a longuíssimo prazo oferecida pela SAAB se o governo deixar o programa inteiramente por conta da FAB, que terá assim que fazer uso de tal expediente.
Só que se fizer isso os PeTralhas perdem a boquinha, pois o controle ficaria pra FAB, e a ser pago por governos longínquos, ou seja: os pagamentos virão mesmo via Tesouro, em suaves prestações. Como foi a aquisição da Kombi Voadora Francesa.
Sds.
[Jane’s Defence Weekly
Brazilian Air Force Commander Lieutenant Brigadier Juniti Saito
Link: http://www.janes360.com/images/assets/343/34343/20feb4.pdf