Voa primeiro Super Hornet equipado com IRST
A Marinha dos EUA (US Navy) informou, através do NAVAIR (Naval Air Systems Command), ter completado com sucesso o primeiro voo de ensaio de um F/A-18 Super Hornet equipado com um sensor do tipo IRST (Infrared Search and Track – Busca e rastreamento com infravermelho). O evento ocorreu no dia 11 de fevereiro na Base Aérea de Edwards, Califórnia.
O sistema IRST é um sensor passivo e, por este motivo, não emite radiação, sendo muito difícil de ser detectado. Ele pode acompanhar múltiplos alvos simultaneamente, provendo a capacidade de aquisição de alvos ar-ar mesmo quando estes estão equipados com tecnologia que interfere com radares. Trata-se de um elemento crítico no roteiro do F/A-18E/F Block II da USN, inserido numa série de aprimoramentos de capacidades para que o Super Hornet possa se manter à distância de ameaças conhecidas ou emergentes, nas próximas décadas.
O IRST foi desenvolvido e produzido pela Lockheed Martim, sendo instalado em um tanque de combustível externo fornecido pela GE. A Meggitt Defense Systems Inc é responsável pelo sistema de refrigeração da unidade.
VEJA TAMBÉM:
A Boeing não tinha um projeto para um IRST embaixo do nariz não?
Poxa, que coisa estranha, ter que adaptar a partir de um tanque externo, muito precário e muito diferente dos IRSTs dos russos e britânicos, os americanos perderam a mão mesmo, um projeto estranho pra não dizer outra coisa.
Reforçando o que escreveu o Bosco: a ideia desse IRST adaptado em tanque externo é poder equipar a frota atual (ou seja, já fabricada e entregue, mais de 400 aviões) sem ter que fazer mudanças estruturais etc no nariz da aeronave.
Já o desenvolvimento de IRST instalado no nariz do avião seria para o Advanced Super Hornet novo de fábrica, caso venha a ser encomendado por algum cliente (interno ou externo) e que esse eventual cliente queira esse recurso.
Hecules, O IRST é um equipamento grande que pra ser integrado à célula do avião deve vir desde o projeto. Se fossem instalar um no nariz do SH teriam que alterar todo o projeto do avião, mas o que a USN queria era algo que pudesse ser usado por aviões “antigos” também e não por modelos novos. A opção seria um IRST que ocupasse uma das estações de armas como ocorre com o pod de designação de alvos, mas preferiu-se integrá-lo a um tanque já que no F-18 SH a estação central é usada 99% das vezes para levar um… Read more »
Caro Bosco
Mestre obrigado 100 X
Essa evolução estava prevista para nós no FX 2 ?
SH esse é o cara.
Estão investindo no que realmente vale.
Já a JOÇA “RAFALE DUSZAMERICANO” F-35 é ralo sem fim de recursos.
Voa ? Mais ou menos quando o pneu não fura ! (rs)
Nossa, eu podia jurar que o IRST que iriam instalar no SH era da Northrop Grumman.
Solução sensata. Normalmente o tanque externo montado no centerline tem pouco impacto no desempenho dos caças. Neste caso, a US Navy vai abrir mão de algo em torno de 1/3 do combustível deste tanque. Pelo que lembro, o ‘drop tank’ dos vespões tem capacidade para 480 galões (1.800 litros). Com o IRST na parte frontal ainda disporiam de 300 ou 330 galões. Para um elemento ou esquadrilha de caças em CAP (combat air patrol) parece ser uma boa troca, principalmente quando se dipõe de um ou mais Super Hornet na versão REVO decolando ao lado com 29.000 libras de combustível.… Read more »
Corsário,
A Boeing selecionou o IRST da Lockheed Martin em 2009.
Este IRST em conjunto com os novos AIM-9X Block III serão silenciosamente mortais. Sem o radar, ou em forte ambiente ECM, podem engajar discretamente aeronaves inimigas .
Mas os detalhes deixo para o Mestre Bosco. 🙂
Abç.,
Ivan.
A solução encontrada p/ prover o SH de um IRST é absolutamente prática e no que conserne as práticas de compra de materiais de defesa, pelo Pentágono, até barata.
Se precisar dispor do tanque, ejetansdo-o, o prejuízo será pequeno.
Quando estavam projetando o SH, uma das coisas que li sobre o projeto era que ele teria mais espaço interno para atualizações. Será que já está tudo cheio internamente?
O sensor em si tem que estar a centímetros do módulo, será que não dava para colocar as caixas na parte central da fuselagem (abaixo e atrás do cockpit), junto com os outros aviônicos? Porque se acharam espaço numa aeronave densa como o F-16, com certeza haverá no F-18E.
Amigos, boa tarde.
Algumas observações sobre eventuais problemas dessa solução para o IRST/FLIR:
1. Considerando o uso também como tanque, certamente haverá um passeio de CG durante o voo. Começa traseiro e avança à medida que o combustível é consumido. CG dianteiro causa aumento de arrasto e diminuição da manobrabilidade.
2. Como o sensor IR está muito avançado em relação ao ponto de fixação do tanque, isso aumenta muito as vibrações e oscilações desse sensor. Essas vibrações “desfocam” o alvo que está distante, dificultando sua identificação.
Abraços,
Justin
Ivan,
Muito obrigado. Achei o erro: http://www.ainonline.com/aviation-news/dubai-air-show/2013-11-15/boeing-pitches-advanced-super-hornet-future-threats
A Northrop é parceira no “Stealth Hornet”.
Abçs.
Sim, foi a Northrop que desenvolveu e produziu o protótipo dos tanques conformais para o Advanced Super Hornet, como parceira. Os tanques centrais com IRST não tem nada a ver com isso.
http://www.aereo.jor.br/2013/03/20/super-hornet-marinha-dos-eua-estaria-interessada-em-tanques-conformais/
http://www.aereo.jor.br/2013/08/28/video-dos-testes-de-voo-do-advanced-super-hornet/
http://www.aereo.jor.br/2013/08/27/briefing-da-boeing-sobre-o-advanced-super-hornet/
“Clésio Luiz 19 de fevereiro de 2014 at 13:47 Quando estavam projetando o SH, uma das coisas que li sobre o projeto era que ele teria mais espaço interno para atualizações. Será que já está tudo cheio internamente?” Clésio, Acho que o espaço continua existindo ali (assim como, pelo que sei, há espaço sobrando também dentro das extensões dos bordos de ataque). Tanto deve haver que, no Advanced Super Hornet, há a previsão de IRST no nariz. Só que é diferente você ter provisão de espaço para instalar coisas em aeronaves novas de fábrica e fazer isso em aeronaves já… Read more »
Justin Case
19 de fevereiro de 2014 at 13:57
Prezado,
Antecipadamente me desculpo pela pergunta, sou leigo!
Mas pelo que vi esse sensor pesará algo em torno de 50 – 60kg: http://www.lockheedmartin.com/content/dam/lockheed/data/mfc/pc/irst/mfc-irst-pc.pdf
Esse peso seria capaz de comprometer a estabilidade?
O interessante que os russos haviam pensado num dispositivo passivo de varredura avante e os americanos TENTANDO adaptar algo assim… vide o F-35 e SH com tantas adaptações.
… pensado e instalado em suas aeronaves de caça de alto desempenho no começo dos anos 80,
Hercules, Os americanos já instalavam IRST em caças na década de 50, mas eram primitivos e a tecnologia radar se sobrepôs e eles foram relegados a um segundo plano, sendo abandonados na medida em que os radares evoluíam. Os F-14 voltaram a usar na década de 80 para a identificação de contatos e muitos caças ocidentais os utilizam ainda hoje, haja vista o Rafale, o Typhon e o Gripen. Há versões do F-16 e do F-15, de exportação, com IRST integrado à célula e muitos em uso pela USAF os utilizam em casulos externos. Hoje a USN viu a necessidade… Read more »
As opções de instalação externa de um IRST no SH seria um pod na estação central ou em uma das estações laterais. Na estação lateral iria comprometer um míssil Amraam. Nas estação central iria comprometer um tanque de combustível já que em missões ar-ar um é levado nessa estação, sendo o que menos afeta a aerodinâmica do avião, principalmente tendo em vista operação ar-ar. Chegaram à solução de combinar um IRST com um tanque e instalá-lo na linha central. A pergunta é: em que medida essa solução implica na deterioração do desempenho aerodinâmico do caça e com que frequência um… Read more »
Tanks for the View: The IRST + Fuel Solution http://www.defenseindustrydaily.com/f-18-super-hornets-to-get-irst-03429/ Retrofits into existing aircraft can be tricky, but in July 2007, Boeing’s RFI selection process and tapped Lockheed Martin’s Missiles and Fire Control division in Orlando, FL to supply up IRST systems for F/A-18 E/F Super Hornet Block II aircraft. That began as a Systems Development and Demonstration effort, but the program received Milestone B approval in July 2011, and the EMD contract followed in August 2011. The first production deliveries of up to F/A-18 E/F IRST systems were expected in 2012, with initial operational capability expected in 2013. Lockheed… Read more »
Ivan, Em termos conceituais o AIM-9X Block III coloca os americanos em paridade com os franceses (com o MICA IR e RF) e com os russos, que há 40 anos adota mísseis BVR com orientação IR, combinados com versões guiados por radar. Pelo jeito a ameaça stealth e a capacidade aumentada de ECM do oriente (incluindo a Rússia) tem surtido efeito no Pentágono e os americanos estão se antecipando a futuros e tenebrosos cenários. IRSTs e mísseis guiados por IIR são inegavelmente mais resistentes às contra-medidas e a assinatura térmica de uma aeronave stealth também é mais difícil de ser… Read more »
Longe de ser uma gambiarra, já que a solução correta está na mesa pra quem quiser comprar, esta foi apenas uma solução de melhor custo/benefício para a US Navy. Melhor seria no nariz? Sim. Existe esta opção? Sim. Teria que mandar mais de 500 células pra modernização? Também. Preferiram manter tudo voando e gastar menos. Talvez, no futuro MLU que esses caças passarão daqui uns 10 anos, eles coloquem o IRST integrado abaixo do nariz, como proposto no Advanced Super Hornet. E motores F-414 EPE e tanques conformais. Tudo de uma vez, pra otimizar o tempo de manutenção e a… Read more »
Lembrando que manter seus Super Hornets embarcados e voando é prioridade para a US Navy, já que o F-35C continua atrasado.
E Bosco, falando em F-35 e IRST gigante, na verdade esse seu futuro já chegou: com sete sensores de altíssima resolução cobrindo 360 graus, o F-35 é um IRST gigante! 🙂
Sem dúvida Almeida!
O que é estranho no caso do IRST do SH é a demora. Já se vão mais de 5 anos para integrar um IRST que já existia (ANS-42) a um tanque que também já existia.
Provavelmente o SH poderá levar também o IRST num pod, como o que utiliza o F-15E já que se trata do mesmo componente.
Será??
Um abraço.
F-15″C” e não “E”.
Bosco,
Orçamento limitado.
Com tantos CEOs e executivos na indústria de defesa,
com tantas comissões no congresso,
com tanta manobra, tudo fica muito caro para o Pentágono.
Além do mais, IRST não era ainda uma prioridade.
Mas no futuro próximo, como vc alertou, será.
Abç.,
Ivan. 🙂