Dassault e Reliance planejam fabricar asas do Rafale na Índia
Ministério da Defesa da Índia autorizou a criação da unidade, que deverá ser similar a uma instalação da Dassault existente na França
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Segundo notícia publicada pelo jornal Deccan Herald nesta terça-feira, 10 de dezembro, a francesa Dassault Aviation e a Reliance Industries planejam estabelecer uma instalação de produção de asas para o caça Rafale, selecionado pela Força Aérea Indiana para uma encomenda de 126 exemplares. Provavelmente, a instalação será estabelecida em Bangalore.
Pelos planos, a Dassault ajudará a Reliance a instalar uma fábrica similar à francesa. O Ministério da Defesa e outras agências ligadas ao tema deram autorização para que as duas empresas criem a unidade, segundo as fontes contactadas.
O Rafale foi selecionado pela Índia no ano passado após um processo de cinco anos em que outros cinco concorrentes participaram. Desde então, a Dassault e o Ministério da Defesa estiveram engajados em longas negociações de contrato, incluindo discussões relacionadas à Reliance Industries, que a empresa francesa desejava que fosse o principal parceiro na produção local.
Porém, o Governo Indiano deixou claro que a estatal HAL seria a líder integradora do projeto na Índia. As questões foram resolvidas e a HAL começou a preparar suas equipes para implementar o projeto, após sua esperada assinatura.
FONTE: Deccan Herald (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Dassault
NOTA DO EDITOR: as asas do Rafale são produzidas nas instalações da Dassault em Martignas, na França, que podem ser vistas nas fotos acima. Para saber mais sobre a produção do caça, clique no primeiro link da lista abaixo, que dá acesso a um vídeo bastante didático da empresa, com versões em francês e inglês (a matéria traz um resumo feito pelo Poder Aéreo, para ajudar os leitores não versados nessas línguas). Para ler sobre negociações da empresa com a Índia, incluindo discussões relacionadas à fabricação do Rafale por empresas indianas, clique nos demais links.
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Amigos,
Acho que a primeira imagem não representa bem a tecnologia do Rafale, pois a montagem da asa é automatizada.
A fabricação local das asas também foi ofertada no F-X2 como uma das contrapartidas do para o Brasil.
Abraços,
Justin
Justin, A imagem é da própria Dassault. Segue link para série de fotos das instalações de Martignas, onde se produz asas tanto para os aviões executivos quanto para o Rafale, pelo que se pode perceber. Apesar dessa galeria de fotos já ter vários anos (ao menos já faz alguns anos que a pesquisei pela primeira vez), ao que parece o processo envolve tanto fases automatizadas, com uso de robôs, quanto manuais, com o trabalho de operários com ferramentas especiais (pode ser também algum tipo de checagem. Mas como a foto é da própria Dassault, acho que não dá pra dizer… Read more »
Valeu, Nunão!
Abraço,
Justin
Não há de quê. Sua observação me motivou a ilustrar mais detalhadamente a matéria e a destacar os links ao final, com mais explicações a respeito, vídeo etc, que já tinha colocado.
Afinal, se há detalhes em que até o Justin Case se confunde em relação aos processos produtivos do Rafale, que dirá os demais leitores!
Nunão,
Sobre o processo produtivo da asa do Rafale, sei que as superfícies da asa são instaladas por sistema robotizado.
As estruturas primárias ainda são posicionadas manualmente, o que reflete o estágio tecnológico do início dos anos 2000. Hoje, nas asas dos novos Falcon, tudo já está automatizado, desde as estruturas primárias.
A metodologia de produção é definida na fase de industrialização de cada projeto e dificilmente é viável alterar durante o percurso. É possível que o F-35, de concepção mais recente, tenha uma fabricação mais automatizada.
Abraço,
Justin
Justin, boa noite. Faz bastante sentido o que você diz. O que você acha: seria viável introduzir um processo ainda mais avançado na planta indiana do que o da parte específica da asa do Rafale da planta francesa, já que a indiana começaria do zero, talvez com uso de robôs mais recentes e/ou processos produtivos mais avançados na autoclave quanto à curagem de estruturas e revestimentos, derivados destes que você mencionou dos novos Falcon? Ainda sobre produção de asas, esses dois links sobre processos industriais de concorrentes são bem interessantes. Pelo que me lembro quando vi o vídeo sobre o… Read more »
Putz, que pena. Acabei de ver que o vídeo que mostrava a produção das asas do Eurofighter foi tirado do ar.
Mas, enfim, fica a pergunta e o link para as pesquisas da Saab, para continuar o debate.
Nunão,
Quando o projeto maior é concebido novo, como o Rafale, tudo se encaixa. O próprio projeto da asa foi elaborado, considerando as diversas condicionantes de sua industrialização. Assim também foi ensaiado e certificado.
Acho que valeria a pena modificar apenas se fosse um projeto diferente, usando novos materiais, novo dimensionamento, novas características aerodinâmicas e de resistência à fadiga industrial.
Investir alto, fazer tudo de modo diferente, mas chegar no mesmo resultado, para mim não se justifica.
Mas é só opinião pessoal. Certamente existe gente pensando profissionalmente nesses aspectos todos.
Abraço,
Justin
Ops!
… fadiga estrutural.
Prezado Nunão,
Esse vídeo mostra o todo: http://www.youtube.com/watch?v=PNUkkkI0eSU
abraços
Prezados, Extremamente interessante o debate. Gostaria de acrescentar alguns pontos, que podem ou não ter importância. Em geral, plantas funcionando totalmente em regime CAD-CAM tem pouca ou nenhuma intervenção humana, em função de fatores como isolamento do ambiente, perigo extremo devido ao movimento sincopado dos robôs e interferência (por incrível que pareça, perigosa para a “saúde” dos robôs…) do campo eletrostático inerente à presença humana. As fotos apresentadas não indicam uma planta robotizada, até pelo contrário, visto os trajes usados pelos operários, sem sequer o “clássico” isolador de cabeça. Essa planta indica interferência humana direta mediana, com ferramentas (inclusive os… Read more »