Exercício aéreo expõe limitação da FAB
Aeronáutica está sem aviões-tanques para fazer reabastecimento de seus caças no ar
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A Força Aérea Brasileira encerrou seu maior exercício de combate, a Cruzex 2013, com um enorme saldo positivo – oito países participantes, 4.630 militares, 1.240 horas de voo, 92 aeronaves diretamente envolvidas – e a exposição de uma séria limitação, a falta de aviões tanque próprios, jatos, para fazer o reabastecimento de caças no ar.
Durante o ensaio, as tripulações do contingente brasileiro receberam informações a bordo do KC-767 Jupiter da aviação colombiana – o mesmo tipo de equipamento escolhido pelo Comando da Aeronáutica, todavia ainda pendente da assinatura do contrato de compra abrangendo duas unidades usadas, e revitalizadas pela Israel Aerospace Industrie. O negócio é estimado entre US$ 160 milhões e US$ 200 milhões.
O “posto aéreo de gasolina”, como é chamado, permite multiplicar o poder da aviação, mantendo a frota de combate em atividade por mais tempo e a qualquer distância pretendida. Em situações críticas, o limite é fixado pela resistência dos pilotos.
A FAB está sem jatos especializados para esse tipo de missão desde 10 de outubro, quando foram desativados os três KC-137, versões do Boeing-707, que restavam na Base do Galeão, atuando no Esquadrão Corsário. Em 26 de maio, a quarta unidade do 2º Grupo de Transportes sofreu um grave acidente no aeroporto Tousand Louverture, de Porto Príncipe, no Haiti. Convertido para transporte de passageiros, o avião trazia de volta ao Brasil 143 soldados, integrantes da tropa da força internacional para estabilização do país caribenho. No momento da decolagem um dos motores falhou e o piloto abortou a operação. Os danos foram definitivos.
Os KC-137, apelidados “sucatões”, eram, na verdade, ótimos modelos, derivados de um bem sucedido projeto civil da americana Boeing. Fabricados na década de 60 do século passado, chegaram à FAB há 30 anos. Passaram por revisões e modernizações. Acumularam 44.183 horas de voo, 5.239 das quais na condição de avião presidencial.
Escolha feita. Há oito meses, a seleção para um novo avião tanque da FAB foi encerrada. As opções mais caras, da europeia Airbus e da Boeing, foram descartadas. Venceu a oferta, de custo reduzido, da IAI. Os dois jatos serão procurados no mercado pelo fornecedor e configurados pela subsidiária Bedek no arranjo KC-767/300ER para permitir uso múltiplo – cargueiro, resgate médico, o transporte de pessoal e tanque. O anúncio da escolha foi feito em março. Até agora a Presidência da República não formalizou o compromisso.
No momento, a FAB conta com dois reabastecedores Hércules KC-130, turboélices. A velocidade é de 590 km/hora, pouco adequada ao abastecimento direto, no ar, dos jatos de alto desempenho F-5M, os principais caças da Força. Levam 33 toneladas de carga. A velocidade dos 767 é superior a 900 km/hora, e o peso útil chega a 72 toneladas. A Cruzex/13 teve a participação de equipes dos Estados Unidos, Chile, Venezuela, Canadá, Colômbia, Equador e Uruguai.
A FAB mobilizou 4 mil militares e 55 aeronaves diversas. Foram exercitadas operações de combate, lançamento de tropa, resgate, ataque, infiltração e escolta. Segundo o diretor do ensaio, brigadeiro Mário Luís Jordão, “a cooperação internacional foi de altíssimo nível”.
FONTE: O Estado de S.Paulo (reportagem de Roberto Godoy)
FOTO DE BAIXO: FAB (demais imagens, de colaboradores Walter Mesquita e “FAB 2401”, são da Cruzex 2010, quando as aeronaves KC-137 estavam em plena atividade)
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Um país do tamanho do Brasil não ter um rebastecedor aéreo é limitador sério.
O que acho engraçado é que a presidente vetou a opção da FAB mas não escolhe as outras opções. Não quer um Airbus, então chega e diz: não quero um usado, vamos comprar uma opção melhor e mais cara… Mas as coisas aqui são assim, simplesmente não se toma uma decisão.
A FAB ainda possui os KC-130, e a COPAC ja selecionou o KC-67, em parceria com a IAI. Lembrando que o KC-390 tambem efetuara REVO.
Este é mais um programa que já virou uma novela de mau gosto….
O lobby da EADS pode nos queimar com os israelenses…em uma possível virada de mesa.
Sds.
Caro conterrâneo Basca! Como diz um um funcionário da minha empresa; “Patrão, situação do poblema é o seguinte” A FAB, que está para lá de vacinada com o desgoverno ptralhas escolheu a opção que seu orçamento comportaria. É amelhor? Não, o melhor seria comprar aviões novos, mas todo mundo sabe como andam FX 2, Prosuper, e demais programas, então se escolheu aquele que se poderia fazer voar, mas,porém, entretanto, no entanto, como estamos em perído pré eleitoral, e o lobby viciado” da Airbus com o partido da verdade absoluta é imenso, e Jacó não quer sentar na mesa para assertar… Read more »
O que eu acho ridiculo, ou seja, tipico de uma republica de bananas, e que uma Chefe de Estado, decide algo tao banal como o que tipo e quando vao comprar uma aeronave de reabastecimento aereo. Muita politicagem signfica pouca eficiencia. O MD deveria ter a sua verba fixa para os gastos da defesa, e deixar o pessoal que entende, fazer as escolhas e tomar as decisoes do que e quando comprar. Como e que e mesmo? O Brasil e a sexta economia mundial? Vao me desculpar mas nao parece. Atua como uma republiqueta que ocupa o lugar 350, no… Read more »
Tadeu Mendes
Concordo plenamente com você, não só em relação aos reabastecedores, como no caso dos caças. Foi feita um licitação, houve o recebimento das propostas, foi feita uma avaliação técnica, houve um parecer favorável a determinada aeronave.
Há várias opções para a falta de decisões: a) não tem interesse e quer ver a Força sucateada; b) é meticulosa demais, quer decidir até a compra do cuecão de couro, dai não dá conta; c) não tem dinheiro, ou o pouco que tem tem de servir a interesses.
c) não tem dinheiro, ou o pouco que tem, tem de servir a interesses.
Pois é, a quase quinta potência mundial está atrás da Colômbia.
E, por favor, tire esse negócio de “aeronáutica” lá de cima. É Força Aérea, Força Aérea. O resto do Mundo é Força Aérea, aqui é Aeronáutica.
Marcos,
O subtítulo não é nosso. Trata-se de um clipping. Quando alteramos algum título ou subtítulo de um clipping, avisamos em nota do editor, mas não foi esse o caso.
De qualquer forma, a questão tem longa tradição, pois o Comando da Aeronáutica é sucessor do Ministério da Aeronáutica, criado em 1941 para cuidar de todos os assuntos aeronáuticos, civis e militares.
Senhores, não existe falta de visão extratégica, nem falta de visão, nem incompetência, muito pelo contrario, os politícos brasileiros estão fazendo exatamente o que querem. Para serem eleitos precisam de coligação, para isso prometem altos cargos, e isso eles estão fazendo bem. A verba esta sendo usada como previsto, para gastar com a cumpanherada. NÃO EXISTE FALTA DE VERBA, apenas não querem comprar por que os referidos valores não foram acertados e concordados com os fornecedores. U$ 20 bilhões para os cofres de nosso país é um farélo, ainda mais se considerar que são equipamentos para mais de 30 anos.… Read more »
Marcos,
E tem mais…..enquanto o Brasil nao goza e nem sai de cima….a Colombia vai partir para a compra de jatos de combate para superioridade aerea.
Eles (Colombia) vao de F-18 SH ou F-16s…..e o Brasil?????
Colombia ocupa a posicao 135 no ranking economico global….e o Brasil?????
Tao de sacanagem comigo….os bolivarianos estao sacaniando e depois vao ter que lamber as feridas depois que o Brasil tomar uma surra.
Sobre a intenção da Colômbia de comprar F-16, só vai acontecer pela demora do Brasil em decidir pelo mais sensato.
Segundo os próprios políticos, uma das principais intenções da ToT, seria a fabricação aqui para posterior exportação para o mercado latino americano.
Pois bem, se a decisão fosse pelo Gripen, a Colômbia seria um comprador em potencial, talvez o primeiro cliente de um Gripen fabricado no Brasil.
Os outros dois seriam Peru (Mirage 2000) e Argentina(A-4 e Mirage III).
Mas a oportunidade esta passando mais uma vez.
champs
Eu acho essa visão de um mercado latino americano para caças uma visão equivocada. Pode servir para Super Tucano, para KC-390, mas não para caças. Se houver um conflito e todos tiverem o mesmo equipamento, qual o sentido disso? Cada um vai querer aquilo, dentro de seu orçamento e de sua percepção, que seja de superioridade aérea.
Champs,
Permitame dizer que voce esta totalmente equivocado. A decisao da Colombia nao tem nada que ver com o atraso do Brasil.
A necessidade deles e para ontem, e vao de jatos comprovadamente testados em combate e disponiveis no mercado.
Tadeu Mendes, Tranquilo, pode discordar à vontade, mas talvez você não tenha entendido o que eu disse. A decisão da Colômbia não depende do Brasil, eu não afirmei isso, o que eu disse foi: Se o Brasil tivesse escolhido o Gripen NG lá em 2009, quando o F-X deveria ter sido definido, com contrato fechado e fabricação nacional, a Colômbia, na sua avaliação de um novo caça, teria grandes chances de optar pelo Gripen, por vários motivos ( custo/benefício, manutenção próxima, parceria como estão fazendo com o C-390 e lanchas colombianas na Amazônia, etc.) Sobre a “necessidade para ontem”, a… Read more »
Champs, Bastante interessante a sua postura. Voce e a favor de uma integracao militar tipo UNASUL? Veja bem….o abacaxi aqui e a intromissao crescente da Russia com o aval da Venezuela e de Cuba, em um assunto regional….Colombia X Nicaragua. A Russia tem intencoes de apoiar a Nicaragua e os EUA certamente nao vao deixar a Colombia na mao. VIajo a Colombia praticamente um vez por ano e sei como funcionan a coisas la dentro. A estrutura militar colombiana teve um upgrade, nao somente em termos de Hardware, mas tambem em termos de Doutrina de Emprego e Gestao. Colombia esta… Read more »
Tadeu Mendes, “Bastante interessante a sua postura. Voce e a favor de uma integracao militar tipo UNASUL?” Não esta integração forçada por políticos populistas, mas com parcerias bilaterais, que em conjunto formasse uma rede de proteção e cooperação, acho interessante sim. “Nao te parece mais facil comprar de prateleira os F-18 SH ou os F-16 dos EUA, do que fazer um leasing de jato, esperando que o outro modelo Gripen NG, saia do papel, em outras palavras, do blueprint?” De prateleira é sempre mais facil, mas o que contaria neste caso específico da Colômbia é o custo, não estamos falando… Read more »
Champs, Eu ate concordo contigo em quase 100% com relacao ao custo operacional dos F-18 SH. Mas a Colomibia provavelmente vai de F-16. que alem de ser operacionalmente mais barato, e o suficiente para as necessidades de defesa aerea deles. Mas nao devemos esquecer que a Colombia recebe uma fortuna do governo americano, nao somente em dinheiro (milhoes de dolares), mas tambem e assistencia financeira para a compra de equipamentos, A Colombia hoje; devido a sua condicao topografica e o tipo de conflito (baixa intensidade), possui a maior frota de helicopteros militares do continente. Praticamente 90% de origem americana, que… Read more »