Irá o Brasil comprar o T-50? Fotos para ver, fatos para debater

26

Sukhoi T-50 - protótipos - foto Sukhoi

ClippingNEWS-PAA Rússia está propondo ao Brasil que este adira ao desenvolvimento do caça de quinta geração. O T-50 poderá se tornar no trunfo principal que fará o Brasil pender para uma cooperação técnica militar com a Rússia na esfera da aeronáutica. Potencialmente, a aquisição de aparelhos russos poderá tornar a Força Aérea Brasileira numa das mais poderosas do mundo.

Um caça para o Brasil

Já há muitos anos que o Brasil está escolhendo um novo caça, mas o concurso F-X2 da Força Aérea para o fornecimento de 36 aeronaves ainda não está concluído. Neste momento nele participam os caças Gripen NG (Saab, Suécia), Rafale (Dassault, França) e F/A-18E/F Super Hornet (Boeing, EUA).

O primeiro concurso F-X foi cancelado em 2005 por falta de meios financeiros, mas as razões econômicas continuam a ser válidas ainda hoje, obrigando a adiar a data da escolha do vencedor.

O Su-35 russo não participa do concurso, apesar de não serem conhecidas as razões para a ausência do aparelho russo entre os concorrentes. As companhias russas Rosoboronexport e Corporação Unida de Construção Aeronáutica (OAK), assim como os representantes do poder central, não perdem as esperanças de obter o “contrato brasileiro” realizando negociações “fora de concurso”.

Su-35 e lua - foto Sukhoi

O Su-35 possui, provavelmente, uma série de vantagens técnicas que permitem considerá-lo como um aparelho ideal para o Brasil. Antes de mais, ele é um avião bimotor com grande autonomia de voo, o que facilita a sua exploração e aumenta a fiabilidade do aparelho em condições de uma rede de aeródromos bastante dispersa e de grandes áreas de sobrevoo, incluindo áreas marítimas.

Pelas suas capacidades em armamento e equipamentos, só o Super Hornet pode rivalizar com o Sukhoi. Mas o primeiro tem características técnicas de voo inferiores, inclusive o alcance, a velocidade e a manobrabilidade.

Contudo, considerando as crescentes capacidades do Brasil como uma potência da construção aeronáutica e a forte concorrência, as vantagens técnicas não são suficientes para superar os adversários que competem no concurso F-X2. Mas aqui a Rússia pode ter dois trunfos a seu favor. O primeiro é a disponibilidade de incluir o Brasil na cooperação industrial em torno do Su-35 entregando-lhe a montagem dos “seus” aparelhos e, possivelmente, o fornecimento de componentes secundários. O segundo é a proposta para um trabalho conjunto no desenvolvimento do T-50.

O projeto de quinta geração

Neste momento, a futura aeronave de quinta geração que está a ser desenvolvida pela Sukhoi existe sob duas formas. Uma delas é o T-50 russo propriamente dito, criado no âmbito do programa PAK FA (complexo aéreo para forças aéreas táticas). A segunda é uma aeronave com uma sigla ainda desconhecida que está a ser desenvolvida com base no T-50 no âmbito do programa conjunto russo-indiano FGFA (Fifth-Generation Fighter Aircraft) e que destina à Força Aérea Indiana.

Sukhoi T-50 - protótipos - foto 2 Sukhoi

O Brasil, que tem uma indústria aeronáutica mais forte que a Índia, não tem hoje um programa, próprio ou em cooperação, para o desenvolvimento de um novo caça. Porém, o país necessita de um aparelho dessa classe: as crescentes ambições políticas do Brasil no Atlântico Sul exigem um reforço correspondente.

Na esfera militar naval, o Brasil já definiu as suas prioridades tendo começado a desenvolver um submarino nuclear. Na área da aeronáutica militar um aparelho de quinta geração poderá alterar significativamente as capacidades da FA brasileira, e aqui o T-50 será provavelmente a única variante aceitável, tanto do ponto de vista político, como econômico.

Sukhoi T-50 - protótipo - foto Sukhoi

Como se sabe, as exportações do caça norte-americano mais potente de 5ª geração, o F-22 Raptor, estão proibidas, enquanto o F-35 perde pelas suas características tanto contra o F-22, como contra o seu análogo funcional T-50. Entretanto, os EUA não manifestam qualquer intenção de incluir o Brasil na cooperação industrial em torno do seu novo aparelho.

Para a Rússia, essa cooperação seria igualmente vantajosa. Em primeiro lugar, o crescimento do mercado do T-50 iria criar um “ponto de apoio” adicional para esse avião, oferecendo uma perspetiva competitiva para a indústria aeronáutica. Em segundo lugar, a Rússia poderá estar interessada num intercâmbio tecnológico com o Brasil na área da aeronáutica civil. Aqui, ambas as partes já teriam algo a oferecer ao parceiro.

Sukhoi T-50 - protótipo - foto 3 Sukhoi

FONTE: Voz da RússiaFOTOS: Sukhoi

NOTA DO EDITOR: o título original é apenas “Irá o Brasil comprar o T-50?” A matéria não traz muita novidade em relação a outras que saíram na mídia de origem russa, a respeito da alegada oferta do Sukhoi T-50 ao Brasil, a não ser alguns pontos interessantes para discussão e que destacamos em negrito. Porém, aproveitamos a oportunidade para ilustrá-la com belas imagens da própria Sukhoi, em tamanho adequado ao uso como “papel de parede” para telas de computador, para nossos leitores apreciarem. Clique para ampliar.

Subscribe
Notify of
guest

26 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments