Índia deverá finalizar contrato do Rafale até março de 2014
Prazo equivale ao fim do atual ano fiscal indiano, que começou em abril
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Reportagem publicada pelo jornal Times of India nesta quinta-feira, 17 de outubro, informou que a Índia deverá finalizar por volta de março de 2014 o contrato para adquirir 126 caças Rafale da francesa Dassault Aviation, num negócio estimado em 15 bilhões de dólares. As informações foram dadas hoje por um alto oficial da Força Aérea Indiana.
A Índia selecionou o Rafale da Dassault para negociações exclusivas em janeiro de 2012, após uma concorrência em que o outro finalista era o Eurofighter Typhoon, produzido por um consórcio que envolve as empresas EADS, Finmeccanica e BAE Systems. Porém, o acordo do Rafale estave em suspenso devido a diferenças relacionadas à fabricação local por parte da estatal indiana Hindustan Aeronautics Ltd (HAL), quanto ao efetivo papel desta última.
O marechal do ar S Sukumar, do Estado-Maior da Força Aérea Indiana, disse numa conferência aeroespacial que o acordo deverá ser assinado ainda nesse ano fiscal, de acordo com pronunciamento feito pela organizadora da conferência, a Confederação da Indústria Indiana (nota do editor: o ano fiscal indiano começa em 1º de abril e termina em 31 de março). Pelo acordo, a Dassault deverá fornecer 18 caças Rafale feitos na França, enquanto o resto da encomenda será produzido na Índia, com a HAL como parceira-líder.
A Dassault havia expressado dúvidas sobre a capacidade da HAL em produzir um caça tão sofisticado. Vale lembrar que a Hindustan Aeronautics vem desenvolvendo um caça leve desde o início da década de 1980, sem alcançar sucesso até agora. Um porta-voz da Dassault não quis comentar o assunto. A empresa francesa ainda tem esperanças de finalizar o acordo até o final deste ano.
Concorrência para aviões de transporte, inicialmente focada em parcerias de empresas privadas indianas com estrangeiras, poderá admitir estatais
O Governo Indiano quer encorajar empresas da Índia a fazerem parcerias com fornecedores estrangeiros para reduzir sua dependência de importações e impulsionar a indústria doméstica de defesa, que é dominada por estatais de baixa produtividade.
Uma concorrência separada, visando comprar e fabricar 56 aviões de transporte militar por cerca de 119 bilhões de rúpias foi estendida por dois meses, segundo Sukumar. O Ministério da Defesa lançou a concorrência em maio para substituir a frota envelhecida de aeronaves Avro, e originariamente havia dito que o acordo desses aviões deveria ser feito entre um fornecedor estrangeiro e uma empresa privada indiana. Porém, o ministro da Indústria Pesada Praful Patel disse, na semana passada, que as empresas estatais já envolvidas com a fabricação de produtos para as Forças Armadas precisariam ser admitidas na concorrência.
O Ministério da Defesa afirmou que levará em conta a reclamação de Patel, provavelmente atrasando o programa. Muitas das aquisições de armas da Índia sofrem com longos atrasos devido a acusações de corrupção e a complicações burocráticas.
FONTE: Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
IMAGENS: Dassault / site Rafale India
NOTA DO EDITOR: no ano passado, mais ou menos nessa mesma época, esperava-se que o contrato fosse assinado até março deste ano (veja primeiro link da lista abaixo). De lá pra cá, a urgência da Índia para receber esses jatos, sob risco de ter que fechar esquadrões de caça, e da França para vendê-los, sob risco de não poder absorver internamente a produção anual mínima de 11 unidades, só aumentou. Porém, nem sempre a pressa é amiga da perfeição, na hora de se negociar contratos.
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