De cada três F-104 espanhóis, um estava parado por falta de peças
Pouco menos de quatro anos atrás o Poder Aéreo publicou algumas matérias sobre o caça a Lockheed F-104 Starfighter nas Forças Aéreas da Alemanha e da Espanha. Na Luftwaffe o F-104 ganhou o terrível apelido de “fabricante de viúvas” devido à altíssima taxa de atrito registrada no início de suas operações naquela força. Porém, na Espanha o número de acidentes foi “zero”.
Como dito anteriormente (ver links no final da matéria), o número de horas voadas por aeronave na Espanha não foi elevado. Embora fosse definida a média de 5.000 horas/ano para a frota, este valor não passou de 3.350 horas (ver gráfico abaixo). Entre 1965 e 1972 (período de operação do F-104 na Espanha), foram voadas um total de 17.000 horas.
Relendo o livro “Historia apasionada de los F-104 en Espana”, de Miguel Ruiz Nicolau e Rafael de Madariaga Fernandez, deparei-me com um interessante gráfico sobre a operação dos F-104 naquele país ibérico. Um dos pontos interessantes que os dados mostram é a baixa disponibilidade da aeronave. Em média, apenas um terço dos 21 caças estava disponível para voo. Os outros dois terços estavam divididos entre as aeronaves que passavam por manutenção e aquelas que aguardavam peças de reposição (identificado como AOCP).
Os espanhóis consideravam o número médio de 7 aeronaves em AOCP elevado, e isso tinha razões múltiplas. Em parte, o F-104 representou um grande salto tecnológico para o “Ejército del Aire”, que partiu do F-86 para o F-104, acarretando problemas de mão de obra qualificada. As aeronaves não eram novas (com exceção de um biposto comprado diretamente, as demais eram aeronaves usadas e produzidas no Canadá) e demandavam trabalhos desde o início das operações. Por último, houve também problemas de logística e de fornecimento de peças, acarretando na canibalização de alguns exemplares para manter os demais voando.
VEJA TAMBÉM:
Em breve os comentários que “justificarão” não escolher caças americanos devido aos problemas que teremos para operá-los ….
E pelo que sei, os problemas na Luftwaffe e outras forças que o fizeram ganhar tal apelido, foi devido ao uso do caça para operações de ataque ao solo e mar, uma vez que foi concebido para missões de combate/superioridade aérea evidente nas linhas do caça, claramente que ataque ao solo/mar não poderia ser parte de sua missão.
Antônio,
O “case” do Starfighter é tão claro que fica difício colocar a “culpa” no país que desenvolveu e fabricou.
Era um avião difícil de voar, projetado para voar alto e rápido, destinado a interceptar bombardeiros nucleares como a maioria dos projetos de sua época, como Drakens, Lightnings e Mirages III.
Apenas os outros, possívelmente por ter uma maior área alar (deltas), tinham um design que permitiu melhor adaptação a verdadeira guerra que aconteceu.
Abraço,
Ivan, o antigo.
Ivan
16 de outubro de 2013 at 9:28 #
Pois é caro Ivan, só pelo tamanho das asas, o caça parece mais um foguete do que um avião. Certa vez li um artigo onde mecânicos diziam que certas partes dela era cobertas na hora da manutenção pois poderiam até se cortar, se ferir se esbarrassem nelas com um pouco mais de força.
abç.
As partes que cortavam eram os bordos de ataque das asas… excepcionalmente finas e portanto cortantes. Li, certa vez, que muitos analistas de aviação militar realmente consideravam a maioria dos vetores da época da guerra fria…simples foguetes: grandes e potentes motores dispostos num “cilindro dotado de asas” com o diferencial que podiam ser pilotados… e citava exatamente dois exemplos: O F-104 e o Mirage III. Na Alemanha, a Luftwaffe teve grandes perdas operacionais com o F-104 : 239 aeronaves destruídas em acidentes e 110 pilotos perecidos. A maioria dos F-104 alemães foi construída sob licença na Alemanha pela Messerschmitt. O… Read more »
Este alemão (da foto abaixo) comprou um F-104 ex- Luftwaffe e o restaurou…. inclusive o painel, os bancos Martin Baker….mas está sem o motor e sem os sistemas de armas…..
Sds.
O F-104 Starfighter está a venda, por módicos £ 25.000.
Sds.
Brasil admite negociar caças com a Rússia, mas no futuro: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/10/1357537-brasil-admite-negociar-caca-com-a-russia-mas-no-futuro.shtml
Augusto
16 de outubro de 2013 at 18:14
Se eu acreditasse na capacidade de nosso governo e diplomacia, estariam usando o episódio da espionagem e agora com essa tal negociação na participação no T 50, como forma de “pressão” para melhorar as negociações com os EUA, conseguindo melhores formas de comércio e tantas outras .
Mas, como não acredito ……
Aliás creio é puro blefe mesmo, até com os russos apenas para “fazer raivinha nos EUA”. Molecagem apenas que será mostrada na campanha eleitoral, principalmente no horário eleitoral “gratuito”, com toda aquela encenação de quem ousou a peitar ozamericanumalvado ….